sábado, 5 de junho de 2010

Sob as cinzas do vulcão Eyjafjallajokull



Em abril, o vulcão islandês Eyjafjallajokull pegou o mundo de surpresa – sobretudo o da aviação, que ainda enfrenta restrições no espaço aéreo.

No Estúdio CH, o geólogo Wilson Teixeira, da USP, fala sobre o efeito explosivo desta e de outras erupções.






Pelos efeitos desastrosos que teve, a erupção do Eyjafjallajokull ganhou ares inéditos. A paralisação sem precendentes do espaço aéreo europeu por quase uma semana, consequência das cinzas que se espalharam e impediram os voos no continente, fez com que o fenômeno fosse visto como algo fora do comum. Nada de atípico, porém, segundo o geólogo Wilson Teixeira, da Universidade de São Paulo (USP).
"A mistura de gelo com o magma gerou cinzas vulcânicas, partículas minúsculas que interferem na segurança das aeronaves"


Em entrevista a Fred Furtado, Teixeira explica que a erupção está relacionada ao movimento das placas tectônicas, assim como terremotos. Enquanto estes últimos são efeito do choque entre as placas, o magma terrestre sobe quando há afastamento entre elas, levando a erupções que podem ser mais pacíficas ou mais explosivas – como no Eyjafjallajokull.
No caso islandês, o agravante era que acima do vulcão havia uma geleira: “A cratera do vulcão estava coberta de gelo, e essa mistura de gelo com o magma gerou cinzas vulcânicas. Essas partículas minúsculas é que interferem na segurança das aeronaves”, explica ele. Segundo Teixeira, nuvens de cinzas semelhantes já causaram transtornos no passado, chegando a fazer com que a temperatura terrestre baixassem entre um e dois graus por mais de um ano.
Se hoje o Brasil não precisa se preocupar com erupções, o geólogo lembra que a atividade vulcânica deixou marcas no Brasil no passado – tanto no sul quanto na paradisíaca Fernando de Noronha.

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