segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Apatossauro

Apatosaurus ajax
© Joe Tucciarone
Apatosaurus ajax
© Joe Tucciarone

Nome científico: Apatosaurus ajax, A. excelsus, A. louisae e A. parvus.
Significado do Nome: Lagarto Enganoso.
Tamanho: cerca de 21 metros de comprimento e 10 metros de altura.
Peso: 35 toneladas.
Alimentação: Herbívora.
Período: Jurássico.
Local: América do Norte.

Veja onde foi encontrado o Apatosaurus
© Mapa modificado por Marcus CabralVeja quando viveu o Apatosaurus
© Patrick Król Padilha
O nome Apatosaurus é usado para denominar um gênero de dinossauros saurópodes diplodocídeos, encontrados na América do Norte, em rochas que datam do período Jurássico Superior, com cerca de 155 a 145 milhões de anos atrás. Esta datação bate com as duas idades mais recentes do Jurassico Superior, o Kimmeridgiano e Tithoniano. Com cerca de 25 toneladas e 23 metros de comprimento, o Apatosaurus é um dos maiores saurópodes. Que tal conhecer um pouco melhor sua história e também sobre sua vida? Então basta que leia a postagem para saber tudo sobre este gigantesco dinossauro.

O Apatosaurus foi descoberto nos Estados Unidos na década de 1870 e nomeado pelo famoso Othniel Charles Marsh, que em 1877 publicou um estudo anunciando a descoberta do animal e a criação de um novo gênero para inseri-lo. Conhecido a partir de 2 esqueletos parciais com parte de um crânio, o animal recebeu o nome Apatosaurus ajax, que como de costume, tem origem de termos do Grego, Apate/Apatelos = engano/enganoso e Sauros = lagarto/réptil, ou seja, Lagarto Enganoso, devido à forma de alguns de seus ossos, que são muito parecidos aos do Mosasaurus, o que pode causar uma falsa identificação do animal. O nome ajax foi inspirado no herói Grego Ajax, que era tido como um homem muito forte e resistente, uma verdadeira muralha. Por ser o primeiro Apatosaurus da história, ele tornou-se o espécime Holótipo, ou seja, o que foi usado para definir o novo gênero.
Reconstrução do esqueleto de A. ajax
© Scott Hartman

Dois anos depois, em 1879, um novo esqueleto foi achado no estado do Wyoming, em um local chamado "Como Bluff". Este esqueleto era maior e mais completo, então em sua preparação Marsh disse ter encontrado diferenças entre o fóssil e o do A. ajax que ele nomeara. Decidiu que era uma nova espécie, então divulgou a notícia de que nomeara outro dinossauro de pescoço longo, o qual foi batizado como Brontosaurus excelsus e inserido em seu próprio e novo gênero.
Este segundo exemplar ele batizou também com base em palavras gregas, Brontē = trovão e Sauros = lagarto, o que significaria Lagarto Trovão.
O segundo nome, excelsus, vem do Latim e significa algo como "em número excessivo", para se referir ao grande número de vértebras sacrais do animal, que era bem maior do que a de qualquer outro gênero de saurópode conhecido.
No total, foram descobertos 6 esqueletos parciais do "Brontosaurus", nenhum deles continha o crânio.
Reconstrução do esqueleto de A. excelsus
© Scott Hartman


Em uma edição de 1903 do paper científico Geological Series of the Field Columbian Museum, Elmer Riggs disse que o Brontosaurus excelsus era muito parecido com o Apatosaurus ajax e que na verdade seria o mesmo animal, pertencendo ao mesmo gênero, por isto ele mudou seu nome para Apatosaurus excelsus.
De acordo com as regras do ICZN (International Commission of Zoological Nomenclature), todo animal deve ter um nome científico e este não pode ser reutilizado em outra espécie. Se por acaso descobre-se que dois indivíduos da mesma espécie tem nomes diferentes, é necessário descartar-se um dos dois, sendo que o primeiro a ser criado deve permanecer em uso. Como no caso do Brontosaurus/Apatosaurus, o nome que foi criado por Marsh surgiu antes, o nome Brontosaurus foi aposentado e o animal passou a se chamar Apatosaurus excelsus, nome que é válido até hoje. Na década de 1990, Robert Bakker afirmou que A. ajax e A. excelsus tem diferenças suficientes para serem considerados gêneros diferentes, mas a maioria dos paleontologistas discorda dele.
A história das descobertas de esqueletos deste dinossauro não pára por aí, pois outro esqueleto parcial foi encontrado no estado do Colorado. Em 1915 este novo membro do gênero foi nomeado por William Holland, como Apatosaurus louisae, desta vez em homenagem ao famoso Andrew Carnegie, cuja esposa, se chamava Louise Carnegie. Tal homenagem foi um agrado a Andrew, que era rico e apaixonado por fósseis, por isso custeava escavações no oeste dos Estados Unidos.
A quarta espécie válida a ser nomeada ganhou um nome diferente, inicialmente era conhecido como Elosaurus parvus, mas em 1994 notou-se que era um Apatosaurus e seu nome foi alterado para Apatosaurus parvus. Em 2004 um revisão no caso confirmou a mudança, o Elossauro é realmente sinônimo de Apatossauro.
Reconstrução do esqueleto de A. louisae
© Scott Hartman

Em 1994, outro esqueleto encontrado no Wyoming deu a entender que se tratava de mais um Apatosaurus, desta vez nomeado como A. yahnahpin. Porém, em 1998 Robert T. Bakker analisou o material e renomeou o animal como Eobrontosaurus.

Resumindo, existem 4 espécies de Apatosaurus que são válidas atualmente, sendo elas as seguintes:
  • Apatosaurus ajax
  • Apatosaurus excelsus
  • Apatosaurus louisae
  • Apatosaurus parvus
As demais espécies de Apatosaurus que são mencionadas devem ser sinônimos das espécies acima, ou seja, nomes fora de uso, absoletos. Dizemos que um nome é Sinônimo de outro quando é substituído por outro mais adequado, como no caso do Brontosaurus excelsus que foi mudado para Apatosaurus excelsus. Isso ocorre quando uma espécie recebe um nome novo, mas um exemplar da mesma espécie ou gênero já havia sido nomeado com outro nome, então a mudança é obrigatória e adota-se o nome mais antigo. Abaixo você confere a maioria dos nomes que um dia foram usados para nomear o Apatosaurus e também supostos Apatosaurus que descobriu-se pertencer a outra espécie.
  • Apatosaurus grandis = renomeado para Camarasaurus grandis.
  • Apatosaurus laticollis = sinônimo Apatosaurus ajax.
  • Apatosaurus minimus = incertae sedis, quer dizer que não se sabe exatamente que espécie é, somente que não é um Apatosaurus, mas sim cetiossaurídeo desconhecido baseado só no osso sacro e na pélvis.
  • Apatosaurus montanus = renomeado para Atlantosaurus Montanus, que é baseado somente em uma pélvis incompleta, considerado Nomina dubia, ou seja, nome duvidoso. Há a possibilidade de que seja um Apatosaurus, porém não se tem comprovação.
  • Apatosaurus yahnahpin = renomeado para Eobrontosaurus yahnahpin, considerado taxonomicamenteirmão do Apatosaurus.
  • Apatosaurus amplus = sinônimo de Apatosaurus ajax.
  • Brontosaurus ajax = sinônimo de Apatosaurus ajax.
  • Brontosaurus amplus = sinônimo de Apatosaurus excelsus.
  • Brontosaurus excelsus = sinônimo de Apatosaurus excelsus.
  • Brontosaurus louisae = sinônimo de Apatosaurus louisae.
  • Brontosaurus montanus = sinônimo de Apatosaurus montanus.

  • Atlantosaurus amplus = sinônimo de Apatosaurus ajax.
  • Atlantosaurus ajax = sinônimo de Apatosaurus ajax.
  • Atlantosaurus excelsus = sinônimo de Apatosaurus ajax.
  • Atlantosaurus laticollis = sinônimo de Apatosaurus ajax.
  • Camarasaurus excelsus = sinônimo de Apatosaurus ajax.
Segundo o site DinoData, a classificação atual do Apatosaurus é a seguinte: Saurischia > Sauropodomorpha > Sauropoda > Diplodocidae > Diplodocinae. Inicialmente foi montado incorretamente, o que não surpreende pessoas que conhecem bem a história das primeiras reconstruções paleontológicas, pois na época erros aconteciam com mais frequencia devido à falta de tecnologia e conhecimentos mais detalhados dos animais. Como o animal, ainda Brontosaurus excelsus, era o maior até aquela data e estava bem completo, somente lhe faltava o crânio, pés e partes da cauda, Marsh resolveu fazer o que seria a primeira montagem de um esqueleto de saurópode para exposição, usando esqueletos de outros saurópodes como base para recriar os ossos que faltavam. O crânio, montado com base em fragmentos de ossos de 3 pedreiras diferentes, ficou com aparência muito robusta, feito de forma que os ossos ficaram grossos e pesados, encaixando-se melhor a um Camarasaurus (o crânio do mesmo era o melhor conhecido na época e foi usado como base para a montagem) do que ao Apatossauro, pois sendo um diplodocídeo, seu crânio era bem pequeno, como sabemos atualmente. O esqueleto montado foi colocado no Museu Peabody de História Natural em Yale, em 1905.
Foram encontrados algum tempo depois, pés de um saurópode na mesma pedreira onde o esqueleto havia sido encontrado, então tais ossos foram adicionados ao esqueleto e a cauda foi moldada de acordo com a ideia de Marsh, arrastada no chão, além da posição dos pés que ficou errada, pois as pernas foram colocadas muito abertas, esparramadas. Sabemos agora que as pernas ficavam mais abaixo, praticamente centralizadas no corpo e a cauda não arrastava porque não existem marcas de cauda nas trilhas de pegada de Apatossauro, além de que caudas arrastadas poderiam enroscar em plantas, rochas e acabar machucadas.
Esqueleto do Apatossauro desenhado por Marsh
© Domínio Público

Mas este método de reconstruções com base em ossos de animais com parentesco próximo não foi descartado e ainda hoje é utilizado por diversos paleontologistas. O modo como o Apatossauro era visto naquela época mudou muito, então observe abaixo uma reconstrução antiga do animal.
Reconstrução "retrô" do Apatossauro John Sibbick

Este é um dinossauro muito conhecido, foi encontrado nos Estados Unidos, em diversos sítios de escavação de diversos estados, como Colorado, Oklahoma, Utah e Wyoming.
O Apatossauro, sendo um diplodocídeo, era enorme, tinha uma cauda bem longa e fina e um pescoço igualmente longo com uma cabeça minúscula se comparada ao corpo. Era obviamente herbívoro, como os demais de sua infra-ordem, o que se notou pela forma de cinzel de seus dentes. Ele tinha um pescoço com vértebras mais robustas e curtas, por isso eram mais fortes. Juntando a isso um corpo gigante e pernas longas mas com ossos mais grossos do que os de outros diplodocídeos, temos um animal bem robusto. Como outros saurópodes, ele possuía somente uma garra em cada pata dianteira, no primeiro dedo e nas patas traseiras tinha três garras, nos 3 primeiros dedos.
Deveria manter a cauda levantada, paralela ao solo enquanto caminhava, abaixando-a levemente ou repousando a mesma somente ao parar para dormir ou comer. Com cerca de 26 metros de comprimento e aproximadamente 35 toneladas de massa corporal, este dinossauro foi considerado por algum tempo o maior já descoberto. Na época da corrida dos fósseis, período onde a paleontologia sofreu uma expansão e evolução grande, devido às disputas por achados, diversos saurópodes foram achados e pelo seu tamanho acreditava-se que não suportariam o próprio peso em terra, por isto viviam parcialmente submersos em lagos ou pântanos.
Apatossauro retratado como um animal aquático © Domínio Público
Posteriormente, constatou-se que os saurópodes eram animais terrestres que viviam pastando no solo, pois seu corpo era formado por ossos fortes, cobertos com músculos e tendões poderosos que permitiam manter um equilíbrio, com um pescoço longo, contrabalanceado pela cauda longa. Suas pernas, situadas abaixo do corpo como nos mamíferos atuais e não como nos lagartos, eram grossas e firmes, servindo como colunas de sustentação.
Vivia provavelmente em bando, como indicam trilhas de pegadas fossilizadas que preservaram marcas de diversos indivíduos juntos de tamanhos diferentes. Além disso foram encontradas pegadas que dão a entender que os filhotes conseguiam correr somente com as pernas traseiras, talvez por serem mais leves e pequenos.
Antigamente, os diplodocídeos, assim como os brachiossaurídeos, eram retratados com o pescoço longo em posição vertical, levantados em um ângulo de quase 90 graus em relação ao corpo. Com estudos recentes, paleontólogos chegaram à conclusão de que a estrutura das vértebras do pescoço dos diplodocídeos impediria que levantassem o pescoço assim e que no máximo o levantariam a um ângulo de 45 graus. Além disto, alguns dinossauros precisariam de um coração superpotente para levar o sangue oxigenado até o cérebro no alto do pescoço, pois a pressão para fazer o sangue subir teria que ser grande. Por isto, o Apatossauro deve ter mantido seu pescoço na maior parte do tempo abaixado, paralelo ao solo e com a cabeça voltada para baixo.
Observe - O pescoço não levanta totalmente ficando somente inclinado
© Paleoguy/JWK/Dinoraul

A respiração desse animal também ainda é um mistério, pois não se sabe se ele tinha um sistema respiratório parecido com o dos mamíferos, das aves ou dos répteis.
Cientistas criam hipoteses de que se ele fosse como os crocodilianos, ou seja, não tivesse o músculo chamado diafragma, o volume do seu espaço-morto seria de 184 litros para um indivíduo de 30 toneladas.
Para compreender esta confusão, vamos aprender sobre os volumes respiratórios:
Volume de Espaço-morto: é quantia de ar que sobra no sistema respiratório sem ser aproveitado pelo organismo para realizar as trocas gasosas. O Espaço morto pode ser fisiológico, ou seja, o resto de ar que fica nos pulmões e o anatômico, ar que resta na boca, traquéia e demais espaços. No apatossauro esse volume seria de 184 litros.
Volume Corrente: é quantia total de ar que circula no sistema respiratório em uma respiração completa, ou seja, entrada e saída do ar. O Volume corrente sempre é maior que o de espaço-morto, pois deve substituir este resto de ar e ainda encher o pulmão.

Se somarmos o espaço morto, fisiológico e anatômico, com o volume corrente, teremos a capacidade total respiratória do animal. A partir disto, os cientistas imaginaram os seguintes sistemas respiratórios para o Apatossauro.
  • Se o sistema respiratório fosse mamaliano = Volume Corrente de cerca de 904 litros.
  • Se o sistema respiratório fosse aviano = Volume Corrente de cerca de 225 litros.
  • Se o sistema respiratório fosse reptiliano = Volume Corrente de cerca de 19 litros.
Com base nisto, o sistema respiratório do Apatossauro pode não ter sido reptiliano, pois seu volume corrente de 19 litros seria muito pequeno para poder preencher o seu espaço morto, ou seja, faltaria ar, com uma diferença grande de 19 litros que precisaria suprir o espaço morto de 184 litros do dinossauro. O volume corrente da respiração mamaliana seria suficiente para suprir os 184 litros de espaço morto, mas não é viável porque o volume é grande demais, ou seja, encheria o espaço morto, o pulmão e ainda haveria sobra, o que faria com que ele necessitasse de um pulmão de cerca de 2,650 litros de capacidade, o que seria grande demais para o espaço que ele possuía destinado a este órgão em sua caixa torácica.

Descartado o método mamaliano, cientistas acreditam que ele era mais parecido com as aves ao respirar. Se sua respiração fosse como a das aves, seu volume pulmonar seria somente 600 litros, o que seria viável porque supriria o espaço morto e o volume de sua caixa torácica poderia suportar, pois era de 1,700 litros. Destes 1,700 litros, 500 seriam ocupados pela capacidade de um coração de quatro câmaras, como o das aves e não como o de répteis que tem 3 câmaras. Outros 900 seriam para a capacidade do pulmão, somando 1,400, o que deixava de sobra 300 litros para abrigar os tecidos, do pulmão e coração, entre outros.
Já seu comportamento na hora de beber água, poderíamos calcular, supondo que o Apatossauro tinha uma respiração aviana em conjunto com um metabolismo parecido com o dos répteis, que ele precisaria beber cerca de 262 litros de água. Para nutrir seu enorme corpo, precisaria comer muita comida, e os paleontólogos ainda não tem certeza de como faria isso. Ele precisaria comer o dia todo, parando poucas vezes, talvez só para beber, descançar, remover alguns parasitas ou dormir, o que provavelmente faria em pé ou com o ventre pousado no solo mas sem deitar-se "de lado".
Apatosaurus "coçando" o pescoço - provavelmente para remover parasitas
© Todd Marshall
Seu comportamento social deve ter sido importante para defender-se de predadores, pois em grupos poderiam proteger uns aos outros. Um adulto saudável dificilmente seria vencido por qualquer predador da área, mas filhotes e velhos corriam este risco, por isto os jovens eram mantidos no interior do grupo, que mantinha os adultos nas laterais. Além do agrupamento, provavelmente ele contava com a cauda para se defender.
Grupo de Apatossauros comendo © Autor desconhecido: favor informar se souber o nome
Em um artigo da edição de Novembro de 1997 da revista Discover (Discover Magazine), um cientista de computadores chamado Nathan Myhrvold desenvolveu um modelo virtual da cauda dos diplodocídeos, que era bem longa e semelhante a um chicote. Esta réplica virtual permitiu que se testasse movimentos da cauda, chegando à conclusão de que estes dinossauros podiam estalar a cauda, produzindo um som muito forte, acima de 200 decibéis, que poderia assustar a maioria dos predadores.
Na mesma época em que viveu o Apatossauro, o Jurássico Superior, havia diversos predadores, como o Alossauro, provavelmente o maior predador do seu período, o Ceratossauro e também outros herbívoros bem conhecidos, como o Estegossauro e os gradalhões Braquiossauro e Diplodocus, além dos pequeninos Driossauros.

A reprodução do Apatossauro também é um mistério, assim como a dos outros Saurópodes, pois acredita-se que ele botava ovos, mas não se sabe como o fazia sem quebrá-los. Provavelmente agachava-se para aproximar a cloaca do solo e botar ou se possuía uma "tromba" cloacal, como as tartarugas marinhas tem, para deslizar por ela o ovo até o ninho. O filhote nascia praticamente igual o adulto, só que bem menor e pode ser que tivesse uma aparência mais "fofinha", provavelmente porque a maioria dos filhotes tinham olhos grandões e focinho levemente mais curto que o de um adulto, o que deve ter ocorrido em quase todas as espécies de dinossauro. Saíam totalmente desenvolvidos, já caminhando de dentro do ninho e devem ter acompanhado os pais e outros adultos junto com o bando. Como eram menores, podiam caminhar por algum tempo só com as pernas traseiras, inclinando o corpo para frente para equilibrar-se, o que pode ser constatado por pegadas de filhotes caminhando em duas pernas, encontradas nos Estados Unidos.
Apatosaurus recém nascido
© Melissa Frankford
O Apatossauro ficou muito famoso na época de seu descobrimento e o nome Brontossauro se espalhou pelo mundo todo, ficando gravado na mente das pessoas. Até hoje a maioria dos leigos conhece o este dinossauro como Brontossauro e muitas vezes, é o único nome de dinossauros que guardam na memória. Desde os primórdios do cinema, este dinossauro apareceu na telona. No primeiro "The Lost World", filme de 1925, baseado no romance de Sir Arthur Connan Doyle, o animal já estava presente, como Brontossauro mesmo, lutando com um Alossauro. Em 1933, foi a vez de contracenar com o King Kong, participação passada para o remake de 2005 de King Kong, no qual o animal recebeu o nome fictício de "Brontosaurus baxteri", que seria em referência a um dos personagens do filme. No entanto, mesmo com os conhecimentos modernos acerca do Apatossauro, os produtores do remake mantiveram a versão antiga, mais encorpada e com aquela capacidade de levantar o pescoço praticamente na vertical.
Brontossauros de King Kong (2005)
© Universal Pictures
Além destes filmes, este dinossauro marcou presença em longas de animação infantil, dos quais o mais conhecido provavelmente seja "The Land Before Time", no Brasil exibido como Em Busca do Vale Encantado. Nesta série de filmes, o personagem principal é Littlefoot, um filhote de Apatossauro.
Como diversos dinossauros conhecidos, o Apatossauro não poderia deixar de fazer uma aparição em documentários sobre a vida dos dinos. Uma das aparições foi no documentário do canal Discovery Channel intitulado "When Dinosaurs Roamed America", no Brasil conhecido como Quando os Dinossauros Reinavam na Terra. O animal apareceu contracenando com o Camarassauro e vários predadores já citados. Mas a BBC, emissora britânica que fez os melhores documentários sobre o tema, não ficou atrás, pois mostrou esse grandalhão no "Walking with Dinosaurs Special: The Ballad of Big Al".

Apatossauro de WwDS: The Ballad of Big Al
© BBC

Brinquedos e figurinhas retratando este animal são até comuns. Um exemplo é o clássico Álbum Dinossauros do Chocolate Surpresa, lançado pela Nestle no Brasil em 1993. A figurinha nº8 traz o Apatossauro muito bem desenhado, imponente, como vemos abaixo. Outras coleções, como por exemplo a Coleção Descobrindo o Mundo dos Dinossauros, da editora Salvat, vendida no Brasil em 2000/2001, continham revistas ou bonecos dedicados ao Apatossauro.
© Nestle
Coleções de bonecos também dispõe de uma reconstrução deste dino, mas se fossemos nomear todas as coleções de miniaturas que fizeram um Apatossauro, ficaríamos muito tempo contando, pois diversas marcas o fizeram, como a Schleich, várias das coleções da empresa Safari também contém este animal, marcas britânicas como a Invicta, sem falar nos "Chinassauros", dinossauros que não se conhece a marca ou são versões falsificadas dos originais.
Além disto, o Apatossauro inspirou lendas e mitos, como o do Mokele Mbembe, nome que nativos africanos deram a um suposto ser aquático, herbivoro e que vivia escondido nas matas do Congo. Alguns acreditam na existência desse animal, que seria muito grande e outros afirman inclusive tê-lo visto pastando tranquilamente dentro do rio, junto com crocodilos que descançavam e com hipopótamos assustados. Criptozoologistas, especialistas em estudar animais estranhos e míticos, afirmam que pode ser um dinossauro que sobreviveu à extinção, devido à semelhança do Mokele Mbembe com o Apatossauro, aparência que foi descrita por supostas testemunhas. Eu não creio que o Mokele Mbembe exista, mas que é mais uma prova da dispersão popular do Brontossauro, isto é sem dúvida.
Ilustração do suposto Mokele Mbembe © Bill Rebsamen

O Apatossauro não ficou de fora nem do Jurassic Park, obra de Michael Crichton adaptada ao cinema pela Universal e com direção de Steven Spielberg. Nos filmes infelizmente não pudemos vê-lo, mas nos livros, que trazem a história original, o animal é o principal Saurópode.
Sem dúvida alguma, o Apatossauro é um dos mais famosos entre todos os dinossauros, rivalizando como Tiranossauro rex e como Triceratops. Além disto é um dos mais estudados e por isto muito bem conhecido.

Fonte: ELS, Science Direct