quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Botânica



FRUTO
O fruto é o resultado do amadurecimento do ovário, garantindo a proteção e auxiliando a dispersão das sementes surgidas após a fecundação. Ocorre exclusivamente nas Angiospermas.
No sentido morfológico, não apenas aquelas estruturas conhecidas como "frutas" (maçã, laranja, etc.), mas também as conhecidas como "legumes"(feijão, ervilha, etc.) e "cereais"(arroz, milho, etc.) são frutos. Os frutos são importantes na classificação botânica por possuírem uma estrutura muito constante. 

Formação: A partir da fecundação, inicia-se o desenvolvimento da semente, através de uma série de transformações no saco embrionário e outros tecidos do óvulo. A parede do ovário desenvolve-se em PERICARPO, o qual é formado por 3 camadas : exocarpo (epicarpo), mesocarpo e endocarpo. Alguns frutos, como a banana (Musa) e o abacaxi (Ananas comosus) podem formar-se sem fecundação prévia e portanto, nesse caso, não possuem sementes. 
São chamados frutos PARTENOCÁRPICOS. 

Classificação:
FRUTOS SIMPLES: derivados de um único ovário de uma flor. Podem ser secos ou carnosos, uni a multicarpelares, deiscentes ou indeiscentes.

a.1- Frutos simples carnosos: possuem pericarpo suculento. 


Existem dois tipos: 

Baga: 1 ou mais carpelos; 1 ou mais sementes livres. Exs.: tomate, uva, laranja, abóbora. 

Drupa: geralmente um só carpelo; 1 só semente, concrescida com o endocarpo. Exs.: ameixa, azeitona, pêssego.

a.2- Frutos simples secos: possuem pericarpo seco. Estão divididos em: 

I- Deiscentes: abrem na maturidade

a. Folículo: derivado de ovário 1-carpelar, abre através de uma fenda longitudinal (esporinha; chichá). 
b. Legume: derivado de ovário 1-carpelar, abre através de 2 fendas longitudinais (leguminosas, como o feijão e a vagem). 
c. Síliqua: derivado de ovário 2-carpelar. Na abertura persiste um septo mediano (deiscência septífraga :couve, mostarda). 
d. Esquizocarpo: derivado de gineceu sincárpico multicarpelar, cujos carpelos separam-se inteiramente na maturidade em mericarpos (frutículos) geralmente deiscentes, livres. Ex.: mamona (Ricinus), cenoura (Daucus). 
e. Lomento: derivado de ovário unicarpelar, fragmenta-se transversalmente em segmentos unisseminados. Ex.: carrapicho (Desmodium). 
f. Craspédio: derivado de ovário 1-carpelar, fragmenta-se transversalmente em segmentos, mas após a queda desses, uma armação formada pela nervura e sutura do carpelo permanece presa ao receptáculo. Ex.: sensitiva (Mimosa). 
g. Cápsula: derivado de ovário 2 a multicarpelar, possui diferentes modos de deiscência:

TIPOS DE CÁPSULA:

- septicida: abre pela linha de união dos carpelos (azaléa);


- loculicida: abre pelo meio de cada carpelo (algodão);


- pixidiária: abre por uma linha transversal (castanha-do-Pará; sapucaia);


- poricida: abre através de poros (papoula, quaresmeira).

II- Indeiscentes: Não abrem na maturidade

a. Aquênio: possui 1 semente, ligada à parede do fruto num único ponto. Ex.: girassol (Helianthus annus); não apresenta cálice modificado em papus; 
b. Cipsela: idem ao aquênio, mas apresentando cálice modificado em papus; Cariopse: possui 1 semente, ligada à parede do fruto em toda sua extensão (gramíneas - trigo, milho, arroz); 
c. Sâmara: possui, em geral, 1 semente; a parede do ovário apresenta expansões aliformes (várias leguminosas, Sapindáceas, Malpiguiáceas);
d. Noz: geralmente 1 carpelo, 1 só semente livre do endocarpo (noz-moscada).

PSEUDOFRUTOS

FRUTOS AGREGADOS: Derivados de muitos ovários de uma única flor (gineceu apocárpico multicarpelar), mais ou menos concrescidos. Exs.: morango, fruta-do-conde, framboesa.
FRUTOS MÚLTIPLOS: Formados por muitos ovários amadurecidos, pertencentes à uma inflorescência, que crescem juntos, formando uma infrutescência. Exs.: amora, abacaxi, figo. 
Obs.: frutos agregados e frutos mútiplos são um conjunto de frutos simples, que podem ser identificados individualmente, de acordo com suas características. 
Os frutos que não se originam do crescimento do ovário, mas derivam do desenvolvimento de estruturas como o hipanto (maçã), bem como o conjunto de frutos que forma os frutos múltiplos e os agregados, costumam ser chamados de pseudofrutos.

SEMENTE

A semente é o óvulo maduro fecundado e consta de 3 partes: o embrião, o  endosperma (às vezes ausente) e a casca (testa + tegmen) .
Obs.: não ocorrendo dupla fecundação nas Gimnnospermas, não há endosperma, persistindo o macrogametófito como tecido de nutrição.

Funções
a. proteção ao embrião (contra insetos, microorganismos, dissecação, etc.) 
b. dispersão. Suas características morfológicas, biológicas e bioquímicas desempenham importante papel no sucesso da plântula. Podem apresentar grande diversidade estrutural; as orquídeas apresentam sementes de 2 x 10-6g, enquanto Mora oleífera (Moraceae) possui sementes de até 1 Kg! ·
O endosperma geralmente passa, em sua formação, da fase nuclear para a celular, mas pode permanecer nuclear (coco). O endosperma é absorvido durante o desenvolvimento. 
As sementes podem ser ALBUMINOSAS (endospermadas), quando o endosperma persiste durante todo o desenvolvimento do embrião (Ricinus) ou EXALBUMINOSAS (exospermadas), quando o endosperma né consumido no início do desenvolvimento do embrião; nesse caso, as reservas vão para os cotilédones. As reservas podem ser amido (feijão), óleo (amendoim), proteína (soja), etc. Carúncula: estrutura carnosa existente em sementes de muitas Euphorbiaceae - atua na dispersão (por ser adocicada, atrai formigas) e atua na germinação, por ser higoscópica. 

Arilo: Surge do funículo (pedúnculo do óvulo) e envolve o óvulo parcial ou totalmente, após a fecundação. Na semente madura, atrai dispersores. 

Sarcotesta: quando a testa da semente se torna pulposa e comestível (mamão, ingá). 

Hilo: cicatriz deixada pelo funículo 

Rafe: parte do hilo que permanece unida ao tegumento, em óvulos anátropos (que se curvam). 

Cicatriz da micrópila: visível ou não; deixada pela micrópila do óvulo. 

Germinação: A embebição é o primeiro passo para a germinação, com conseqüente aumento de volume interno e rompimento do tegumento, permitindo o crescimento do embrião para o meio exterior. 
A raiz primária penetra na terra, por geotropismo positivo enquanto, no outro extremo, outro eixo se desenvolve, geralmente por geotropismo negativo originando o caule e as folhas.

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