quarta-feira, 11 de abril de 2012

As origens da ave cigana

 

 O paleontólogo Herculano Alvarenga conta sobre sua pesquisa com as origens da ave amazônica que come folhas e tem sistema digestivo de ruminante. Saiba mais na reportagem "A longa viagem da cigana", de novembro de 2011: http://revistapesquisa.fapesp.br/?art=4551&bd=1&pg=1&lg=

 Cigana, ave comedora de folhas.


Os hábitos, a dura dieta de folhas e a aparência bizarra da cigana são únicas. Com um nome que deriva da palabra mexicana "uatzin" para faisão, essas aves vivem em grupos familiares unidos, contruindo ninhos em árvore de mangue. Os mais jovens permanessem com a família durante três anos.
Não sabendo nadar, tendo dificuldade para subir em árvores e voando mal, a cigana se limita a um pequeno território. comunica por sons semelhantes a grunhidos, crocitos e assobios e vive em subgrupos familiares estáveis de duas a oito aves, que fazem parte de grupo maiores que pode chegar a uma centena de indivíduos. Depois de comer, passa três quarto do dia empoleirada em um galho pra digerir a comida, usando uma calosidade especial localizada no peito pra se equilibrar. A cigana vive em arbustos e árvores perto d'água. Muda de território durante os períodos de secas, mas não viaja mais que alguns quilômetros. As ávores satisfazem suas necessidades básicas e são usadas para se alimentar e construir o ninho. A cigana se lava abrindo as asas para tomar chuva, e depois as sacodes para secar.

A cigana se alimenta nas áreas localizadas perto da água, no começo da manhã ou no final do dia. Essa ave raramente precisa beber água, pois 70% dos seus alimentos vegetais são contituidos por água. Em muitas áreas, os jarros gigantes (erva do gênero Arum) e as árvores do mangue são seus preferidos, mas sabe-se que essa ave é capaz de comer folhas de mais de 50 plantas diferentes. Para poder digerir a comida, a cigana possui um enorme papo acima do estômago, cheio de bactérias que degradam as células vegetais e as fermentam para produzir açúcares posteriormente usados como fonte energética.

A família da cigana inclui um reprodutor e sua descendência nascida em epócas anteriores, que ajudar a criar os mais novos. Todos os membros do grupo realizam exibições de côrte que funcionam como defesa territorial. No entanto, na época de acasalamento, apenas o casal reprodutor acasala. A fêmea pôe ovos na plataforma do ninho situada acima da água. As crias nascem sem penas e desenvolvem uma penugem castanho-escura até o final do décimo dia. Ao contrário dos adultos, elas sabem nadar e mergulhar e, a partir do terceiro dia, podem se atirar na água por baixo do ninho para fugir dos predadores. As jovens ciganas têm garras nas extremidades de cada asa, o que lhes permite agarrar galhos e ir novamente para cima das árvores do seu território.
Grande parte do hábitat da cigana está sendo destruido por drenagem das águas de mangue para a utilização humana. Algumas áreas foram transformadas para uso agrícola. No entanto, na Guiana, onde os canais de irrigação construídos nos campos são rodeados por vegetação adequada, a cigana foi capaz de obter alimentos e sobreviver. Não é possívl criar a cigana em cativeiro por mais de 5 anos. Conseqüentemente, é imperativa a conservação do seu hábitat.
A cigana pode ser encontrada na região norte da América do Sul, leste dos Andes, na Venezuela, Colômbia, Suriname, Guiana Francesa, Equador, Peru e Bolívia, e no norte e centro do Brasil.


Na Guiana, a cigana é conhecida como "faisão malcheiroso" porque libera um cheiro desagradável. Acredita-se que esta proteção contra os predadores é resultado da sua dieta à base de folhas. No entanto, no Brasil, a cigana não cheira tão mal e as pessoas até comem seus ovos e a sua carne.
A cigana é o único membro de sua família. Originalmente acredita-se que ela possía algumas semelhanças com os Galliformes, que incluem as galinhas. Mas, o seu único parente está próximo dos Cuculiformes, como o anú-branco


(Guira guira). O seu único parente conhecido é um fóssil com 18 milhões de anos, o Hoazinoides magdalenae.

Fonte do Texto e Imagem
http://deoolhonanet.blogspot.com/

 

Taxonomia e conservação

Desde a sua descrição, em 1776, que a classificação das ciganas é fonte de polêmica na comunidade ornitológica. A espécie já foi considerada como pertencente aos Galliformes, depois Cuculiformes e actualmente o Congresso Ornitológico Internacional classifica-a numa ordem própria – os Opisthocomiformes[1] (a taxonomia de Sibley-Ahlquist, baseada em estudos de DNA, considera as ciganas como membro basal da ordem Cuculiformes).
A cigana não é uma espécie ameaçada de extinção, mas a caça excessiva e degradação de habitats podem vir a ser problemas no futuro.

Referências

  1. Bustards, Rails and Allies (em inglês). IOC World Bird List. Página visitada em 21 de Abril de 2011.

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