terça-feira, 28 de maio de 2013

Biodiversidade marinha

Publicado em 17/05/2013

Museu Oceanográfico Univali passa a abrigar a segunda maior coleção de peixes cartilaginosos do mundo.
Biodiversidade marinha
Pesquisadores da Univali mostram algumas espécies do acervo do Museu Oceanográfico. (foto: Divulgação/ Univali) 
 
O Museu Oceanográfico da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), localizado em Balneário Piçarras, no litoral norte de Santa Catarina, passou a abrigar a segunda maior coleção de tubarões, raias e quimeras do mundo. A instituição chegou à vice-liderança no ranking depois de receber cinco mil peças de peixes cartilaginosos do Núcleo de Pesquisa e Estudo em Chondrichthyes (Nupec), que já abrigava a antiga coleção do Instituto de Pesca de São Paulo (Ipesca) e recentemente fechou sua sede.
Com a integração dos acervos, o museu tem agora 12 mil exemplares, entre espécies raras que ocorrem na costa brasileira e animais de outras regiões do globo. A coleção supera em quantidade amostras seculares de cidades como Londres, Paris e Nova Iorque e só fica atrás do Museu Nacional dos Estados Unidos, com sede em Washington.
Segundo o geógrafo da Univali Jules Soto, curador geral do museu, um dos maiores destaques do novo acervo é o tubarão mangona-negra (Odontaspis noronhai). “Dessa espécie, que é raríssima, apenas três exemplares estão expostos em museus do mundo todo”, diz Soto. “Agora um deles está no nosso museu”, orgulha-se o geógrafo.
Mangona-negra
Exemplar de mangona-negra (‘Odontaspis noronhai’), espécie rara de tubarão, pertencente à Univali. O animal foi capturado no início da década de 1980 na costa sul do Brasil. (foto: Jules Soto)
Com barbatanas pretas – em alguns casos a nadadeira dorsal tem a ponta branca – e o focinho pontudo, o mangona-negra ocorre em diferentes regiões do oceano Atlântico e pode ser encontrado no sul do Brasil. O macho chega a medir até 3,6 m, e a fêmea, 3,3 m.

Exposição e pesquisa

As peças de maior notoriedade serão agregadas a outras já em exposição no museu. Antes da montagem dos módulos, os exemplares vão passar por processos de revisão, higienização e acomodação.
Todo o material será disposto de uma forma que leve o espectador a passar por todo o museu. “Assim, ele não perde nenhuma atração”, comenta o curador. A previsão é de que o trabalho de organização do acervo esteja concluído em julho próximo.
Acervo do Museu Univali
Parte do acervo do Museu Oceanográfico Univali, que passa por processo de organização. (foto: Divulgação/ Univali)
O principal objetivo da nova coleção, de acordo com Soto, é dar ao pesquisador condições de realizar estudos em áreas como anatomia, sistemática e biogeografia. A análise das peças pela comunidade científica deverá, segundo ele, ampliar o conhecimento sobre tubarões e raias encontrados no Brasil. “Essa coleção é o maior testemunho da biodiversidade brasileira nesse grupo zoológico”, avalia.
“Essa coleção é o maior testemunho da biodiversidade brasileira nesse grupo zoológico”
Além da ampla coleção de peixes cartilaginosos, o Museu Oceanográfico Univali abriga também 89 mil peças de conchas, 708 lotes de mamíferos marinhos (baleias, golfinhos, focas, lobos e leões-marinhos) e 644 lotes de tartarugas-marinhas.

Marina Sequinel
Ciência Hoje On-line/ PR

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