sexta-feira, 5 de junho de 2015

Tudo sobre os fósseis

Keichousaurus hui, réptil marinho triássico da China
Dúvidas, curiosidades, informações - em um só artigo, os principais tópicos sobre fósseis:
  • O que é um fóssil?
  • Quais são os tipos de fósseis?
  • Como se formam os fósseis?
  • Como se calcula a idade de um fóssil?
  • Por que é importante estudar os fósseis?

O QUE É UM FÓSSIL?

Fóssil de tiranossauro
Fósseis são restos ou vestígios de seres que viveram em tempos pré-históricos, desde animais e plantas até micro-organismos (algas, fungos, bactérias), e que estão naturalmente preservados em rochas sedimentares. A totalidade dos fósseis e sua colocação nas formações rochosas é conhecida como registro fóssil.
A palavra "fóssil" deriva do termo latino fossilis, que significa "ser desenterrado" ou "extraído da terra". Esses objetos normalmente tornam-se fósseis quando são cobertos por sedimentos e, mais tarde, mineralizados. O estudo dos fósseis cabe aos paleontólogos, cientistas do ramo da Paleontologia.

QUAIS SÃO OS TIPOS DE FÓSSEIS?

Fósseis corporais de amonites
Os fósseis mais conhecidos são restos somáticos (isto é, do corpo) de organismos do passado, chamados de somatofósseis, ou fósseis corporais. Somatofósseis podem ser fósseis de ossos, dentes, carapaças, folhas, conchas, troncos, etc.
Já os icnofósseis, ou fósseis-traço, são apenas vestígios da atividade biológica de alguns organismos. Por exemplo: fósseis de pegadas, de marcas de mordidas, de pólen, de ovos, de tocas e de excrementos (coprólitos). Os fósseis mais antigos conhecidos são traços químicos característicos deixados nas rochas, bem como os próprios organismos fossilizados, que estendem-se no tempo até 3,8 bilhões de anos atrás.

COMO SE FORMAM OS FÓSSEIS?

© Manual CienTIC - Porto Editora
Embora existam milhares de fósseis conhecidos, a fossilização é um evento muito raro, porque a matéria orgânica dos seres vivos tende a ser rapidamente decomposta. Logo, para que um organismo seja fossilizado, é necessário que este tenha uma morte em condições que facilitem a sua conservação. Seus restos devem ser cobertos por sedimentos o mais rápido possível. Ambientes com pouco oxigênio e, portanto, sem degradação e com muita sedimentação, como pântanos, leitos marinhos profundos, fundos de lagos e até mesmo enxurradas de lama, são os melhores para fossilizar um organismo.
A fossilização é um processo extremamente lento e complexo, que chega a durar milhares de anos. Em suma, pode-se dizer que um fóssil é a substituição da matéria orgânica de um organismo por minerais, sem perder suas características físicas, mas há diferentes formas de a fossilização ocorrer.
Com a mineralização, as substâncias orgânicas do corpo soterrado são paulatinamente substituídas por minerais presentes no meio ou trazidos pela água (sílica, por exemplo), numa troca tão precisa que todas as particularidades do corpo do organismo são mantidas, sem restar nada de matéria orgânica original. São fossilizadas as partes duras de animais (ossos, garras, dentes) e ramos e troncos de plantas, entre outros.
Os restos soterrados do ser vivo, após deixarem sua forma gravada na rocha, podem ser completamente degradados (até mesmo as partes mais duras), deixando apenas um molde do corpo do organismo - processo conhecido como moldagem. Se a lacuna deixada no molde for preenchida por minerais, que se solidificam constituindo uma cópia, em rocha, do ser vivo original, temos uma contramoldagem (que depende, obrigatoriamente, do processo anterior).
Molde e contramolde da concha de um Dactylioceras commune, amonite do Jurássico da Inglaterra 
Espécime de rinoceronte-lanoso (Coelodonta antiquitatis) extraordinariamente conservado, encontrado no vilarejo de Starunia, Ucrânia, em 1929
A mumificação é um tipo de fossilização mais raro, em que pode haver a preservação de todo o organismo. Esse corpo pode ser congelado, desidratado ou alterado por substâncias químicas, mantendo sua inteireza. Assim, podem ser preservadas ilesas algumas partes como órgãos, pele e até mesmo sua última refeição.
Na impressão, somente são preservados os vestígios deixados pelo organismo, como pegadas, tocas ou rastros. Ocorre quando marcas são gravadas sobre um terreno mole que se transformou em rocha com o passar do tempo.
Folha de bordo fossilizada, com 15 milhões de anos, da Alemanha
© Museu de História Natural de Londres

COMO SE CALCULA A IDADE DE UM FÓSSIL?

Paleontólogos trabalham nas escavações de uma baleia de 5 milhões de anos, na Toscana, Itália
Para a datação dos fósseis, o método mais usado e eficaz é o da radioatividade. Com o auxílio de aparelhos sofisticados, os cientistas medem a proporção de elementos radioativos, cuja meia-vida é conhecida, presentes nos fósseis. Os paleontólogos usam como base isótopos de potássio, argônio, carbono, urânio, rubídio, estrôncio ou chumbo, entre outros. A partir desses dados, é possível saber há quantos milhões ou bilhões de anos se formou aquele mineral e identificar a idade do fóssil. Entenda melhor no artigo principal: Como se descobre a idade dos fósseis?.

POR QUE É IMPORTANTE ESTUDAR OS FÓSSEIS?

Através de fósseis, é possível imaginar as paisagens antigas. Na imagem, representação de um ecossistema da América do Norte há cerca de 75 milhões de anos (o Parque Provincial dos Dinossauros).
© Julius T. Csotonyi
Tudo o que se sabe sobre animais extintos, como os dinossauros, foi descoberto através do estudo dos fósseis. Por meio deles, os cientistas não apenas podem reconstruir esqueletos e saber seu tamanho, mas descobrir o peso, o comportamento, como se locomovia e de que se alimentava o ser. Ninhos com ovos e filhotes fornecem dados sobre a conduta maternal desses animais. Com apenas pegadas fossilizadas é possível calcular a altura e a velocidade com que ele se movia. Seguindo as pistas deixadas pelo tempo, a ciência é capaz de revelar os hábitos e características de seres que nunca vimos e desvendar a história da vida.
Fósseis ainda constituem uma importante evidência do processo evolutivo e são úteis para o reconhecimento de pacotes de rochas e sua sucessão temporal. Indicam a distribuição dos antigos mares e continentes (Paleogeografia) e ajudam a reconstruir os ambientes antigos (Paleoecologia). Do ponto de vista econômico, são importantes na indústria do petróleo, do carvão mineral e do gás natural, os chamados combustíveis fósseis.
Reconstituição do fóssil de um Diabloceratops mostrando como devia ser sua aparência em vida
© Julius T. Csotonyi

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