domingo, 30 de agosto de 2015

 PALEONTOLOGIA

A floresta da água e do fogo

Fósseis em mina de carvão no Rio Grande do Sul revelam paisagem pantanosa sujeita a incêndios frequentes há 290 milhões de anos 

MARIA GUIMARÃES | ED. 234 | AGOSTO 2015
Email this to someoneTweet about this on TwitterShare on Google+Share on FacebookShare on LinkedIn

© JOALICE DE OLIVEIRA MENDONÇA UFRJ/CC MN/IGEO / LAFO
Possível estrutura produtora de pólen ao microscópio de fluorescência
Possível estrutura produtora de pólen ao microscópio de fluorescência

Muito mudou na paisagem da região Sul do Brasil nos últimos 290 milhões de anos. A América do Sul se separou da África e ergueu-se a serra Geral, cujas montanhas acompanham de perto o que hoje é a costa dos estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Registros preservados nas rochas sugerem que, antes disso, a região tinha áreas alagadas onde brotavam árvores de cerca de 15 metros de altura do grupo das pteridospermas, coníferas ancestrais que dominavam o que hoje são ambientes geradores de carvão no hemisfério Sul. O grupo da paleobotânica Margot Guerra-Sommer, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), obteve mais do que fósseis em expedições à mina de carvão de Faxinal, no município gaúcho de Arroio dos Ratos. As rochas dali preservaram informações paleoecológicas que contam uma história de incêndios recorrentes em um ambiente onde se imaginava uma umidade constante.

“No meio do carvão mineral encontramos fragmentos de troncos com cerca de 20 centímetros de diâmetro”, conta a bióloga Isabela Degani-Schmidt, doutoranda no laboratório de Margot. O achado é incomum porque a matéria orgânica vegetal queimada é extremamente delicada e costuma quebrar-se em fragmentos de no máximo 4 a 5 centímetros no caminho até o local no qual fica acumulada e encontra condições de ser preservada para a posteridade. Não foi o que aconteceu na região estudada pelo grupo de Margot.

Os fósseis de dimensões incomuns indicam que as árvores da região foram queimadas em pé. Os troncos, depois de caídos, permaneceram no mesmo lugar em que seriam encontrados bem mais tarde por mineradores e pesquisadores.

© JOALICE DE OLIVEIRA MENDONÇA UFRJ/CC MN/IGEO / LAFO
Brilho indica que pólen não foi queimado
Brilho indica que pólen não foi queimado.

O material guarda registros importantes do ambiente da época (início do período geológico conhecido como Permiano) naquela região, que agora podem ser interpretados. A fossilização dos troncos e das folhas indica que eram florestas em ambiente pantanoso. “São condições propícias à fossilização porque o material vegetal que cai na água acumula-se em um ambiente ácido inóspito para as bactérias e fungos responsáveis pela decomposição”, explica Isabela. Por isso, a ideia até agora era de um pântano permanente na região. “Nessa turfeira alagada em todas as estações, não se imaginaria que ocorressem incêndios.”

Os achados recentes, publicados na edição de julho da revista International Journal of Coal Geology, pintam, porém, um quadro mais complexo. “O ambiente provavelmente nunca ficava seco”, propõe a pesquisadora, “mas haveria um período suficientemente seco para permitir incêndios naturais, que indicam nessas ocasiões uma atmosfera muito mais rica em oxigênio do que a atual”.

O estudo de amostras de troncos e pólen por microscopia de fluorescência e eletrônica de varredura revelou também que não eram incêndios avassaladores. A medula dos troncos e os pólens não foram carbonizados, revelando temperaturas relativamente baixas. Isabela interpreta o achado como indicação de que as estações secas nunca eliminavam por completo a umidade e o solo provavelmente ficava sempre recoberto por um filme d’água, favorecendo a fossilização no próprio local e pela queima incompleta.
© IS ABELA DEGANI-SCHMIDT
Vistas a olho nu...
Folhas carbonificadas…

Flora especializada

A hipótese mais plausível para a origem dos incêndios, segundo Isabela, é que seriam causados por raios. Outra possibilidade aventada seria vulcanismo, reforçada pela presença de uma camada de rocha de cor branca, rica em folhas fossilizadas, em meio ao carvão, interpretada como cinza vulcânica. Examinando essa camada de rocha, o grupo de Margot concluiu que as cinzas já teriam caído frias sobre a região e devem ter vindo de longe. Ainda não se sabe de onde. “Não há indícios de fontes de atividade vulcânica por ali”, afirma Isabela.
Mais do que uma flora carbonizada, os achados revelam uma dinâmica ecológica. A pesquisadora defende que a mata era adaptada ao fogo. “Encontramos a deposição de fósseis de pteridospermas em camadas diferentes, indicando que essas plantas permaneciam ali ao longo do tempo”, explica. Falta determinar se tinham recursos para subsistir nessas condições. “Estamos analisando estruturas nas folhas para ver se tinham especializações nesse sentido.”
© IS ABELA DEGANI-SCHMIDT
...folhas carbonificadas
…Vistas a olho nu
Os fósseis encontrados, assim como as condições ambientais que eles permitem inferir, podem ser uma pista de que a diversidade vegetal era um tanto limitada por ali, determinada pela capacidade de resistir aos incêndios constantes. São estudos curiosos porque revelam uma paisagem da qual já não há vestígios vivos, com protagonistas completamente extintos. Antes vistas como um elo evolutivo entre as samambaias e as coníferas, as pteridospermas pertenciam a um grupo de gimnospermas ancestrais cujos parentes mais próximos atuais são, provavelmente, as cicas e o ginkgo. “Não há nada parecido hoje no local”, conta a pesquisadora, que não conhece nenhuma paisagem como a que vê desenhar-se a partir dos fósseis. “Só analisando as rochas para extrair o que está preservado.”

Artigo científico

DEGANI-SCHMIDT, I., et al. Charcoalified logs as evidence of hypautochthonous/autochthonous wildfire events in a peat-forming environment from the Permian of southern Paraná Basin (Brazil). International Journal of Coal Geology, v. 146, p. 55-67. 1º jul. 2015.

Lagarto do deserto brasileiro

Paleontólogos acabam de descrever um lagarto fóssil procedente do Brasil. ‘Gueragama sulamericana’ é o primeiro registro de acrodontes na América do Sul, modificando a história evolutiva desse grupo, apresenta Alexander Kellner. 
 
Por: Alexander Kellner
Publicado em 26/08/2015 | Atualizado em 27/08/2015
Lagarto do deserto brasileiro.
– Ei, cuidado com essa rocha! O que é essa parte clara?
– Não sei. Mas parecem... dentes!

Um diálogo semelhante ocorreu, de fato, no ano passado (2014) entre dois pesquisadores durante uma escavação paleontológica que estava sendo realizada nas proximidades de Cruzeiro do Oeste, município situado no noroeste do Paraná. Quase dez pessoas estavam sentadas à beira de uma estrada, no que seria um breve intervalo para descansar em um dia de intensa atividade na recuperação de vestígios de organismos de milhões de anos. Brincando com um colega, Everton Wilner (Universidade do Contestado) havia pego uma rocha que se partiu em sua mão, revelando a arcada inferior de um réptil com menos de dois centímetros: acabava de ser descoberta uma nova espécie de lagarto fóssil do Brasil, uma verdadeira raridade!

Os Squamata

Lagartos, cobras e anfisbênias (também conhecidas como cobras-cegas) compõem os Squamata, grupo de répteis bastante diversificado que hoje possui aproximadamente 9 mil espécies. Entre estas, o ramo mais diversificado é o dos iguanídeos, com mais de 1.700 espécies, divididas em dois agrupamentos de acordo com características dos seus dentes. Nos primeiros, os dentes tendem a se fusionar na parte mais alta (apical) das arcadas dentárias, condição denominada acrodonte. Já nos lagartos iguanídeos não acrodontes, os dentes estão fusionados na parte lateral interna (lingual) das arcadas, uma condição denominada pleurodonte.

Lagartos, cobras e anfisbênias compõem os Squamata, grupo de répteis bastante diversificado que hoje possui aproximadamente 9 mil espécies.
 
Considerando-se as formas recentes desses lagartos, os dois grupos ocupam áreas bem distintas. Os acrodontes são tipicamente encontrados no chamado Velho Mundo (Ásia, Europa e África), enquanto os não acrodontes são predominantes no Novo Mundo, que inclui as Américas, Madagascar e algumas ilhas do Pacífico. Tanto a origem desses dois grupos quanto os motivos que levaram a essa distribuição das espécies recentes são muito discutidos no meio científico. O maior problema está no escasso registro fossilífero de lagartos procedentes de depósitos formados durante a Era Mesozoica. Essa raridade é ainda mais pronunciada no supercontinente Gondwana, que, no passado, reunia as massas continentais das atuais América do Sul, África, Austrália, Antártica e Índia: menos de dez espécies válidas, contrastando com cerca de 150 presentes na Laurásia (Europa + Ásia).

Contribuição brasileira

Quando o colega Luiz Weinschütz (Universidade do Contestado) me mostrou o diminuto exemplar, fiquei bastante animado. Sabia que era algo importante, pois lagartos do Cretáceo são raros. O material seguiu para o Museu Nacional, onde foi preparado pelo habilidoso Helder de Paula Silva.

Quando a remoção da rocha sedimentar da peça já estava quase finalizada, um antigo aluno meu, Tiago Simões – que está desenvolvendo seu doutorado na Universidade de Alberta em Edmonton, Canadá, sob orientação do colega Michael Caldwell (diga-se de passagem, com uma bolsa do Canadá e não do Brasil – o que já é outra história) – estava passando no museu. Eu já o havia informado sobre a descoberta e ele estava muito entusiasmado. Nasceu, assim, a parceria que resultou na descrição do Gueragama sulamericana, publicada hoje em uma das principais revistas científicas do mundo, a Nature Communications. Trata-se do primeiro lagarto acrodonte, fóssil ou recente, encontrado não apenas no Brasil, mas em toda América do Sul.
Mandíbula de ‘Gueragama sulamericana’
Mandíbula de ‘Gueragama sulamericana’. As arcadas dentárias caracterizam a espécie recém-descrita como pertencente ao grupo dos lagartos acrodontes, geralmente encontrados no Velho Mundo. Esta é a primeira vez que se encontra um animal do grupo (fóssil ou vivo) na América do Sul. (foto: Tiago Simões e Adriano Kury)
Os fósseis mais antigos de lagartos acrodontes foram encontrados em rochas formadas entre 180 e 160 milhões de anos atrás na Índia (que era parte de Gondwana). Com base nessa ocorrência e na distribuição desses lagartos, havia a hipótese de que eles se dispersaram pela Ásia durante o Cretáceo Superior, entre 83 e 66 milhões de anos atrás, e apenas no Cenozoico chegaram ao restante do Velho Mundo. No entanto, Gueragama mostra que a dispersão dos acrodontes para a América do Sul aconteceu bem antes disso, sugerindo que já no Cretáceo eles alcançaram uma distribuição global.

Cabe destacar que, mesmo não contribuindo para uma melhor elucidação da origem dos acrodontes, Gueragama embaralha um pouco a história evolutiva e de diversificação do grupo, já que a nova espécie é mais proximamente relacionada a formas que estão presentes em outros continentes do que às espécies que atualmente vivem no Brasil ou em outros pontos da América do Sul. Em algum momento da história evolutiva desse grupo de lagartos, as formas acrodontes se extinguiram na América do Sul e foram substituídas por formas não acrodontes, que passaram a ser dominantes nessa parte do mundo.
Toda vez quando se encontra um novo depósito fosslífero em áreas geográficas e idades diferentes, o potencial para a descoberta de organismos surpreendentes é muito grande.
 
Para mim, é sempre interessante observar que, toda vez quando se encontra um novo depósito fosslífero em áreas geográficas e idades diferentes, o potencial para a descoberta de organismos surpreendentes é muito grande. Ainda mais nessa região de Cruzeiro do Oeste, onde as camadas representam um oásis em um deserto existente na região há 80 milhões de anos. Ali, já foram encontradas centenas de restos de pterossauros da espécie Caiuajara dobruskii – uma forma frugívora, que vivia em bandos nesse oásis.
Falei bastante sobre como o material foi encontrando e do que ocorreu até a publicação para que as pessoas possam ter uma ideia de como esse tipo de estudo é realizado. Pode até parecer que a ‘sorte’ esteve, mais uma vez, presente. Porém, ao meu modo de ver, o resultado é devido ao financiamento contínuo à pesquisa (no caso, da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro e da Universidade do Contestado), do apoio imprescindível da Prefeitura de Cruzeiro do Oeste e da atuação construtiva entre pesquisadores. E que venham mais descobertas!

Alexander Kellner
Museu Nacional/UFRJ
Academia Brasileira de Ciências

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Ligação Covalente

A ligação covalente é um tipo de ligação química realizada entre os átomos de hidrogênio, ametais e semimetais que compartilham entre si pares de elétrons.

Ligação Covalente
O dióxido de carbono é formado por ligações covalentes entre o carbono e dois átomos de oxigênio
A ligação covalente é um tipo de ligação química que ocorre com o compartilhamento de pares de elétrons entre átomos que podem ser o hidrogênio, ametais ou semimetais.
Segundo a teoria ou regra do octeto, os átomos dos elementos ficam estáveis quando atingem a configuração eletrônica de um gás nobre, ou seja, quando eles possuem oito elétrons em sua camada de valência (camada mais externa) ou dois elétrons — no caso de possuírem somente a camada eletrônica K.
Assim, seguindo essa regra, os átomos dos elementos mencionados possuem a tendência de ganhar elétrons para alcançarem a estabilidade. Por exemplo, o hidrogênio no estado fundamental possui somente um elétron na sua camada eletrônica; assim, para ficar estável, ele precisar receber mais um elétron de outro átomo.
Se tivermos dois átomos de hidrogênio, ambos precisarão receber um elétron cada. Por isso, em vez de transferirem elétrons (como ocorre na ligação iônica), eles farão uma ligação covalente em que compartilharão um par de elétrons. Desse modo, ambos ficarão com dois elétrons, adquirindo a estabilidade:
Ligação covalente de formação do gás hidrogênio
Ligação covalente de formação do gás hidrogênio
Essa forma de representar as ligações químicas, em que os elétrons da camada de valência são colocados ao redor do símbolo do elemento como “pontinhos”, é chamada de fórmula eletrônica de Lewis. Nela, cada par de elétrons compartilhado em uma ligação covalente é representado por um “enlaçamento” entre os dois pontinhos.
Existe outra forma de representar as ligações covalentes, que é por meio da fórmula estrutural. Nessa fórmula, cada par compartilhado é representado por um traço. Veja:
Representação das ligações covalentes em fórmulas estruturais
Representação das ligações covalentes em fórmulas estruturais
Assim, a ligação que forma o gás hidrogênio é representada da seguinte forma: H ? H. E sua fórmula molecular é H2.
Visto que o hidrogênio é capaz de realizar somente uma ligação covalente, dizemos que ele é monovalente. Veja na tabela a seguir a quantidade de ligações covalentes que os principais ametais e semimetais podem realizar:
Possibilidades de realização de ligação covalente dos ametais e semimetais principais da Tabela Periódica
Possibilidades de realização de ligação covalente dos ametais e semimetais principais da Tabela Periódica
Com base nisso, consideremos agora a molécula de dióxido de carbono (CO2). O carbono, que pertence à família 14, possui quatro elétrons na última camada, como mostrado na tabela, e precisa fazer quatro ligações covalentes para ficar estável. Já o oxigênio é da família 16, possui seis elétrons na camada de valência e precisa realizar duas ligações. Desse modo, o carbono compartilha dois pares de elétrons ou faz duas ligações duplas com cada átomo de oxigênio. Veja como ficam as fórmulas eletrônica e estrutural, respectivamente, do dióxido de carbono:
Fórmula eletrônica e estrutural do dióxido de carbono
Fórmula eletrônica e estrutural do dióxido de carbono
Veja mais exemplos a seguir:
Exemplos de ligações covalentes (fórmulas eletrônicas)
Exemplos de ligações covalentes (fórmulas eletrônicas)
Mas existe um tipo especial de ligação covalente. Estude sobre ela no texto Ligação Covalente Dativa.

Cientistas encontram diamantes em lava de vulcão


Pedras precisosas podem ter se originado da quebra de gases por relâmpagos. Foto: shutterstock
Cientistas russos descobriram diamantes de um novo tipo na lava congelada expelida pelo vulcão Plôski Tolbatchik, nas península do Kamtchatka, entre 2012 e 2013, de acordo com o site do Ministério da Educação e Ciência da Federação Russa

A erupção que resultou na descoberta foi considerada incomum, e foi caracterizada como intersticial. Esse tipo de evento distingue-se pelo fato de lava sair não pela cratera do vulcão, mas por fissuras nas encostas.
Os cientistas ressaltam que, em toda a história, só ocorreram seis grandes erupções desse tipo: duas vezes na Islândia, nos séculos 10 e 18, duas no México, nos séculos 18 e 20, uma nas Ilhas Canárias, no século 18, e duas no Tolbatchik, na península russa do Kamtchatka, a primeira entre 1975 e 1976 e a segunda, entre 2012 e 2013.

O documento divulgado pelo ministério destaca que uma pequena mostra da lava expelida pelo vulcão foram extraídas algumas centenas de diamantes, e de grandes dimensões.
Ainda segundo os cientistas responsáveis pela descoberta, as pedras vulcânicas não se parecem em nada com as sintéticas.

Além disso, não se deve duvidar de sua origem natural, apesar de elas se diferenciarem de todas as variedades conhecidas da pedra preciosa em muitas características mineral-geológicas - da temperatura de combustão à composição.

Cratera gigante na Sibéria se transforma gradualmente em lago

Geólogos apresentaram uma teoria de que relâmpagos teriam tido papel na formação dos diamantes de Tolbatchik, quebrando os gases vulcânicos que contêm carbono.

Ainda em 1964 a França patenteou um modo obter diamantes por meio de gases com o uso de cargas elétricas fortes. Assim, acredita-se que a natureza possa ter seus próprios métodos para criar, como os franceses, diamantes vulcânicos a partir de relâmpagos.

Os pesquisadores também consideram que, no futuro, tais diamantes podem concorrer com os kimberlitos tradicionais.
Versão reduzida de matéria publicada originalmente pelo jornal Rossiyskaya Gazeta.

Teoria em construção

Modelo explica como seleção natural atua para criar conjuntos de características que variam em uníssono 

MARIA GUIMARÃES | ED. 230 | ABRIL 2015
Email this to someoneTweet about this on TwitterShare on Google+Share on FacebookShare on LinkedIn

Quando uma notícia de jornal traz a ilustração de um dinossauro recém-descoberto, talvez caçando em meio a uma floresta pré-histórica, é difícil acreditar que o ponto de partida para reconstruir o animal tenha sido um único dente. Mas é o que muitas vezes acontece. Isso é possível, em parte, porque as proporções entre as diferentes partes do corpo se mantêm bastante fixas nos mais diferentes organismos como resultado de uma ação em concerto de certas características. “A evolução brinca com tijolos e vai remodelando a construção dos seres, como se fosse um Lego da vida”, compara o biólogo Gabriel Marroig, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP).

Seu grupo, do Laboratório de Evolução de Mamíferos, está esmiuçando como esse jogo acontece por meio de estudos sobre como esses blocos podem ser transmitidos de uma geração para outra em diferentes espécies de animais. Mas o avanço mais recente, que de certo modo serve de fundamento para os demais projetos, não se concentrou em espécies reais: foi obtido a partir de simulações teóricas em computador. Os resultados do mestrado do biólogo Diogo Melo mostram que, para que surjam esses tijolos evolutivos que agrupam feições, é necessário um empurrãozinho da seleção natural – que os evolucionistas chamam de seleção direcional, segundo mostra artigo publicado em janeiro na revista PNAS.

Marroig dá como exemplo a relação estável de tamanho e forma que existe entre a mandíbula e a maxila, respectivamente os ossos que servem de suporte para os dentes inferiores e superiores da maioria dos mamíferos. Esses ossos precisam ser proporcionais para permitir que o animal obtenha e mastigue os alimentos de modo eficiente. Como a função – no caso, comer – é essencial para a sobrevivência do organismo, variações no tamanho de uma parte necessariamente provocam mudanças na outra. Mandíbula e maxila formam, então, um bloco de construção. “A não ser que de repente começasse a chover papinha de bebê”, imagina o pesquisador. “Nesse caso poderia ser melhor o animal ter a mandíbula maior do que a maxila para, sem esforço, recolher o alimento que cai do céu.” Retomando a analogia do Lego, a evolução precisaria criar novos blocos, em vez de remanejar os que existem.

Apesar de fantasioso, o exemplo se assemelha à realidade. Assim como a forma das peças de Lego mudam pouco, a estrutura do crânio de mamíferos é extremamente estável. O trabalho da dupla mostra que, quando há uma pressão seletiva forte – como a mudança no tipo de alimento disponível e na forma de obtê-lo –, o módulo se rompe e um novo se estabelece em poucas gerações.
A tal modularidade existe porque a relação entre os genes e as características raramente é simples como se aprende na escola. Em geral, há uma relação direta entre um gene e uma característica. Mas pode haver variações em qualquer direção conectando grupos de genes e blocos de características – seriam os módulos.
© MARCELO CIPIS
Complexidade
Com as simulações rodando por semanas a cada vez, Melo conseguiu o que ainda não tinha sido feito na busca por entender como surgem esses blocos: criar um cenário em que ao longo de 10 mil gerações uma população é submetida a tipos distintos de seleção natural ou isenta de pressão seletiva. Mais importante: essa evolução teórica age sobre mais de mil genes que determinam uma dezena de características. “Até agora só existiam trabalhos com duas características”, conta Melo. Eles resolveram investir num cenário multidimensional, mais próximo da realidade, apesar de exigir um esforço computacional incrivelmente maior. Isso foi possível porque um quarto do financiamento para o projeto de Marroig foi destinado à aquisição de um potente servidor para uso compartilhado com outros pesquisadores.

Ao testar tipos diferentes de seleção natural, além da situação em que genes aparecem ou se perdem ao acaso (processo conhecido como deriva genética) na população, as simulações mostraram que só é possível reproduzir o que se vê na natureza por meio de uma combinação de dois tipos de seleção natural: a direcional, seguida da seleção estabilizadora. A primeira favorece a sobrevivência de organismos que apresentam uma característica vantajosa num ambiente em alteração – por exemplo, a boca com queixo projetado para a frente quando a comida passa a cair do céu. Só assim surgiram, nas populações fictícias, os novos blocos de características.

Depois de um período em que vigorou a seleção direcional, no entanto, a seleção estabilizadora entra em cena. Ela possibilita que os organismos que preservam uma determinada característica ao longo das gerações se saiam melhor. O que era novidade se torna regra.
© MARCELO CIPIS
Apesar de ser um experimento conduzido em populações simuladas em um programa de computador, suas conclusões reproduzem os resultados empíricos que Marroig obteve em trabalhos anteriores, como o que explica a evolução do tamanho dos macacos encontrados nas Américas (ver Pesquisa FAPESP nº 141), assim como nos projetos atuais do laboratório.

O trabalho de Melo reforça a importância de uma ideia que costuma receber pouca atenção na biologia evolutiva: a epistasia, ou a influência que alguns genes exercem sobre outros. “A epistasia é o patinho feio da genética e da evolução, mas agora começa a assumir importância central”, afirma Marroig. Esse conceito vem sendo discutido apenas nos últimos 20 anos, tempo insuficiente para ganhar espaço nos livros didáticos da área. Mas, para Marroig, explica a maior parte da variação genética encontrada hoje na natureza. Faz sentido: um conjunto de mil genes é limitado se cada um deles afeta uma característica. Mas se o efeito se der por meio de combinações entre as peças desse repertório genético, as possibilidades se tornam muito mais numerosas. É por isso que a evolução consegue reagir em poucas gerações a mudanças no ambiente, quebrando os blocos de construção e fazendo novos, mais adequados. “As coisas não são tão lineares quanto os biólogos estão acostumados a imaginar”, conclui o pesquisador.

Projeto

Modularidade e suas consequências evolutivas (11/14295-7); Modalidade Projeto Temático; Pesquisador responsável Gabriel Marroig (USP); Investimento R$ 1.006.189,94 (FAPESP).

Artigo científico

MELO, D. e MARROIG, G. Directional selection can drive the evolution of modularity in complex traits. PNAS. v. 112, n. 2, p. 470-75. 13 jan. 2015.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Tipos de clorofila

Os diferentes tipos de clorofila, além de garantirem a coloração verde das plantas, auxiliam no processo de fotossíntese.

Tipos de clorofila
A coloração verde das plantas é resultado da presença de clorofila
A clorofila é o pigmento que dá coloração verde a alguns tecidos vegetais, em especial aos tecidos das folhas, e ajuda no processo de obtenção de compostos orgânicos (fotossíntese). O nome desse pigmento foi proposto, em 1818, por Pelletier e Caventou para designar uma substância verde que saía das folhas ao colocar esse órgão no álcool.

As moléculas de clorofila, que se localizam no interior dos cloroplastos nas plantas superiores, são constituídas por complexos derivados de um composto denominado porfirina. Elas são compostos instáveis e sensíveis à luz, calor, oxigênio e alguns processos químicos. Existem diferentes tipos clorofila, que são chamados de a, b, c e d, e diferem-se pela estrutura de sua molécula e sua capacidade de absorção.
A clorofila a é o tipo mais abundante, representando cerca de 75% de todos os pigmentos verdes encontrados nas plantas. É encontrada em praticamente todos os organismos que realizam fotossíntese, excetuando-se algumas bactérias fotossintetizantes que possuem pigmentos especializados. Ela possui papel fundamental no processo de fotossíntese, atuando ativamente na produção de substâncias orgânicas.
A clorofila a é encontrada em todos os organismos eucariontes fotossintetizantes
A clorofila a é encontrada em todos os organismos eucariontes fotossintetizantes

As clorofilas b, c e d atuam como pigmentos acessórios na fotossíntese, ajudando a ampliar a faixa de luz que pode ser utilizada nesse processo, complementando a captação de luz. Além dessas clorofilas, os carotenoides e ficobilinas também são considerados pigmentos acessórios. É importante frisar que as clorofilas b, c e d não podem substituir a clorofila a no processo de fotossíntese, atuando exclusivamente como pigmentos acessórios.

A clorofila b é encontrada em plantas, algas verdes e euglenófitas. A concentração desse tipo de clorofila é maior em plantas sombreadas, uma vez que ela aumenta os comprimentos de onda que podem ser capturados pela planta. A clorofila b pode ser convertida em a pela ação da enzima clorofila a oxigenase. Na natureza, as clorofilas a e b encontram-se em uma proporção de 3:1.

A clorofila c, por sua vez, possui a mesma função da clorofila b e é um substituinte desta em alguns grupos de algas, tais como as diatomáceas e as algas pardas. Já a clorofila d é encontrada em algas vermelhas.

Curiosidade: As clorofilas são utilizadas como corantes naturais e antioxidantes, o que gera a produção de alimentos mais saudáveis.

Gimnospermas e angiospermas: Uma história de sucesso vegetal

Marcus V. Cabral
Floresta de coníferas no norte da Califórnia. As coníferas são o grupo mais numeroso e de maior distribuição geográfica entre as gimnospermas: são cerca de 50 gêneros e 550 espécies.

  • Floresta de coníferas no norte da Califórnia. As coníferas são o grupo mais numeroso e de maior distribuição geográfica entre as gimnospermas: são cerca de 50 gêneros e 550 espécies.
Uma das maiores inovações que sugiram no decorrer da evolução das plantas vasculares foi a semente. Essa estrutura protege e alimenta o embrião dos vegetais, justamente nos estágios mais delicados da germinação. Por isso, as gimnospermas e angiospermas (também chamadas de fanerógamas), têm vantagem sobre os grupos de vegetais que se reproduzem por meio de  esporos. A prova disso é que existe um número muito superior de espécies vegetais produtoras de sementes do que de plantas fazem uso de esporos para se propagar.

As angiospermas são as plantas que apresentam o maior sucesso evolutivo nos dias atuais -- se compararmos o número de espécie de angiospermas e gimnospermas, poderemos notar que o primeiro grupo de plantas conta com cerca de 235 mil espécies viventes contra 720 espécies do segundo grupo. Isso significa que as angiospermas sofreram inúmeras mutações gênicas para poderem se adaptar aos mais variados tipos de ambiente.

Contudo, para melhor compreender esse grupo de plantas, é preciso voltar no tempo e analisar como viviam suas ancestrais. Por volta de 360 milhões de anos atrás, no final do Período Devoniano e início do Carbonífero, o movimento das placas tectônicas promoveu sérias mudanças no clima da Terra: o clima quente e úmido, tornou-se muito frio e seco. Além disso, o nível do mar sofreu redução entre 100 e 200 metros. Nesse contexto, as plantas ancestrais das gimnospermas e angiospermas, as progimnospermas iniciaram sua jornada evolutiva.

A ancestralidade das progimnospermas com as fanerógamas atuais  se comprova pela presença de uma estrutura chamada câmbio vascular bifacial – em outras palavras, um tecido que produz xilema e floema secundário. Esse é um detalhe interessante, porque o câmbio vascular bifacial só existe nas plantas produtoras de sementes, ou seja, gimnospermas e angiospermas.

Semente nua

Por meio das gimnospermas, pela primeira vez na história evolutiva das plantas, aparecem a semente e a flor. As flores desses vegetais são chamadas de estróbilos ou pinhas e são polinizadas pelo vento. Por serem mais primitivas que as angiospermas, as flores das gimnospermas não liberam a ferramenta necessária para atrair polinizadores -- o perfume.  A palavra "gimnosperma" significa "semente nua" e essa denominação se deve ao fato dos óvulos e sementes ficarem expostos sobre as superfícies dos esporófilos, ou seja, sem a proteção do fruto, como ocorre com as angiospermas.

Esse grupo de vegetais foi o primeiro a conquistar, de forma definitiva, o ambiente terrestre pois a fecundação não depende mais da água para acontecer e, ainda, o embrião fica protegido contra a desidratação em uma "capa" que também contém nutrientes para o seu desenvolvimento -- tudo isso é a semente. Por isso, as gimnospermas são consideradas os "répteis" do Reino Plantae. Muitas vezes, os nomes das estruturas das plantas assusta, num primeiro momento, mas não é complicado se os termos técnicos forem "traduzidos" para a linguagem do cotidiano: por exemplo, as gimnospermas e angiospermas são espermatófias ou seja, produtoras de sementes. Também, quando se fala sobre plantas vasculares, significa que elas possuem raiz, caule e folhas.

Grupos de Gimnospermas

As gimnospermas se dividem em quatro grupos: Cycadophyta (cicadáceas), Ginkgophyta (ginkgos), Coniferophyta (coníferas) e Gnetophyta (gnetófitas).

As coníferas são o grupo mais numeroso e de maior distribuição geográfica, dentre as gimnospermas: são cerca de 50 gêneros e 550 espécies. Nesse grupo, está a árvore mais alta do mundo, a sequóia (Sequoia sempervirens), que pode atingir mais de 117 metros de altura e seu tronco chega aos 11 metros de diâmetro
Os pinheiros são as gimnospermas mais comuns, com mais ou menos 90 espécies e, assim como as outras coníferas, suas folhas são adaptadas a ambientes áridos. Mas as peculiaridades das "arvores de natal" não para por aí: muitas espécies produzem sementes aladas, para que o vento as carregue por grandes distâncias e, algumas espécies como o Pinus contorta, desenvolveram estróbilos que só liberam as sementes quando expostos a altas temperaturas -- após um incêndio em um bosque desses pinheiros, as árvores ficam queimadas, mas seus estróbilos se abrem, liberam as sementes e a espécie se restabelece (isso em condições naturais, sem a interferência humana).

Ciclo de vida das Gimnospermas

O ciclo de vida de todos os vegetais é chamado haplodiplobionte, pois apresenta uma fase haplóide (n) e uma fase diplóide (2n). O ciclo de vida do Pinheiro do Paraná, também conhecido por araucária, é exemplo clássico do ciclo de vida das gimnospermas e, acontece da seguinte maneira: As células-mãe dos grãos de pólen (microsporócito) dividem-se por meiose e, cada estrutura dessa produz quatro micrósporos haplóides (n). Os micrósporos transformam-se em grãos de pólen que, são liberados e carregados pelo vento. Então, quando o gameta masculino atinge o óvulo, inicia-se a germinação e a formação do tubo polínico.
Mais ou menos depois de 30 dias, o megasporócito sofre mitose e nasce uma estrutura chamada megagametófito, que, por sua vez, origina os arquegônios. Após 15 meses, o tubo polínico atinge a oosfera e ocorre a fecundação -- forma-se, então, o zigoto que vai se transformar em embrião. Quando a semente está madura, o embrião já possui estruturas precursoras da raíz, caule e folhas -- então,  a semente cai no solo para germinar.
Segue abaixo um esquema simplificado desse ciclo:

Angiospermas

A maioria das plantas que conhecemos são angiospermas, que pertencem à divisão Antophyta das gimnospermas. Essas plantas correspondem a pelo menos 230 mil espécies, ou seja, são o maior grupo de seres fotossintetizantes. Do eucalipto, com mais de 100 metros, até plantinhas com 1 mm de comprimento, as angiospermas literalmente são campeãs em diversidade de vida vegetal na Terra.
As angiospermas se dividem em duas classes: monocotiledôneas (como a cana-de-açúcar) e dicotiledôneas (como o feijão). Para saber a qual desses grupos uma planta pertence, deve-se reparar nas características da folha: se ela tiver uma nervura no meio, dividindo-a em duas partes, como as folhas de uma roseira, ela será dicotiledônea e, se não apresentar essa característica, será monocotiledônea. Abaixo, o quadro ilustra as principais diferenças entre essas duas classes de angiospermas:
Apesar das angiospermas compartilharem com as gimnospermas aspectos reprodutivos básicos, elas diferem em muitas características. Por exemplo, a flor apresenta carpelos e, nas sementes, o alimento  fica armazenado em uma estrutura chamada endosperma.
As flores das angiospermas produzem néctar, substância nutritiva que atrai animais polinizadores, ou seja, que levam o pólen de uma planta para outra e, assim, ocorre a união dos gametas. Então, forma-se o embrião que fica protegido dentro de uma semente -- e ela fica envolta no fruto, característica especial desse grupo de vegetais.
Algumas angiospermas desenvolveram interdependência com determinadas espécies de animais, ou seja, apenas uma espécie de animal pode disseminar a planta. Um bom exemplo disso é a relação do lobo-guará com a lobeira: essa planta só germina se suas sementes passarem pelo trato digestório do maior canídeo sul americano.
Todos os aspectos atrativos das flores, como o aroma e as cores são artifícios criados pelas angiospermas para atrair animais polinizadores, como morcegos, abelhas, aves, etc. Essas adaptações são uma grande vantagem de sobrevivência em relação aos outros grupos vegetais. Para se ter uma idéia, só as abelhas formam um batalhão de 20 mil espécies de polinizadores.

A Flor

As flores, de maneira geral, são formadas pelas seguintes estruturas:
Pêndulo: Eixo de sustentação;
Receptáculo: Dilatação do pêndulo;
Cálice: Conjunto de sépalas com a função de proteger o botão floral;
Corola: Conjunto de pétalas;
Androceu: estames, que formam o sistema reprodutor masculino;
Ginenceu: Sistema reprodutor feminino (pistilo)
Filete: estrutura que sustenta a antera.
Antera: abriga os sacos polínicos (onde se formam os micrósporos). Após sofrer mitose, cada micrósporo se transforma em um grão de pólen.
Abaixo, você pode conferir o desenho esquemático de uma flor:
Os esporófilos femininos de uma angiosperma são os carpelos e, cada um é formado pelo estigma, estilete e ovário. A reprodução desse grupo de vegetais apresenta três etapas básicas: polinização, germinação do grão de pólen, e fertilização. Depois que ela acontece, o óvulo se transforma na semente e o ovário no fruto.
O esquema abaixo, ilustra o ciclo reprodutivo de uma angiosperma:
O quadro abaixo resume as principais diferenças entre as Gimnospermas e Angiospermas:

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

.

CLADOGRAMA


Um cladograma é um diagrama usado em cladística que mostra as relações ancestrais entre organismos, para representar a árvore da vida evolutiva.
Apesar de terem sido tradicionalmente obtidas principalmente na base de caracteres morfológicos, sequências de DNA e RNA e filogenética computacional, são agora normalmente usados para gerar cladogramas.
As relações evolutivas entre os seres vivos são representadas por diagramas denominados cladogramas (clado = ramo) em que se destacam os pontos onde ocorrem os eventos cladogenéticos e se considera a anagênese como processo que origina as novidades evolutivas.


  • Anagênese: processo pela qual um caráter surge ou se modifica numa população, ao longo do tempo, sendo responsável pelas novidades evolutivas.

  • Cladogênese: processo responsável pela ruptura da coesão inicial numa população, gerando duas ou mais populações que não mais se comunicam.
Partes que compõem um cladograma: raiz, ramos, nós e terminais. Os grupos de seres vivos compõem os terminais nos cladogramas. Os ramos são as linhas do cladograma. Nó é o ponto de onde partem as ramificações. Representa o ancestral comum hipotético para todos os grupos acima dele. Os grupos acima de cada nó são monofiléticos. Cada nó simboliza um evento cladogenético.



ALGUNS EXEMPLOS DE CLADOGRAMAS







ENTENDENDO UM CLADOGRAMA

Abaixo temos um cladograma dos vertebrados que os relaciona de acordo com as características que os organismos deste grupo compartilham:



Em um cladograma, a BASE representa um ANCESTRAL comum COMPARTILHADO por todos os vertebrados, como no exemplo acima, e os RAMOS (CLADOS), os DESCENDENTES. Ao lado do cladograma pode ser inserido uma escala do tempo geológico, facilitando assim a visualização do PERÍODO em que o grupo surgiu e, consequentimente, há quantos mil/milhões/bilhões de anos se deu este surgimento.

CLADO E CLADOGRAMA CLADO Em cladística, um clado ou clade (do grego klados = ramo) são grupos de organismos originados de um único ancestral comum. Em biologia se chama clado cada um dos ramos da árvore filogenética. Por conseguinte um clado é um grupo de espécies com um ancestral comum. Qualquer grupo assim considerado é um grupo monofilético de organismos, e podem ser modelados em um cladograma: um diagrama dos organismos em forma de árvore. O clado forma parte de uma hipótese científica de modelo relacional evolucionário entre os organismos incluídos na análise. Um clado particular pode ser sustentado ou não diante de uma análise subsequente usando um conjunto diferente de dados ou de um modelo distinto de evolução. Se um clado se mostra robusto em distintas análises cladísticas, usando diferentes conjuntos de dados, pode ser adotado em uma taxonomia e se tornar um táxon. contudo um táxon não é necessariamente um clado. Os répteis por exemplo são um grupo parafilético, porque não incluem aves, as quais possuem um ancestral comum com os répteis. A tendência entretanto é reorganizar os táxons para formar clados. Charles Darwin mostrou, entre outras coisas, que a evolução vem acompanhada de divergência, de maneira que dadas duas espécies, ambas derivarão de um antepassado comum mais ou menos remoto no tempo. Desde então a taxonomia evolutiva surge como um ideal da classificação biológica de agrupar as espécies por seu grau de parentesco, aproximando as que tem um ancestral comum mais próximo. O estudo do parentesco, análise filogenética ou análise cladística, se realiza agora com ferramentas muito eficazes, como a comparação direta de sequências genéticas. As árvores filogenéticas resumem o que se sabe da história evolutiva e se chamam clados os seus ramos. CLADOGRAMA MOSTRANDO DOIS CLADOS: AZUL E VERMELHO. OS RAMOS VERDES NÃO REPRESENTAM UM CLADO, POIS OS RAMOS EM AZUL TAMBÉM DESCENDEM DALI CLADOGRAMA Um cladograma é um diagrama usado em cladística que mostra as relações ancestrais entre organismos, para representar a árvore da vida evolutiva. Apesar de terem sido tradicionalmente obtidas principalmente na base de caracteres morfológicos, sequências de DNA e RNA e filogenética computacional, são agora normalmente usados para gerar cladogramas. As relações evolutivas entre os seres vivos são representadas por diagramas denominados cladogramas (clado = ramo) em que se destacam os pontos onde ocorrem os eventos cladogenéticos e se considera a anagênese como processo que origina as novidades evolutivas. Anagênese: processo pela qual um caráter surge ou se modifica numa população, ao longo do tempo, sendo responsável pelas novidades evolutivas. Cladogênese: processo responsável pela ruptura da coesão inicial numa população, gerando duas ou mais populações que não mais se comunicam. Partes que compõem um cladograma: raiz, ramos, nós e terminais. Os grupos de seres vivos compõem os terminais nos cladogramas. Os ramos são as linhas do cladograma. Nó é o ponto de onde partem as ramificações. Representa o ancestral comum hipotético para todos os grupos acima dele. Os grupos acima de cada nó são monofiléticos. Cada nó simboliza um evento cladogenético. ALGUNS EXEMPLOS DE CLADOGRAMAS ENTENDENDO UM CLADOGRAMA Abaixo temos um cladograma dos vertebrados que os relaciona de acordo com as características que os organismos deste grupo compartilham: Em um cladograma, a BASE representa um ANCESTRAL comum COMPARTILHADO por todos os vertebrados, como no exemplo acima, e os RAMOS (CLADOS), os DESCENDENTES. Ao lado do cladograma pode ser inserido uma escala do tempo geológico, facilitando assim a visualização do PERÍODO em que o grupo surgiu e, consequentimente, há quantos mil/milhões/bilhões de anos se deu este surgimento. Copy the BEST Traders and Make Money (One Click) : http://ow.ly/KNICZ

Copy the BEST Traders and Make Money (One Click) : http://ow.ly/KNICZ
CLADO E CLADOGRAMA CLADO Em cladística, um clado ou clade (do grego klados = ramo) são grupos de organismos originados de um único ancestral comum. Em biologia se chama clado cada um dos ramos da árvore filogenética. Por conseguinte um clado é um grupo de espécies com um ancestral comum. Qualquer grupo assim considerado é um grupo monofilético de organismos, e podem ser modelados em um cladograma: um diagrama dos organismos em forma de árvore. O clado forma parte de uma hipótese científica de modelo relacional evolucionário entre os organismos incluídos na análise. Um clado particular pode ser sustentado ou não diante de uma análise subsequente usando um conjunto diferente de dados ou de um modelo distinto de evolução. Se um clado se mostra robusto em distintas análises cladísticas, usando diferentes conjuntos de dados, pode ser adotado em uma taxonomia e se tornar um táxon. contudo um táxon não é necessariamente um clado. Os répteis por exemplo são um grupo parafilético, porque não incluem aves, as quais possuem um ancestral comum com os répteis. A tendência entretanto é reorganizar os táxons para formar clados. Charles Darwin mostrou, entre outras coisas, que a evolução vem acompanhada de divergência, de maneira que dadas duas espécies, ambas derivarão de um antepassado comum mais ou menos remoto no tempo. Desde então a taxonomia evolutiva surge como um ideal da classificação biológica de agrupar as espécies por seu grau de parentesco, aproximando as que tem um ancestral comum mais próximo. O estudo do parentesco, análise filogenética ou análise cladística, se realiza agora com ferramentas muito eficazes, como a comparação direta de sequências genéticas. As árvores filogenéticas resumem o que se sabe da história evolutiva e se chamam clados os seus ramos. CLADOGRAMA MOSTRANDO DOIS CLADOS: AZUL E VERMELHO. OS RAMOS VERDES NÃO REPRESENTAM UM CLADO, POIS OS RAMOS EM AZUL TAMBÉM DESCENDEM DALI CLADOGRAMA Um cladograma é um diagrama usado em cladística que mostra as relações ancestrais entre organismos, para representar a árvore da vida evolutiva. Apesar de terem sido tradicionalmente obtidas principalmente na base de caracteres morfológicos, sequências de DNA e RNA e filogenética computacional, são agora normalmente usados para gerar cladogramas. As relações evolutivas entre os seres vivos são representadas por diagramas denominados cladogramas (clado = ramo) em que se destacam os pontos onde ocorrem os eventos cladogenéticos e se considera a anagênese como processo que origina as novidades evolutivas. Anagênese: processo pela qual um caráter surge ou se modifica numa população, ao longo do tempo, sendo responsável pelas novidades evolutivas. Cladogênese: processo responsável pela ruptura da coesão inicial numa população, gerando duas ou mais populações que não mais se comunicam. Partes que compõem um cladograma: raiz, ramos, nós e terminais. Os grupos de seres vivos compõem os terminais nos cladogramas. Os ramos são as linhas do cladograma. Nó é o ponto de onde partem as ramificações. Representa o ancestral comum hipotético para todos os grupos acima dele. Os grupos acima de cada nó são monofiléticos. Cada nó simboliza um evento cladogenético. ALGUNS EXEMPLOS DE CLADOGRAMAS ENTENDENDO UM CLADOGRAMA Abaixo temos um cladograma dos vertebrados que os relaciona de acordo com as características que os organismos deste grupo compartilham: Em um cladograma, a BASE representa um ANCESTRAL comum COMPARTILHADO por todos os vertebrados, como no exemplo acima, e os RAMOS (CLADOS), os DESCENDENTES. Ao lado do cladograma pode ser inserido uma escala do tempo geológico, facilitando assim a visualização do PERÍODO em que o grupo surgiu e, consequentimente, há quantos mil/milhões/bilhões de anos se deu este surgimento. Copy the BEST Traders and Make Money (One Click) : http://ow.ly/KNICZ

Copy the BEST Traders and Make Money (One Click) : http://ow.ly/KNICZ
CLADO E CLADOGRAMA CLADO Em cladística, um clado ou clade (do grego klados = ramo) são grupos de organismos originados de um único ancestral comum. Em biologia se chama clado cada um dos ramos da árvore filogenética. Por conseguinte um clado é um grupo de espécies com um ancestral comum. Qualquer grupo assim considerado é um grupo monofilético de organismos, e podem ser modelados em um cladograma: um diagrama dos organismos em forma de árvore. O clado forma parte de uma hipótese científica de modelo relacional evolucionário entre os organismos incluídos na análise. Um clado particular pode ser sustentado ou não diante de uma análise subsequente usando um conjunto diferente de dados ou de um modelo distinto de evolução. Se um clado se mostra robusto em distintas análises cladísticas, usando diferentes conjuntos de dados, pode ser adotado em uma taxonomia e se tornar um táxon. contudo um táxon não é necessariamente um clado. Os répteis por exemplo são um grupo parafilético, porque não incluem aves, as quais possuem um ancestral comum com os répteis. A tendência entretanto é reorganizar os táxons para formar clados. Charles Darwin mostrou, entre outras coisas, que a evolução vem acompanhada de divergência, de maneira que dadas duas espécies, ambas derivarão de um antepassado comum mais ou menos remoto no tempo. Desde então a taxonomia evolutiva surge como um ideal da classificação biológica de agrupar as espécies por seu grau de parentesco, aproximando as que tem um ancestral comum mais próximo. O estudo do parentesco, análise filogenética ou análise cladística, se realiza agora com ferramentas muito eficazes, como a comparação direta de sequências genéticas. As árvores filogenéticas resumem o que se sabe da história evolutiva e se chamam clados os seus ramos. CLADOGRAMA MOSTRANDO DOIS CLADOS: AZUL E VERMELHO. OS RAMOS VERDES NÃO REPRESENTAM UM CLADO, POIS OS RAMOS EM AZUL TAMBÉM DESCENDEM DALI CLADOGRAMA Um cladograma é um diagrama usado em cladística que mostra as relações ancestrais entre organismos, para representar a árvore da vida evolutiva. Apesar de terem sido tradicionalmente obtidas principalmente na base de caracteres morfológicos, sequências de DNA e RNA e filogenética computacional, são agora normalmente usados para gerar cladogramas. As relações evolutivas entre os seres vivos são representadas por diagramas denominados cladogramas (clado = ramo) em que se destacam os pontos onde ocorrem os eventos cladogenéticos e se considera a anagênese como processo que origina as novidades evolutivas. Anagênese: processo pela qual um caráter surge ou se modifica numa população, ao longo do tempo, sendo responsável pelas novidades evolutivas. Cladogênese: processo responsável pela ruptura da coesão inicial numa população, gerando duas ou mais populações que não mais se comunicam. Partes que compõem um cladograma: raiz, ramos, nós e terminais. Os grupos de seres vivos compõem os terminais nos cladogramas. Os ramos são as linhas do cladograma. Nó é o ponto de onde partem as ramificações. Representa o ancestral comum hipotético para todos os grupos acima dele. Os grupos acima de cada nó são monofiléticos. Cada nó simboliza um evento cladogenético. ALGUNS EXEMPLOS DE CLADOGRAMAS ENTENDENDO UM CLADOGRAMA Abaixo temos um cladograma dos vertebrados que os relaciona de acordo com as características que os organismos deste grupo compartilham: Em um cladograma, a BASE representa um ANCESTRAL comum COMPARTILHADO por todos os vertebrados, como no exemplo acima, e os RAMOS (CLADOS), os DESCENDENTES. Ao lado do cladograma pode ser inserido uma escala do tempo geológico, facilitando assim a visualização do PERÍODO em que o grupo surgiu e, consequentimente, há quantos mil/milhões/bilhões de anos se deu este surgimento. Copy the BEST Traders and Make Money (One Click) : http://ow.ly/KNICZ

Copy the BEST Traders and Make Money (One Click) : http://ow.ly/KNICZ
CLADO E CLADOGRAMA CLADO Em cladística, um clado ou clade (do grego klados = ramo) são grupos de organismos originados de um único ancestral comum. Em biologia se chama clado cada um dos ramos da árvore filogenética. Por conseguinte um clado é um grupo de espécies com um ancestral comum. Qualquer grupo assim considerado é um grupo monofilético de organismos, e podem ser modelados em um cladograma: um diagrama dos organismos em forma de árvore. O clado forma parte de uma hipótese científica de modelo relacional evolucionário entre os organismos incluídos na análise. Um clado particular pode ser sustentado ou não diante de uma análise subsequente usando um conjunto diferente de dados ou de um modelo distinto de evolução. Se um clado se mostra robusto em distintas análises cladísticas, usando diferentes conjuntos de dados, pode ser adotado em uma taxonomia e se tornar um táxon. contudo um táxon não é necessariamente um clado. Os répteis por exemplo são um grupo parafilético, porque não incluem aves, as quais possuem um ancestral comum com os répteis. A tendência entretanto é reorganizar os táxons para formar clados. Charles Darwin mostrou, entre outras coisas, que a evolução vem acompanhada de divergência, de maneira que dadas duas espécies, ambas derivarão de um antepassado comum mais ou menos remoto no tempo. Desde então a taxonomia evolutiva surge como um ideal da classificação biológica de agrupar as espécies por seu grau de parentesco, aproximando as que tem um ancestral comum mais próximo. O estudo do parentesco, análise filogenética ou análise cladística, se realiza agora com ferramentas muito eficazes, como a comparação direta de sequências genéticas. As árvores filogenéticas resumem o que se sabe da história evolutiva e se chamam clados os seus ramos. CLADOGRAMA MOSTRANDO DOIS CLADOS: AZUL E VERMELHO. OS RAMOS VERDES NÃO REPRESENTAM UM CLADO, POIS OS RAMOS EM AZUL TAMBÉM DESCENDEM DALI CLADOGRAMA Um cladograma é um diagrama usado em cladística que mostra as relações ancestrais entre organismos, para representar a árvore da vida evolutiva. Apesar de terem sido tradicionalmente obtidas principalmente na base de caracteres morfológicos, sequências de DNA e RNA e filogenética computacional, são agora normalmente usados para gerar cladogramas. As relações evolutivas entre os seres vivos são representadas por diagramas denominados cladogramas (clado = ramo) em que se destacam os pontos onde ocorrem os eventos cladogenéticos e se considera a anagênese como processo que origina as novidades evolutivas. Anagênese: processo pela qual um caráter surge ou se modifica numa população, ao longo do tempo, sendo responsável pelas novidades evolutivas. Cladogênese: processo responsável pela ruptura da coesão inicial numa população, gerando duas ou mais populações que não mais se comunicam. Partes que compõem um cladograma: raiz, ramos, nós e terminais. Os grupos de seres vivos compõem os terminais nos cladogramas. Os ramos são as linhas do cladograma. Nó é o ponto de onde partem as ramificações. Representa o ancestral comum hipotético para todos os grupos acima dele. Os grupos acima de cada nó são monofiléticos. Cada nó simboliza um evento cladogenético. ALGUNS EXEMPLOS DE CLADOGRAMAS ENTENDENDO UM CLADOGRAMA Abaixo temos um cladograma dos vertebrados que os relaciona de acordo com as características que os organismos deste grupo compartilham: Em um cladograma, a BASE representa um ANCESTRAL comum COMPARTILHADO por todos os vertebrados, como no exemplo acima, e os RAMOS (CLADOS), os DESCENDENTES. Ao lado do cladograma pode ser inserido uma escala do tempo geológico, facilitando assim a visualização do PERÍODO em que o grupo surgiu e, consequentimente, há quantos mil/milhões/bilhões de anos se deu este surgimento. Copy the BEST Traders and Make Money (One Click) : http://ow.ly/KNICZ

Copy the BEST Traders and Make Money (One Click) : http://ow.ly/KNICZ
Unesp
Grupo de pesquisadores e estudantes mapeou todo o litoral de SP
Projeto foi coordenado pela professora Paulina Setti Riedel, da Unesp
[22/08/2015]
Um grupo de pesquisadores e estudantes mapeou todo o litoral de São Paulo e descobriu que a Baixada Santista é altamente sensível ao derramamento de petróleo. Isso significa que a região seria muito impactada no âmbito social, ambiental e econômico, caso ocorresse um vazamento de óleo de grandes proporções.

O projeto foi coordenado pela doutora Paulina Setti Riedel, docente do Departamento de Geologia da Unesp de Rio Claro, no interior paulista. Dezenas de alunos de graduação e pós-graduação, de vários cursos, participaram do mapeamento das áreas litorâneas. A coleta de dados, feita por meio terrestre e aquático, e a análise das informações foram realizadas entre 2006 e 2014. "Como São Paulo é o estado mais impactado pelo derramamento de óleo, a ideia era fazer uma pesquisa diferenciada, detalhada. O litoral é muito recortado e o material pode parar em qualquer prainha", diz Paulina.

O estudo deu origem ao "Atlas de Sensibilidade Ambiental ao Óleo no Litoral Paulista", lançado em 2014, e a 128 "Cartas de Sensibilidade Ambiental a Derramamento de Óleo". O atlas aponta os locais onde há maior ou menor sensibilidade ao derramamento de petróleo.

Para a classificação dos ambientes, os pesquisadores utilizaram o Índice de Sensibilidade do Litoral (IsL), baseado em um padrão estabelecido pelo Ministério do Meio Ambiente, que segue normas internacionais. O IsL 1 representa baixa sensibilidade e o IsL 10, alta.

Os dados mostram que a Baixada Santista apresenta um litoral com alta sensibilidade a derramamentos de óleo. Cerca de 65,5% da região encontra-se sob IsL 9 ou 10, incluindo manguezais (58,6%), lagunas e margens de rio (1,3%) e planícies de maré lamosas e abrigadas (5,5%). Os costões rochosos abrigados ocorrem em apenas 10,8 quilômetros do litoral da Baixada Santista, porém, esses ambientes são considerados prioritários, devido à sua maior biodiversidade e menor capacidade de se recuperar ou restabelecer.

Atualmente, 78,3% da área de Cubatão, 73,4% de Santos, 64,8% de São Vicente, 60,1% de Bertioga, 52,6% de Peruíbe, 51,6% de Praia Grande, 42% de Guarujá e 25,4% de Itanhaém e Mongaguá são consideradas de alta sensibilidade.

O Polo Industrial de Cubatão e do Porto de Santos fazem da região um dos locais mais suscetíveis a vazamentos de óleo, tanto crônicos como acidentais. "Existe um grande trânsito de navios, o que aumenta a probabilidade de um acidente. Essa área fica muito exposta a riscos”, explica Paulina.

A partir das informações do atlas e das cartas, é possível planejar melhor as ações de contenção, em caso de incidentes. Dessa forma, pode-se utilizar melhor os recursos disponíveis, para agilizar a limpeza e diminuir os danos ambientais. "Quando acontece uma situação de emergência, você tem de agir o mais rápido possível, priorizar as regiões mais sensíveis para controlar o problema", afirma.

Ainda de acordo com a coordenadora da pesquisa, é recomendável que empresas da região tomem medidas para evitar incidentes. "A sensibilidade de uma praia composta por areia grossa sempre será maior do que a de uma praia com areia fina. Se é inevitável o trânsito de navios, que eles sejam mantidos da melhor maneira possível, para evitar vazamentos", diz.

Litoral Sul
Menos recortado que o Litoral Norte e a Baixada Santista, o Litoral Sul paulista apresenta predominância de ambientes sensíveis, com IsL 10. Os manguezais representam 66,8% da linha da costa, seguidos pelas planícies de maré lamosas e abrigadas, com 13,2% da linha costeira, também bastante sensíveis, de IsL 9. Juntos, os IsL 9 e 10 somam 80% da faixa litorânea Sul.

Os manguezais constituem o principal ambiente nos três municípios do litoral sul. Cananéia representa 69,2% do litoral, seguido por Iguape, com 63,7%, e Ilha Comprida, com 57%. Em Ilha Comprida, as praias de areia fina e expostas são bastante representativas, com 31,6%. Em Cananéia, as planícies de maré (IsL 9) representam 15,7%. Já Iguape apresenta praias em 26,3% de seu litoral, 14,2% são de areia fina e expostas (IsL 3), e 12,1% são de areia fina. Como há limitações para a limpeza nesses ambientes, por sua elevada sensibilidade, o litoral sul de São Paulo pode ser considerado uma área estratégica para ações preventivas.

O atlas completo, que abrange também o litoral norte, bem como cada carta, separadamente, estão disponíveis para download, em português, na biblioteca digital da Unesp. Há previsão para a versão em inglês, ao final do segundo semestre de 2015.
Mariane Rossi, do G1 Santos

Paleontologia 2015

Pulanesaura eocollum • A New Basal Sauropod from the pre-Toarcian Jurassic of South Africa: Evidence of Niche-Partitioning at the Sauropodomorph–Sauropod Boundary?

Pulanesaura eocollum 
 McPhee, Bonnan, Yates, Neveling & Choiniere, 2015
Abstract
The early evolution of sauropod dinosaurs remains poorly understood, with a paucity of unequivocal sauropod taxa known from the first twenty million years of the Jurassic. Recently, the Early Jurassic of South Africa has yielded an assemblage of dental and post-cranial remains displaying a more apomorphic character suite than any other similarly aged sauropodomorph. These remains are interpreted as a new species of basal sauropod and recovered cladistically as the sister taxon to Vulcanodon +more derived Sauropoda, underscoring its importance for our understanding of this pivotal period of sauropod evolution. Key changes in the dentition, axial skeleton and forelimb of this new species suggest a genuine functional distinction occurring at the sauropodiform-sauropod boundary. With reference to these changes, we propose a scenario in which interdependent refinements of the locomotory and feeding apparatus occurred in tandem with, or were effected by, restrictions in the amount of vertical forage initially available to the earliest sauropods. The hypothesized instance of niche-partitioning between basal sauropodan taxa and higher-browsing non-sauropodan sauropodomorphs may partially explain the rarity of true sauropods in the basal rocks of the Jurassic, while having the added corollary of couching the origins of Sauropoda in terms of an ecologically delimited ‘event’.
Figure 3: Representative bones of Pulanesaura eocollum.
(a) anterior-to-middle cervical vertebrae (BP/1/6199) in left lateral view; (b) holotypic anterior-most dorsal neural arch (BP/1/6882) in left lateral and anterior views; (c) anterior dorsal neural arch (BP/1/6984) in anterior and right lateral views; (d) anterior mid-dorsal neural arch (BP/1/6183) in anterior and right lateral views; (e) middle dorsal neural arch (BP/1/6770) in posterior view; (f) anterior caudal vertebra (BP/1/6646) in right lateral and posterior views; (g) right humerus (BP/1/6193) in anterior view; (h) left ulna (BP/1/6210) in lateral and proximal views; (i) ?left clavicle (BP/1/6752) in dorsal view; (j) left pedal ungual I (BP/1/6186) in proximal and medial views; (k) left tibia (BP/1/6200) in anterior and lateral views; (l) right ischium (reversed) (BP/1/7366) in lateral view.
Abbreviations: aidf, anterior infradiapophyseal fossa; ain, anterior incline of the neural spine; ep, epipophysis; hyp, hyposphene; mr, medial ridge; pp, parapophysis; prdl, prezygodiapophyseal lamina; prz, prezygapophyses; rf, radial fossa; spol, spinopostzygapophyseal lamina; vc, ventral convexity. Scale bars equal 5 cm in a-f and i, j; 10 cm in g, h, k, l. Silhouette drawn by BWM Photographs by BWM.

SYSTEMATIC PALAEONTOLOGY
Saurischia Seeley 1888
Sauropodomorpha von Huene 1932
Sauropodiformes Sereno 2007 (sensu)
Sauropoda Marsh 1878

Pulanesaura eocollum gen. et sp. nov.
Holotype: The neural arch of an anterior dorsal vertebra (BP/1/6882) that is missing the dorsal apex of the neural spine.
Type locality and horizon: The Pulanesaura material was obtained from a small (3 m × 3.5 m) quarry on the farm Spion Kop 932 in the Senekal District of the Free State, South Africa (Fig. 1). The quarry is located just over a kilometer East-North East of the holotype locality of Aardonyx celestae, in a higher stratigraphic position than that taxon within the early Jurassic upper Elliot Formation. The much smaller Arcusaurus pereirabalorum was recovered from the edge of the same quarry, and a detailed schematic of the excavation is figured (see also Supplementary Information Fig. S1). The upper Elliot Formation on Spion Kop consists of a series of stacked channel sandstone bodies with little intervening overbank siltstones, the quarry itself being situated in a poorly bedded, coarse to sandy siltstone lens. The two-dimensional geometry and internal facies relationships of this lens suggests that it represents the fill of a low-energy, cut-off channel. Most age estimates suggest that the upper Elliot Formation is no younger than the Pliensbachian (183–191mya), with a consensus range of late Hettangian to Sinemurian (i.e., ~200mya or younger).
Etymology: Pulane”, Sesotho, meaning “rain-maker/bringer”, in reference to the rain-soaked conditions under which the dinosaur was excavated, plus “-saura”, Latin, feminine, meaning “lizard”; “eo”, Greek, meaning “dawn”, plus “collum”, Latin, meaning “neck”, in reference to the hypothesized function of the neck presaging the sauropod condition in the new taxon.

Figure 5: Abbreviated strict consensus tree showing relationships and hypothesised stratigraphic ranges of plateosaurian dinosaurs (sensu).
Dashed lines represent uncertainty in temporal duration. 1, Plateosauridae; 2, Massopoda; 3, Massospondylidae; 4, Sauropodiformes; 5, Sauropoda (node left undesignated in order to reflect current disagreements regarding the taxonomic definition of Sauropoda).
Blair W. McPhee, Matthew F. Bonnan, Adam M. Yates, Johann Neveling and Jonah N. Choiniere. 2015. A New Basal Sauropod from the pre-Toarcian Jurassic of South Africa: Evidence of Niche-Partitioning at the Sauropodomorph–Sauropod Boundary?.
Scientific Reports. 5: 13224; doi: 10.1038/srep13224

Wits PhD student describes new SA dinosaur - the rain lizard http://www.timeslive.co.za/scitech/2015/08/19/Wits-PhD-student-describes-new-SA-dinosaur---the-rain-lizard via @TimesLIVE
Meet Pulanesaura eocollum, a new species of dinosaur http://phy.so/359276567 via @physorg_com