segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

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Teiú consegue manter temperatura corpórea 10º acima do ambiente
Professor da Unesp participa de artigo publicado na revista Science Advances
[24/01/2016]
Denis Andrade, professor do Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências (IB) da Unesp de Rio Claro, é um dos autores de artigo publicado na importante revista Science Advances de 22 de janeiro.
O artigo, escrito com pesquisadores de universidades canadenses e do Brasil, como Augusto Abe, também do IB, pioneiro nos estudos que culminaram com a publicação deste trabalho, lembra que, com apenas algumas exceções notáveis, vertebrados ectotérmicos (aqueles que dependem do ambiente externo para regular temperatura corpórea, como os répteis) de pequeno tamanho são incapazes de sustentar endogeneamente uma temperatura corpórea substancialmente acima da temperatura ambiente.

Este paradigma foi contestado pelas observações de que lagartos teiús (~2 kg) mantêm temperaturas corpóreas consideravelmente acima (até 10oC) da temperatura ambiente, o que ocorre notadamente durante o período noturno da estação reprodutiva.

Isso levou os pesquisadores a sugerir que esses lagartos possuem a capacidade de aumentar substancialmente a produção de calor endógeno, termogênese, e, conservá-lo.
O aumento da taxa de produção de calor metabólico conjugado à diminuição da condutância termal do corpo do animal (ou seja, da taxa com que ele perde calor para o ambiente) são os mesmos mecanismos envolvidos na regulação da temperatura corpórea daqueles vertebrados tradicionalmente reconhecidos como “verdadeiros endotérmos”: as aves e os mamíferos.

O reconhecimento de que um ectotérmico atual - cujo tamanho é similar àquele dos ancestrais dos mamíferos - pode sustentar temperaturas corpóreas elevadas às custas do metabolismo pode ajudar a esclarecer o debate sobre as origens da endotermia.

As observações expostas no artigo também indicam que, ao contrário da noção amplamente difundida, organismos ectotérmicos podem exibir uma endotermia facultativa, o que fornece uma base fisiológica para estágios transicionais prováveis na evolução da endotermia completa.
Acesse o artigo completo em

http://advances.sciencemag.org/content/2/1/e1500951.full
Contato com o pesquisador

denis@rc.unesp.br

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