terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Jiboia rara é achada após mais de 60 anos de buscas

Cobra foi encontrada em comunidade rural no interior de São Paulo
Como toda jiboia, a Corallus cropanii não é venenosa e mata suas presas por esmagamento Lívia Corrêa/Instituto Butantan
 
Com a ajuda da comunidade rural de Guapiruvu, em Sete Barras (SP), a pouco mais de cem quilômetros da fronteira com o Paraná, pesquisadores do Instituto Butantan e do Museu de Zoologia da USP anunciaram a redescoberta da espécie Corallus cropanii, conhecida como jiboia-do-Ribeira ou jiboia-de-Cropan.

A cobra, considerada uma das mais raras do mundo, foi encontrada pela segunda vez viva em seu habitat após 64 anos (veja foto).

A primeira, achada em 1953, em Miracatu (SP), foi descrita pelo herpetólogo do Butantan Alphonse Richard Hoge como um macho de aproximadamente um metro. O novo espécime, encontrado no último dia 21 por moradores da região de Sete Barras, também é um macho com 1,7 metro e 1,5 quilo. Como toda jiboia, ela não é venenosa e mata suas presas por esmagamento.

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“A cobra será estudada a fim de se descobrir mais informações sobre sua biologia e hábitos. Como nunca foi observada na natureza, não temos muitas informações sobre o seu comportamento”, disse a bióloga do Instituto Butantan Lívia Corrêa. “Ela será solta em seu habitat natural e receberá um equipamento com radiotelemetria que possibilitará seu rastreamento na natureza e a transmissão de informações aos pesquisadores”, explicou.

Segundo a bióloga, a redescoberta só foi possível graças à parceria com a comunidade do Vale do Ribeira. Os pesquisadores deram palestras e materiais sobre o animal com o objetivo de encontrá-lo vivo. As ações mostraram a importância de conservar as serpentes e o ecossistema onde elas vivem, além de promover a apropriação da biodiversidade local pela comunidade (que por falta de informação matava as serpentes encontradas).

Registros da jiboia

• 1953: Encontrada viva pela 1ª vez em Miracatu (SP)
• 1969: Capturada em Pedro Toledo (SP) e levada já morta ao Butantan
• 1978: Localidade incerta, mas chegou por trem de Santos (SP) ao Butantan
• 2003: Encontrada sem vida em Eldorado (SP). Cabeça e pele conservados em álcool por um morador
• 2009: Apenas fotos em Guapiruvu, Sete Barras (SP)
• 2017: Encontrada viva em Guapiruvu, Sete Barras (SP)

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