segunda-feira, 12 de junho de 2017

 EXTINÇÃO DO TAMANADUÁ...TRISTE NOTÍCIA
 
Perda do habitat causa extinção do Tamanduá-bandeira
Pesquisa foi desenvolvida por aluna da Unesp Rio Preto
Assessoria de Comunicação e Imprensa
09/06/2017

Gisele Lamberti Zanirato defendeu a Dissertação de mestrado intitulada "O impacto da perda e fragmentação do habitat sobre a ocupação e o padrão de atividade do tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla)". A pesquisa foi desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce), Câmpus da Unesp em São José do Rio Preto.  

Resumo
A expansão das áreas urbanas e das atividades agrícolas tem reduzido o domínio do Cerrado no estado de São Paulo resultando em paisagens altamente fragmentadas constituídas em grande parte por fragmentos pequenos. A perda e a fragmentação do habitat tem sido um dos principais fatores responsáveis pelo declínio populacional e pela extinção local de espécies com baixa densidade populacional, baixa taxa de reprodução, alta demanda por espaço e especialista alimentar como o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla). 

É conhecido que algumas espécies de mamíferos modificam seus padrões de atividade frente às perturbações antrópicas e até em relação aos efeitos da perda de habitat. Considerando o status de conservação da biodiversidade no estado de São Paulo e a classificação do tamanduá-bandeira como vulnerável à extinção, estudos em um dos poucos remanescentes de Cerrado no nordeste do estado tornam-se prioritários à conservação da espécie. 

Esse trabalho é constituído por dois capítulos, no primeiro capítulo foi feita uma revisão bibliográfica sobre os efeitos da perda e fragmentação do habitat na ocorrência de mamíferos realçando os efeitos sobre as espécies de grande porte e/ou com dieta especializada, além de abordar mudanças no padrão de atividade de mamíferos frente aos efeitos da perda do habitat. No segundo capítulo, os objetivos do presente estudo foram apresentados sendo que o primeiro consistiu em avaliar se a área do fragmento, o isolamento e as porcentagens de água e vegetação nativa na paisagem são importantes para explicar a ocupação dos fragmentos de vegetação nativa pelo tamanduá-bandeira. O segundo objetivo consistiu em verificar se há diferenças no padrão de atividade entre as populações de tamanduás que ocupam os fragmentos menores (< 2.015 ha) e a população que ocupa o fragmento maior (10.285 ha).

Os dados de presença e ausência dos tamanduás-bandeira em cada um dos vinte fragmentos de vegetação nativa localizados no nordeste do estado de São Paulo foram coletados através de armadilhas fotográficas. A influência da temperatura e da pluviosidade na probabilidade de detecção dos tamanduás e a importância das covariáveis de fragmento e de paisagem na probabilidade de ocupação dos fragmentos pela espécie foram avaliadas através de modelos de ocupação de estação única (Single-season Occupancy Models). O 
Critério de Informação de Akaike corrigido (AICc) foi utilizado para a seleção dos melhores modelos e o teste de Mardia Watson Wheeler foi usado para verificar possíveis diferenças no padrão de atividade entre as populações que ocupam os fragmentos menores e a população presente no fragmento maior. A probabilidade de ocupação dos fragmentos pelos tamanduás-bandeira foi maior nos fragmentos com áreas maiores e em fragmentos com maior porcentagem de vegetação nativa ao redor. No entanto, o padrão de atividade dos tamanduás não foi influenciado pela área do fragmento. Apesar da área do fragmento não influenciar o padrão de atividade dos tamanduás, a conservação de fragmentos maiores e com maior porcentagem de vegetação nativa ao redor é de grande importância para a sobrevivência de tamanduás-bandeira no nordeste do estado de São Paulo.

Comissão Examinadora

Prof.(a). Dr.(a). Rita de Cassia Bianchi (Orientadora) – Unesp / Câmpus de Jaboticabal
Prof.(a). Dr.(a). Natália Mundim Torres – Universidade Federal de Uberlândia
Prof.(a). Dr.(a). Guilherme De Miranda Mourão – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA)

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