terça-feira, 17 de outubro de 2017

E se tudo o que sabemos sobre os gatos estiver errado?

A fama de bichos antissociais e indomáveis pode ser um grande equívoco. Terça-feira, 3 Outubro

Por Nina Strochlic
Esta reportagem está na edição de setembro de 2017 da revista National Geographic.
Para aqueles que se perguntam se os seus gatos os consideram apenas como uma fonte de comida, a notícia é reconfortante. Um estudo que expôs os gatos a quatro categorias de estímulo – alimento, brinquedo, aroma e interação – revelou que a maior parte dos bichanos, por mais que adore comer e brincar, prefere mesmo é interagir com as pessoas.

Em muitos países, há o estereótipo de que os gatos são pouco sociais e que não podem ser treinados, aponta uma das autoras do inédito estudo, Kristyn Vitale Shreve. “Na verdade, eles podem ser ensinados de acordo com os mesmos princípios aplicados aos cães – desde que os incentivos sejam certos”, diz ela.

Não há como negar que é difícil decifrar as emoções felinas. Por exemplo, o filhote que aparece nesta foto está assustado ou brincando? (Resposta: está saltando para agarrar um brinquedo pendurado acima da câmera.) Um estudo na Itália constatou que a maioria dos donos não reconhece toda a amplitude de sinais que os gatos usam para indicar estresse. “Os donos de cães conhecem melhor o comportamento dos seus animais”, diz a pesquisadora Chiara Mariti. Em contraste, os donos de gatos muitas vezes interpretam o comportamento dos seus animais como sendo algo peculiar da espécie, e não como um sinal específico de algo que estejam comunicando.

Em 2016, uma universidade sueca iniciou um estudo de cinco anos da comunicação entre gatos e seres humanos. O objetivo é ver como os felinos reagem ao modo pelo qual as pessoas se dirigem a eles – e aí saberemos se é possível traduzir os miados em emoções e desejos.

Ciência dos gatos

Propensão à independência: diante de um problema a ser resolvido, os cães se voltam para os seres humanos, em busca de ajuda, ao passo que os gatos continuam a procurar sozinhos uma solução.

Circulação global: na análise do DNA mitocondrial em resquícios de 200 gatos da Antiguidade, pesquisadores franceses descobriram que os felinos se dispersaram primeiro, com os agricultores, a partir do Crescente Fértil, e, depois, com os marinheiros que percorreram o mundo.

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