terça-feira, 10 de setembro de 2019

Ao sair da África, Homo Sapiens fez sexo com pelo menos cinco espécies diferentes

Durante as migrações, nossos antepassados se relacionaram com diversos grupos. E essa herança está presente em nosso DNA
Joseane Pereira Publicado em 16/07/2019, às 08h00
Homo Denisova
Homo Denisova - Reprodução
Pesquisadores do Centro Australiano para DNA Antigo da Universidade de Adelaide, na Austrália, detectaram no genoma humano traços de espécies, até então, desconhecidas. A análise revelou que os nossos ancestrais cruzaram com pelo menos cinco grupos diferentes, quando saíram do continente Africano e entraram na Eurásia.

Encontros fortuitos

Enquanto se moviam para o leste da África, nossos ancestrais se depararam com várias espécies de hominíneos. Destas, apenas dois grupos são conhecidos: os Neandertais e os Denisovanos. A pesquisa encontrou traços de outros dois grupos, cujos fósseis ainda não foram localizados. "Cada um de nós carrega os traços genéticos desses eventos mistos do passado", afirmou Dr. João Teixeira, Pesquisador Associado do Conselho Australiano de Pesquisa da Universidade de Adelaide.

Geneticamente diferentes, esses grupos muitas vezes compartilhavam com o Homo Sapiens um mesmo território. Suas histórias são parte integrante de nossa constituição. "Todas as populações atuais mostram cerca de dois por cento da ancestralidade neandertal, o que significa que a mistura neandertal com os ancestrais dos humanos modernos ocorreu pouco depois de deixarem a África, provavelmente entre 50 mil e 55 mil anos atrás, em algum lugar do Oriente Médio", afirmou  o Dr. Teixeira.

Reconstruindo rotas de migração e utilizando registros de vegetação fóssil, os pesquisadores indicaram que houve um encontro no sul da Ásia entre o Homo Sapiens e o que chamaram de Hominínio Extinto 1. Já no leste da Ásia, o encontro se deu com um grupo denisovano próximo à caverna Denisova, que lhe dá nome.

A outra espécie desconhecida, apelidada de Hominínio Extinto 2, cruzou com os humanos na região chamada Ilha das Flores, na Indonésia. Essa espécie difere dos hominídeos que habitavam o local, conhecidos como Homo floresiensis.

Segundo Teixeira, “as Ilhas do sudeste da Ásia já estavam lotadas quando os humanos modernos atingiram a região, pouco antes de 50 mil anos atrás. Pelo menos três outros grupos humanos arcaicos parecem ter ocupado a área, e os ancestrais dos humanos modernos se misturaram a eles antes que se extinguissem."

Grupos na Ásia teriam vivido em relativo isolamento uns dos outros por centenas de milhares de anos antes que os ancestrais dos humanos modernos chegassem. "O momento também faz parecer que a chegada dos humanos modernos foi seguida rapidamente pelo desaparecimento dos grupos humanos arcaicos em cada área.", afirmou o pesquisador.

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