Orbitador da Lua desvenda impactos cósmicos | ||||||
Pesquisas sobre crateras lunares podem melhorar os métodos de datação de superfícies do Sistema Solar | ||||||
por Roberta Kwok | ||||||
Essa cicatriz de impacto é apenas uma dentre as milhares reveladas com um nível de detalhe sem precedentes pelo Orbitador de Reconhecimento Lunar (LRO, na sigla em inglês), que está circundando a Lua desde junho de 2009 e tirando fotos para mapear a superfície do satélite com uma resolução de até 50 cm por pixel. A maior parte da atenção dedicada ao LRO se deve à detecção de água. No entanto, as fotos detalhadas do Orbitador, algumas das quais foram apresentadas no Fórum de Ciência Lunar no Centro de Pesquisa Ames, da Nasa, em Moffett Field, na Califórnia, também estão causando insights acerca da mecânica de impactos de asteroides e cometas no que se refere à frequência com que ocorrem – informação que poderia melhorar as estimativas sobre a idade das formações geológicas em outros planetas. O trabalho, afirma o geólogo planetário Peter Schultz da Brown University, em Providence, Rhode Island, “nos dá uma base mais sólida para datar o Sistema Solar”. As crateras da Terra sofrem erosão muito rapidamente, então há poucos locais de impacto preservados por aqui para serem estudados pelos cientistas. Porém, há poucas coisas que podem apagar uma cratera na Lua, exceto outros impactos – então ela oferece um laboratório natural para a entendermos como os impactos escavam crateras e geram piscinas de rocha derretida. Denevi e seus colegas descobriram que crateras de tamanhos semelhantes têm uma vasta gama de volumes derretidos – o rio bifurcado tem uma quantidade excepcionalmente grande – e eles estão trabalhando para determinar os fatores, como velocidade, composição e ângulo de aproximação do impactante, que podem ser responsáveis por essa variabilidade. Outros pesquisadores estão usando os dados para encontrar crateras formadas recentemente. Comparando as fotos do LRO com imagens coletadas pelas missões Apollo nos anos 1970, eles encontraram cinco crateras que apareceram nas últimas quatro décadas. Isso está ajudando a equipe a determinar com que frequência objetos atingem a Lua, afirma o geólogo planetário Alfred McEwen da University of Arizona, em Tucson. Eles observaram apenas uma pequena fatia da Lua e esperam encontrar mais crateras durante os próximos anos de estudo. Os dados podem preencher uma lacuna no conhecimento científico sobre taxas de colisão para a Terra, assim como para a Lua, porque ambos devem ter taxas de impacto proporcionais a seus tamanhos. Grandes asteroides que podem ameaçar a Terra podem ser observados no espaço. Objetos menores, porém, podem cair sem serem detectados ou se desintegrarem na atmosfera. Na Lua, no entanto, eles deixariam sua marca. A contagem de crateras também pode levar a uma recalibragem de métodos para estimar a idade das superfícies em outros pontos do Sistema Solar. No momento, a Lua age como uma espécie de relógio fundamental. Os cientistas dataram as amostras lunares trazidas à Terra pela Apollo e ligaram essas datas à densidade da cratera do terreno original da amostra. Assim, quando uma cratera com certa densidade é encontrada em Marte, por exemplo, os pesquisadores a comparam com a superfície da Lua para descobrir sua idade. No entanto, correções devem ser aplicadas no que se refere às diferenças entre taxas de impacto entre a Lua e Marte. Elas são estimadas a partir do cálculo da órbita dos asteróides, da localização de Marte no Sistema Solar e de modelos que levem em conta seu maior tamanho e gravidade. Combinando as observações do LRO com as de outras sondas, os cientistas podem conseguir determinar as taxas de impacto relativas por todo o Sistema Solar mais diretamente. McEwen e sua equipe encontraram novas crateras em Marte nos últimos quatro anos, usando os dados do Orbitador de Reconhecimento de Marte, da Nasa. Além disso, uma taxa de impactos para Mercúrio pode surgir quando a missão Messenger da Nasa começar a orbitar o planeta no ano que vem, apesar de McEwen acreditar que novas crateras terão que ser muito grandes para serem detectadas. Schultz avalia que esta é uma oportunidade para melhor a datação de superfícies em outros planetas com medidas em vez de modelos. “Queremos ver o que a natureza tem para mostrar”, completa. |
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
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