Cientistas afirmam ter descoberto a origem do ouro
Metal ocorre no manto do planeta e sobe para a superfície por movimentos geológicos
Os pesquisadores encontraram evidências desse processo na Patagônia argentina. O interior do planeta é formado, basicamente, por três camadas: crosta, manto e núcleo. O manto é a camada que separa o núcleo da crosta, a camada onde vivemos.
— Os minerais que extraímos e que apoiam a nossa economia estão localizadas na crosta. A busca pelo ouro já motivou migrações, expedições e até guerras, mas sua origem é uma das principais questões no campo dos depósitos minerais — comentou José María González Jiménez, da Universidade de Granada.
DISTÂNCIA 'INALCANÇÁVEL' ATÉ AS PROFUNDEZAS DA TERRA
O manto, cujo limite superior fica a aproximadamente 70 quilômetros de profundidade, é inacessível para as atuais tecnologias humanas, mas o material nele armazenado chega à superfície pelas erupções vulcânicas, incluindo os xenólitos (fragmentos de rocha). Foi nesses fragmentos, trazidos à tona de regiões profundas do planeta, que os pesquisadores encontraram pequenas partículas de ouro, com espessura de um fio de cabelo e originadas no manto terrestre.
— A distância é inalcançável para a Humanidade, já que não possuímos meios para alcançar o manto e conhecermos mais sobre ele de forma direta — disse Jiménez.
A região estudada foi a do Maciço de Deseado, no Deserto da Patagônia argentina, onde o ouro foi encontrado pela primeira vez na América do Sul. A província possui uma das maiores reservas do metal no planeta, que é explorado ainda hoje.
Como a concentração de ouro na crosta é alta, os pesquisadores foram capazes de determinar por que os depósitos são limitados a algumas regiões do planeta. A explicação é que o manto sob aquela região da Patagônia é única, tem a tendência a gerar depósitos do ouro vindo do manto.
— A história remonta a 200 milhões de anos, quando a África e a América do Sul faziam parte do mesmo continente — explicou Jiménez. — A separação foi causada, entre outros fatores, pela ascensão de uma “pluma do manto”, que quebrou a crosta.
A pluma gerou uma verdadeira fábrica de produtos químicos e enriqueceu o manto de metais. Depois, o processo provocado pelo movimento de uma placa tectônica sobre outra permitiu a circulação de fluidos ricos em metais por fendas na crosta, que se concentraram perto da superfície.
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