Cretáceo
Postado em 16/02/2013
Cretáceo do Brasil
© Felipe Alves EliasManiraptores não identificados vs. Baurusuchus |
Pelo que descobri nas minhas pesquisas galera, a palavra "Cretáceo" deriva do Latim, "Creta", que significa "Giz". O motivo é porque foram encontradas muitas camadas de giz (carbonato de cálcio) datando do Cretáceo. O "cara" que fez a descoberta, ou melhor, observação das rochas, e definiu o Cretáceo como um período foi o geólogo belga Jean d'Omalius d'Halloy, que há 191 anos, precisamente no ano de 1822, a partir de estratos de giz localizados na Bacia de Paris batizou o periodo de "Terrain crétacé", que quer dizer "Terreno de giz". Posteriormente o termo "Cretaceous" entrou em uso significando "Aquele que tem giz" ou "Aquele composto de giz". O giz ou carbonato de cálcio é depositado pela fragmentação das conchas ou envoltórios de invertebrados marinhos, como os protistas unicelulares Cocolitoforídeos, o que gera nanopartículas redondas chamadas cocólitos.
As
camadas de giz foram encontradas no Cretáceo Superior da Europa
Ocidental. O nome da Ilha de Creta tem a mesma origem. O nome Cretáceo
em alemão é "Kreide", daí a abreviação do nome do período para a letra K, usada em "Evento K-T" (Evento Cretáceo-Terciário).
Eu já devo ter dito isso muitas vezes, mas vou repetir assim mesmo. A Era Mesozóica é dividida em 3 períodos, Triássico, Jurássico e Cretáceo, do mais antigo para o mais recente respectivamente.
Com
o fim do Jurássico, há 145,5 milhões de anos, iniciou-se o Cretáceo,
que duraria até 65,5 milhões de anos atrás, quando um evento de extinção
em massa de proporções gigantescas destruiu boa parte da
biodiversidade. O Cretáceo é seguido pelo Paleogeno, marcando a
fronteira entre a Era Mesozóica e a Era Cenozóica, período em que a
biodiversidade começou a se recuperar e privilegiou a evolução dos
mamíferos. Ao todo, o Cretáceo durou 80 milhões de anos, sendo o mais
longo dos três períodos da Era Mesozóica e também de todo o Eon
Fanerozóico.
Formações de giz no Kansas - Estados Unidos © Meredith Corporation/John Noltner |
O Cretáceo é dividido em duas épocas ou séries, Inferior e Superior. Em algumas fontes mais antigas o Cretáceo é dividido em três séries: Neocomiano (Inferior), Gállico (Médio) e Senoniano (Superior).
Estes três subperíodos continham as idades. O Neocomiano abrangeria
desde o Berriasiano até o Barremiano. O Gállico do Aptiano até o
Cenomaniano e o Senoniano desde o Turoniano até o Maastrichtiano. Uma
subdivisão em doze estágios ou idades, todas originadas de estratigrafia
européia, é usada mundialmente nos dias atuais. Em muitas partes do
mundo, subdivisões alternativas locais ainda são usadas.
Assim
como outros períodos geológicos mais antigos, as camadas de rocha do
Cretáceo são bem identificadas, mas a idade do início do período é
inexata em alguns milhões de anos. Não há uma extinção em massa ou
explosão de diversidade dividindo o período anterior, o Jurássico, do
Cretáceo.
No
entanto, no final do sistema a fronteira é bem visível e bem
definifida, marcada por uma camada rica em irídio e que se extende por
todo o globo e que é associada com a cratera de impacto de Chicxlub em
Yucatán, no Golfo do México. Esta camada tem sido datada com certa
precisão em 65,5 milhões de anos. Abaixo você confere uma foto de
colinas nas Bad Lands de Montana, mostrando a fronteira K-T, representada pela mudança de cor brusca nos sedimentos.
Divisão do período Cretáceo © Patrick Król Padilha |
Como
sempre, não posso deixar de falar sobre a paleogeografia do período, o
que envolverá a configuração continental e oceânica, formações de rochas
e a localização e características dos afloramentos rochosos datados
daquele período. O Cretáceo foi um período com um clima relativamente
quente, resultando em um nível do mar eustático (que varia de nível com
frequência) e vários mares rasos e quentes acabaram se formando no
interior dos continentes em decorrência dessas variações.
Cretáceo Inferior: 120 milhões de anos atrás
© Ronald Blakey |
Você caro visitante do Ikessauro, lembra dos artigos anteriores sobre Tempo Geológico?
Acho que se você acompanha o blog há algum tempo deve ter visto o
artigo sobre o período anterior a este, o Jurássico. E quem está comigo
há mais tempo ainda provavelmente leu sobre o Triássico também! Pois se
não leu, aproveite que está no blog e confira ambos os artigos, os links
deixo à disposição abaixo e recomendo que estude como leitura
complementar deste artigo.
Leu né? Pronto pra continuar? Enfim, perguntei porque o Cretáceo nada mais é que um trecho da história geológica e para entender sua configuração e as mudanças por completo é necessário conhecer toda a história. É como ler um livro ou ver um filme, de nada adianta você abrir nas últimas páginas ou minutos e ver um trecho em que fulano morre, beltrano vai preso e um casal X tem um bebê. O ideal é ver desde o começo para entender como cada elemento do enredo se relaciona com o resto e então entender as causas e consequências que levam até o evento final. O registro geológico e fóssil é fragmentário, por isso precisamos aprender o máximo que pudermos do que ainda existe. Por isso num futuro breve pretendo escrever sobre todos os outros períodos conhecidos.
De
volta ao Cretáceo! No fim do Jurássico os continentes estavam chegando
ao fim da sua fragmentação para uma configuração próxima à atual, o que
terminou no início do Cretáceo, com o globo apresentando uma
configuração bem parecida com a atual, embora ainda com diferenças
significativas. Lembrando que quando digo "terminou" me refiro ao fato
da aparência continental ter atingido o design atual, pois de fato a
movimentação e fragmentação nunca acaba, no momento em que está lendo
isso as placas tectônicas estão se movendo, muitíssimo devagar em
mudanças imperceptíveis. Portanto, garanto que daqui a muitos milhões de
anos nossos atuais continentes deixarão de ter a configuração atual,
talvez se unam ou se fragmentem mais, mas com certeza não permanecerão
iguais.
O Oceano Atlântico surgiu depois que a América do Sul e África se separaram entre 120 e 105 milhões de anos atrás e se alargou mais ainda com o passar do tempo. Placas tectônicas se chocaram originando a Cordilheira Norte Americana. Foi durante o Cretáceo que o Gondwana se separou em América do Sul, Antártica e África, para depois fragmentar-se ainda mais originando a Austrália, Índia e Madagascar. Os dois últimos estavam unidos ainda e assim permaneceram por um tempo até que a Índia se separou e já depois do Cretáceo, finalmente migrou em direção ao norte, unindo-se à Eurásia e formando a Cordilheira do Himalaia.
Devido
a essa separação os Oceanos Atlântico Sul e Pacífico foram formados e
se alargaram muito, além de a atividade tectônica ter criado cadeias de
montanhas submersas ao longo das bordas das placas, assim aumentando
mais o nível do mar por todo o globo.
Ao norte da África o Mar de Tethys ainda existia, bem estreito. Mares rasos avançaram dentro da América do Norte e ficaram conhecidos como Mar Interior do Oeste. Na Europa o mar cobria boa parte do continente, que só mostrava picos que se tornaram ilhas no meio de toda aquela água. No final do período esses mares recuaram deixando depósitos marinhos ricos em material orgânico que depois originou milhares de fósseis espremidos na rocha entre duas camadas de carvão que cercam os depósitos marinhos. Ao todo, um terço de toda a área terrestre estava coberta de água no auge do nível do mar durante o Cretáceo.
O período, como já mencionei, é nomeado a partir das extensas camadas de giz ou carbonato de cálcio originário do revestimento dos cocolitoforídeos, que ao morrerem liberam o carbonato no sedimento. Muitas camadas desse giz são encontradas na Europa, porém não apenas giz se formou no Cretáceo. Há rochas de calcário marinho em grande quantidade, rocha que é formada em mares rasos e quentes. Os mares rasos e largos permitiram grande acomodação de sedimento, resultando em camadas de rocha grossas e repletas de fósseis. A idade relativamente recente contribui para a descoberta de fósseis, pois as camadas estão expostas em jazidas por todo o globo. O giz também é encontrado em camadas de outros períodos, não sendo exclusivo do Cretáceo. No norte da Europa temos o Grupo do Giz, que como o nome já diz é formado deste tipo de rocha, datando do Cretáceo Superior, sendo os penhascos brancos de Dover um exemplo bom, situados ao sul da Inglaterra. Na costa Franco Normanda também há depósitos similares aos de Dover.
O
Grupo do giz já foi observado na Inglaterra, norte da França, Países
Baixos, no Norte da Alemanha e na Dinamarca e no solo marinho do sul do
Mar do Norte. Este grupo do giz é composto de afloramentos isolados em
vários locais.
Outras rochas encontradas são arenitos, xistos e calcáreos. Fósseis como Ouriços do Mar, Belemnites, Amonites e répteis marinhos como os Mosassauros são comuns em estratos marinhos. No sul da Europa os estratos cretácicos são compostos de calcário competente (mais resistente à erosão e deformação) e giz incompetente (mais sujeito a erosão e deformação). Devido à cadeia de montanhas dos Alpes ainda não existirem no Cretáceo, esses depósitos se formaram na borda sul da plataforma continental européia, na margem do então Oceano de Tethys.
As correntes marinhas em meados do período Cretáceo diminuiram de ritmo e a estagnação em partes profundas do mar causou condições anóxicas (condições com falta de oxigênio) na água. Nestes locais formaram-se depósitos de xisto escuro, que hoje são importantes fontes de produção de petróleo ou gás, como observado na crosta submersa no Mar do Norte.
Tanto se fala do giz no Cretáceo pela sua quantidade, pois apesar de outros períodos terem produzido depósitos de giz, nenhum outro superou o Cretáceo em quantidade, dentre todos os períodos do Fanerozóico. Esses carbonatos abundantes e outros depósitos sedimentares fizeram das rochas do Cretáceo um registro muito bom. Formações famosas da América do Norte incluem os ricos depósitos marinhos do Membro Smoky Hill Chalk no Kansas e os da fauna terrestre do Cretáceo Superior da Formação Hell Creek.
Outros
afloramentos importantes, tanto de giz quanto de outras rochas,
ocorrem na Europa e China, como os ricos depósitos do Cretáceo Inferior
da Inglaterra e os renomados "Flaming Cliffs" da Mongólia, datando do
Cretáceo Superior.
Onde
hoje é a Índia, jazidas de lava petrificada massivas são chamadas de
Armadilhas de Deccan, porque camadas ricas em fósseis ficaram presas
entre as camadas de lava, datando do fim do Cretáceo e início do
Paleoceno. Na América do Sul há abundância de registros do Cretáceo,
principalmente na Argentina, com idades do Cretáceo Inferior e Médio e
no Brasil há extensos afloramentos do Cretáceo Inferior e Superior no
nordeste e centro-oeste do país, com destaque de fósseis preservados em
grandes detalhes em calcário de cerca de 110 milhões de anos, incluindo
tecidos moles de Peixes, Répteis,
Dinossauros e principalmente Pterossauros, um grupo muito diverso no
local durante o Cretáceo. Temos outros afloramentos, uns mais, outros
menos expressivos, mas todos interessantíssimos, como os da Austrália e
Antártica e em muitos outros locais pelo globo, como Madagáscar e
África.
Leu né? Pronto pra continuar? Enfim, perguntei porque o Cretáceo nada mais é que um trecho da história geológica e para entender sua configuração e as mudanças por completo é necessário conhecer toda a história. É como ler um livro ou ver um filme, de nada adianta você abrir nas últimas páginas ou minutos e ver um trecho em que fulano morre, beltrano vai preso e um casal X tem um bebê. O ideal é ver desde o começo para entender como cada elemento do enredo se relaciona com o resto e então entender as causas e consequências que levam até o evento final. O registro geológico e fóssil é fragmentário, por isso precisamos aprender o máximo que pudermos do que ainda existe. Por isso num futuro breve pretendo escrever sobre todos os outros períodos conhecidos.
Cretáceo Inferior: 105 milhões de anos atrás © Ronald Blakey |
O Oceano Atlântico surgiu depois que a América do Sul e África se separaram entre 120 e 105 milhões de anos atrás e se alargou mais ainda com o passar do tempo. Placas tectônicas se chocaram originando a Cordilheira Norte Americana. Foi durante o Cretáceo que o Gondwana se separou em América do Sul, Antártica e África, para depois fragmentar-se ainda mais originando a Austrália, Índia e Madagascar. Os dois últimos estavam unidos ainda e assim permaneceram por um tempo até que a Índia se separou e já depois do Cretáceo, finalmente migrou em direção ao norte, unindo-se à Eurásia e formando a Cordilheira do Himalaia.
Cretáceo Inferior: 120 milhões de anos atrás
© Ronald Blakey |
Ao norte da África o Mar de Tethys ainda existia, bem estreito. Mares rasos avançaram dentro da América do Norte e ficaram conhecidos como Mar Interior do Oeste. Na Europa o mar cobria boa parte do continente, que só mostrava picos que se tornaram ilhas no meio de toda aquela água. No final do período esses mares recuaram deixando depósitos marinhos ricos em material orgânico que depois originou milhares de fósseis espremidos na rocha entre duas camadas de carvão que cercam os depósitos marinhos. Ao todo, um terço de toda a área terrestre estava coberta de água no auge do nível do mar durante o Cretáceo.
O período, como já mencionei, é nomeado a partir das extensas camadas de giz ou carbonato de cálcio originário do revestimento dos cocolitoforídeos, que ao morrerem liberam o carbonato no sedimento. Muitas camadas desse giz são encontradas na Europa, porém não apenas giz se formou no Cretáceo. Há rochas de calcário marinho em grande quantidade, rocha que é formada em mares rasos e quentes. Os mares rasos e largos permitiram grande acomodação de sedimento, resultando em camadas de rocha grossas e repletas de fósseis. A idade relativamente recente contribui para a descoberta de fósseis, pois as camadas estão expostas em jazidas por todo o globo. O giz também é encontrado em camadas de outros períodos, não sendo exclusivo do Cretáceo. No norte da Europa temos o Grupo do Giz, que como o nome já diz é formado deste tipo de rocha, datando do Cretáceo Superior, sendo os penhascos brancos de Dover um exemplo bom, situados ao sul da Inglaterra. Na costa Franco Normanda também há depósitos similares aos de Dover.
Penhascos brancos de Dover
© Fanny
|
Outras rochas encontradas são arenitos, xistos e calcáreos. Fósseis como Ouriços do Mar, Belemnites, Amonites e répteis marinhos como os Mosassauros são comuns em estratos marinhos. No sul da Europa os estratos cretácicos são compostos de calcário competente (mais resistente à erosão e deformação) e giz incompetente (mais sujeito a erosão e deformação). Devido à cadeia de montanhas dos Alpes ainda não existirem no Cretáceo, esses depósitos se formaram na borda sul da plataforma continental européia, na margem do então Oceano de Tethys.
As correntes marinhas em meados do período Cretáceo diminuiram de ritmo e a estagnação em partes profundas do mar causou condições anóxicas (condições com falta de oxigênio) na água. Nestes locais formaram-se depósitos de xisto escuro, que hoje são importantes fontes de produção de petróleo ou gás, como observado na crosta submersa no Mar do Norte.
Tanto se fala do giz no Cretáceo pela sua quantidade, pois apesar de outros períodos terem produzido depósitos de giz, nenhum outro superou o Cretáceo em quantidade, dentre todos os períodos do Fanerozóico. Esses carbonatos abundantes e outros depósitos sedimentares fizeram das rochas do Cretáceo um registro muito bom. Formações famosas da América do Norte incluem os ricos depósitos marinhos do Membro Smoky Hill Chalk no Kansas e os da fauna terrestre do Cretáceo Superior da Formação Hell Creek.
Formações rochosas de Smoke Hill Chalk - Kansas © Jayne Humphrey Pearch |
Formações de arenito de Flaming Cliffs - Mongólia © Foto retirada de Wikipedia.org |
Agora
trataremos de um tema bem importante, o clima daquele tempo, pois como
eu já disse no artigo do Jurássico, o clima interfere em toda a
estrutura da vida no planeta. Durante o período derradeiro da Era
Mesozóica o clima mudou bastante, apresentando os primeiros sinais de
resfriamento desde o Triássico, com temperaturas baixas nos locais com
alta latitude. Você sabia que há indícios de neve naquele tempo?
Evidências apontam que houve queda de neve nas regiões mais próximas aos
polos, embora a glaciação com geleiras permanentes só tenha acontecido
nas grandes montanhas. Talvez, mais raramente, neve sazonal caísse em
regiões mais ao sul, porém nada muito significativo. Durante o Cretáceo
muitas rochas eram carregadas pelo gelo para ambientes marinhos, mas a
evidência de deposição direta de geleiras está limitada à Bacia
Eromanga, do Cretáceo Inferior do sul da Austrália. Nos trópicos a
umidade aumentou bastante. Confira a imagem de como seria a nossa região
nordeste na excelente ilustração de Richard Bizley. Aliás, caso queira
contatá-lo para saber mais sobre a arte dele pode acessar o site dele em
www.bizleyart.com ou pelo e-meil dele: richard@bizleyart.com
Cretáceo Inferior do Brasil - Santanaraptor e Lacusovagus © Richard Bizley |
Isso
tudo aconteceu durante o Berriasiano, a primeira idade do Cretáceo,
porém quando o Berriasiano acabou, a temperatura começou a subir
novamente e se mantiveram altas até o final do período. Essa tendência
de temperaturas altas se deveu à intensa atividade vulcânica que
produziu grandes quantias de dióxido de carbono. A produção de grande
quantia de magma elevou os níveis do mar, fazendo que grandes áreas de
crosta continental fossem inundadas formando os mares rasos sobre os
quais contei a você na parte da paleogeografia. O Mar de Tethys
conectava os oceanos tropicais do Oeste com o Leste o que colaborou para
o aquecimento global. Plantas de clima quente foram encontradas
fossilizadas até no Alaska ou Groenlândia, enquantro que fósseis de
dinossauros tem sido encontrados no que era o Pólo Sul do Cretáceo, o
que mostra que áreas hoje cobertas por geleiras extensas eram na verdade
bem quentes naquele tempo.
Uma temperatura branda e gradiente, que vai diminuindo muito gradualmente à medida que distancia-se do equador em direção aos pólos significava ventos globais mais fracos, contribuindo para menos elevação nos níveis das águas profundas, mantendo assim um oceano mais calmo que o atual. Essas características são comprovadas através de deposição de xisto negro e eventos anóxicos (com falta de oxigênio).
O núcleo dos sedimentos mostram que temperaturas de superfície marítima tropical podem ter atingido valores tão quentes quanto 42ºC, pelo menos 17ºC mais quente que a temperatura atual, tendo uma média de cerca de 37ºC. Já no fundo dos oceanos as temperaturas devem ter chegado a 15º - 20ºC a mais do que a atual.
As angiospermas foram evidentemente mais bem sucedidas que as gimnospermas. A causa é provavelmente o modo de propagação mais eficiente, mas também em parte pela diferença na estrutura dos tecidos. Um tipo de "acordo" foi feito com os insetos (e até mamíferos e aves) para a reprodução: as plantas forneciam comida, os animais ajudavam a dispersar o material genético da planta para fertilização. Como consequência disso é que surgiram flores coloridas, que chamam a atenção dos insetos. Esse caso é o de co-evolução, que já mencionei anterioremente.
Apesar de tudo isso, os fósseis de angiospermas são bem raros. As folhas de árvores e arbustos, que são razoavelmente resistentes raramente se preservam, herbáceas então, muito mais raramente e flores praticamente nunca. Por isso ainda não sabemos com certeza todos os detalhes de seu surgimento. Das plantas angiospermas do Cretáceo, as magnólias que ainda tem parentes vivos hoje, são tidas como plantas ancestrais por apresentarem estruturas primitivas. Mas como não há concenso sobre isso, pesquisas com base em DNA podem trazer mais luz ao caso. Outras angiospermas antigas são as Nogueiras, Loureiros e o Nenúfar.
As plantas florescentes passaram relativamente bem pela extinção do Cretáceo, embora tenham diminuído em número por um período de cerca de 100 mil anos, intervalo em que o planeta foi dominado por samambaias, voltaram a prosperar e tornaram-se predominantes daí em diante.
Uma temperatura branda e gradiente, que vai diminuindo muito gradualmente à medida que distancia-se do equador em direção aos pólos significava ventos globais mais fracos, contribuindo para menos elevação nos níveis das águas profundas, mantendo assim um oceano mais calmo que o atual. Essas características são comprovadas através de deposição de xisto negro e eventos anóxicos (com falta de oxigênio).
O núcleo dos sedimentos mostram que temperaturas de superfície marítima tropical podem ter atingido valores tão quentes quanto 42ºC, pelo menos 17ºC mais quente que a temperatura atual, tendo uma média de cerca de 37ºC. Já no fundo dos oceanos as temperaturas devem ter chegado a 15º - 20ºC a mais do que a atual.
Você
deve estar lembrado de como era o Jurássico certo? Era muito quente,
úmido, o que favoreceu o crescimento de inúmeras plantas, em sua maioria
samambaias e cicadáceas, certo? Pois no final do período Jurássico o
clima começou a esfriar e assim prosseguiu no começo do Cretáceo, como
já expliquei na parte do clima.
Antes
do Cretáceo não haviam muitas árvores folhosas, apenas espécies com
folhas modificadas, como coníferas, que tem folhas em formas de
espinhos. No Cretáceo muitas espécies de folhosas surgiram, assim como
as primeiras gramíneas, mas ainda não conseguiam prosperar tanto e eram
bem restritas, enquanto que árvores como a Araucária ainda eram
abundantes e predominavam a maioria dos ambientes.
Dentre as primeiras folhosas estavam as figueiras, plátanos e magnólias. Ainda haviam samambaias como a Gleicheniales,
que era bem distribuída durante o período. Por outro lado as
Benetitáceas se extinguiram antes do fim do Cretáceo. Nas regiões
temperadas do globo as magnólias, sequóias, sassafrás e salgueiros eram
comuns e bem adaptados.Paisagem do Cretáceo: observe as plantas variadas © John Sibbick |
Logo
que o clima esquentou novamente as plantas como samambais, benetitales e
coníferas, assim como as cicadáceas, tomaram conta da paisagem e
firmaram raizes por todo o globo, assim como vinham fazendo já desde o
começo da Era Mesozóica. Não devemos deixar de observar que estas eram
todas plantas gimnospermas, ou seja, plantas que se reproduzem
diretamente por semente, não havia flores ainda. A Williamsonia, já presente no Jurássico continuou existindo até o fim do Cretáceo.
Mas aí é que vem a reviravolta na história, pois com algumas mudanças na fauna e no clima, plantas diferentes evoluíram, desenvolvendo novas estruturas reprodutivas mais eficientes, as flores! Ao mesmo tempo surgiram muitos insetos novos, pela primeira vez espécies polinizadoras de flores viviam no planeta. Entre estes insetos, estavam as primeiras abelhas e besouros, mas também haviam formigas e vespas, até mariposas.
Estas plantas que tem flores são chamadas de angiospermas. Entraram na jogada por volta de 110 a 135 milhões de anos atrás e foram aos poucos se diversificando, porém só conseguiram tomar o lugar das gimnospermas como plantas dominantes no final do período, por volta do Campaniano. Não se pode afirmar com certeza que antes disso não haviam flores, pois o que sabemos é que o fóssil mais antigo de angiosperma encontrado até agora vem da China e tem cerca de 125 milhões de anos, mas não podemos descartar a hipótese de que antes disso haviam flores ainda não descobertas.
Williamsonia sewardiana © Nobu Tamura |
Mas aí é que vem a reviravolta na história, pois com algumas mudanças na fauna e no clima, plantas diferentes evoluíram, desenvolvendo novas estruturas reprodutivas mais eficientes, as flores! Ao mesmo tempo surgiram muitos insetos novos, pela primeira vez espécies polinizadoras de flores viviam no planeta. Entre estes insetos, estavam as primeiras abelhas e besouros, mas também haviam formigas e vespas, até mariposas.
Estas plantas que tem flores são chamadas de angiospermas. Entraram na jogada por volta de 110 a 135 milhões de anos atrás e foram aos poucos se diversificando, porém só conseguiram tomar o lugar das gimnospermas como plantas dominantes no final do período, por volta do Campaniano. Não se pode afirmar com certeza que antes disso não haviam flores, pois o que sabemos é que o fóssil mais antigo de angiosperma encontrado até agora vem da China e tem cerca de 125 milhões de anos, mas não podemos descartar a hipótese de que antes disso haviam flores ainda não descobertas.
Sapindopsis anhouryi: uma angiosperma © The Virtual Fossil Museum |
Pesquisas
de DNA no entanto indicam uma origem durante o Permiano,
consequentemente um surgimento muito mais antigo. Aparentemente essas
angiospermas, se existiram em tempos tão remotos, eram muito modestas,
pois não há fósseis no registro geológico datando do Triássico ou
Jurássico. Pode-se comparar até com a existência dos mamíferos durante a
Era Mesozóica, ou seja, viviam em números reduzidos, não alcançando
tamanho ou distribuição expressiva, basicamente vivendo "na sombra" dos
dinossauros.
Não se sabe exatamente porque as angiospermas
demoraram tanto para surgir e como conseguiram se diversificar tão
rapidamente durante um período de tempo relativamente curto no tempo
geológico. Uma das hipóteses levantadas é de que os insetos foram os
responsáveis por ajudar na rápida dispersão das plantas através da
polinização. Os pesquisadores até consideram as angiospermas e insetos
como exemplo de co-evolução, que é o caso em que uma espécie evoluiu
junto com outra de forma que se tornam adaptados umas às outras, assim
uma contribui à sobrevivência da outra.
Até
outros animais podem ter contribuido para a dispersão das plantas
florescentes. No entanto, dizem alguns pesquisadores que já haviam
outros grupos de plantas na época que também eram polinizadas por
insetos ou dispersas por animais, apesar de não possuírem flores. Um
segunda explicação seria a taxa de crescimento rápido das angiospermas,
que era bem maior do que a das coníferas e cicadáceas e outras
gimnospermas, o que deve ter contribuido para o sucesso desse grupo de
flora. A imagem a seguir demonstra a presença das flores na época, apesar de um tanto exagerada em quantia.
Tiranossauro e Dromaeosaurus em um campo de flores
© Blair Sampson |
As angiospermas foram evidentemente mais bem sucedidas que as gimnospermas. A causa é provavelmente o modo de propagação mais eficiente, mas também em parte pela diferença na estrutura dos tecidos. Um tipo de "acordo" foi feito com os insetos (e até mamíferos e aves) para a reprodução: as plantas forneciam comida, os animais ajudavam a dispersar o material genético da planta para fertilização. Como consequência disso é que surgiram flores coloridas, que chamam a atenção dos insetos. Esse caso é o de co-evolução, que já mencionei anterioremente.
Apesar de tudo isso, os fósseis de angiospermas são bem raros. As folhas de árvores e arbustos, que são razoavelmente resistentes raramente se preservam, herbáceas então, muito mais raramente e flores praticamente nunca. Por isso ainda não sabemos com certeza todos os detalhes de seu surgimento. Das plantas angiospermas do Cretáceo, as magnólias que ainda tem parentes vivos hoje, são tidas como plantas ancestrais por apresentarem estruturas primitivas. Mas como não há concenso sobre isso, pesquisas com base em DNA podem trazer mais luz ao caso. Outras angiospermas antigas são as Nogueiras, Loureiros e o Nenúfar.
As plantas florescentes passaram relativamente bem pela extinção do Cretáceo, embora tenham diminuído em número por um período de cerca de 100 mil anos, intervalo em que o planeta foi dominado por samambaias, voltaram a prosperar e tornaram-se predominantes daí em diante.
Algumas
angiospermas antigas e outras plantas foram coletadas em uma montanha
de travertino próximo à Sézanne na França. Travertino é um composto
mineral formado geralmente em fontes termais de água mineral,
quando carbonato de cálcio é dissolvido na água, que ao vazar nas
encostas das montanhas ou colinas cobrem todo o solo e material orgânico
presente ali, como plantas e possíveis restos de animais pequenos. Em
alguns casos esse travertino endurece e petrifica, originando fósseis.
Os fósseis de Sézanne são de aproximadamente 60 milhões de anos e na
maioria consistem de pequenas folhas, cuja forma é bem parecida, mas de
difícil identificação. O mesmo local é famoso na França por ser o sítio
onde a mais antiga folha de vinha foi encontrada, o que atraiu atenção
devido à tradição francesa de gosto por vinhos.
As árvores Ginkgoáceas, às quais pertencem os Ginkgos, ainda existiam, mas com menor importância. Ciprestes-calvos e Bétulas estavam prosperando enquanto que os Fetos, como o Onychiopsis, acabaram restritos às áreas mais úmidas do globo, embora ainda abundassem nestas regiões. As Betulites são fósseis de folhas da família das Bétulas, geralmente preservadas sem os galhos. Os Carvalhos surgiram também por volta dessa época.
Todos
os continentes estavam cobertos por plantas, inclusive as regiões mais
frias como Austrália e Antártica. Abaixo você confere uma reconstrução
paleoambiental mostrando Angiospermas, Gimnospermas, Nothofagus, Araucárias, Podocarpos, Cicadáceas, Proteáceas e Stenocarpus.
As árvores Ginkgoáceas, às quais pertencem os Ginkgos, ainda existiam, mas com menor importância. Ciprestes-calvos e Bétulas estavam prosperando enquanto que os Fetos, como o Onychiopsis, acabaram restritos às áreas mais úmidas do globo, embora ainda abundassem nestas regiões. As Betulites são fósseis de folhas da família das Bétulas, geralmente preservadas sem os galhos. Os Carvalhos surgiram também por volta dessa época.
Betulite em nódulo ferruginoso © Bernard Faye/MNHN |
Austrália no Cretáceo © Karen Carr |
Então
pessoal, vamos à parte que a maioria estava esperando, finalmente
falaremos dos animais que habitaram a Terra no período Cretáceo. No fim
do Jurássico não houve extinção em massa, então os animais em geral
puderam prosseguir evoluindo e se diversificando ainda mais. Grupos bem
conhecidos de dinossauros continuaram existindo.
Os Saurópodes, grandalhões que no Jurássico eram mais representados por Diplodocídeos e Braquiossaurídeos passaram a se mostrar em formas diferentes no Cretáceo, como os Titanossaurídeos. Alguns eram modestos em tamanho, enquanto que outros chegaram a medidas genuinamente titânicas. Entre os titanossaurídeos houve o Saltasaurus, o próprio Titanosaurus, o Rapetosaurus e o gigantesco Argentinossauro. Embora não houvessem muitos, os Diplodocóides ainda existiram durante o Cretáceo Inferior, um bom exemplo é nosso brasileiríssimo Amazonsaurus. Uma outra família que prosperou foi a Rebbachisauridae, com integrantes como Rebbachisaurus, Nigersaurus e Demandasaurus vivendo nessa época. A outra família de saurópodes que habitou a Terra nesse príodo foi a dos Dicraeosauridae, incluindo Amargasaurus, Dicraeosaurus e Brachytrachelopan. Apesar de tudo ainda havia Braquiossaurídeos, como o Abydosaurus, Angloposeidon, Cedarosaurus, Dinodocus, Pelorosaurus, Sonorasaurus só para citar alguns. Pode ser que outros grupos tenham sobrevivido nesse período, mas em menor quantia e significância que os demais citados.
Outros grupos surgiram também, há cerca de 120 milhões de anos, incluindo os Ceratopsianos, herbívoros com chifres e adornos ósseos no crânio, os Paquicefalossauros, herbívoros menores também com adornos na cabeça, dois grupos que juntos constituem o clado Marginocephalia. Alguns exemplares famosos de Marginocéfalos são o Triceratops, Torossauro, Paquicefalossauro, Stegoceras e Paquirrinossauro.
Os Saurópodes, grandalhões que no Jurássico eram mais representados por Diplodocídeos e Braquiossaurídeos passaram a se mostrar em formas diferentes no Cretáceo, como os Titanossaurídeos. Alguns eram modestos em tamanho, enquanto que outros chegaram a medidas genuinamente titânicas. Entre os titanossaurídeos houve o Saltasaurus, o próprio Titanosaurus, o Rapetosaurus e o gigantesco Argentinossauro. Embora não houvessem muitos, os Diplodocóides ainda existiram durante o Cretáceo Inferior, um bom exemplo é nosso brasileiríssimo Amazonsaurus. Uma outra família que prosperou foi a Rebbachisauridae, com integrantes como Rebbachisaurus, Nigersaurus e Demandasaurus vivendo nessa época. A outra família de saurópodes que habitou a Terra nesse príodo foi a dos Dicraeosauridae, incluindo Amargasaurus, Dicraeosaurus e Brachytrachelopan. Apesar de tudo ainda havia Braquiossaurídeos, como o Abydosaurus, Angloposeidon, Cedarosaurus, Dinodocus, Pelorosaurus, Sonorasaurus só para citar alguns. Pode ser que outros grupos tenham sobrevivido nesse período, mas em menor quantia e significância que os demais citados.
Rapetosaurus sendo atacados por Majungasuchus © Mark Hallett/Mark Hallett Paleoart 2000 All Rights Reserved |
Outros grupos surgiram também, há cerca de 120 milhões de anos, incluindo os Ceratopsianos, herbívoros com chifres e adornos ósseos no crânio, os Paquicefalossauros, herbívoros menores também com adornos na cabeça, dois grupos que juntos constituem o clado Marginocephalia. Alguns exemplares famosos de Marginocéfalos são o Triceratops, Torossauro, Paquicefalossauro, Stegoceras e Paquirrinossauro.
Pachycephalosaurus: um marginocéfalo © Vlad Konstantinov Arte feita par De Agostini Japan |
A
imagem do Pachycephalosaurus acima foi feita por Vlad Konstantinov, que
também participou da produção de "Dinosaur Revolution". Esta imagem foi
produzida para De Agostini Japan, e como requisitado pelo autor, como agradecimento pela autorização do uso da arte, deixo aqui o contato dele: swordlord@rambler.ru
Os Iguanodontídeos, ornitópodes mais antigos que dominaram o início do Cretáceo, deram origem mais ao fim do período, aos Hadrossauros, dinossauros comedores de plantas com bico e cristas exuberantes dos mais diferentes formatos e tamanhos. Estes grandes herbívoros costumavam viver em grandes bandos e frequentemente viravam presa de tiranossaurídeos. Desenvolveram um método de mastigação, algo raro entre dinossauros, no qual empregavam baterias com milhares de dentes para triturar a vegetação. Ainda haviam ornitópodes pequenos, como o Hypsilophodon. Eu costumo ver esses Ornitópodes como os Gnus e Bisões do Cretáceo, ocupando um papel semelhante no nicho ecológico em que viviam.
Os Iguanodontídeos, ornitópodes mais antigos que dominaram o início do Cretáceo, deram origem mais ao fim do período, aos Hadrossauros, dinossauros comedores de plantas com bico e cristas exuberantes dos mais diferentes formatos e tamanhos. Estes grandes herbívoros costumavam viver em grandes bandos e frequentemente viravam presa de tiranossaurídeos. Desenvolveram um método de mastigação, algo raro entre dinossauros, no qual empregavam baterias com milhares de dentes para triturar a vegetação. Ainda haviam ornitópodes pequenos, como o Hypsilophodon. Eu costumo ver esses Ornitópodes como os Gnus e Bisões do Cretáceo, ocupando um papel semelhante no nicho ecológico em que viviam.
Iguanodon © Todd Marshall |
Hadrossauros: Parassaurolofo e Lambeosaurus © John Sibbick |
Hypsilophodon © Nick Norby |
Ankylosaurus © Discovery Channel |
Não posso deixar de comentar sobre os predadores do período, certo? Pois bem, assim como nos dois períodos anteriores da era em questão, havia diversos tipos de dinossauros predadores. No Jurássico os principais grupos foram os Ceratossaurídeos, Megalossaurídeos, Allossaurídeos e Coelurossaurídeos. No período seguinte os quatro grupos continuaram existindo, mas nem todos chegaram ao final da era, pois os Megalossaurídeos sumiram no meio do Cretáceo. E já que estes terópodes megalossaurídeos, que pertencem à superfamília Megalosauroidea, foram os primeiros a sumirem, vou dar uma breve revisão sobre eles primeiro.
A Megalosauroidea é uma superfamília que abriga vários grupos de dinossauros uns mais outros menos conhecidos, entre estes está a família Piatnitzkysauridae, que é composta de alguns terópodes menos conhecidos como o Piatnitzkysaurus. Já as famílias Spinosauridae e Megalosauridae são bem mais conhecidas e apresentam espécies mais populares. Destas famílias, algumas espécies sobreviveram ao Jurássico e deram origem a outras durante o Cretáceo, mas nenhuma chegou ao final do período. A família mais conhecida de megalossaurídeos do Cretáceo foi a dos espinossaurídeos, grupo particularmente bem sucedido no começo do período, embora com as mudanças de clima e dos níveis do mar o grupo tenha se extinguido. A maioria dos Espinossauros viveu no hemisfério sul, embora o Barionix tenha sido um exemplar da metade norte do planeta. Entre alguns terópodes deste grupo posso citar o Espinossauro, o Irritator, o Angaturama, o Barionix e o Oxalaia, sendo que todos estes eram predadores de médio a grande porte, provavelmente os maiores de seus respectivos nichos.
Irritator: um espinossaurídeo © Patrick Król Padilha |
Por falar em espécies grandes vou continuar abordando os predadores maiores antes de focar nos pequenos, portanto acredito que devo mencionar outro grupo importante, o dos Ceratossaurídeos.
Os Ceratossaurídeos foram dinossauros de tamanhos variados, de porte pequeno a grande, com características variadas. De maneira geral pode-se definir um terópode como sendo deste grupo se este tiver mais parentesco com o gênero Ceratosaurus do que com as aves. Entre as espécies que viveram no Cretáceo vou citar o Deltadromeus e o Genyodectes. Além do grupo dos Abelisauróides (Abelisauroidea). Dentro deste grupo temos as famílias Abelisauridae e Noasauridae. Como exemplos de Noassaurídeos lhes apresento o Laevisuchus, o Masiakasaurus, o Noasaurus e o Velocisaurus, todos do Cretáceo.
Masiakasaurus © Rodolfo Nogueira |
Até então imaginava-se que este grupo de terópodes só existira no Cretáceo, porém com este achado entendemos que sua linhagem começou a evoluir bem antes. Estes abelissaurídeos também fazem parte da infraordem Ceratosauria. Alguns exemplos dos Abelissaurídeos são o Abelisaurus, Pycnonemosaurus, Majungasaurus, Kriptops, Carnotaurus, Aucasaurus. Eram predadores bem velozes se comparados aos Tiranossaurídeos, mas uma coisa possuíam em comum, braços ridiculamente pequenos. Menores ainda que os dos "répteis tiranos", alguns não tendo nem sequer como movimentar o braço pra frente, como o Carnotauro que nem garras na mão possuía. Sua característica marcante era o crânio curto e alto, alguns apresentando cristas, calombos ou chifres. Tinham pernas longas e devem ter sido predadores bem ativos, assim como os ceratossaurídeos do período anterior.
Carnotaurus: um abelissaurídeo © Melissa Frankford |
Abelisaurus: um abelissaurídeo © Rodolfo Nogueira |
Durante o início do Cretáceo os Alossaurídeos, e quando digo isso me refiro a todos da superfamília Allosauroidea, se diversificaram a partir das inúmeras espécies do Jurássico. Embora no Jurássico espécies como o Alossauro e Saurophaganax tenham sido grandes predadores, seu grupo decaiu e deu espaço para outros predadores de topo ocuparem, e em muitas regiões essa brecha levou à origem de uma família nova e bem sucedida, a Carcharodontosauridae, à qual pertenciam espécies de dinos gigantescos, predadores como o Carcharodontosaurus, o Giganotosaurus, o Acrocanthosaurus, o Concavenator, o Tyranotitan, o Mapusaurus além de outros. Confira a bela ilustração do Concavenator, entre os mais novos dinossauros descobertos, feita por Felipe Alves Elias, um grande paleoartista, entre os melhores do país. Não deixe de conferir outras ilustrações no portfólio dele, basta acessar clicando aqui!
Concavenator © Felipe Alves Elias |
A maior parte destes predadores deve ter sido veloz e ativa, caçando presas variadas. Uma característica comum destes dinos é a mão com três dedos e crânios grandes com formato bem característico, mais "quadrado" e fino que os demais terópodes, com dentes típicos para corte de carte, estreitos e serrilhados.
Acho que agora você já deve ter uma ideia de quais são os terópodes deste grupo, certo? Por eliminatória da pra imaginar que muitos dos terópodes pequenos, os mais emplumados e até alguns grandes como o T.rex fazem parte deste conjunto. É sem dúvida o mais numeroso e diverso conjunto dos quatro que abordamos aqui.
Uma definição básica para animais do grupo Coelurosauria determina que são os dinossauros terópodes com mais parentesco com Aves do que com Carnossauros. Portanto existem diversos tipos de terópodes neste "pacote", um grupo bem misto, contando com predadores de topo como os Tiranossaurídeos, a pequenos carnívoros oportunistas e insetívoros como os Alvarezsaurídeos, indo também dos dinos velozes onívoros como os Ornitomimídeos aos grandes e desajeitados Terizinossaurídeos, que estranhamente eram herbívoros. Tinhamos os velozes Maniraptores e os bizarros Oviraptorídeos, com bicos afiados e cristas estranhas.
O paleontólogo Philip J. Currie até chegou a afirmar que, na opinião dele, todos os terópodes Celurossauros eram emplumados, uma vez que a maior parte das evidências de dinossauros com tal característica pertença a este grupo.
Enfim, posso citar várias espécies de Celurossauros que habitaram nosso planeta durante o "período do giz", e o farei de acordo com os principais grupos. Vamos aos mais famosos já de cara, os Tiranossaurídeos. Dentro da superfamília Tyrannosauroidea a maioria viveu no Cretáceo, sendo os mais famosos o Tyrannosaurus rex, Albertosaurus, Alioramus, Daspletosaurus, Alectrosaurus, Gorgosaurus, Tarbosaurus além de mais um punhado desses grandalhões dentuços. Os animais deste grupo habitaram o hemisfério norte do planeta Terra, dominando seus nichos como predadores de topo, alguns como o T.rex tornando-se extremos da evolução, com corpo robusto e várias armas adaptadas à caça e captura de presas grandes.
Gorgosaurus: um tiranossarídeo © Nick Norby |
Outra família de Celurossauros é bem o oposto desta citada anteriormente, pois compõem-se de animais de pequeno porte, sendo que a maioria nem viveu no Cretáceo, embora alguns poucos tenham se desenvolvido neste tempo. A família em questão é Coeluridae, cujos exemplares cretácicos foram Sinosauropteryx da China e o brasileiro Mirischia.
Mirischia: um celurossaurídeo compsognatídeo © Felipe Alves Elias |
Fóssil do celurossaurídeo italiano Scipionyx © Giovanni Dall'Orto |
Dromaeosaurus © Pietro Antognioni |
Oviraptor © Melissa Frankford |
Pelecanimimus: um ornitomimossaurídeo © Nick Norby |
Até agora, todas as espécies descritam pertencem ao Cretáceo, embora haja indícios de possíveis espécimes jurássicos. Mas o que nos interessa são os mais recentes e aqui estão alguns gêneros conhecidos: Therizinosaurus, Falcarius, Nothronychus, Beipiaosaurus e Alxasaurus, embora haja vários outros além destes.
Therizinosaurus © Luis V. Rey |
Outra das subcategorias de Maniraptores é Alvarezsauroidea, que abriga Alvarezsauridae e Parvisursoridae. Esta coleção classifica pequenos terópodes muitas vezes tidos como parentes próximos dos Ornitomimossauros, pois tinham pernas longas e devem ter sido bons corredores, além de todo um design corporal semelhante. Porém, estes pequenos dinos que não chegavam a 1 metro de comprimento na maioria, embora haja indicações de que alguns gêneros chegavam aos 2 a 2,5 metros. Tinham dentes e perderam seus longos braços, desenvolvendo apenas um dedo com uma forte garra, que se supõe eram usados para cavam cupinzeiros, cascas de árvores entre outras coisas em busca de insetos. Imagina-se que eram emplumados também. Exemplos são Patagonykus, Linhenykus, Albertonykus, Parvicursor, Shuvuuia, Alvarezsaurus, todos do Cretáceo.
Shuvuuia: um alvarezsaurídeo © Luis V. Rey |
Primeiro vejamos os portadores das "garras terríveis". Já comentei um pouco sobre eles, mas assim mesmo vou dar mais uns exemplos, afinal, são muito legais, não são? Uma das famílias de Deinonicossauros foi Troodontidae, que é composta por pequenos predadores emplumados do Cretáceo como o Troodon, Saurornithoides, Sinornithoides, Sinovenator, Mei, entre outros. Tidos como muito inteligentes para os padrões reptilianos, estes dinos são frequentemente mostrados em livros e documentários.
Mei: um troodontídeo © José Vitor Silva |
O ultimo clado de Dromaeosauridae é o que você provavelmente estava esperando mais pra ver, denominado Eodromaeosauria, ou "Verdadeiros Dromaeossauros". Este clado abriga os famosos raptores vistos na mídia e Deinonychus, Velociraptor, Utahraptor, Dromaeosaurus, Tsaagan, Bambiraptor e Saurornitholestes são apenas alguns dos mais afamados.
Velociraptor: talvez o mais reconhecido dos dromaeossauros © Melissa Frankford |
Já que estamos falando em dinossauros terópodes incluindo as aves quero aproveitar para ressaltar que ao contrário do que muita gente pensa, a era dos dinossauros não teve seus céus totalmente e unicamente dominados por aves, que eram minoria, mas sim por Pterossauros, os famosos répteis alados.
Como você já deve saber, os Pterossaros, um grupo de répteis alados, surgiu no Triássico e perdurou até o fim da Era Mesozóica. Estes foram os primeiros vertebrados a voar ativamente, com bater de asas e foram extremamente bem sucedidos. Os primeiros eram pequenos e dentuços, com longas caudas, mas com o decorrer do tempo evoluíram para espécies maiores, desdentadas e sem cauda. Estas eram a maioria no Cretáceo, muitos apresentando cristas incríveis, de formas e possivelmente cores bem berrantes. Claro que ainda existiam algumas espécies com dentes, como os indivíduos do grupo Anhangueridae ou Ornithocheiridae, como Ornithocheirus, Anhanguera, Brasileodactylus, Ludodactylus, Caloborhynchus só para citar alguns.
Anhanguera: um Ornithocheirídeo © Maurilio Oliveira |
Geosternbergia: um pteranodontídeo © John Sibbick |
Quetzalcoatlus © Mark Witton |
Por outro lado outros menores chamam a atenção pelas cristas exuberantes, como o Tupuxuara, Nyctosaurus e Tapejara.
Tupuxuara © Felipe Alves Elias |
No Cretáceo os mamíferos ainda eram tímidos comparados a outros grupos de animais, porém estavam lá. Os mamíferos marsupiais e monotremados mais antigos conhecidos são desse tempo, assim como os mamíferos placentários, que surgiram provavelmente no meio do Cretáceo. Além disso, um grupo de mamíferos similares a roedores chamados Multituberculados, já existentes desde o Jurássico, se tornaram comuns na Ásia e América do Norte, embora tenham sido extintos posteriormente.
Eomaia: mamífero do Cretáceo © Nobu Tamura |
Archelon © Dimitry Bogdanov |
Crocodilos e seus outros parentes do grupo Crurotarsi se diversificaram em formas variadas. Gigantes como o Deinosuchus e Sarchosuchus se destacam, mas haviam espécies de répteis menores como os estranhos crocodilomorfos brasileiros Uberabasuchus, Mariliasuchus e Montealtosuchus, além de vários outros.
Sarcosuchus: um crocodilo do Cretáceo © José Vitor Silva |
Mariliasuchus: um crocodilomorfo do Cretáceo © Felipe Alves Elias |
Durante o Cretáceo, insetos começaram a se diversificar e as formigas mais antigas, cupins e alguns lepidópteros parentes de borboletas e mariposas, apareceram. Afídeos, gafanhotos e vespas surgiram.
Durante o Cretáceo os Anfíbios já tinham evoluído bastante, mas ainda existiam formas primitivas. Muitos atingiram tamanhos extremos, como o sapo gigante Beelzebufo, descoberto em Madagáscar, cujo tamanho indica que fosse capaz de comer até pequenos dinossauros. Anfíbios Temnospôndilos ainda prosperavam em menor quantidade, como por exemplo o australiano Koolasuchus.
Beelzebufo © Todd Marshall |
Koolasuchus © BBC |
Para citar alguns exemplares de répteis marinhos do período, começo com os Ictiossauros, dentre os quais temos o Acamptonectes e o Platypterygius.
Platypterygius: um Ictiossauro © Andrey Atuchin |
Elasmosaurus: um plesiossauro © Andrey Atuchin |
Brachauchenius caçando um Hesperornitiforme © Dimitry Bogdanov |
Dolichorhynchops: um Policotilídeo © Rafael Albo |
Clidastes: um mosassauro © Andrey Atuchin |
Mosasaurus hoffmanni © Sergey Krazovskiy |
Prognathodon e Elasmosaurus © Alain Bénéteau |
O tubarão Cretoxyrhina © National Geographic |
O peixe Xiphactinus © Dimitry Bogdanov |
Bonnerichthys: um peixe gigantesco © Dimitry Bogdanov |
O Cretáceo também foi um ponto alto na evolução do plâncton. Muitos outros tipos de plâncton calcáreo alcançaram seu auge nesse tempo. Estes organismos dominaram o plâncton na maioria dos oceanos até a Era Cenozóica, quando os mares resfriaram-se e a circulação das correntes mudou muito.
As Baculites, um gênero de amonite de concha reta e cônica, floresceu nos mares junto com moluscos rudistas formadores de recifes. Os Foraminíferos Globotruncanídeos e Equinodermos como Ouriços do Mar e Estrelas do Mar prosperaram.
Baculite © Eric Thorsen |
Você já deve ter percebido que o Cretáceo foi um período muito fértil em fauna e flora, os seres vivos prosperavam, muitos em seu auge evolutivo, outros começando a sobressair-se para originar novas espécies e posteriormente grupos extremamente bem adaptados à vida em diversos nichos. Foi um período decisivo para nossa própria evolução como mamíferos, afinal, será que estaríamos aqui caso os dinossauros não fossem extintos?
O
impacto de um meteorito ou cometa é hoje amplamente aceito como a
principal razão para o evento de extinção Cretáceo-Terciário. Houve um
declínio progressivo na biodiversidade durante o estágio Maastrichtiano
antes mesmo da crise ecológica atribuída aos eventos da fronteira K-T.
Além do mais, a biodiversidade necessitava de uma quantia substancial de
tempo para se recuperar do evento K-T, apesar da provável abundante
existência de nichos ecológicos vagos.
Existem várias hipóteses diferentes para explicar a extinção no fim do Cretáceo, mas não vou entrar em detalhes sobre isso aqui. Opto por usar a teoria mais aceita, mas caso queira conferir algumas hipóteses diferentes ou até as hipóteses mais absurdas acesse estes dois artigos, específicos sobre as teorias da extinção:
Apesar da severidade desse vento de fronteira, houve uma variabilidade significante na taxa de extinção entre e dentre diferentes clados. Espécies que dependiam de fotossíntese declinaram ou se extinguiram devido à redução da energia solar que chegava à crosta terrestre, encoberta por partículas atmosféricas que bloqueavam a luz solar. Como acontece hoje, organismos fotossintetizantes, como fitoplâncton e plantas terrestres, formavam a base da cadeia alimentar do Cretáceo Superior. Evidências sugerem que animais herbívoros, que dependiam das plantas e plâncton como fonte de comida, morreram à medida que suas fontes de comida se tornavam escassas, consequentemente, predadores de topo como os Tiranossauros, Carcharodontossauros, Espinossauros e Abelissauros também pereceram, junto com os maiores Répteis Marinhos e Pterossauros.
Existem várias hipóteses diferentes para explicar a extinção no fim do Cretáceo, mas não vou entrar em detalhes sobre isso aqui. Opto por usar a teoria mais aceita, mas caso queira conferir algumas hipóteses diferentes ou até as hipóteses mais absurdas acesse estes dois artigos, específicos sobre as teorias da extinção:
Apesar da severidade desse vento de fronteira, houve uma variabilidade significante na taxa de extinção entre e dentre diferentes clados. Espécies que dependiam de fotossíntese declinaram ou se extinguiram devido à redução da energia solar que chegava à crosta terrestre, encoberta por partículas atmosféricas que bloqueavam a luz solar. Como acontece hoje, organismos fotossintetizantes, como fitoplâncton e plantas terrestres, formavam a base da cadeia alimentar do Cretáceo Superior. Evidências sugerem que animais herbívoros, que dependiam das plantas e plâncton como fonte de comida, morreram à medida que suas fontes de comida se tornavam escassas, consequentemente, predadores de topo como os Tiranossauros, Carcharodontossauros, Espinossauros e Abelissauros também pereceram, junto com os maiores Répteis Marinhos e Pterossauros.
Cocolitóforos
e moluscos, incluindo Amonites, Rudistas, Lesmas de água doce e
Mexilhões se tornaram extintos ou sofreram perdas graves. Por exemplo,
imagina-se que Amonites eram a principal fonte de comida dos
Mosassauros, assim com seu desaparecimento tais répteis foram
prejudicados.
Animais onívoros, insetívoros e carniceiros sobreviveram ao evento de extinção, talvez por cusa da disponibilidade de comida que aumentou com a morte dos outros animais. No fim do Cretáceo parece que não haviam mamíferos puramente herbívoros ou carnívoros. Os mamíferos e aves que sobreviveram à extinção alimentaram-se de insetos, larvas, vermes e lesmas, que por sua vez comiam plantas e animais mortos, matéria em decomposição. Os cientistas teorizam que estes organismos sobreviveram ao colapso de cadeias alimentares baseadas em plantas porque se alimentavam basicamente de detritos.
Animais onívoros, insetívoros e carniceiros sobreviveram ao evento de extinção, talvez por cusa da disponibilidade de comida que aumentou com a morte dos outros animais. No fim do Cretáceo parece que não haviam mamíferos puramente herbívoros ou carnívoros. Os mamíferos e aves que sobreviveram à extinção alimentaram-se de insetos, larvas, vermes e lesmas, que por sua vez comiam plantas e animais mortos, matéria em decomposição. Os cientistas teorizam que estes organismos sobreviveram ao colapso de cadeias alimentares baseadas em plantas porque se alimentavam basicamente de detritos.
Nas
comunidades de riachos com correnteza, menos grupos de animais se
exintinguiram, pois tais animais dependem menos de plantas vivas para
comer, alimentando-se principalmente de detritos trazidos pela água a
partir das margens. Estes nichos ecológicos em particular protegeram
esta fauna da extinção. Padrões similares, mas muito mais complexos,
foram encontrados nos oceanos.
A
extinção foi mais severa entre animais que viviam na coluna d'água do
que em relação aos animais que vivem sobre ou dentro do solo oceânico.
Os animais da coluna de água são quase totalmente dependentes da
produção de fitoplâncton vivo, enquando os animais de fundo comem
detritos ou podem usá-los para substituir uma fonte viva de alimento.
Agiam como os lixeiros do oceano, capturando restos de animais mortos e
plantas em decomposição para sobreviver.
Os
maiores sobreviventes terrestres do evento, crocodilianos e
champsossauros, eram semi-aquáticos e tinham acesso aos detritos.
Crocodilos modernos podem viver como carniceiros e sobreviver por meses
sem comida e até entrar em hibernação ou um estado similar quando as
condições são desfavoráveis, além de que seus filhotes são pequenos,
crescem lentamente e comem basicamente invertebrados ou organismos
mortos nos primeiros anos de vida. Estas características tem sido
relacionadas à sobrevivência dos crocodilianos no fim do Cretáceo.
Provavelmente alguns pequenos dinossauros predadores, como os Dromaeossaurídeos, devem ter sobrevivido em pequenos números, dando origem às linhagens de aves atuais. Um exemplo disso foi mostrado no programa de TV "Dinosaur Revolution" ou "Reino dos Dinossauros" como foi chamado no Brasil. Após a extinção um pequeno grupo de Troodons consegue permanecer vivo, comendo restos de animais e se abrigando em buracos, onde os perigos do exterior não lhes afetam tanto.
No final das contas 16% de todas as famílias, 47% dos gêneros, e cerca de 71-81% de todas as espécies foram extintas com este evento devastador. Foi
realmente um período negro na história da biodiversidade da Terra, só
perdendo em proporção para a extinção do fim do Permiano.
Provavelmente alguns pequenos dinossauros predadores, como os Dromaeossaurídeos, devem ter sobrevivido em pequenos números, dando origem às linhagens de aves atuais. Um exemplo disso foi mostrado no programa de TV "Dinosaur Revolution" ou "Reino dos Dinossauros" como foi chamado no Brasil. Após a extinção um pequeno grupo de Troodons consegue permanecer vivo, comendo restos de animais e se abrigando em buracos, onde os perigos do exterior não lhes afetam tanto.
Um novo dia após a extinção © Alain Bénéteau |
Eu
gostaria de agradecer a todos os ilustradores e fotógrafos que
permitiram o uso de suas obras neste artigo. Sem a colaboração destes
artistas esta postagem seria muito menos interessante.
Lembrando que a maioria das imagens aqui foram utilizadas com a
permissão do autor, ou seja, apesar de estarem nessa página, não estão
livres para cópia e reprodução sem autorização do autor. Tive o trabalho
de pedir para cada um a devida autorização para uso e por isso gostaria
de pedir que não repasse adiante as imagens sem ter falado diretamente
com cada autor. Para conferir quem são os principais contribuintes do
Ikessauro acesse a galeria de Artistras Contribuintes!
Lembrando que se você é autor de alguma foto ou ilustração e deseja que sua obra não seja exibida, basta me contatar e removerei imediatamente sua propriedade.
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- Museu de Paleontologia da Universidade da Califórnia
- Museu de Paleontologia e Estratigrafia - UNESP
- Smithsoniam National Museum of Natural History - Geologial Time
- Australian Museum of Natural History - The Cretaceous Museum
- Han's Paleobotany Pages
- BBC Nature - Cretaceous Period
- National Geographic - Cretaceous Period
- Discovery Channel - Cretaceous Period
- Science Views - Cretaceous Period
- Cretaceous - Wikipedia - The Free Encyclopedia
- Dinosaur Mailing List - When is the Senonian?
- Late Cretaceous - Wikipedia - The Free Encyclopedia
- Melbourne Museum: Cretaceous
- Megalosauroidea - Wikipedia - The Free Encyclopedia
- Natural England: Cretaceous Period
- Ceratosauria - Wikipedia - The Free Encyclopedia
- New Mexico Museum of Natural History and Science
- Theropoda - Wikipedia - The Free Encyclopedia
- Universe Review
- Coelurosauria - Wikipedia The Free Encyclopedia
- Megalosauroidea - Wikipedia The Free Encyclopedia
- Natural History Museum - End-Cretaceous mass extinction
- Early Cretaceous - Wikipedia - The Free Encyclopedia
- Allosauroidea - Wikipedia - The Free Encyclopedia
- Competence (geology) Wikipedia - The Free Encyclopedia
- San Diego Natural History Museum
- UERJ - Período Cretáceo
- Continental Shelf - Wikipedia-The Free Encyclopedia
- Cocolitoforídeos - UFRGS
- Livro Virtual de Paleontologia: Cretáceo
- Virtual Fossil Museum
- ANELLI, Luiz E.. O Guia Completo dos Dinossauros do Brasil. São Paulo: Peirólopis, 2010.
- BARRET, Paul. Dinossauros. (Tradução: Carlos S. Mendes Rosa), São Paulo: Martins Fontes, 2003.
- LAMBERT, D;NAISH, D; WYSE, E. Enciclopédia dos dinossauros e da vida pré-historica. Ciranda Cultural, 2003.
- NORMAN, David. Atlas do Extraordinário: A era dos dinossauros. Vol. 1. Madri: Ediciones del Prado, 1995.
- NORMAN, David. Dinossauros. (Tradução: Otavio Albuquerque) Porto Alegre: L&M POCKET, 2011.
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