Dinossauros: Gigantes da Patagônia (2007)
Por: Marcus V. Cabral
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Hoje
assisti mais um filme que eu nunca tinha visto, um documentário feito
para IMAX em 3D e posteriormente lançado em Blu-ray, chamado "
Dinosaurs: Giants of Patagonia"
(Dinossauros: Gigantes da Patagônia, em português). Esse documentário
foi lançado já faz um bom tempo, 6 anos, porém justamente pela
dificuldade de acesso a ele é que nunca havia visto. Não há versão em
DVD de acordo com meu conhecimento. Enfim, o filme é claro trata dos
dinossauros encontrados na Patagônia, Argentina, com foco no Cretáceo,
época em que viveram alguns dos maiores animais que já pisaram nesse
planeta.
Confesso
que a curiosidade que eu tinha de ver este filme era grande, em parte
porque pouco se fala dele na internet. Não é como "Caminhando com os Dinossauros",
que todo paleo aficionado conhece, pois foi lançado especialmente para
os cinemas IMAX, cuja exibição é em 3D e foca muito na qualidade de
imagem e gráficos de alta resolução para impressionar o espectador.
Cinemas IMAX não são comuns e filmes feitos para essas salas são
geralmente exclusivos, não indo para a TV, por isso a divulgação é
pequena.
Pelas imagens que havia
visto na internet, parecia ser um filme muito bom e cheio de conteúdo
interessante, principalmente porque conta com a participação do
paleontólogo profissional Rodolfo Coria, da Argentina. Mas antes de
opinar no filme, vamos a um breve resumo da história e conteúdo.
O
filme começa mostrando um meteoro e nossa galáxia, depois fala da
Argentina e dos dinossauros em geral, mostrando cenários muito bonitos,
mencionando diferenças entre o planeta de hoje e no Cretáceo. Os
primeiros animais que vemos são répteis marinhos, um Ictiossaurídeo cuja
espécie não foi mencionada e um Liopleurodon. O estranho é que
embora muitos dinossauros tenham ficado não identificados, eles foram
posteriormente reconhecidos como algum gênero conhecido da Argentina,
mas o Ictiossaurídeo não foi, nem sequer seu gênero foi definido.
Somos
então levados às planícies desérticas da Argentina, onde conhecemos o
paleontólogo Rodolfo Coria, renomado pesquisador argentino que começa
nos contar sobre suas experiências na busca por dinossauros. Sempre
acompanhando suas andanças por belos cenários onde fósseis foram
achados, ouvimos a história do achado do Argentinossauro e então somos
transportados para 90 milhões de anos atrás, para ver o bichão em "carne
e osso".
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Além
de ver o Argentinossauro em um cenário muito bonito, vemos como seriam
seus ninhos e a aparição de um dinossauro carnívoro pequeno e emplumado
chamado
Unenlagia, apelidado de
Sharp Feathers ("Penas Afiadas", em português
). Ele ataca os ovos dos Argentinossauros no ninho. Um pequeno macho Argentinossauro que acaba de nascer é apelidado de
Strong One ("O Forte" em inglês).
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Como
de praxe o narrador vai explicando sobre os dinos e sua época,
apresentando fatos descobertos pelos paleontólogos. Cenários
pré-históricos aparecem com pterossauros sobrevoando, sendo que em certo
momento um deles se aproxima e voa em direção à câmera, nos permitindo
ver que se trata de um Anhanguera, embora o narrador não o identifique.
Aparecem outros pequenos herbívoros também não identificados, que
segundo informações dadas fora do filme seriam do gênero
Gasparinisaura e também
Anabisetia. Outro pterossauro que aparece é o
Pterodaustro, porém não é identificado também.
Em
seguida vemos novamente o Dr. Coria, chegando a um local onde ele
observa e registra pegadas de dinossauros no chão, enquanto ele mesmo
narra a cena, comentando dos aspectos interessantes da vida de
paleontólogo e sobre como foi a descoberta do
Giganotosaurus.
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A
partir da pegada, que claramente é de um terópode grande, voltamos ao
Cretáceo para ver um ninho de Giganotossaurídeo, com um dos pais que
aparece expulsando o
Unenlagia que tentava roubar os ovos e outro
Giganotossaurídeo que também surge ali por perto. O Giganotossaurídeo
observa um filhote nascer, todo emplumado, o qual nos é apresentado como
uma fêmea apelidada de
Long Tooth ("Dente Longo" em inglês). Em
seguida mais alguns cenários belos e explicações do narrador, até
começar a debater a possibilidade dos Argentinossauros serem atacados
por predadores.
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A
partir daí não parece haver mais eventos significantes na vida dos dois
personagens centrais, apenas explicações e um corte para o Cretáceo
Superior da América do Norte. No céu
Quetzalcoaltus aparece voando e no espaço o cometa se aproxima, entra na atmosfera e por um breve momento um
Tyrannosaurus rex caminha
tranquilo enquanto pedaços do meteoro cortam o céu como estrelas
cadentes. Em seguida o choque devasta tudo, só mostrando um grupo de
saurópodes vivos após o impacto. Eles andam em um local desolado, até
que um deles cai morto, porém os demais o ignoram e continuam em frente
cabisbaixos. Tais saurópodes não são identificados e parecem bem com os
Argentinossauros, embora no site Wikipedia estejam identificados como
Alamosaurus.
O narrador explica que ainda restam dinossauros, as aves e por fim o Dr. Coria aparece novamente, para deixar mais uma mensagem.
Ao
todo, são pelo menos 15 gêneros de animais pré-históricos retratados,
mas os peixes e uma libélula tiveram muito pouca atenção e ficam até
esquecidos, não sendo nem mencionados na maioria das listas de espécies
do filme disponíveis na internet. Confira a lista de gêneros a seguir:
- Gasparinisaura (Não identificado no filme)
- Argentinosaurus
- Giganotosaurus (Apenas mencionado)
- Mapusaurus
- Unenlagia (Muitas vezes chamado apenas de raptor)
- Anabisetia (Não identificado no filme)
- Liopleurodon
- Quetzalcoatlus
- Anhanguera (Não identificado no filme)
- Pterodaustro (Não identificado no filme)
- Ictiossaurídeo (Não identificado no filme)
- Tyrannosaurus rex
- Alamosaurus (Não identificado no filme)
- Libélula (Não Identificada)
- Peixes (Não identificados)
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Agora
que você está sabendo o que do filme trata, vou fazer uns comentários
de opiniões pessoais que tive ao ver o vídeo e um pouco também de
opiniões de li por aí e que concordo. Bem, as imagens do documentário,
em questão de qualidade, são muito boas. Ainda mais vendo em resolução
alta, as imagens são impressionantes. Porém o filme não oferece muito
além disso.
Os dinossauros mostrados são bem populares, com exceção
de um ou outro, ou seja, nada de novidade aí. A ideia de usar um
paleontólogo profissional e que de fato é da região abordada foi um
ponto forte, afinal, dá mais credibilidade, pois o sujeito fala com
conhecimento e não apenas lendo um roteiro que lhe foi preparado.
Pelo
que percebi, a ideia do filme era que nós espectadores nos
identificássemos de alguma maneira com os personagens principais, o
Argentinossauro macho "
Strong One" e a Mapusaurus gêmea "
Long Tooth", mas isso não acontece tão bem quanto em outros documentários, como foi com o famoso "
Big Al" num dos especiais da BBC.
Mal
dá tempo da audiência se acostumar com os personagens, eles nascem e
crescem de uma cena pra outra, não há um acompanhamento de sua vida nem
nada. Isso porque o filme é em sua maioria composto de cenas de
paisagens bonitas com ângulos de câmera aéreos entremeadas por aparições
do Dr. Coria explicando as coisas. O objetivo da IMAX parece ter sido
apenas agradar o consumidor visualmente e não no conteúdo. Animais que
aparecem passaram despercebidos e identificados, em outros casos
informações pela metade aparecem. Um problema que encontrei foi o fato
de passarem metade do filme chamando os predadores de "Giganotossauros" e
só no final dizer que se tratava na verdade de um Mapussauro. Tá certo
que os animais são parentes, mas não quer dizer que dá pra sair por aí
trocando o nome de um por outro. Até que a comunidade científica
oficialmente aceite que são do mesmo gênero, ambos os dinos são
diferentes, em gênero e espécie e portanto devem ser desde o início
tratados como tal. A ideia dos produtores parece ter sido de
primeiramente chamar o predador apenas por um nome baseado no grupo,
como se fosse Giganotossaurídeos, mas não deixo isso claro e pode
confundir quem assiste. De uma hora para outra começam a dizer que o
dino não é mais um Giganotossauro e sim um Mapussauro. Quem é leigo em
paleontologia, e que convenhamos, compõe a maior parte do público alvo
do filme, fica meio perdido.
A parte de computação gráfica,
texturização e cores dos animais é realista, mas seus movimentos muitas
vezes deixam a desejar e em alguns momentos podemos perceber que a
texturização não foi tão caprichada. É uma qualidade boa, mas não chega a
ser tão boa quanto a de outros documentários, principalmente se
comparados aos da BBC.
Um ponto forte do longa é que se mantém firme
em relação aos fósseis, somente apresentando hipóteses baseadas em
achados reais. Outro aspecto interessante é que várias cenas foram
elaboradas de modo a intensificar o efeito 3D com que é apresentado no
cinema, como por exemplo, quando animais (peixes, pterossauros) se
deslocam em grande velocidade bem na direção da câmera, criando o famoso
efeito de sair da tela. Isso acontece quando o Ictiossauro não
identificado persegue um cardume de peixes que nada em direção à tela e
quando um Anhanguera também se dirige velozmente na mesma direção.
Esses
comentários são, é claro, opiniões pessoais minhas e não devem ser
tomados como certos sem prévia análise do filme. Assista o filme abaixo
disponível no YouTube para tirar suas conclusões. O filme parece estar
completo, porém em inglês sem legendas em português. Não vi o filme
completo pelo site, então não sei se falta alguma parte, embora pela
duração pareça estar inteiro.
Ao que tudo indica o filme não foi
lançado no Brasil nem em Blu-ray, porém existe a versão estrangeira, que
infelizmente não traz legendas em português. Uma vez que essa é a única
opção, temos que nos contentar e esperar que um dia seja
disponibilizado em português.
Por enquanto é isso pessoal, se curtiu a
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