Especiação
Biologia
A especiação pode ser classificada em alopátrica, simpátrica e parapátrica.
As especiações podem
ser entendidas como processos que levam à formação de novas espécies.
Elas ocorrem em virtude das diferenças surgidas no genoma de populações
diferentes de uma mesma espécie que ocasionaram o isolamento reprodutivo
e, consequentemente, o aparecimento de duas espécies diferentes. O
isolamento reprodutivo consiste na incapacidade de os indivíduos
trocarem os genes através do cruzamento.
Podemos dividir a especiação em três tipos básicos, tendo em vista aspectos geográficos: especiação alopátrica, especiação simpátrica e especiação parapátrica.
A especiação alopátrica,
acontece quando duas populações de uma espécie são separadas por uma
barreira geográfica. Essa barreira geográfica, que pode ser uma
montanha, um deserto ou floresta, por exemplo, causa uma separação
espacial (alopatria). Nesse caso, falamos que ocorreu um isolamento
geográfico.
Quando essas populações se separam,
podem sofrer diferentes pressões, uma vez que estão em áreas diferentes.
Essas pressões, com o passar do tempo, fazem com que ocorra uma
divergência genética e, consequentemente, um possível isolamento
reprodutivo. Muitos consideram esse tipo de especiação como o principal
modelo de especiação.
O efeito do fundador é um tipo especial
de especiação alopátrica. Nesse processo, uma pequena parte de uma
grande população migra para fora dos ambientes da população original. A
pequena população, geralmente, é levada à extinção. Entretanto, quando
as pequenas populações são bem-sucedidas, elas são conduzidas a uma
especiação mais rápida, em virtude, principalmente, da deriva genética.
Uma evidência da especiação alopátrica
pode ser observada em ilhas, em que uma espécie acaba se diferenciando
na aparência e ecologia. O exemplo mais clássico são os dos tentilhões
observados por Darwin nas ilhas Galápagos, que se diferenciam
principalmente pela forma do bico que é adaptada ao tipo de alimentação
de cada uma das 14 espécies.
A especiação simpátrica
é aquela que ocorre sem que haja separação geográfica. Nesse caso, duas
populações de uma mesma espécie vivem em uma mesma área, mas não ocorre
cruzamento entre as populações. É comum observar que alguma modificação
genética impediu esse intercruzamento, gerando assim diferenças que
levarão à especiação. É uma das especiações mais raras.
Acredita-se que a especiação simpátrica
seja responsável pela grande quantidade de espécies de peixes ciclídeos
encontrados no lago africano Victoria. Segundo alguns pesquisadores, o
lago foi colonizado por apenas uma espécie ancestral.
Existe ainda a especiação parapátrica,
que ocorre quando duas populações de uma mesma espécie diferenciam-se e
ocupam áreas contíguas, mas ecologicamente distintas. Por estarem em
áreas de contato, é possível o intercruzamento, que acaba gerando
híbridos. Essas áreas são chamadas de zona híbrida e acabam se tornando
uma barreira ao fluxo gênico entre as espécies que estão se formando.
Podemos citar como exemplo de especiação parapátrica o caso da grama Anthoxanthum.
Parte dessa espécie diferenciou-se graças à presença de metais no solo,
passando a ter floração em época diferente, o que impossibilitou o
cruzamento com a população original.
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