sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Rede de filogeografia

12/11/2010
Por Alex Sander Alcântara
Agência FAPESP – Para promover o desenvolvimento das pesquisas em filogeografia é preciso uma maior comunicação e integração entre as áreas relacionadas. A afirmação foi feita por pesquisadores presentes no Simpósio Internacional sobre Filogeografia, organizado pelo Programa Biota-FAPESP nos dias 8 e 9 de novembro na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (USP).
Os cientistas também se comprometeram a, nos próximos seis meses, formatar uma rede colaborativa sobre filogeografia que reúna pesquisadores na América do Sul.

“Precisamos de uma rede de colaboração para integrar áreas e visões e para podermos pensar juntos as importantes questões levantadas no simpósio”, disse João Alexandrino, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e co-organizador do encontro.

De acordo com Celio Haddad, professor do Instituto de Biociências de Rio Claro da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e coordenador do evento, o objetivo do simpósio foi plenamente atingido.
“Nosso objetivo foi divulgar a filogeografia, um ramo multidisciplinar da ciência que reúne um conjunto de áreas. Pretendemos dar um impulso na filogeografia por meio do programa Biota-FAPESP. O simpósio atendeu tanto a especialistas quanto a graduandos que querem iniciar nessa área”, disse Haddad, que também é membro da coordenação do Biota-FAPESP.

“Tivemos a participação de estudantes de biologia, geografia, ecologia, geologia e outras áreas. Além de reunir pesquisadores, quisemos alcançar os graduandos”, disse.
Durante os dois dias, o público deparou com uma complexidade de temas que envolveu desafios e avanços nas pesquisas. Foram apresentados estudos sobre biogeografia e paleoecologia, além de trabalhos filogeográficos em plantas, organismos aquáticos, anfíbios, pássaros e mamíferos.
Durante os debates, os pesquisadores levantaram alguns pontos divergentes, como o conflito entre o papel da taxonomia e da filogeografia. Segundo eles, é preciso uma maior aproximação entre as duas áreas.
Outro ponto levantado disse respeito às fontes de dados disponíveis. “Vimos uma concentração de trabalhos sobre a Mata Atlântica, particularmente na região Sudeste. Mas há muitas regiões não apenas no Brasil como em toda a América do Sul que ainda não foram exploradas nem discutidas”, disse Luciano Beheregaray, professor das universidades Flinders e Macquarie, na Austrália.
Segundo Alexandrino, a concentração de trabalhos na Mata Atlântica e nas regiões Sudeste e Sul se justifica. “A estrutura do simpósio seguiu a lógica das pesquisas. Houve associação com o número de estudos publicados nos últimos anos nessa área”, disse.

Scott Edwards, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, falou sobre a necessidade de padronizar as diferentes técnicas utilizadas para os estudos filogenéticos. “As diferentes técnicas empregadas nas análises são importantes porque esclarecem similaridades e diferenças entre as espécies”, disse.

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