Retrospectiva 2015: Notícias da pré-história brasileira
Além de pesquisas que representam progressos para a área no
país, ano foi marcado por entrega de ovos fossilizados 'misteriosos' em
Minas Gerais.
Reconstrução artística de habitat lacustre tropical com 278
milhões de anos na região de Teresina. Descoberta de fósseis de anfíbios
que viveram no Permiano esteve entre novidades do ano. (ilustração:
Andrey Atuchin)
Entender o passado remoto do território brasileiro pode ficar mais
fácil graças a alguns avanços importantes da paleontologia brasileira em
2015. Além da descoberta de anfíbios que viveram antes dos dinossauros
no Nordeste, o ano foi marcado pelo anúncio da ave mais antiga do país e
por novas técnicas de análises de fósseis. E o melhor pode estar por
vir, já que ovos fossilizados entregues por um doador anônimo em Minas
Gerais apontam para possibilidades de estudos inéditos por aqui.
Uma equipe internacional de cientistas anunciou a importante descoberta de fósseis de anfíbios que viveram no período Permiano
– aproximadamente 278 milhões de anos atrás. Anteriores aos
dinossauros, as duas espécies inéditas de anfíbios arcaicos carnívoros
foram descobertas na cidade de Timon, no Maranhão, e Nazária, no Piauí. O
estudo, assinado por cientistas do Brasil, do Reino Unido, da
Argentina, da África do Sul, da Alemanha e dos Estados Unidos, foi publicado na revista Nature Communications.
A ave mais antiga do Brasil
Mesmo
pequeno, um fóssil recém-descoberto no Ceará trouxe grandes novidades
para a paleontologia brasileira. Encontrado em um estado raro de
conservação excepcional, o exemplar mais antigo de uma ave brasileira foi escavado entre as rochas calcárias da Bacia do Araripe. A espécie, nova para a ciência, foi descrita na revista Nature Communications em uma colaboração de pesquisadores do Brasil e da Argentina.
Pré-história em HD
A
cada melhoria nas técnicas para observar fósseis, é possível
redescobrir o passado com maior riqueza de detalhes: que espécies
viveram há milhões de anos, como era o ambiente que as cercava... Uma
pesquisa desenvolvida pela Universidade Federal do Ceará e pela
Universidade Federal do Cariri usou um novo método de microscopia eletrônica para analisar fósseis brasileiros.
Os resultados revelaram informações inéditas sobre o paleoambiente da
região do Araripe, além de indicar características morfológicas de um
camarão pré-histórico
Presente misterioso
Ao longo de quase 25 anos de atividades em Peirópolis, bairro rural de Uberaba que guarda importantes registros fósseis,
o geólogo Luiz Carlos Borges Ribeiro passou incontáveis horas em campo à
procura de tesouros escondidos na região. Em setembro deste ano, estava
dentro de seu carro quando recebeu por telefone a notícia de que um
deles poderia estar ao alcance das mãos por obra do acaso. Há alguns
meses, um visitante anônimo entregara na sede do Departamento Nacional
de Produção Mineral, em Belo Horizonte, o que poderia ser um achado
paleontológico relevante. Ao ver a foto do material, o pesquisador da
Universidade Federal do Triângulo Mineiro não teve dúvidas: tratava-se
de dois ovos pré-históricos em ótimo estado de conservação, achado raro no país.
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