quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Por que a Lua fica laranja de vez em quando? E ela pode ficar azul?

Cintia Baio
Colaboração para o UOL, em São Paulo

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Maior superlua em 68 anos é vista pelo mundo57 fotos

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14.nov.2016 - Avião passa diante da superlua nos céus de Dubai, nos Emirados Árabes, nesta segunda-feira. Clique no link de "veja mais" para saber como mandar sua foto para o UOLVEJA MAIS >Imagem: Zhang Shumin/Xinhua
Nesta segunda, a maior superlua em 68 anos chamou a atenção dos brasileiros e do mundo. Tudo isso porque o fenômeno —que acontece quando o astro está mais próximo da Terra— deixa a Lua maior, mais brilhante e, consequentemente, ainda mais bonita, do que estamos acostumados.
E com tanta atenção (e câmeras fotográficas) voltada para ela, talvez você tenha percebido que, em alguns momentos, a Lua ficou com um tom mais avermelhado (ou alaranjado). Sabe por que isso acontece?
Antes da explicação, é bom lembrar que a Lua reflete a luz branca que vem do Sol —que é formada por ondas de vários comprimentos, portanto, formada por várias cores.  Embora nosso satélite pareça muito brilhante, reflete apenas 6,7% da luz que recebe do Sol.
As partes mais brilhantes de sua superfície são as regiões mais altas e com crateras, compostas de rochas ricas em cálcio e alumínio. As regiões mais escuras são zonas mais baixas, chamadas 'mares', compostas de rochas basálticas que refletem muito pouco a luz, daí sua cor acinzentada.

E quando fica alaranjada?

Edmar Barros/Futura Press/Estadão Conteúdo
Lua é vista da ponte Rio Negro, em Manaus
A coloração alaranjada acontece ao anoitecer e ao amanhecer, da mesma maneira que vemos o Sol ou céu nesse horário. Quando nasce, a Lua está tão próxima do horizonte que a luz por ela refletida precisa passar por uma espessa camada de atmosfera terrestre antes de chegar aos nossos olhos, diferentemente do que acontece quando o satélite aparece alto no céu, onde o ar é mais rarefeito. 
Quando atravessa a atmosfera da Terra, a luz refletida pela Lua se dissipa pelo ar. Em contato com as moléculas de gases que compõem o ar, algumas cores se dispersam e ficam imperceptíveis. No caso da Lua (e até o Sol) próxima do horizonte, a atmosfera mais densa "absorve" a cor verde, azul e violeta e deixa passar somente os tons vermelhos.
O tom avermelhado fica mais intenso quando há partículas de queimadas, erupções vulcânicas ou poluição na atmosfera.
Agora, quando ela está bem no alto do céu, a luz refletida conserva a cor original, que é o branco (reunião de todas as cores). Isso porque o ar rarefeito das altitudes elevadas faz com que a perda das tonalidades azul, verde e violeta sejam pequenas. 

Lua azul existe?

Bill Ingalls/NASA
Lua cheia vista do centro legislativo dos Estados Unidos.Esta foi a segunda vez que a lua apareceu cheia no mês de julho de 2015, e, por isso, é chamada de "Lua Azul"
É claro que quando dizemos "lua azul", o primeiro pensamento é que, se olharmos para o céu, o astro estará azulado. Mas não se trata disso.
O termo não está relacionado com uma possível mudança na cor da Lua, mas sim às suas fases. Cada um dos quatro ciclos da Lua (nova, cheia, minguante e crescente) dura, em média, sete dias. Como os meses possuem quatro semanas, dificilmente uma fase se repete no mesmo mês.
No entanto, os movimentos da Lua ao redor da Terra não têm esse ciclo mensal perfeito. Por isso, a cada dois anos e meio ou três, a Lua cheia ocorre duas vezes em um mesmo mês. E é essa segunda Lua cheia que recebe o nome de "lua azul". O termo foi usado pela primeira vez na década de 1940.
Fora a repetição no calendário, a "lua azul" não tem nada de especial. O astro aparece com o mesmo tamanho e brilho que as outras luas cheias.
Como o acontecimento é raro, no inglês, a expressão "once in a blue moon" (uma vez a cada lua azul) é usada quando queremos dizer que determinado acontecimento dificilmente ocorre.
Mas não precisa eliminar todas as esperanças de ver uma Lua com a cor azul de verdade. Acontecimentos raros, como a erupção de um vulcão, podem deixar a "cor" do astro momentaneamente azulada. Isso por conta das partículas expelidas pela erupção que ficam no ar.
Fontes: Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Leandro Guedes, astrônomo do Planetário do Rio de Janeiro

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