Perfil genético de diferentes populações de Aedes aegypti
Pesquisa é apresentada na Escola São Paulo de Ciência Avançada em Arbovirologia
Agência Fapesp
30/06/2017
Bactérias do gênero Chromobacterium
Durante
a programação da Escola São Paulo de Ciência Avançada em
Arbovirologia, que ocorreu entre os dias 29 de maio e 9 de junho em São
José do Rio Preto, SP, o pesquisador Jayme Augusto de Souza-Neto, da
Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Botucatu, apresentou os
resultados mais recentes de sua linha de pesquisa, que compara o
microbioma e o perfil genético de três diferentes populações de
mosquitos Aedes aegypti.
Os espécimes foram coletados nas cidades
de Botucatu (SP), Neópolis (SE) e Campo Grande (MS). Após alimentar os
mosquitos em laboratório com sangue contaminado com o sorotipo 4 do
vírus da dengue, o grupo observou que apenas 30% dos mosquitos
coletados no interior paulista se contaminavam, enquanto o índice
ficava entre 70% e 80% nas outras duas populações, originárias de
locais onde a incidência de dengue é maior.
Por meio de técnicas de sequenciamento de
genes em larga escala, o grupo identificou as espécies de bactérias que
colonizavam o intestino dos mosquitos e observou que o microbioma
presente nos grupos mais e menos suscetíveis era completamente
diferente.
Os dados mostraram ainda que, enquanto em
Botucatu a infecção alterou muito pouco a expressão gênica do mosquito,
nas outras duas populações diversos genes foram ativados ou suprimidos
em resposta ao vírus.
“Nós pensamos, inicialmente, que a
diferença observada no microbioma poderia ter sido causada pela
resposta imunológica desencadeada pelo vírus. Mas, quando reunimos
várias populações em uma análise mais complexa, percebemos que os
resultados se agrupam não pela suscetibilidade à infecção e sim pelo
local de coleta dos mosquitos. Isso sugere que o microbioma seja
definido pela geografia”, contou Souza-Neto.
A hipótese que o grupo da Unesp tenta comprovar é a de que o microbioma do Aedes
é definido pela genética do mosquito. Esses dois fatores em conjunto –
genoma e microbioma – determinariam se o inseto vai ou não ser
infectado pelo vírus da dengue. A pesquisa conta com apoio da FAPESP e, segundo Souza-Neto, os resultados poderão abrir caminho para novas estratégias de controle da doença (Leia mais em: agencia.fapesp.br/21036/).
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