A cobra comia crocodilos e percorria as selvas sul-americanas depois que os dinossauros desapareceram. A descoberta de vestígios fósseis do que seria a maior cobra que já viveu foi anunciada por uma equipe de cientistas internacionais que investigava o norte da Colômbia. Vídeo: Reuters. Narração: Fabiana Uchinaka.
Foi a maior cobra de todos os tempos -- um monstro com o comprimento de um tiranossauro rex, percorrendo as calorosas selvas sul-americanas depois da desaparição dos dinossauros e mantendo-se com uma dieta à base de crocodilos.
Uma equipe científica internacional anunciou na quarta-feira a descoberta, no norte da Colômbia, de vestígios fósseis do que seria a maior cobra que já viveu. Seu nome é Titanoboa cerrejonensis, ou seja, "jiboia titânica de Cerrejón", uma mina de carvão onde os fósseis foram achados.
O animal media de 13 a 15 metros, pesava mais de 1.100 quilos e tinha mais de 1 metro de diâmetro, segundo a descrição publicada na revista Nature. Viveu entre 58 e 60 milhões de anos atrás, quando o reino animal ainda se recuperava da extinção em massa que vitimou dinossauros e muitas outras espécies devido à queda de um asteróide perto da província do Yucatán, no México.
"É uma cobrona impressionante", disse por telefone o paleontólogo Jason Head, da Universidade de Toronto-Mississauga, participante da pesquisa. Acredita-se que a titanoboa fosse na época o maior vertebrado terrestre.
Possivelmente, essa cobra caçava crocodilos, peixes grandes e tartarugas d'água. Ela não era venenosa, e provavelmente tinha uma vida semelhante à das sucuris atuais, que vivem em rios e matam suas presas apertando-as.
"Esse troço era um comedor de crocodilos, apanhando e comendo-os na água", explicou Head. "Era um dia ruim para os crocos."
O ecossistema da época era semelhante ao da Amazônia atual, mas mais quente. Os cientistas estimam que uma cobra desse tamanho precisaria de uma temperatura média de 30C a 34C para sobreviver.
Entre as cobras modernas, a maior semelhança da titanoboa é com a jiboia (Boa constrictor), com a diferença de que tinham o comprimento de um micro-ônibus.
Os cientistas recuperaram vértebras e costelas fossilizadas de 28 espécimes, mas não acharam cabeças nem ossos.
As primeiras cobras apareceram há cerca de 99 milhões de anos. Até então, a maior espécie conhecida era a Gigantophis, que viveu há cerca de 39 milhões de anos no Egito e tinha pelo menos 10 metros de comprimento. A maior cobra da atualidade é a píton reticulada, com estimados 9 metros.
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