Conheça o berço do homem americano nas américas
26/03/2011 12:00 - Fonte: edição Edgar Rocha - Edição Edgar Rocha
Serra da Capivara / São Raimundo Nonato/ Piauí
O
Parque Nacional Serra da Capivara está localizado no sudeste do Estado
do Piauí, ocupando áreas dos municípios de São Raimundo Nonato, João
Costa, Brejo do Piauí e Coronel José Dias. A superfície do Parque l é de
129.140 ha e seu perímetro é de 214 Km. A cidade mais próxima do Parque
Nacional é Cel. José Dias, sendo a cidade de São Raimundo Nonato o
maior centro urbano. A distância que o separa da capital do Estado,
Teresina, é de 530 Km.
A maneira mais
rápida de chegar ao Parque é através de Petrolina, cidade do Estado de
Pernambuco, da qual dista 300 Km. A cidade de Petrolina dispõe de um
aeroporto onde opera atualmente a Gol, e a BRA, ligando a região com
Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.
A
criação do Parque Nacional Serra Capivara teve múltiplas motivações
ligadas à preservação de um meio ambiente específico e de um dos mais
importantes patrimônios culturais pré-históricos. As características que
mais pesaram na decisão da criação do Parque Nacional são de natureza
diversa:
- culturais - na unidade
acha-se uma densa concentração de sítios arqueológicos, a maioria com
pinturas e gravuras rupestres, nos quais se encontram vestígios
extremamente antigos da presença do homem (100.000 anos antes do
presente). Atualmente estão cadastrados 912 sítios, entre os quais, 657
apresentam pinturas rupestres, sendo os outros sítios ao ar livre
(acampamentos ou aldeias) de caçadores-coletores, são aldeias de
ceramistas-agricultores, são ocupações em grutas ou abrigos, sítios
funerários e, sítios arqueo-paleontológicos;
-
ambientais - área semi-árida, fronteiriça entre duas grandes formações
geológicas - a bacia sedimentar Maranhão-Piauí e a depressão periférica
do rio São Francisco - com paisagens variadas nas serras, vales e
planície, com vegetação de caatinga ( o Parque Nacional Serra da
Capivara é o único Parque Nacional situado no domínio morfoclimático das
caatingas), a unidade abriga fauna e flora específicas e pouco
estudadas. Trata-se, pois, de uma das últimas áreas do semi-árido
possuidoras de importante diversidade biológica;
-
turísticas - com paisagens de uma beleza natural surpreendente, com
pontos de observação privilegiados. Esta área possui importante
potencial para o desenvolvimento de um turismo cultural e ecológico,
constituindo uma alternativa de desenvolvimento para a região.
fonte:fumdham.org.br
Em
1991 a UNESCO, pelo seu valor cultural, inscreveu o Parque Nacional na
lista do Patrimônio Cultural da Humanidade. Em 2002 foi oficializado o
pedido para que o mesmo seja declarado Patrimônio Natural da Humanidade.
foto: site passagem.barata.com.br
O
Parque Nacional Serra da Capivara é subordinado à Diretoria de
Ecossistemas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (IBAMA), tendo sido concluída a sua demarcação em
1990. Em torno do Parque foi criada uma Área de Preservação Permanente
de dez quilômetros que constitui um cinto de proteção suplementar e na
qual seria necessário desenvolver uma ação de extensão. Em 1994 a
FUMDHAM assinou um convênio de co-gestão com o IBAMA em 2002 um contrato
de parceria com a mesma instituição.
Depois
de criado, o Parque Nacional esteve abandonado durante dez anos por
falta de recursos federais. Análises comparativas das fotos de satélite
evidenciaram esse fato. Durante este período a Unidade de Conservação
foi considerada “terra de ninguém” e como tal, objeto de depredações
sistemáticas. A destruição da flora tomou dimensões incalculáveis;
caminhões vindos do sul do país desmatavam e levavam, de maneira
descontrolada, as espécies nobres. O desmatamento dessas espécies,
próprias da caatinga, aumentou depois da criação do Parque, em
decorrência da falta de vigilância.
flickr.com
A
caça comercial se transformou numa prática popular com conseqüências
nefastas para as populações animais que começaram a diminuir de forma
alarmante. Algumas espécies, como os veados, emas e tamanduás
praticamente desapareceram. Estes fatos tiveram conseqüências negativas
na preservação do patrimônio cultural. A falta de predadores naturais
provocou um crescimento descontrolado de algumas espécies, como cupim ou
vespas cujos ninhos e galerias destroem as pinturas.
As
causas desta situação são em parte externas à região, mas também
decorrem da participação da população que vive em torno do Parque. São
comunidades muito pobres, algumas das quais exploravam roças no interior
dos limites atuais do Parque. Estas populações dificilmente compreendem
a necessidade de proteger espécies animais e vegetais uma vez que os
seres humanos apenas logram sobreviver. Assim, a população local
depredava as comunidades biológicas e o patrimônio cultural do Parque
Nacional e áreas circunvizinhas, pela caça, desmatamento, destruição de
colméias silvestres e a exploração do calcário de afloramentos, ricos em
sítios arqueológicos e paleontológicos.
PARQUE NACIONAL SERRA DA CAPIVARA
flickr.com/Pedro Léo
O
Parque Nacional Serra da Capivara é um parque brasileiro que está
localizado no sudeste do estado do Piauí, entre as coordenadas 8º 26'
50" e 8º 54' 23" de latitude sul e 42º 19' 47" e 42º 45' 51" de
longitude oeste. Ocupa áreas dos municípios de São Raimundo Nonato, São
João do Piauí, Coronel José Dias e Canto do Buriti. Tem 129.140 hectares
e seu perímetro é de 214 quilômetros. É administrado pelo Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Foi
criado para proteger uma área na qual se encontra o mais importante
patrimônio pré-histórico do Brasil. Trata-se de um parque arqueológico
com uma riqueza de vestígios que se conservaram durante milênios, devido
à existência de um equilíbrio ecológico, hoje extremamente alterado. O
patrimônio cultural e os ecossistemas locais estão, portanto,
intimamente ligados, pois a conservação do primeiro depende do
equilíbrio desses ecossistemas. O equilíbrio entre os recursos naturais é
o condicionante na conservação dos recursos culturais e foi o que
orientou o zoneamento, a gestão e o uso do Parque pelo poder público.
É
um local com vários atrativos, monumental museu a céu aberto, entre
belíssimas formações rochosas, onde encontram sítios arqueológicos e
paleontológicos espetaculares, que testemunham a presença de homens e
animais pré-históricos.
O parque
nacional foi fundado graças em grande parte ao trabalho da arqueóloga
Niède Guidon, que hoje dirige a Fundação Museu do Homem Americano,
instituição responsável pelo manejo do parque.
MANEJO DO PARQUE
Área
de maior concentração de sítios pré-históricos do continente americano e
Patrimônio Cultural da Humanidade - UNESCO. Contém a maior quantidade
de pinturas primitivas sobre rocha do mundo. Estudos científicos
confirmam que a Serra da Capivara foi densamente povoada em períodos
pré–históricos. Os artefatos encontrados apresentam o registro do homem
há 50.000 anos.
O Parque Nacional
Serra da Capivara se localiza nas Unidades federativas do Brasil Estado
do Piauí, ao Sul. Possui vários sítios arqueológicos e o Museu do Homem
Americano.
Existem
atualmente 737 sítios arqueológicos catalogados onde foram encontrados
esqueletos humanos, pinturas rupestres com aproximadamente 30.000
figuras coloridas, que representam cenas de sexo, de dança, de parto,
entre outras.
Um exemplo das pinturas que podem ser encontradas no parque. A esquerda é representado provavelmente uma cena de parto.
Um exemplo das pinturas que podem ser encontradas no parque. A esquerda é representado provavelmente uma cena de parto.
reprodução: site br.olhares.com
Ao
longo de 14 trilhas e 64 sítios arqueológicos abertos à visitação,
encontramos tesouros, como os pedaços de cerâmicas mais antigos das
Américas, de 8.960 anos. No circuito dos Veadinhos Azuis, podemos
encontrar quatro sítios com pinturas azuis, a primeira desta cor
descoberta no mundo.
Situado em uma
região de clima semi-árido, fronteira entre duas grandes formações
geológicas - a bacia sedimentar Maranhão-Piauí e a depressão periférica
do rio São Francisco -, seu relevo é formado por serras, vales e
planícies. É o único Parque Nacional do domínio morfoclimático das
caatingas, o que ressalta a necessidade de conservação e restauração da
flora. O Parque abriga fauna e flora específicas.
Desde
a colonização, o Parque Nacional Serra da Capivara foi utilizado pelas
populações vizinhas que neles caçavam, plantavam e retiravam a madeira.
Essa população, extremamente pobre e sem nenhuma fonte de trabalho, além
da exploração dos recursos naturais, vive na Área de Preservação
Permanente, uma faixa limítrofe com dez quilômetros de largura.
[editar] Manejo do parque
[editar] Manejo do parque
A
Fundação Museu do Homem Americano, ao elaborar o Plano de Manejo do
Parque, estabeleceu uma política de proteção que inclui a integração da
população circunvizinha do parque às ações de preservação. Implantou um
projeto de desenvolvimento econômico e social que visa educar e preparar
as comunidades para que possam participar do mercado de trabalho que o
parque está criando na região: obras de infra-estrutura, manejo e
turismo ecológico e cultural.
As condições essenciais para a proteção
do parque são a erradicação da miséria e da fome e a criação de novas
formas de trabalho alternativo. O Plano de Manejo considera a população
atual como um dos elementos dos ecossistemas a serem preservados e
propõe que o Parque Nacional seja o motor de criação de recursos
econômicos, em uma área onde a seca impiedosa limita ao extremo a
agricultura e a criação.
[editar] Patrimônio Cultural
[editar] Patrimônio Cultural
reprodução site Cabeça de Cuia
As
pinturas rupestres são a manifestação mais abundante, conspícua e
espetacular deixada pelas populações pré-históricas que viveram na área
do Parque Nacional, desde épocas muito recuadas. Os três sítios que
apresentaram as mais antigas datações obtidas na área do Parque Nacional
são abrigos-sob-rocha. Um abrigo-sob-rocha forma-se pela ação da erosão
que agindo na base dos paredões rochosos vai desagregando a parte baixa
das paredes fazendo com que se forme, no alto, uma saliência. Esta
funciona como um teto que protege do sol e da chuva o solo que fica sob o
mesmo. Com o progresso da erosão, a saliência torna-se cada vez mais
pronunciada até que, sob a ação da gravidade, fratura-se e desmorona.
Os
homens utilizaram a parte protegida dos abrigos como casa, acampamento,
local de enterramentos e suporte para a representação gráfica da sua
tradição oral.
reprodução: www.alexandreuchoa.com.br
Sobre
os vestígios deixados por um grupo humano, a natureza depositava
sedimentos que os cobriam. Novos grupos, novos vestígios, nova
sedimentação. A repetição desse ciclo durante milênios forma as camadas
arqueológicas, nas quais os arqueólogos encontram todos os elementos que
permitem a reconstituição da vida dos povos pré-históricos.
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