quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Ebola: pequeno grande ameaçador


É essencial evitar que novas transmissões adotando medidas sanitárias
É essencial evitar que novas transmissões adotando medidas sanitárias.
 
A cada dia que passa o número de infectados com Ebola aumenta de forma logística e se contraído, é uma das doenças mais mortais que existem, se igualando a AIDS. Segundo Avaaz, os casos na África Ocidental estão dobrando a cada duas ou três semanas e a última pesquisa estimou que 1,4 milhão de pessoas podem estar infectadas até meados de janeiro do ano que vem. Neste ritmo, esse monstro ameaçará o mundo inteiro em breve. Como o Ebola atingiu países cujo sistema médico é defasado e não possui número suficiente de médicos para tratar de todos os infectados. O vírus Ebola é altamente contagioso e seu quadro patológico evolui de maneira rápida que dificulta possíveis tratamentos quando a doença não é descoberta a tempo.


O vírus começou a circular em 1976, no Sudão e na República Democrática do Congo, numa região próxima ao Rio Ebola. Quirópteros (morcegos) frugívoros são considerados hospedeiros naturais do vírus Ebola, assim como os morcegos hematófagos são hospedeiros naturais do vírus da raiva. Normalmente, esses animais não apresentam muitos sintomas, pois a coevolução desses organismos tornou-os mais resistentes, diminuindo a virulência do Ebola. O que não acontece com a espécie humana, em que a letalidade chega a 100%, dependendo da cepa viral.


O vírus ebola pertence ao gênero Filovirus, altamente infeccioso, transmitido pelo contado direto de pessoas ou animais com secreções, sangue ou fluidos corporais (fezes, urina, suor, saliva, lágrimas e sêmen) de indivíduos infectados. O vírus Ebola pertence à mesma ordem (Mononegavirales) de outros vírus causadores de doenças como cachumba, sarampo, parainfluenza e raiva.


Os sintomas não são específicos e típicos de febre hemorrágica. O vírus penetra na célula e insere seu material genético (RNA) na célula infectada (apresenta tropismo pelas células hepáticas e do sistema retículo-endotelial) , iniciando a produção de proteínas e partículas virais. Uma dessas proteínas age sobre as células endoteliais vasculares e provoca a ruptura dos vasos sanguíneos, levando à hemorragias internas e externas, além de impedir a coagulação sanguínea, por disfunções plaquetárias e plaquetopenia, perpetuando o extravasamento de sangue. A perda se sangue leva a diversas complicações, como fraqueza, insuficiências respiratória, cardíaca e renal. Além disso, a perda de sangue dificulta a chegada de oxigênio e nutrientes às células, que entram em processo de necrose.


A falta de nutrientes para células, como glicose, leva a falência de diversos processos metabólicos que requerem energia proveniente do processo aeróbico da via glicolítica. Neurônios, por exemplo, usam apenas glicose para produzir energia, e morrem entre 3-5 minutos na ausência dessa molécula. Esses são apenas alguns dos processos que envolvem a infecção por Ebola, já que o quadro torna-se generalizado entre 2 a 21 dias após contato. Os sintomas mais frequentes e inespecíficos (pois são semelhantes à de outras doenças como Cólera, Hepatite, Malária Meningite e Febre tifoide) são: febre, dor de cabeça, garganta inflamada, dores musculares. Com a progressão da doença começam a aparecer vômitos, diarreia, inchaço, vermelhidão nos olhos e erupções ou hemorragias internas e externas.


O diagnóstico laboratorial do Ebola pode ser feito através de testes sorológicos de ELISA, PCR, hibridação in situ e isolamento viral por imunohistoquimica, imunofluorescência indireta (falsos positivos) e radioimunoensaio (RIA).


Não há tratamento específico para o Ebola. Os recursos terapêuticos contra a doença são tratar o paciente com oxigenoterapia, transfusão de sangue, medicamentos para choque e dores. Além disso, é essencial evitar que novas transmissões adotando medidas sanitárias e profiláticas adequadas, impedindo que o vírus continue ultrapassando barreiras continentais e continue matando milhões de pessoas pelo mundo.

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