Parte 1
INTRODUÇÃO
O nome Oceanografia significa o estudo da Geografia
dos oceanos- o mapeamento das fronteiras oceânicas e a delineação das correntes
oceânicas. No entanto, atualmente a Oceanografia se expressa por ser muito mais
ampla que isso, e muitas vezes o termo Oceanologia é mais apropriado, que
significa o estudo do mar. Muitas vezes estes dois nomes e seus significados
geram alguns problemas de interpretação, no entanto se considerarmos os nomes
apenas pelos seus significados podemos dizer que a Oceanografia faz parte da
Oceanologia, o que também não é apropriado de se afirmar. Atualmente ambas as
denominações desta ciência são apropriadas, mas no mundo a utilização delas
varia com a escola em que tratamos: a escola Européia geralmente utiliza o
termo Oceanologia, enquanto que o termo Oceanografia está mais relacionado à
escola Norte Americana.
Devido à importância da navegação e das viagens
oceânicas historicamente, o mapeamento das margens oceânicas foi algo com
grande importância nas primeiras explorações mundiais. Destas expedições de
exploração dos oceanos no século XV, duas foram de muita importância para o
mapeamento dos oceanos: a expedição financiada pela Espanha do nobre Português
Ferdinando Magellan (1480?-1521), que explorou o Pacífico e circunavegou a
Terra por mar; e a do navegador Inglês Capitão James Cook (1728-1779) que estabeleceu o mapeamento do Oceano
Pacífico e mostrou que o continente coberto por gelo (Antarctica) estava
localizado no Pólo Sul.
Durante este período houveram importantes avanços na
instrumentação de navegação. Aparelhos para medições precisas dos ângulos nos
oceanos (hoje usamos o sextante para tal) permitiu navegadores determinar suas
latitudes. A bússola magnética, conhecida no Oeste Europeu desde o século XII,
indicava a direção mesmo quando o sol ou as estrelas não podiam ser vistas. O
desenvolvimento em 1771 de um prático cronômetro (um acurado relógio para
navios) permitiu os navegadores a determinar suas longitudes. Por comparação do
horário do meio-dia (quando o sol está o mais alto no céu) com o horário de
Greenwich, Inglaterra, Capitão Cook foi capaz de determinar sua longitude bem o
suficiente para plotar mapas razoavelmente detalhados do Oceano Pacífico.
Atualmente tais técnicas de navegação são pouco
usadas devido a utilização de equipamentos muito sofisticados que fazem o mesmo
trabalho mais rápido e fácil que estes métodos. Bússolas magnéticas foram
trocadas por giroscópios, que conseguem dar o resultado do direcionamento do
navio diretamente com o pólo geográfico terrestre, sem a influência dos desvios
do campo magnético terrestre, que muda todo ano. O desenvolvimento de
Ecobatímetros facilitou o conhecimento das profundidades, velocidades do navio
e das correntes, o que antes era muito difícil de fazer. A incorporação de
alguns equipamentos inicialmente utilizados para fins militares na navegação
trouxe benefícios ainda maiores. Os radares conseguem dar distâncias precisas
mesmo em mau tempo e nevoeiros. Estações de rádio, equipamentos poderosos de
rádio, faróis contínuos que são controlados automaticamente aumentaram sua
eficiência. Mas sem dúvida o equipamento que mais revolucionou a navegação
mundial foi o GPS (Global Position
System), que torna desnecessária praticamente a utilização de qualquer outro
aparelho de navegação pois tem altíssima precisão no posicionamento terrestre,
já que funciona pela geometria de sinais de satélite em qualquer local da
terra.
Benjamin Franklin (1706-1790) publicou uma carta
marítima em 1770 mostrando a localização da corrente do Golfo, de grande
importância para as Embarcações à Vela. No entanto, estudos científicos dos
oceanos não haviam começado antes do século XIX. Edward Forbes (1815-1854), um
pioneiro em
Oceanografia Biológica, estudou a vida nos oceanos e postulou
a falta de vida abaixo dos 600m de profundidade. Apesar desta idéia
posteriormente ter sido demonstrada como errada, ela estimulou muitos
cientistas a trabalhar com problemas de biologia marinha.
Charles Darwin (1809-1882) foi o naturalista da
viagem de exploração do Beagle (1831-1836). Suas observações em recifes de
corais conduziram-no a brilhante hipótese de sua formação. Caso Darwin não
houvesse formulado sua teoria sobre a origem as espécies, provavelmente ele
seria também famoso pelos seus trabalhos com recifes de corais.
Um cientista Americano Matthew Fountaine Maury
(1806-1873) é muitas vezes considerado o pai da oceanografia. Começando no
início dos anos 1840, Maury sintetizou dados de muitos anos de observações
feitas a bordo de navios a vela. Destes dados ele compilou mapas demonstrando
os ventos e correntes para cada mês do ano. Maury também escreveu o primeiro
Livro de Oceanografia em Inglês- The Physical Geography of the Sea. Tanto os
mapas como o livro tiveram um impacto muito grande na época, e demonstraram a
importância econômica de navegar que poderiam ser atingidas com uma
investigação sistemática dos oceanos.
Tais investigações sistemáticas dos oceanos da terra
começaram em 1872 com a "Challenger" Deep-sea expedition financiada
pelos Ingleses e sob direção do Sir C. Wyville Thompson (1830-1882). Desta
expedição resultou em uma publicação de 50 volumes, num total de 29.000 páginas
com 3.000 ilustrações, o que influenciou grandemente o desenvolvimento da
oceanografia e até hoje é uma fonte de informação para oceanógrafos. Uma boa
parte dos créditos da expedição do Challenger se deve a Sir John Murray
(1841-1914) que dirigiu o Challenger Expedition Office depois da morte de Sir
Thompson, e escreveu ou ajudou a escrever cinco dos 50 volumes do final das
publicações.
Entre os notáveis homens que contribuíram para a
oceanografia, o Sueco Fridjof Nansen (1861-1930) merece citação especial. Este
zoólogo, artista e ganhador do Prêmio Nobel, foi o primeiro homem a cruzar a cobertura
congelada da Groenlândia. Testou sua teoria dasa correntes superficiais no
Oceano Ártico permitindo que um navio especialmente reforçado , o Foram, se
congelasse no pacote de gelo do Oceano Ártico. Quando tornou-se óbvio que seu
navio não chegaria ao pólo Norte, Nansen e sua Companhia saíram a pé pelo gelo
até o pólo norte. Mas mesmo ele tendo falhado em chegar ao pólo norte(por 375 km ou 233 milhas) ele foi o
homem que alcançou a posição mais ao Norte que um homem havia jamais ido
naquela época até então. A garrafa de coleta d´água de Nansen (projetada por
ele) é até hoje um equipamento usado para coletas de amostras de água.
A oceanografia atual conta com diversas comissões,
conselhos e institutos oceanográficos que se formaram desde a Challenger,
graças a diversas outras expedições. No entanto, a Oceanografia é uma ciência
relativamente nova, mas cresce cada vez mais, principalmente devido a uma
tecnologia cada vez mais aprimorada.
A ÁGUA DO MAR
A ESTRUTURA DA MOLÉCULA DA ÁGUA
A
molécula da água é polarizada. Veja a figura:
PROPRIEDADES TÉRMICAS
Pontos
de fusão e ebulição.
Calor
específico. O calor específico é a
quantidade de calor necessária para aquecer em 1ºC 1g de uma substância.
Caloria é a quantidade de calor necessária para aquecer 1g de água em 1ºC.
Calor
latente. Calor latente é a
quantidade de calor gasta para que uma substância mude de estado físico sem que
mude sua temperatura. Pode ser de fusão ou ebulição.
Congelamento
superficial. Ao contrário dos outros
líquidos, a água congela primeiro na superfície.
Estrutura
cristalina e porosa do gelo. À
medida que a temperatura baixa, as moléculas da água vão se movimentando mais
lentamente e tendem a formar estruturas cristalinas rígidas, o gelo.
PROPRIEDADES SOLVENTES
A
grande capacidade solvente da água se deve, entre outros fatores, à polaridade
da molécula.
Sais
na água. As substâncias mais
solúveis na água são os sais, como o NaCl.
Saturação.
Efeitos
dos sais. Os sais têm efeito
moderador e modificam as propriedades da água.
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