sexta-feira, 21 de maio de 2010

MUNICÍPIOS BRASILEIROS COM NOMES REFERENTES A AVES

MUNICÍPIOS BRASILEIROS COM NOMES REFERENTES A AVES

Luiz Fernando de Andrade Figueiredo

Publicação: 6/3/2009. Atualização:6/3/2009.

Com a exuberante biodiversidade que ocorre no território brasileiro, onde se encontra, por exemplo, em torno de 20% das espécies de aves do planeta, o povo brasileiro não poderia deixar de encontrar inspiração, para nomear as localidades e acidentes geográficos, nesses bichos e plantas.

Oitenta e dois municípios brasileiros têm nomes referentes a aves, o que equivale a 1,4%. O estado campeão com maior número de nomes referentes a aves é Minas Gerais com dezoito nomes, seguido por São Paulo, com doze. Seguem PR (8), BA (7), GO, PB, RS (5), ES, MT, PI, RN (3), MA (2), CE, PA, PE, RJ, RO, RR, SC, SE (1). Portanto, 20 estados têm pelo menos um nome referente a ave. Entretanto, proporcionalmente ao número de municípios em cada estado, Roraima é o estado que tem uma porcentagem maior de nomes referentes a aves (6,67%, 1 em 15). Seguem-se ES (3,85%), PB (2,24%), MT (2,13%), MG (2,11%), GO (2,03%), PR (2,01%), RO (1,92%), SP (1,86%), etc. Minas Gerais, campeã no número absoluto, fica em quinto lugar nessa avaliação, proporcionalmente a seus 853 municípios! Surpreendentemente, o estado do Amazonas, que abrange a maior extensão da floresta amazônica, não tem nenhum município com nome referente a ave! Há que se considerar, entretanto, como relata Mello (1967), que "quase todas as cidades do Estado do Amazonas tiveram, de início, uma denominação que a civilização julgou conveniente substituir, privando-lhes pelo menos, de possuírem um nome verdadeiramente original." A origem de muitos municípios, ao menos em Minas Gerais e São Paulo, se deu, após a região estar ocupada por um certo número de fazendas e, sentindo-se os fazendeiros católicos a necessidade de maior assistência espiritual, um deles doa parte de sua fazenda para a construção de uma capela. Ao redor desta vão surgindo as casas. (Barbosa 1971) Isto explica o fato de que uma característica recorrente em muitos nomes é que originalmente estavam ligados ao nome de algum santo ou santa. Posteriormente o nome é simplificado. Por exemplo, Santo Antonio da Parnaíba dos Patos, depois Santo Antonio dos Patos, depois Patos e por fim Patos de Minas. Aracaju é a única capital com nome referente a ave. Alguns municípios com nomes de aves têm nomes iguais: Inhaúma (MG e RJ), Tangará (RN e SC). Cinco municípios têm nomes referentes a provavelmente uma única ave, a anhuma, Anhima cornuta: Anhumas (SP), Inhaúma (MG e RJ), Inhuma (PI) e Inhumas (GO). Sete outras referem-se de forma genérica a ave de uma mesma família: Lagoa dos Patos (MG), Pato Bragado (PR), Pato Branco (PR), Patos (PB), Patos de Minas (MG), Patos do Piauí (PI), São João dos Patos (MA).

A origem de muitos dos nomes aqui compilados ainda é duvidosa, faltam maiores detalhes de sua origem. Muitos são decorrentes da língua indígena, que na verdade não era uma só, mas sim tinha várias famílias, línguas e dialetos, podendo uma mesma palavra ter diferentes significados em diferentes regiões e diferentes épocas, como adverte Fernando Costa Straube (inf. pessoal). Algumas interpretações são tentativas e precisam ser melhor investigadas. Em alguns casos, a administração municipal manifestou-se a favor de alguma interpretação e essa decisão é aqui acatada. Qualquer contribuição para esclarecer essas dúvidas e ampliar as informações sobre as relações desses nomes de municípios com as respectivas aves a que se referem, serão bem vindas. Certamente, em muitos casos, investigações ornitológicas são também necessárias e poderão contribuir para o esclarecimento da origem de alguns nomes, como se demonstra em alguns dos verbetes.

Acauã, PI

O nome teria sido escolhido pelo fato de que, próximo à estação de trem ali construída, de 1932 a 1940, havia árvores conhecidas como baraúnas e nestas um casal de acauãs fazia seu ninho. Todos os dias, pela manhã e tarde, cantavam seu notável canto, chamando a atenção dos primeiros moradores. (SESC Piauí) O nome, de origem tupi, é onomatopéico e refere-se ao Herpetotheres cachinnans (Sampaio 1987).

Trata-se de um falcão (família Falconidae). É famoso por seu canto lamurioso e prolongado, que para alguns é prenúncio de mau agouro. Ouça a voz do acauã no Xeno-Canto.

Águia Branca, ES

O nome originou-se do fato da região ter sido colonizada por poloneses e por existir na bandeira polonesa uma águia branca representada. (IBGE - Cidades @) Águia é nome genérico dado a algumas aves de rapina da ordem Falconiformes, sendo mais usado para designar espécies dessa ordem em outros países, já que nossas aves de rapina maiores são em geral chamadas de gaviões. Não se refere a nenhuma espécie em particular. Vide abaixo a bandeira da Polônia (essa bandeira, com o brasão, é destinada a uso em sedes diplomáticas, consulares e outras no exterior, e algumas outras situações particulares).

Aiuruoca, MG

De ajuru (os papagaios) + oca (casa, morada). "Morada dos papagaios, refúgio das araras". (Costa 1997) Próximo à cidade se encontra a serra dos Papagaios, nome que também confirma a presença dessas aves na região. Nessa região foi criada a Estação Ecológica do Papagaio, que é contígua ao Parque Nacional do Itatiaia, no estado do RJ.

O papagaio em questão é o papagaio-de-peito-roxo, Amazona vinacea, outrora bem comum na região. (Marcelo Ferreira de Vasconcelos, inf. pessoal).

Amargosa, BA

O nome originou-se de lenda de que existia uma pomba muito comum na região, que tinha esse nome pelo sabor de sua carne. Essas eram caçadas e os caçadores faziam o convite aos outros dizendo "vamos às amargosas?". (Ferreira 1957-1963)

O nome pomba-amargosa é dado a Patagioenas plumbea.

Andorinha, BA

Nome dado a diversas espécies da família Hirundinidae. São aves pequenas, insetívoras, caçando seu alimento em vôo. Uma das mais comuns é a andorinha-pequena-de-casa, Pygochelidon cyanoleuca.

A cidade originou-se de uma fazenda em frente à qual havia um rochedo branco chamado de “Morro das Andorinhas”, onde no final da tarde as andorinhas vinham pousar (IBGE - Cidades @). Essa fazenda transformou-se em ponto de encontro de tropeiros e viajantes e em volta dela começou a formar-se um pequeno povoado que deu origem à cidade (Site oficial).

É possível que as "andorinhas" que vinham dormir no morro sejam na realidade andorinhões (família Apodidae). Osmar Borges (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) informou que ao visitar essa localidade em 2004, constatou um grande número de andorinhões-de-coleira (Streptoprocne zonaris) voando bem baixo sobre a rodovia. A cidade fica no sopé de uma grande cadeia de serras de quartzito, lugar propício para estas aves. É, portanto, uma dúvida ornitológica a ser melhor investigada.

Anhembi, SP

Do tupi inhambu'y ou anhambi'y, "rio dos inhambús", ou "rio dos anhambis", neste último caso referindo-se a uma espécie de veado. Essa segunda interpretação recebe menos apoio por parte dos estudiosos. (Squeff & Ferreira 2003)

Inhambu é nome dado hoje a algumas aves da família dos tinamídeos, gênero Crypturellus. Três espécies são citadas para o município: inhambu-guaçu, inhambu-chororó e inhambu-chintã (Magalhães 1999). A primeira e última são aves florestais e a segunda habita campos. É, portanto, improvável que essas tenham sido as espécies envolvidas com a denominação da localidade, pois são em geral inconspícuas e não haveria certamente concentração delas próximo do rio para justificar o nome. Entretanto, Sampaio (1987) ao tratar desse topônimo, que também foi usado para designar o rio hoje chamado Tietê, na região da atual capital paulista, relaciona esse nome com a palavra inhamby, às vezes pronunciada inhambu, que designaria a perdiz, Rhynchotus rufescens, também um tinamídeo dos campos, e que seria muito abundante nos campos de Piratininga. Note-se que um bairro de São Paulo tem o nome de Perdizes. De fato, o município de Anhembi se situa em região onde originalmente existiam áreas de cerrado, ambiente típico dessa espécie.

Anhumas, SP

Do tupi anhyma (Squeff & Ferreira 2003). O nome foi dado pela presença das aves assim chamadas na região (IBGE - Cidades @, site oficial). É possível que o nome tenha sido dado em referência à existência ali de um rio homônimo (Ferreira 1957-1963, Squeff & Ferreira 2003). Refere-se a Anhima cornuta. O município se formou a partir de duas fazendas, uma das quais se chamava Anhumas. Foi provavelmente um bandeirante que batizou o rio com esse nome, "com certeza, também pela quantidade de anhumas que existiam na região e que hoje estão extintas". (Squeff & Ferreira 2003)

Aracaju, SE

Do tupi ará (arara ou papagaio) + acayú (caju). Cajueiro dos papagaios (Sampaio 1987) ou cajueiro das araras (IBGE - Cidades @).

Araçariguama, SP

Do tupi arasari-gû-a-ama (arasari: araçari, gû: comer, aba: lugar). "Futuro lugar de comer dos araçaris". O nome originou-se de uma fazenda homônima ali existente. Refere-se assim a uma característica da região, por ser "ponto de rota migratórias dos araçaris". (Squeff & Ferreira 2003) Sampaio (1987) interpreta como o comedouro ou cevadouro de araçaris. Um araçari é representado no brasão do município, bastante estilizado, mas pode-se supor ser Pteroglossus castanotis, pelo vermelho na base do bico.

Araguari, MG

Do tupi aráguá-r-y, a "água ou rio da baixada dos papagaios" (Sampaio 1987). Consta que o nome deve-se a existir no local grande número de periquitos que eram assim chamados (IBGE - Cidades @). A denominação do município foi dada em 1888.

Esse nome é citado para o periquitão-maracanã (Aratinga leucophthalma).

Araponga, MG

Do tupi: ara-ponga, alteração de guirá-ponga, "o pássaro martelante", cujo canto soa como a pancada de um martelo (Sampaio 1987). A denominação estaria relacionada com a Serra do Araponga, localizada no território do município (Biblioteca do IBGE). Antes chamada São Miguel do Araponga (1886), passou a chamar-se Araponga em 1962 (Barbosa 1971). Provavelmente o nome da serra e consequentemente do município decorre da presença ali da araponga (Wikipedia).

Araponga é o nome popular de Procnias nudicolis.

Arapongas, PR

O hino da cidade faz referência a aves:

Cidade dos Passarinhos
És o orgulho do sertão
Alegres e bem juntinhos
Cantamos tua fundação

A bandeira do município retrata aves brancas, certamente arapongas, Procnias nudicolis:

Arara, PB

Do tupi, palavra onomatopéica (Sampaio 1985). Consta que existiam na região muitas árvores chamadas baraúna, que serviam de abrigo aos viajantes. O local era conhecido como Baraúna das Araras, em virtude do grande número dessas aves ali existentes, por volta do ano de 1860. (IBGE - Cidades @) Essa árvore pode ser Schinopsis brasiliensis (Lorenzi 1992).

Arara é nome genérico de diversas espécies da família Psittacidae, entre estas as maiores da família. Uma característica delas é terem a cara nua, ou seja, desprovida de penas. A bandeira do município retrata uma araracanga (Ara macao) ou uma arara-vermelha-grande (Ara chloropterus). Nenhuma das duas tem ocorrência hoje ou há evidências de que tenham ocorrido na Paraíba. Outras araras, podem, entretanto, ter ocorrido neste estado, como a arara-azul-grande, Anodorhynchus hyacinthinus e a arara-azul-de-lear, Anodorhynchus leari (Vide Araruna).

O hino do município já refere em sua primeira estrofe a essa origem do nome:

Inspirada em uma ave

A tua história surgiu

A pujança de teus filhos

O teu nome difundiu

Reservando o teu espaço

Na História do Brasil

Araras, SP

Há na região um ribeirão homônimo, também chamado de Arary ("rio das araras"). Teve nomes anteriores também referindo-se a arara: Sítio das Araras, Capela Nova das Araras, Nova Senhora do Patrocínio das Araras. "A insistência do nome Araras, que se deve à existência de muitas dessas belas aves na região..." (Squeff & Fonseca 2003).

Não é possível determinar a que espécie em particular de arara o nome se refere. Pode referir-se a alguma das araras maiores encontradas no estado de São Paulo, como a arara-de-barriga-amarela, Ara ararauna, a arara-vermelha-grande, Ara chloropterus, ou outras menores, como a maracanã-do-buriti, Primolius maracana e a maracanã-nobre, Diopsittaca nobilis.

Arari, MA

Segundo Macedo (2005), não se sabe a origem do nome. Informa ainda esse autor que segundo Antenor Nascentes o termo de origem tupi pode significar ave, peixe ou planta. Segundo a (Wikipedia) é palavra do tupi que significa "arara pequena" .

Esse nome é atribuído a Ara ararauna (Pinto 1938).

Araricá, RS

A população costumava dizer Ararica. Está ligado "a uma ave colorida, verde com penas azuis". O significado indígena é "bebedouro no vale do papagaios". (IBGE - Cidades @, Cherini 2007)

A espécie envolvida na origem do nome deve ser a maracanã-do-buriti, Primolius maracana. Essa espécie esta hoje certamente extinta nesse estado (Belton 1994, Bencke 2003). De fato ela tem a cor geral verde, com asas azuis, o que concorda com a informação de Wikipedia. Havia na região, por época do povoamento do local, muitas palmeiras, ambiente propício a essa espécie, o que inclusive motivou o nome antigo de Nova Palmeira (Wikipedia). Araricá se encontra na área de distribuição original da espécie no estado (Bencke 2003).

Araruna, PB

Do tupi: arara + una. "Arara negra". "Essas aves era abundantes na região" (IBGE Cidades@). No município encontra-se a serra de Araruna. Humberto Fonsêca de Lucena, historiador de Araruna, informa que a denominação da Serra de Araruna, decorre do fato de existirem, à época da povoação da região, muitas dessas araras que, apesar do significado do nome, têm plumagem inteiramente azul escura, que vistas à distância parecem negras. Informa que o estudioso Clerot (Clerot, L. F. F. 1969. 30 anos na Paraíba. Rio de Janeiro: Ed. Pongetti) indica tratar-se a araruna da Ara chloroptera, espécie que teria povoado as matas da região. Lucena, por sua vez, acredita que a arara que deu origem à localidade deve ser a arara-azul-grande, Anodorhynchus hyacinthinus. Informa que há duas lendas sobre o surgimento de Araruna. Uma delas é contada por Irineu Pinto, em artigo publicado no jornal "A União", de 21 de março de 1909: segundo a tradição oral existiu outrora uma pedra onde uma arara costumava pôr, conhecida por pedra da araruna, e daí o nome dado ao lugar . Outra diz que caçadores que passavam numa trilha do planalto avistaram um bando de ararunas. Aquela trilha ficou conhecida como a trilha das ararunas, onde hoje se situa a cidade. Lucena lembra que Herckmans (Elias Herkmans, holandês, governador da Paraíba no período do domínio holandês), no seu trabalho "Descrição Geral da Capitania da Paraíba" refere-se a corvos, considerando que essas aves poderiam ser as ararunas. Entretanto, não há nenhuma outra referência a aves assim denominadas, sendo possível que o autor tenha se referido ao urubu, Coragyps atratus. Informa também que atualmente não existem mais araras em Araruna, fato já constatado pelos diversos ornitólogos que têm visitado essa região do nordeste. Afirma não ter dúvidas de que existiram araras-azuis na localidade, já que vem de longe no tempo as histórias sobre elas. Weber Girão (inf. pessoal) também acredita que tenham ocorrido nessa região tanto Anodorhynchus hyacinthinus, quanto a arara-azul-de-lear, Anodororhynchus leari, citando como indicadores disto a referência dada pelo naturalista Spix, que em seu Glossário das Línguas Brasileiras, descreve a etimologia de Araripe como "lugar de araras". Também pelo relato de Tomás Pompeu Souza Brasil, que publicou que ararunas eram frequentes em Ouricuri (PE), vindo às vezes ao Ceará (Ensaio Estatístico da Província do Ceará, 1863). José Fernando Pacheco (inf. pessoal) considera a arara-azul-de-lear a mais provável de ter ocorrido no município de Araruna.

A bandeira do município mostra uma ave estilizada, certamente representando a arara negra.

Araruna, PR

Consta que o nome foi dado pela presença dessas araras na região. Segundo Elisiário Soares (inf. pessoal), que é ararunense, havia na prefeitura local uma araruna pintada na parede, depois substituída por uma outra espécie, possivelmente Anodorhynchus hyacinthinus. Segundo Elisiário, as ararunas não são mais vistas na região há muito tempo, ele próprio nunca as viu por lá. Entretanto, mais para noroeste do estado elas ainda são vistas e têm sido monitoradas por ornitológicos.

O hino do município faz menção à ave em uma das estrofes:

Da ave azul de plumagens multicores
Araruna tens o nome abençoado
Este hino de amor e de louvores
Diz o quanto te quer bem o filho amado.

Aratiba, RS

Há duas interpretações: "terra luminosa" (ara = luz, claridade, dia) e "lugar de muitos periquitos" (ara = arara pequena, periquito) (Cherini 2007). A interpretação oficial é esta segunda, que informa que o nome Aratiba, dado em 1944, "segundo estudo etimológico, significa lugar de muitos periquitos" (CNM).

Caracaraí, RO

Nome que era dado pelos indígenas locais a um pequeno gavião, muito comum na região (Ferreira 1957-1963). Osmar Borges (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) informa que esse nome é atribuído ao Milvago chimachima, também chamado carrapateiro. O brasão e a bandeira da cidade ostentam certamente esta ave:



Condor, RS

Aves da família Cathartidae. Mais aplicado ao condor-dos-andes (com ocorrência muito ocasional no Brasil) ou ao condor-da-califórnia.

"Segundo uma lenda, o nome do município teria sua origem no 'furacão' de 1931, que arrasou tudo por onde passou numa faixa de aproximadamente duzentos metros de largura. Um condor, grande e majestosa ave de rapina, que tem seu 'habitat' na Cordilheira dos Andes, próximo ao Oceano Pacífico, e que pertence à família das águias, teria sido arrastado na época pela fúria do vento e trazido para esta localidade. Em função da presença desse enorme pássaro naquele episódio inesquecível, teria ficado o nome de 'Condor', mais tarde adotado para denominar nosso atual Município." (IBGE - Cidades @, site oficial)

Entretanto, segundo o 8º DISME, do Instituto Nacional de Meteorologia (Solismar Damé Prestes), fundado em 1909, não há registro, naquele órgão, do referido "furacão".

Cujubim, RO

O nome é em homenagem a uma ave da fauna amazônica, muito comum nas selvas de Rondônia (CNM). O brasão do município retrata uma ave.

Deve referir-se a Aburria cumanensis, ave da família Cracidae.

Garça, SP

Uma comitiva de desbravadores, passando pela região, se instalou às margens do rio do Peixe e, ao descobrir um novo afluente, mudou de rumo, seguindo o curso do novo rio, ao qual denominaria, mais tarde, ribeirão das Garças, em virtude do grande número de exemplares dessas aves encontradas então na região. (Ferreira 1957-1963, Squeff & Fonseca 2003)

Garça é nome genérico para diversas espécies da família Ardeidae. Umas das mais comuns e vistosas e que pode ser a que motivou o nome ao ribeirão é a garça-branca-grande, Ardea alba.

Gavião, BA

Nome dados a diversas aves de rapina da ordem Falconiformes. Uma hipótese é de que o nome veio de uma fazenda homônima:

"Pouco se sabe sobre a origem de Gavião. Não existem dados probatórios ou algum tipo de registro dos fatos contados até porque não se sabe onde ficava a fazenda Gavião". Um rico viajante teria passado pelo local em 1812 e, tendo gostado do lugar compra uma propriedade próxima de uma quixabeira onde à tarde muitos gaviões vinham dormir. Tendo observado esse fato nomeou sua fazenda de fazenda Gavião. (Gavião Bahia)

Guanambi, BA

Do tupi: guanumby, guanamby, gainumby. "O indivíduo preto azulado". Refere-se ao beija-flor. (Sampaio 1987) Macedo (2005) confirma que segundo Antenor Nascentes, o termo significa beija-flor. A cidade era originalmente chamada de Beija-Flor. O historiador, poeta e ex-prefeito de Guanambi, Domingos Antônio Teixeira, defende também, em seu livro Respingos Históricos, que essa denominação refere-se de fato à ave assim chamada. Segundo esse historiador, o terreno sempre úmido de vazante, contíguo ao local do arraial, permitia a existência de flores silvestres e, em conseqüência, a presença de muitos beija-flores. (site oficial) Não há informação de que se refira aqui a alguma espécie em particular.

Guará, SP

Do tupi: gûará e agûará. "Segundo informes da prefeitura", o município recebeu este nome porque, perto da estação ferroviária, que ali estava sendo construída, havia um lagoa, onde se encontrava uma grande quantidade de uma espécie de garça (o guará, gûará) e por onde sempre rondava uma matilha de lobos-guará (agûará). O nome teria nascido da simples homofonia dessas palavras. (Squeff e Fonseca 2003) Guará pode referir-se também à "garça vermelha, a ave aquática" (Sampaio 1987). Mas certamente não se refere aqui à ave hoje bem conhecida por esse nome, Eudocimus ruber, que na verdade não é uma garça, por ser essa ave no sudeste e sul do Brasil restrita às regiões litorâneas (Sick 1997).

Guarapari, ES

Tupi: guará (pássaro, garça) + parí (cercado, curral). "Cercado ou curral dos pássaros, bacia onde as garças se reúnem". (Sampaio 1987) Ou guaraparim, parim = manca. "A garça manca, ou de perna quebrada". (Sampaio 1987) Milton Amaro, em nota em sua tradução de Saint-Hilaire (1974), afirma que "Guarapari, e não como se tem escrito Goaraparim, vem da palavra indígena guará: pássaro da praia chamado Ibis rubra ou Iantalus ruber pelos naturalistas, e de pari: armadilha (armadilha de pegar guarás). É de se observar que devia ser por extensão que a palavra guarani pari, que passou à língua portuguesa no Brasil, acha-se aplicada aos guarás, pois significa, a falar certo, armadilha de vime para pegar peixe (Veja Viagem pelas Províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais). O nome Guarapari significa, bastante, que outrora existiam guarás nas imediações dessa cidade; entretanto, atualmente não se vê mais nenhum na Província do Espírito Santo." Trata-se então da ave hoje conhecida por guará, Eudocimus ruber. Sua extinção nessa região deve ter se dado, entre outros motivos, pelo fato de serem muito caçados, como informa o próprio Milton Amaro (Saint-Hilaire 1974): referindo-se à presença destas aves no sudeste do Brasil: "... e como os matam sem piedade, para obter-lhes as penas, e lhes comem os ovos, ao que se diz, de gosto agradável, é de acreditar que logo um dos mais belos ornamentos da costa do Brasil terá inteiramente desaparecido desta região." Guará pode significar também pássaro de arribação (segundo Montoya e Saint Hilaire), que aparece à beira mar e de variadas cores. (Ferreira 1957-1963) A primeira referência escrita da ocorrência de Eudocimus ruber no Espírito Santo que se tem notícia foi feita por Augusto Ruschi, em uma lista de aves do estado, não publicada. Pacheco & Bauer (2001) revisando essa lista, concluem para essa espécie que, a despeito dela não ter sido registrada por nenhum outro autor, é de provável ocorrência pregressa no estado. O brasão e bandeira do município retratam, essa ave. (site oficial)



Guaratinga, BA

Do tupi: guará (garça) + tinga (branca). Garça branca. (Sampaio 1987, Ferreira 1957-1963) Segundo Sampaio (1987) pode ser corrupção de guirá-tinga, o pássaro branco. Entretanto, não há nenhum pássaro branco na região, que pudesse chamar a atenção ao ponto de motivar a denominação da localidade. Provavelmente refere-se à garça-branca-grande, Ardea alba.

Guaratinguetá, SP

Do tupi gûyrá-ting-etá = muitas garças brancas (Ferreira 1957-1963). Desde do início de seu povoamento, em 1600, Guaratinguetá tinha uma grande quantidade de garças (Thereza Maia e Tom Maia. 2001. Guaratinguetá através dos séculos. Museu Frei Galvão). Essa denominação era dada à região pelos indígenas (Ferreira 1957-1963). A espécie em questão deve ser a garça-branca-grande, Ardea alba. Essas são referenciadas em um monumento na cidade. Garças são também retratadas na bandeira do município.

Guaratuba, PR

Do tupi: guará (garça) + tyba (abundante). "Garças em abundância, o sítio das garças". (Sampaio 1987) Segundo Sick (1997), refere-se aqui ao Eudocimus ruber, que teria sido abundante certa época nessa localidade. Straube (1999) também considera "bastante provável a formação do topônimo provindo de guara (Eudocimus ruber) + tyba (grande quantidade). O site oficial endossa essa origem do nome: "Em Guaratuba os Guarás viviam aos milhares, mas foram extintos pela ação do homem que os caçavam para comercializar suas penas. Outra ação que contribuiu para o desaparecimento dessa ave, foi a coleta de seus ovos pra servir de alimentos e venda para o exterior." O brasão e bandeira municipais retratam o guará. Um desenho dessa ave também é mostrado no referido site.


Guiratinga, MT

Do tupi: guirá (pássaro) + tinga (branco). "Pássaro branco, garça". (Sampaio 1987)

Provavelmente refere-se à garça-branca-grande, Ardea alba.

Gurinhatã, MG

Do tupi guir-enhe-etá. "Ave que canta muito". (Sampaio 1987; Toponímia de Minas Gerais, de Joaquim Ribeiro da Costa, Imprensa Oficial, Belo Horizonte) Ave chamada também de gaturamo (Sampaio 1987). Segundo Edelweis Teixeira, o nome indígena significa "sanhaço azul" e se referiria a "Euphonia aurea", hoje Euphonia chlorotica. (IBGE Cidades@).

Gaturamo é um nome que refere-se a diversas espécies da família Fringillidae, gênero Euphonia.

Iapu, MG

Do tupi ya-pú. "Aquele que é ruidoso, o indivíduo barulhento". (Sampaio 1987) O nome teria sido dado em referência a uma ave existente na região, "um pássaro preto, de cauda amarela, que em outras localidades mineiras recebe o nome de guacho" (Ferreira 1957-1963). Curiosamente foi desmembrado do município de Inhapim, que também tem nome de ave (Barbosa 1971).

Japu é um nome dado a algumas espécies da família Icteridae, principalmente a Psarocolius decumanus, ave que de fato se destaca pela cauda amarela. O brasão do município mostra uma ave negra com amarelo na asa, que corresponderia ao encontro, Icterus cayanensis.

Inhambupe, BA

Inhambu-pe: nas perdizes (O tupi na geographia nacional, Theodoro Sampaio, 1901). A perdiz, Rhynchotus rufescens.

Inhapim, MG

O site oficial do município indica desta forma a origem do nome: "O nome do município se deve um abundante pássaro que viveu naquelas redondezas, nos dias de hoje é raro sua existência, mais com algum esforço ainda é encontrado e cujo nome rendeu à cidade sua denominação. O nome científico do pássaro Inhapim é: icterus cayanensis." Apresenta também fotos dessa ave. Segundo Costa (1997) a origem pode ser de iãpir (cabeceira do rio, cumiada de onde vem o rio), ou yapi ou y-apira (nascentes ou cabeceiras dos rios).

Nome popular de Icterus cayanensis. Da família Icteridae.

Inhaúma, MG

Segundo a lenda, o nome teria se originado de aves que existiam ali, que vinham da nascente do ribeirão que passa pela cidade (Ferreira 1957-1963). Próximo de Sete Lagoas, havia um sítio com um grande número desta aves o que teria originado o nome da cidade. Santos (1997) refere que o nome seria devido a um tipo de barro ali existente, próprio para fabricação de panelas, denominado nhae-u pelos indígenas (Sampaio 1987).

Inhaúma é um nome dado a Anhima cornuta.

Inhuma, PI

O nome foi dado devido ao grande número dessas aves, Anhima cornuta, no local (Ferreira 1957-1963) em torno de 1908 (CNM).

Inhumas, GO

O nome foi dado pela presença dessas aves na região: "Este nome, aliás, mais sugestivo e apropriado, nasceu do espírito influente do saudoso jornalista Moisés Santana que assim quis perpetuar na lembrança de todos o fato curioso de só aqui até então serem encontradas as taciturnas e interessantes inhuma ou anhuma, aves de porte elegante, quase negras, cujo canto desperta profunda nostalgia. Ao chegar-se às redondezas da cidade, ouve-se logo o canto gutural dessa ave de beira-brejos, como se fora para saudar o viajor que imediatamente procura buscá-la nas grimpas das árvores". (IBGE - Cidades @, Site oficial) Refere-se a Anhima cornuta.

Irapuru, SP

Do tupi gûyrapuru (Squeff & Fonseca 2003). Irapuru ou uirapuru são nomes dados a diversas espécies de aves. Há duas interpretações para a origem do nome do município. Uma delas é que trata-se do Cyphorhinus arada, ave amazônica famosa por seu canto. O hino do município indica essa versão:

Do Amazonas, veio o teu nome
Pequena ave de canto forte,
Dizem os índios em suas lendas
Nos traz a paz, e muita sorte.

Em outra interpretação, tratar-se-ia talvez de Pipra fasciicauda, ave também conhecida por esse nome popular. A bandeira do município mostra uma ave e a respeito dessa bandeira diz-se o seguinte: "As faixas amarela, vermelha e cinza, correspondem às cores principais do pássaro Irapuru, de onde originou-se o nome do município. O triângulo verde, representa o "habitat" do citado pássaro, bem como a nossa economia agrícola e uma das cores frequentes no Irapuru fêmea." (trecho em A História de Irapuru)

Referindo-se à ave amazônica, o nome teria sido dado pela sonoridade da palavra e pelas lendas referentes a essa ave, já que não ocorre na região (Squeff e Fonseca 2003).

Jaçanã, RN

Do tupi ya-çá-nã, o indivíduo que grita alto, o gritador.(Sampaio 1987) Deve assim referir-se à voz pronunciada dessa ave da jaçanã, Jacana jacana, também conhecido como cafezinho. Gustavo Szilagyi (inf. pessoal), cronista de assuntos ambientais do RN, informa que nas visitas que fez ao município, ouviu dos moradores que a cidade se desenvolveu no entorno de algumas áreas onde há acúmulo de água no período das chuvas no sertão potiguar e que nessas áreas era comum encontrar as jaçanãs. Os vaqueiros e viajantes que passavam perto dessas águas comentavam que estavam nas terras dos jaçanãs. Diz ainda ter ele próprio visto muitas dessas aves na localidade.

Jacupiranga, SP

Em tupi significa jacu vermelho (Ferreira 1957-1963). Îacu = jacu, pyranga = vermelho (Squeff & Fonseca 2003). "Dessa espécie não se têm registros recentes e talvez esteja extinto" (Squeff & Fonseca 2003). Há também na região um rio com esse nome (Biblioteca IGBE). Jacupiranga é um nome atribuído mais propriamente a Penelope pileata, uma ave amazônica. Há na região uma lenda do "Jacu-Piranga", à qual é atribuído o nome do rio. Pela descrição da ave na lenda, pode se tratar na verdade do pavó, Pyroderus scutatus, uma ave negra com peito vermelho. A bandeira do município retrata uma ave negra com peito vermelho.

Jacutinga, MG

Do tupi: yacú-tinga, "jacu branco". (Sampaio 1987) O nome provém de aves que existiam em um ribeirão próximo à localidade. Inicialmente a localidade era chamada de Ribeirão da Jacutinga. (Ferreira 1957-1963). Anteriormente chamada de Santo Antonio do Jacutinga, mudando para o nome atual em 1923 (Barbosa 1971). É também o nome de uma rocha friável, argilosa, servindo de jazida ao ouro, entre a rocha de itabirito (Sampaio 1987).

Jacutinga é um nome popular dado a algumas espécies da família Cracidae. Provavelmente se refere aqui a Aburria jacutinga.

Jacutinga, RS

O nome foi dado por tropeiros e moradores da localidade, devido à existência ali de "grande quantidade de aves com esse nome" (Biblioteca IBGE).

Jandaia, GO

Do tupi nhand-ái = correndo sempre, o andejo, o errante. (Sampaio 1987) Papagaio andejo ou periquito-rei (Cidades Brasileiras - Origem e Significado de Seus Nomes). Ave da família dos psittacídeos.

Jandaia do Sul, PR

Do tupi nhand-ai, papagaio andejo ou periquito-rei (Cidades Brasileiras - Origem e Significado de Seus Nomes). A jandaia era ave existente na região, muito estimada pelos silvícolas, também conhecida pelo nome de periquito-do-papo-amarelo. E o acréscimo "do Sul" veio para diferenciar de Jandaia, em GO. (Ferreira 1957-1963) Deve referir-se a Aratinga solstitialis.

Japi, RN

Do tupi ia-pu = o barulho, o ruído, o que faz rumor (Ferreira 1957-1963), ou y-apy = as cabeceiras, as nascentes (Sampaio 1987).

Japira, PR

O nome teria se originado do fato de que quando se encontrava em construção a estrada de ferro naquela região, o engenheiro responsável, estando ali acampado em uma fazenda, observou que defronte ao acampamento havia uma palmeira com muitos ninhos da ave chamada de japira ou guaxe. Achando o fato interessante, pois procurava um nome para a nova estação ferroviária, sugeriu esse nome a seus superiores, tendo sido atendido. (Ferreira 1957-1963). Do tupi japyra, guaxe, pássaro da família Icteridae: Cacicus haemorhous. (Cidades Brasileiras - Origem e Significado de Seus Nomes)

Jeriquara, SP

Do tupi îurará + kûara (toca, buraco). A origem do nome é controvertida. Jeri, "segundo a prefeitura" designa uma espécie de papagaio, portanto, "toca dos papagaios". Mas parece ser também "toca das tartarugas, dos cágados", îurará= tartaruga, cágado. Entretanto, conforme "informações da prefeitura" nunca se viram tartarugas ou cágados na região. (Squeff & Fonseca 2003)

Juruti, PA

Do tupi yuru-ty (Sampaio 1987, Biblioteca IBGE), que significa "o pescoço teso", em alusão ao aspecto que assume a pomba quando canta (IBGE - Cidades @). De fato, ao vocalizar, essas pombas esticam o pescoço, como o galo doméstico. Diversas espécies, principalmente as dos gêneros Leptotila e Geotrygon, são denominadas de juriti ou juruti. Sampaio (1987) indica também "o colo branco", que neste caso se referiria a uma espécie em particular.

Lagoa dos Patos, MG

A origem do nome remonta ao ano de 1903, quando foi construída uma barragem em um ribeirão do local. Devido a uma suave depressão existente no terreno, formou-se uma ampla lagoa, na qual "repentinamente, juntou-se grande quantidade de patos selvagens, além de outras aves aquáticas". "Embora, por uma razão desconhecida, essa lagoa tenha se transformado com o passar dos anos em um grande pântano, forçando o inevitável êxodo das aves para outras regiões, o espetáculo diário proporcionado pela revoada dos dos patos ficou na lembrança dos moradores e, no ano de 1924, o nome de Lagoa dos Patos foi definitivamente fixado para o lugar por missionários que lá estiveram em missão religiosa". (Biblioteca IBGE)

Macuco, RJ

O nome decorreu da instalação ali de uma estação de trem com esse nome em 1860, nome esse que por sua vez deve ter decorrido dessa região ser conhecida como Sertões do Macuco (Wikipedia). Havia também ali um rio chamado Macuco. (Ferreira 1957-1963) O brasão e bandeira ostentam uma ave que deve ser o macuco:







Morro da Garça, MG

O nome decorre da existência nesse município do morro com esse nome, peculiar por encontrar-se isolado em meio à planura do cerrado. Esse morro foi citado em algumas passagens na obra de João Guimarães Rosa, escritor mineiro. O nome do morro, por sua vez, deve ter se originado ou dado motivo à denominação da fazenda da Garça, localizada no sopé desse morro. (Chaves et al. sd)

Mutum, MG

O nome teria surgido em decorrência de "um pássaro abundante naquelas paragens" (Ferreira 1957-1963). Do tupi my-tu. "Pele negra". Essas aves seriam abundantes na localidade, justificando o nome. O Frei Cláudio da Conceição escreveu: "Mutum é maior e a mais linda ave do ar; é o volume de um peru; os machos são todos pretos com cocar da mesma cor que os enfeita; descansando nas árvores mostram a figura e o garbo de um galo. As fêmeas, de côr parda e mais pequenas, carecem de cocar." (Gabinete Histórico, Frei Cláudio da Conceição, tomo X, 2ª edição, p. 35. Apud Barbosa 1971).

Mutum é nome popular de diversas espécies de aves da família Cracidae. Nessa região do estado, o nome mutum deve referir-se ao mutum-de-bico-vermelho, Crax blumenbachii.

Nova Mutum, MT

Inicialmente chamada de Mutum, a localidade foi criada pela empresa Colonizadora Mutum. Posteriormente a própria população optou pelo nome de Nova Mutum, marcando assim um desligamento da localidade da empresa que a criou. (Biblioteca IBGE) Não parece, portanto, que o nome seja decorrente da presença da ave na região.

Papagaios, MG

Há uma versão que diz que havia na localidade uma pousada cuja proprietária tinha um papagaio domesticado e que os viajantes ao se referirem ao lugar diziam ter se hospedado na "casa do papagaio". (Ferreira 1957-1963) Essa versão é contestada, alegando-se que "ao ser verdadeira a lenda, haveria de estar o nome do povoado no singular; o plural no topônimo só se explicaria pela abundância dessas aves, não se explicaria que a existência de uma delas numa única moradia se constituísse em fato capaz de caracterizar um topônimo. De uma ou de outra forma, a origem do topônimo prende-se à existência de aves dessa denominação." (Biblioteca IBGE)

Pelo menos três espécies de papagaios (gênero Amazona) têm distribuição na região, mas um dos mais comuns e também apreciado como ave de cativeiro é o papagaio-verdadeiro, Amazona aestiva, que deve ser a espécie implicada neste caso.

Pato Bragado, PR

Pato, nome dado a diversas espécies da família Anatidae. Bragado refere-se ao animal que tem pernas de cor diferente do resto do corpo, ou com malhas vermelhas atravessadas na barriga. (Cidades Brasileiras - Origem e Significado de Seus Nomes)

Pato Branco, PR

O nome origina-se do rio que banha o município que tem esse mesmo nome (Ferreira 1957-1963).

Patos, PB

Segundo a tradição, o nome originou-se de uma lagoa, hoje aterrada, conhecida como Lagoa dos Patos, em virtude da grande quantidade dessas aves (Ferreira 1957-1963). A bandeira do município retrata patos.

Patos de Minas, MG

"A origem do nome, segundo lenda antiquíssima, provém da grande quantidade de patos que existiam no território, encontrados habitualmente em uma grande lagoa, a três quilômetros da margem do rio Paranaíba. Atraídos pela caça abundante e variada, os tropeiros que levavam suas tropas para o interior de Minas Gerais faziam pouso à beira dessa lagoa, construindo ranchos em que se abrigavam" (Ferreira 1957-1963). Outra explicação, que não contradiz a primeira é de que o nome teria surgido pelo fato da cidade ter crescido em torno da Lagoa dos Patos, onde, segundo descrições históricas, existia uma grande quantidade de patos silvestres. O "de Minas" foi acrescentado para diferenciar de Patos, na Paraíba. (site oficial) Patos são retratados no brasão e bandeira do município. Não há, portanto, referência nessa denominação a uma espécie em particular, mas ao grupo de aves da família Anatidae, da qual Minas Gerais tem em seu território a ocorrência de pelo menos uma dúzia (Mattos et al 1993). Uma curiosidade é que em 1943 o nome do município foi mudado para Guaratinga, que também refere-se a uma ave. Houve, entretanto, reação popular, mudando-se novamente a denominação para Patos de Minas.





Patos do Piauí, PI

O município originou-se do povoado denominado Patos (Biblioteca do IBGE).

Pavão, MG

Os habitantes pioneiros do lugar alimentavam-se também de caça e numa das caçadas mataram uma ave parecida com o pavão, às margens do córrego principal, o que motivou denominar este de Córrego do Pavão e daí a denominação do povoado que ali se formou (Biblioteca do IBGE).

Se verdadeira a história de que uma ave parecida com o pavão foi de fato caçada, pode tratar-se do mutum-do-sudeste, Crax blumenbachii, que tem ornamentos na cabeça que poderiam então lembrar o pavão. O município se encontra em área de distribuição dessa espécie.

Perdizes, MG

O nome foi dado pela abundância das aves assim chamadas na região. Consta que no passado vinham grupos de caçadores com cães treinados para caçarem essas aves, donde a região ser conhecida como Campos das Perdizes. (IBGE - Cidades @)

Trata-se de espécie cinegética e campestre, Rhynchotus rufescens.

Periquito, MG

Até recentemente era um distrito do município de Açucena, ganhando a emancipação em 1995. Mas o núcleo populacional do atual município de Periquito teve início em 1939. O crescimento deve-se em boa parte a ter sido ali construída uma estação de trem, que também recebeu o nome de Periquito. Não há informação disponível sobre a origem do nome.

Rio Pomba, MG

Situado ao lado do rio de mesmo nome. Há explicações anedóticas para o nome. Uma delas conta que aventureiros, após matarem algumas pombas, foram lavá-las no rio, tendo algumas caído aí sendo levadas pelas águas.

Santa Cecília do Pavão, PR

A região onde se fundou a localidade inicialmente chamada de Pavão era conhecida como Água do Pavão. A primeira capela ali construída recebeu o nome de Santa Cecília, nome esse que foi usada então para a localidade. Ao constituir-se em município, esse foi denominado de Santa Cecília do Pavão, em homenagem à santa e em referência ao primeiro nome da localidade. (Biblioteca IBGE)

Pavão é nome popular de diversas aves da família dos faisões, que têm como principais características serem de belo colorido e sua performance de levantar as penas da cauda em leque quando cortejam a fêmea. É ave exótica.

Santa Rita de Jacutinga, MG

O termo Jacutinga se refere a "uma espécie de ave abundante nas matas municipais" (Biblioteca IBGE).

Jacutinga é o nome popular de Aburria jacutinga.

Santo Antonio do Aracanguá, SP

O nome deve ter sido dado pela existência ali do ribeirão e da estação ferroviária, chamados de Aracanguá (Squeff & Fonseca 2003). Consta na história do município, que ali existia uma população abundante de um psitacídeo de cabeça vermelha, que era chamado pelos indígenas da região, da tribo Caigang, de aracanguá. Desta forma o ribeirão afluente do rio Tietê, onde esse papagaios se concentravam, foi chamado de ribeirão do Aracanguá.

Consta que bandos de uma espécie de psitacídeo, ainda comum na região, em certa época do ano pernoitam na praça central da cidade (site oficial). Arthur Bispo (inf. pessoal), que já visitou diversas cidades da região, acredita que a espécie em questão possa ser o o periquito-rei, Aratinga aurea, que é bastante comum no noroeste do estado, inclusive no interior de cidades ou a jandaia-de-testa-amarela, Aratinga auricapillus, mais rara, mas também frequente em praças urbanas, principalmente onde existam palmeiras. Ambas são comuns em praças de algumas cidades, onde também pernoitam, como Valparaíso e Auriflama, junto com Aratinga leucophthalma.

São João dos Patos, MA

O nome provém do nome de lagoa que existia ali, com esse mesmo nome. (IBGE - Cidades @)

Sapucaia do Sul, RS

A origem da denominação do município não é clara. Pode referir-se à presença ali de muitos exemplares da árvore sapucaia, mas há também a hipótese de referir-se à presença de grande número de aves, atraídas por frutos silvestres que abundavam no município.

Tangará, RN

"Tangará é o nome de um pássaro que se caracteriza pelo costume de andar aos saltos, conhecido como pássaro pulador." (IBGE - Cidades @)

Deve referir-se a Chiroxiphia pareola.

Tangará, SC

O nome foi dado em 1943 em substituição a Rio Bonito, pelo fato desse já se referir a município do Rio de Janeiro. Essa troca desagradou a alguns, pelo fato do tangará (Chiroxiphia caudata) não ocorrer na localidade. Mas o nome foi justificado pela índole alegre e festeira dos tangaraenses o que combinaria com o comportamento de fazer danças coletivas do tangará. (site oficial) O site oficial do município mostra na seção de sua história, uma foto do tangará.

Tangará da Serra, MT

O nome foi dado inicialmente a um loteamento (IBGE - Cidades @). Segundo a Wikipedia o qualificativo "da Serra" foi dado para diferenciar o nome do município de Tangará (SC). O hino do município faz referência ao tangará e o brasão mostra três aves estilizadas cujo padrão de cor é muito parecido com o das duas espécies de Chiroxiphia (C. caudata e C. pareola). É mais provável que se refira a Chiroxiphia caudata, ave do sudeste, de onde procederam os primeiros colonizadores (IBGE - Cidades @).

Tangará, Tangará!
Maravilhoso pássaro que voa
Retumbante a pedra solteira
Que está divisando esta terra tão boa.

Tucano, BA

A origem do nome ainda é discutida. Para alguns decorre de uma aldeia dos índios "tucanos" (Ferreira 1957-1963). Entretanto, os índios assim denominados não ocorreriam aí, por serem do noroeste da Amazônia. A outra hipótese é de referir-se às aves da família dos ramphastídeos, que eram comuns nas matas que ali existiam. (Wikipedia)

Osmar Borges (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) informa que os índios que foram aldeados nessa localidade foram os Kiriri ou Cariri cuja Terra remanescente de Mirandela fica no município vizinho de Banzaê. Informa também que a vegetação original era bastante complexa com formações diversas em uma área relativamente pequena: caatinga arbórea, cerrado e floresta semidecídua (hoje totalmente desmatada). As florestas do vale tinham conectividade direta com a Mata Atlântica do Litoral Norte, donde a possibilidade de ocorrência ali do tucano-de-bico-preto, Ramphastos vitellinus ou mesmo do araçari-do-bico-branco, Pteroglossus aracari. Mas o mais provável é que o nome tenha se originado do tucanuçu, Ramphastos toco, que deveria ocorrer nos cerrados em cima das chapadas (possivelmente ainda ocorra), pois a fitofisionomia é de cerrado sensu strictu que se estende desde o norte de Salvador até ao sul do Raso da Catarina.

No site Tucano BR.com, referente ao município de Tucano, o Ramphastos toco é apresentado como a ave que originou o nome do município.

Uirapuru, GO

O nome do município foi inspirado na ave amazônica conhecida por esse nome popular, cujo "canto está envolvido em magia e lenda". (AGEPEL)Todas as ruas da cidade têm nomes de pássaros.

Uiraúna, PB

Segundo o Dicionário Corográfico do Estado da Paraíba, o nome veio da expressão indígena guira-una = pássaro preto. Provavelmente trata-se do anú-mará. (Ferreira 1957-1963) Essa denominação foi dada ao município em 1943 (CNM).

Anumará é nome popular de Curaeus forbesi, icterídeo com distribuição geográfica muito restrita.

Uru, SP

Do tupi uru. O nome decorre do rio Uru, afluente do rio Tietê. Esse, por sua vez, recebeu esse nome das primeiras expedições que subiam o rio Tietê e que teriam encontrado essas aves em suas margens. Anteriormente chamava-se Santo Antonio do Uru. (Squeff & Fonseca 2003)

Embora seja um nome atribuído a mais de uma espécie de ave, nesse estado se refere sem dúvida a Odontophorus capueira.

Uruaçu, GO

Segundo Macedo (2005) trata-se de nome tupi que significa "pássaro grande".

Uruburetama, CE

Do tupi urubu + retama (terra natal, pátria). "Terra dos urubus". (Biblioteca IBGE, Wikipedia) Inicialmente chamou-se Serra dos Corvos (CNM). Fica próxima à serra de Uruburetama, que possivelmente serve de pouso e local de nidificação de urubus.

Urutaí, GO

Há lenda de que o nome decorre do fato de que tropas de boiadas e carreteiros paravam para descansar na região e, como jogavam restos de carne e ossos, os urubus vinham se alimentar e as pessoas falavam: "o urubu tá aí". Já segundo o folclorista Bariani Ortêncio, o nome deriva da língua indígena que quer dizer "rio dos urutaus". Essa lenda não está registrada em livros, mas apenas em trabalhos monográficos da Universidade Estadual de Goiás. (IBGE Cidades@)

Vila Pavão, ES

O nome provém do fato de que a primeira casa ali construída, onde os tropeiros pernoitavam, tinha em sua varanda o desenho de um pavão. A cidade foi colonizada principalmente por pomeranos e por um número menor de italianos, vindos do sul do ES e MG. (Wikipedia) É possível então que estes tenham sido os autores do desenho do pavão.

Xexéu, PE

O nome foi dado "em homenagem ao pássaro com o mesmo nome que impressionava a todos que passavam pela cidade pelo seu canto harmonioso". (Biblioteca IBGE). O hino do município faz menção à ave:

Meu Xexéu, no vôo majestoso
Desafio não é uma quimera
Se há batalha me inscreve à luta
Que a vitória sorrindo te espera.

Esse nome é dado em Pernambuco a Cacicus cela, da família Icteridae.

Zabelê, PB

O nome teria surgido pelo fato de haver nestas terras muitos juazeiros que frutificavam no mês de maio, caindo os frutos no solo onde serviam de alimento para uma ave típica da região com esse nome popular. (IBGE - Cidades @)

Trata-se certamente do tinamídeo Crypturellus noctivagus.

Casos duvidosos e curiosos

Araçoiaba da Serra, SP. Uma etimologia possível é: aba (cabelo), soîa (coberto), arás (arara, periquito). Outra, defendida por Theodoro Sampaio é de que seria "um tipo de montanha que encobriria o dia". O nome do município é proveniente do morro de Araçoiaba. (Squeff & Ferreira 2003).

Arandu, SP. Não está resolvida a questão da origem do nome. Uma interpretação é que seria decorrente de palavra guarani que significa: memória, sabedoria, inteligência. Outra é de que decorre de origem tupi, significando "ruído das arás, ou das araras". Ará= periquito ou arara, ambu= ruído, rumor, referindo-se ao ruflar das asas dessas aves. (Squeff & Ferreira 2003). O site oficial interpreta como barulho dos papagaios. Outra interpretação é de que havia no local onde se originou a cidade, um rio com margens barrentas, conhecidas por "barreiros", ambiente muito atrativo para aves. Arandu seria o nome de barreiro em tupi (citybrazil.com.br).

Araranguá, SC. O nome provém do rio homônimo que corta a região (Ferreira 1957-1963). Do tupi: arara + nguá (vale, baixada). "Baixada das araras". Também: ará’ranguá (barulho das araras). Segundo o historiador Alex Rocha, mapas antigos da época em que os portugueses apenas retiravam madeira do Brasil mostram um lugar onde hoje se situa o município, chamado de Terras de Dararogá. É provável que esse nome, pronunciado pelo nativo com rapidez, tenha sido sofrido alterações ao longo do tempo, transformando-se e Araranguá. Fato que fala a favor dessa hipótese é que antes do final do século XIX a localidade era chamada de Ariringuá e, antes ainda, Iriringuá. Dararogá pode significar, entre outras coisas, "rio de terra escura" ou mesmo ser referência a um pássaro. Assim, na opinião do historiador, é pouco provável que Araranguá signifique "terra de araras", como se acredita. (site oficial)

Araraquara, SP. Do tupi ara kûara, ou arara kûara ou arará kûara (Squeff & Fonseca 2003). Um nome de formação curiosa e polêmica. O que deu, inclusive, motivo de estudos particulares. Um cidadão araraquarense, Pio Lourenço da Correa mostrou, em sua "Monografia da palavra Araraquara" que a interpretação de "arara" como a ave da família dos psitacídeos e "quara" como buraco, foi a origem da confusão. No seu entender, arara é a conjunção de duas vozes tupis: ara e ara, que a prolação defeituosa juntou, sendo seu significado: dia, luz, sol, aurora. Daí "buraco do dia", que literária e extensivamente traduziu-se por "morada do sol". Há testemunhos também de que o lugar se chamava Araquara. Essa grafia já está registrada no Dicionário Geográfico do Império do Brasil. Com o tempo, os novos habitantes, descendentes de portugueses, alongaram a palavra ao invés de abreviá-la, certamente por ignorarem a língua tupi e julgarem tratar-se de fato de araras. (Ferreira 1957-1963) Questionou-se, entretanto, que ara em tupi significa dia e não sol e que "morada do dia" seria uma construção metafórica, incoerente com as línguas americanas, que representam o mundo de forma concreta. Por fim, há a interpretação de que o nome significa "toca ou buraco das ararás", uma espécie de formiga. (Squeff & Fonseca 2003). A interpretação oficial parece ser mesmo de Morada do Sol, pois a bandeira e brasão do município ostentam a imagem de um sol e o hino faz referência a essa origem do nome.

Araraquara, tu nasceste
de uma lenda e uma poesia
crença tupi que além das serras
surgindo o sol ali morava o dia

Araraquara adorada
tu és morada e filha do sol
explendoroza é tua alvorada
e repousante o teu arrebol


Biguaçu, SC. A origem do nome é controvertida. Segundo uma versão significaria "biguá grande". A ave biguá ainda existe no rio ali existente, homônimo. Já segundo o padre Raulino Reitz, em seu livro Alto Biguaçu (1988), o nome seria de uma árvore semelhante ao jambolão, popularmente chamada de baguaçu. Uma terceira versão, mais recente, de autoria do jornalista Ozias Alves Júnior (JB Foco) e do prof. Aryon D. Rodrigues, especialista em língua tupi, afirma que biguaçu provém de guambygoasu = grande cerca de paus, ou cerca grande. (site oficial)

Cabreúva, SP. Nome da árvore que significa "árvore da coruja". Kaburé = coruja, yba = árvore.

Choró, CE. Do tupi = correntoso, impetuoso, ruidoso (Sampaio 1987). Macedo (2005) indica ser derivado de chororó = rio murmurante. De fato, existe próximo o rio Choró, que pode ter sido assim denominado por ter as características que o nome sugere. É citada a existência de "um pássaro muito comum no sertão nordestino, que quando canta parece um murmúrio" (Wikipedia). Os termos choró e chororó de fato estão ligados a espécies de aves. Choró refere-se em Pernambuco à choca-barrada, Thamnophilus doliatus (Farias et al. 2000), chororó, isoladamente ou como parte de nomes compostos, refere-se a diversas espécies (vide neste site) e podem ter sido atribuído a essas espécies pelas características de suas vozes.

Chorozinho, CE. O nome decorre do fato da cidade ter crescido ao lado do rio Choró. Pode ser o diminutivo de choró-choró, que seria uma espécie de ave (Biblioteca IBGE). Vide Choró, PE.

Parari, PB. É desconhecida informação relacionando esse nome ao nome de uma ave, mas a história de que a localidade originou-se do Sítio das Pombas, existente já em 1709, e que o nome dado ao sítio e ao povoado por muitos anos foi devido à grande quantidade dessas aves visitarem o poço do rio que banha a região (IBGE - Cidades @), indica que Parari pode referir-se à avoante, Zenaida auriculata. Parari é um nome indicado para essa espécie já por H. von Ihering, em publicação de 1898.

Quaraí, RS. O nome, de origem indígena, tem diversas interpretações: "rio das pedras ou buracos", ou "das garças", ou ainda "rio do sol". (Cherini 2007)

Sinimbu, RS. Há controvérsias sobre o significado do nome. Pode ser espécie de camaleão, ou vagalume, ou ave, ou em referência a um presidente da província, que tinha esse sobrenome. (Cherini 2007) Na compilação de nomes populares de aves brasileiras feita pelo CEO, esse nome não foi encontrado. Na interpretação oficial (CNM) a hipótese de se tratar de uma ave é pouco provável, tendo em vista que um nome baseado em uma ave só seria dado se essa fosse abundante na região, ficando assim na tradição local, fato do qual muitos imigrantes discordam. Uma última versão é de que seria uma homenagem ao Sr. Dr. João Lino Vieira da Cansação de Sinimbu, então Presidente de Província de São Pedro do RS, na época em que foi determinada a colonização de Sinimbu. Esta última é a mais aceitável tendo em vista que não existem registros oficiais, nem comprovações de outras hipóteses.

Urubici, SC. Numa das versões para a origem do nome, uma expedição pioneira era acompanhada por indígenas e um deles, ao avistar um galináceo típico da região, teria exclamado: "urubici", que significa "pássaro lustroso". Em outra versão o nome teria sido aproveitado do nome do rio homônimo ali existente. (site oficial)

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Squeff, E. (org) & Ferreira, H. P. (col) (2003) A origem dos nomes dos municípios paulistas. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.

Straube, F.C. (1999) "Guará": origem histórica do vocábulo e formação de alguns tonônimos paranaenses. Boletim do Instituto Histórico e Geográfico Paranaense (IHGP, Curitiba) 50:91-100.

Colaboradores e Agradecimentos

Arthur Bispo, Deodato Souza (BA), Elisiário Soares (PR), Fernando Costa Straube (PR), Glauco Pereira (PE), Giovani Cherini (Dep. Estadual RS, que gentilmente cedeu um exemplar do livro de sua autoria), Glayson Ariel Bencke (RS), Gustavo Szilagyi (RN), Humberto Fonsêca de Lucena (PB, historiador de Araruna), José Fernando Pacheco (RJ), Marcelo Ferreira de Vasconcelos (MG), Osmar Borges (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), Benato Pizarro (Reserva Rio das Furnas, SC), Rolf Grantsau (SP), Solismar Damé Prestes (Instituto Nacional de Meteorologia), Valmir Sampaio (prefeito de Amargosa, BA), Weber Girão (CE).

Sugestão de citação bibliográfica

Figueiredo, L. F. A. (2009) Municípios brasileiros com nomes referentes a aves. São Paulo: Centro de Estudos Ornitológicos. Disponível em: http://www.ceo.org.br. Acesso em: [data do acesso].

Fonte: http://www.ceo.org.br/

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