quarta-feira, 19 de maio de 2010

Tecodonte do Rio Grande do Sul é descoberto



Exemplar descoberto em escavação na região central do RS é o mais conservado já localizado

11 de maio de 2010



A descoberta de um fóssil quase completo do superpredador tecodonte Prestosuchus chiniquensis, no município de Dona Francisca, no Rio Grande do Sul, atraiu a atenção da imprensa internacional. Após apresentação feita pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), na última segunda-feira, dia 10, veículos como os britânicos Telegraph, Daily Mirror e Fox News repercutiram a notícia da espécie que tinha aproximadamente 7 m de comprimento e pesava 900 kg. O animal viveu no período Triássico (há aproximadamente 238 milhões de anos) e é um ancestral dos dinossauros.

Praticamente intacto, um fóssil de tecodonte considerado o mais completo e conservado já encontrado foi apresentado ontem por pesquisadores da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). Localizado em Dona Francisca, na região central do Estado, o Prestosuchus, que viveu na região central do Estado há 238 milhões de anos, foi mostrado pelos autores da descoberta, o paleontólogo Sérgio Furtado Cabreira, da Ulbra de Canoas, e o biólogo Lúcio Roberto da Silva, da Ulbra de Cachoeira do Sul.

Ancestral do crocodilo, o esqueleto do animal foi localizado há cerca de um mês, em uma área na localidade de Linha do Soturno, a poucos metros do trevo de acesso ao município. O sítio paleontológico é explorado pelo Projeto Ulbra Paleontologia, da Ulbra de Canoas, e Museu de Ciências Naturais, há cerca de 12 anos. Conforme os pesquisadores, trata-se de um exemplar adulto que media cerca de sets metros de comprimento e 1m60cm de altura. Apesar do peso – em torno de uma tonelada – o quadrúpede era ágil, veloz e um carnívoro feroz, sendo o predador mais temido da época.

– Ele se alimentava de tudo que se movesse – diz Cabreira.

No período Triássico Médio, quando os tecodontes habitaram o planeta (antes dos dinossauros surgirem), o local onde o animal foi achado era um lago muito procurado, em tempos de seca, por outras espécies, que acabavam se tornando presas fáceis para os predadores. Os Prestosuchus ficavam nos arredores esperando a hora certa para atacar. Para os pesquisadores, o fato de ter havido água no lugar também explicaria a conservação do esqueleto. É provável que ele tenha sido coberto pela lama, dois ou três dias após ter morrido.

– Pelo estado de conservação do crânio, será possível identificar de qual espécie este e outros fósseis já descobertos do gênero pertencem – avalia o geólogo e professor de paleontologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Átila Augusto.

Há cerca de três anos, máquinas teriam retirado terra da área para construções particulares. Para Cabreira, a ação pode ter destruído ou espalhado muitas estruturas, mas, ao mesmo tempo, deixou o fóssil do Prestosuchus mais próximo da superfície. A chuva dos primeiros meses do ano terminou o serviço, deixando à mostra parte da escápula – osso do ombro – do bicho.

O bloco de rocha onde está depositado o animal ganhou um reforço de gesso em toda a volta para resistir à remoção, que deve ocorrer na quinta-feira. O bloco será levado em um caminhão para o Museu de Ciências Naturais da Ulbra de Canoas. Até lá, está aberto à visitação por estudantes das escolas da região.

Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora

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