quarta-feira, 23 de março de 2011





Em referência a tri = três, já que na sua localidade-tipo, na Alemanha, esse período é caracterizado por três tipos de rocha: Buntsandstein (arenito fluvial vermelho), Muschelkalc (calcário marinho fossilífero) e Keuper (evaporitos e arenitos continentais). A caracterização do período com base na litologia é apenas local. Globalmente o Triássico é identificado pela sua fauna típica.
 
Definido por von Alberti, geólogo alemão, em 1834. Durou de 248.2 to 205.7 milhões de anos. O limite inferior é de difícil caracterização, uma vez que as condições de sedimentação predominantemente continentais são as mesmas do período precedente (Permiano). Apesar de controvertido é aceito como limite inferior o aparecimento do réptil Lystrosaurus.
No início do Período Triássico, praticamente todos os continentes estavam aglomerados em um supercontinente chamado Pangea (do grego pan = toda + gea = terra). Esse grande e único continente era circundado por um vasto  oceano chamado Panthalassa (correspondente ao atual Oceano Pacífico), por um pequeno mar à leste de Pangea, chamado Tethys (correspondente ao atual Mar Mediterrâneo) e por um proto-Oceano Ártico, à norte.

Reconstrução da provável posição das massas continentais no Triássico, 237 milhões de anos.
Modificado de http://www.scotese.com



No interior do continente, as áreas montanhosas sofriam intensa erosão. Os sedimentos gerados nesse processo eram transportados pelas chuvas e rios, entulhando as área mais baixas, e formando arenitos e folhelhos. Nas áreas próximas ao Equador o clima era mais árido, com deposição de camadas de gipso e sal (evaporitos). Os depósitos marinhos se localizavam próximos às margens continentais, incluindo rochas clásticas e carbonáticas.

Os depósitos de evaporitos tem relativa importância econômica, bem como os arenitos e calcários, usados para construção civil.
 
Localmente temos a ocorrência de sedimentação do tipo rift, o que sugere que Pangea começava a sofrer esforços distensivos. Em alguns casos essas forças distensivas romperam toda a crosta, chegando ao manto, permitindo que magma basáltico chegasse à superfície, como no grande Platô Basáltico da Sibéria.
 
A fauna marinha não é muito variada no Triássico, já que 90% das espécies haviam desaparecido na grande extinção do final da Era Paleozóica. As novas espécies, como corais modernos, moluscos bivalves e répteis marinhos, por exemplo, ainda não tinham proliferado e se diversificado o suficiente para povoar completamente os mares.
Em terra, vários grupos de répteis apareceram, como crocodilos, répteis voadores e dinossauros. No final desse período também são encontrados os primeiros fósseis de mamíferos.
 
Quanto à flora, os gimnospermas (plantas com sementes) passam a ser as formas dominantes.
No Brasil encontramos diversos fósseis de idade triássica, como foraminíferos, moluscos, crustáceos, peixes, anfíbios e plantas. Mas os répteis, ainda que não sejam as formas fósseis mais abundantes são, sem dúvida, as mais populares. A Bacia do Paraná, na região sul do Brasil apresenta fósseis de rincossauros, dicinodontes e cinodontes (estes últimos não são propriamente répteis, fazendo parte de um grupo que tem parentesco longínquo com os mamíferos) (Kellner et al., 1999).
 
 


Bibliografia:
  KELLNER,A.W.A., Schwanke, C. , Campos, D.A.C.  O Brasil no tempo dos Dinossauros. Rio de Janeiro,  Museu Nacional, 1999. 60p.
PARKER, S.P. McGraw-Hill Encyclopedia of the Geological Sciences. 2. ed. New York : McGraw-Hill, 1988. 722 p.
ROGERS, J.J.W. History of Continents in the Past Three Billion Years. J. of Geology, Chicago,  v.104, p. 91-107. 1996.
SCHOBBENHAUS, C. et al. Geologia do Brasil. Texto Explicativo do Mapa Geológico do Brasil e da Área Oceânica Adjacente incluindo Depósitos Minerais. Escala 1:2.500.000. Brasília : DNPM-MME, 1984. 501p.

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