Suspiro espacial
Astrônomos encontram moléculas de oxigênio, o gás que respiramos na Terra, no espaço e partem em busca de mais. Eles supõem a presença de muitas outras escondidas em grãos de poeira congelados pelo universo.
Por: Sofia Moutinho Publicado em 03/08/2011 | Atualizado em 03/08/2011
Astrônomos encontraram moléculas de oxigênio na região da Nebulosa de Orion. Embora átomos de oxigênio sejam comuns no universo, a presença da molécula (com dois átomos do elemento) nunca havia sido confirmada. (imagem: ESA-Nasa-JPL-Caltech)
Após anos de procura, cientistas das agências espaciais europeia (ESA) e dos Estados Unidos (Nasa) respiram aliviados. Eles encontraram moléculas de oxigênio (O2) em pleno espaço, há cerca de 1.500 anos-luz da Terra, mais precisamente na formação estelar da nebulosa de Orion – a mesma que abriga as estrelas popularmente conhecidas como “três marias”.
A descoberta, possibilitada pelo uso de um telescópio com detecção de raios infravermelhos do Observatório Espacial de Hershel, na Inglaterra, foi publicada no Astrophysical Journal. Pela análise dos comprimentos de onda vindos dessa região do espaço, os pesquisadores identificaram três focos do gás.
O líder da pesquisa, o astrônomo Paul Goldsmith, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, conta que átomos isolados de oxigênio são comuns no espaço, principalmente em regiões mais quentes, por exemplo, ao redor de estrelas de muita massa.
A novidade é encontrar moléculas de oxigênio, as mesmas que respiramos na Terra, formadas pela junção de dois átomos do elemento. “O gás oxigênio foi descoberto há mais de 200 anos e só agora pudemos confirmar que essa molécula tão simples existe também no espaço!”, diz Goldsmith sem esconder o entusiasmo.
Goldsmith ressalta que essa quantidade é muito aquém da esperada e que não deve ser vista como evidência de vida fora da Terra. “Embora o oxigênio molecular seja o que os humanos e a maioria dos animais respiram, não acho que sua detecção esteja ligada a alguma forma de vida extraterrestre”, afirma.
Da poeira estelar
Os cientistas supõem que o oxigênio encontrado tenha se originado de grãos de poeira congelados. Ao se aproximarem da luz de estrelas novas e mais quentes, esses grãos teriam evaporado, liberando vapor d’água, que teria sido então processado e gerado as moléculas do gás.
Goldsmith conta que essa teoria já era cogitada antes da descoberta e que por isso mesmo ele e sua equipe resolveram procurar pelo oxigênio na região de Orion, onde existem muitas estrelas novas e quentes. “Sabíamos que a região havia sido atingida por uma onda de calor, possivelmente de uma estrela nova, o que resultaria em altas temperaturas e no derretimento dos grãos de poeira”, afirma.
O astrônomo acredita que exista muito mais oxigênio em outras regiões do espaço escondido nos grãos de poeira congelados e pretende continuar as observações em busca dessas moléculas.
Ele defende que, a partir de agora, a presença das moléculas de oxigênio próximas às estrelas novas deve ser incluída nos modelos estelares e no estudo da formação de novas estrelas.
“Nossa descoberta sugere que a região em torno de estrelas novas pode ser diferente dos demais pontos da galáxia e isso pode afetar a formação de novas estrelas que venham surgir na região”, afirma.
Sofia MoutinhoCiência Hoje On-line
A descoberta, possibilitada pelo uso de um telescópio com detecção de raios infravermelhos do Observatório Espacial de Hershel, na Inglaterra, foi publicada no Astrophysical Journal. Pela análise dos comprimentos de onda vindos dessa região do espaço, os pesquisadores identificaram três focos do gás.
O líder da pesquisa, o astrônomo Paul Goldsmith, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, conta que átomos isolados de oxigênio são comuns no espaço, principalmente em regiões mais quentes, por exemplo, ao redor de estrelas de muita massa.
A novidade é encontrar moléculas de oxigênio, as mesmas que respiramos na Terra, formadas pela junção de dois átomos do elemento. “O gás oxigênio foi descoberto há mais de 200 anos e só agora pudemos confirmar que essa molécula tão simples existe também no espaço!”, diz Goldsmith sem esconder o entusiasmo.
A novidade é encontrar moléculas de oxigênio, formadas pela junção de dois átomos do elemento
Em 2007, um grupo de pesquisadores já havia detectado a presença de oxigênio molecular na constelação Ophiuchus com o satélite sueco Odin, mas a observação não pôde ser confirmada. A nova pesquisa, no entanto, traz dados mais concretos e mostra que na região observada há uma parte de molécula de oxigênio (O2) para cada um milhão de moléculas de hidrogênio (H2).Goldsmith ressalta que essa quantidade é muito aquém da esperada e que não deve ser vista como evidência de vida fora da Terra. “Embora o oxigênio molecular seja o que os humanos e a maioria dos animais respiram, não acho que sua detecção esteja ligada a alguma forma de vida extraterrestre”, afirma.
Da poeira estelar
Os cientistas supõem que o oxigênio encontrado tenha se originado de grãos de poeira congelados. Ao se aproximarem da luz de estrelas novas e mais quentes, esses grãos teriam evaporado, liberando vapor d’água, que teria sido então processado e gerado as moléculas do gás.
Goldsmith conta que essa teoria já era cogitada antes da descoberta e que por isso mesmo ele e sua equipe resolveram procurar pelo oxigênio na região de Orion, onde existem muitas estrelas novas e quentes. “Sabíamos que a região havia sido atingida por uma onda de calor, possivelmente de uma estrela nova, o que resultaria em altas temperaturas e no derretimento dos grãos de poeira”, afirma.
O astrônomo acredita que exista muito mais oxigênio em outras regiões do espaço escondido nos grãos de poeira congelados e pretende continuar as observações em busca dessas moléculas.
Ele defende que, a partir de agora, a presença das moléculas de oxigênio próximas às estrelas novas deve ser incluída nos modelos estelares e no estudo da formação de novas estrelas.
“Nossa descoberta sugere que a região em torno de estrelas novas pode ser diferente dos demais pontos da galáxia e isso pode afetar a formação de novas estrelas que venham surgir na região”, afirma.
Sofia MoutinhoCiência Hoje On-line
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