Viagem espacial em um clique
Nova ferramenta da Nasa oferece navegação em 3D pelo nosso hábitat cósmico.
Aplicativo 'Eyes on the Solar System' em funcionamento: Sistema Solar visto a partir das imediações da Terra. (foto: reprodução)
O novo brinquedo é uma nave espacial virtual. Basta ‘embarcar’ – isto é, acessar o site e fazer um breve download – e já estará apto a curtir uma viagem rica em detalhes pelos meandros de nosso sistema solar. A atraente interface 3D, de fácil uso e compreensão, garante uma experiência sideral pra ninguém botar defeito.
Planetas, luas, asteroides, cometas e até mesmo sondas espaciais. Dá pra ver tudo de perto, e em tempo real – você pode saber como anda o sistema solar nesse exato instante. Caso goste da brincadeira, poderá até mesmo viajar no tempo, já que a ferramenta traz visualizações no intervalo de um século (1950 a 2050).
Em linguagem clara e acessível, painéis auxiliares exibem textos que contextualizam a visualização. Há ainda uma série de links, referenciando informações multimídia e dados adicionais acerca dos objetos observados. Para o usuário disposto, será uma verdadeira aula de astronomia.
Turismo cósmico
Um dos passeios mais bacanas de se fazer é o Comets, asteroids and near-Earth objects (algo como ‘Cometas, asteroides e objetos próximos da Terra’). Com direito a vídeos, animações, fotografias e até narração, acompanha-se a trajetória do 2008 TC3, asteroide que penetrou na atmosfera terrestre em outubro de 2008. O corpo explodiu a 37 km de altitude, e seus fragmentos se espalharam pelo deserto da Núbia, no Sudão.Outra boa pedida é um passeio em Saturno. E, se tiver tempo, dê um pulinho ali em Urano, onde poderá testemunhar a excentricidade de um planeta cujo plano do equador é praticamente perpendicular ao de sua órbita em torno do Sol.
Vale também conferir as imagens e informações das dezenas de sondas que a Agência Espacial Norte-americana (Nasa) lançou nas últimas décadas. Enfim, entre o Sol e Netuno, são centenas as possíveis paradas desse inusitado turismo espacial.
Aplicativo em expansão
A Nasa lançou o Eyes on the Solar System no final de 2010 – após 18 meses de planejamento e trabalho. Mas, ainda em sua versão beta, permanece recebendo os últimos ajustes e melhoramentos.“Na verdade, estamos melhorando o aplicativo e adicionando novos conteúdos o tempo todo”, disse à CH On-line Kevin Hussey, gerente de aplicações tecnológicas de visualização do Jet Propulsion Laboratory (Laboratório de Propulsão a Jato), centro de pesquisa da Nasa em Los Angeles. A equipe brinca que “a ideia ainda está em expansão, exatamente como o universo”.
Em relação a aplicativos do gênero, a Nasa tem um bom histórico: o Cassie (que traz uma visualização privilegiada da sonda Cassini) e o Eyes on the Earth (que nos permite fazer um tour maneiríssimo pelos satélites artificiais que orbitam a Terra).
“Então decidimos elaborar algo semelhante, mas dessa vez para todo o Sistema Solar! Assim nasceu o Eyes on the Solar System”, conta Hussey.
Fácil de usar
O usuário não precisa ser um expert em informática ou astronomia para surfar pelo Sistema Solar. A interface é intuitiva; alguns minutos de uso serão o bastante pra você dominar a missão. “Aliás, é impressionante a velocidade com que a criançada aprende a interagir com a ferramenta”, diz o representante da Nasa.A física Cláudia Vilega Rodrigues, da Divisão de Astrofísica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), vê no Eyes on the Solar System um interessante instrumento de aprendizado. “Curiosos podem utilizá-lo para aprender; profissionais podem utilizá-lo para ensinar.”
O astrônomo Francisco Jablonski, também do Inpe, concorda. “No livros, isto é, em papel, normalmente entendemos o sistema solar como planificado, o que não é verdade. É interessante levar ao grande público a visualização tridimensional das órbitas”, diz.
Melhoramentos estão a caminho. Nos próximos meses, a equipe da Nasa pretende incrementar a ferramenta incluindo missões a Marte, Júpiter e Saturno, além de possibilitar a observação de alguns exoplanetas (que estão fora do sistema solar).
De acordo com Hussey, a maior dificuldade até agora tem sido manter a interface simples. “Em um primeiro momento, reconhecemos que os comandos estavam muito complexos. Mas já corrigimos isso. Agora trabalhamos para manter o aplicativo cada vez mais atraente e acessível ao público.”
Henrique KuglerEspecial para a CH On-line/ PR
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