ANTES DE RASTEJAR, AS COBRAS TINHAM PERNAS. (com resenha)
Antes de rastejar, as cobras tinham pernas. Isso pode lembrar outra história, mas para cientistas estudando a evolução desses répteis, uma nova tecnologia de raio X deve ajudar a esclarecer se eles evoluíram de lagartos terrestres ou marinhos (uma discussão antiga – e acalorada).
Novas imagens em 3D, publicadas na revista Journal of Vertebrate Paleontology, mostram que a arquitetura interna dos ossos das pernas das cobras antigas é muito parecida com a dos lagartos terrestres modernos, fornecendo evidências sobre a origem das serpentes. Segundo a pesquisa, existem apenas três cobras fossilizadas com ossos das pernas preservados. O paper analisou um fóssil encontrado há 10 anos nas rochas de 95 milhões de idade do Líbano, o Eupodophis descouensi – uma cobra de 50 centímetros de comprimento com pernas de 2 centímetros. Ele é considerado um estágio intermediário na evolução das cobras e, por isso, essencial para a compreensão da evolução desses répteis.
O estudo descobriu que muito provavelmente essas espécies perderam as pernas porque passaram a crescer mais devagar. As imagens também revelaram que a perna tinha uma articulação no joelho e um calcanhar, mas não tinha pé.
Ainda faltam estudos para comprovar a origem das serpentes, e entender melhor o motivo do “sumiço” das pernas, mas com essas imagens os pesquisadores acreditam ter realizado um grande avanço no sentido de compreender sua evolução.
Fonte: http://blogs.estadao.com.br/radar-cientifico/2011/02/08/56/
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Resenha do autor
As serpentes estão presentes em todo globo exceto ambientes polares, devido sua ectotermia (temperatura corpórea variável). Compreendem mais de 2.900 espécies no mundo, com 495 gêneros distribuídos em 20 famílias. No Brasil há 9 famílias com 75 gêneros e mais de 321 espécies.
São tetrapodos (4 membros), porém perderam os membros ao longo de sua evolução, perderam os apêndices locomotores, cintura escapular, ganhando um corpo alongado. Perderam também a sutura óssea das hemimandibulas (sínfise mandibular), as articulações mandibulares são unidas por ligamentos elásticos ligados ao crânio pelo osso quadrado e supratemporal. O crânio é fechado lateralmente e também perderam as pálpebras moveis. As articulações limitam-se a movimentação das vértebras, sendo encontradas por volta de 120 até 500.
A locomoção pode ser feita de diferentes formas, a pele faz troca de muda liberando um muco leitoso entre a velha e a nova pele. Como os lagartos, apresentam escamas córneas e outras adaptadas ao ambiente que vivem, formando um apêndice caudal nas cascavéis (escamas fundidas com vértebras).
O sistema circulatório é semelhante ao dos outros repteis, demonstrando uma maior formação de vasos sanguineos, o pulmão direito hipertrofiado, o pulmão esquerdo não existe e quando tem é atrofiado, os outros órgãos pareados encontram-se alongados e assimétricos. O tubo digestivo flexível com esôfago e estomago grandes e intestinos não são enrolados. Fígado alongado, vesícula biliar separada próxima ao pâncreas e baço pequeno. Não tem bexiga, os excrementos desembocam diretamente na cloaca.
Os sistemas sensoriais são bastante diversificados, a visão é ineficiente, são míopes com uma escama que recobre o olho. O olfato compõem a língua bífida e epitélio nasal de Jacob. A audição é ineficiente pelo ar, mas sente vibração do solo pelo osso quadrado associado a columela.
A termorrecepção é feita através das escamas e da fosseta loreal, órgão localizado ente a linha do olho e nasal que desemboca em uma membrana com terminações nervosas.
Quanto a sua reprodução, vai depender muito do ambiente na qual ocorre, as ovíparas põe ovos em troncos e fendas. Apresentam hemipenis, um par de órgãos copulatórios invertidos intermitente a cauda.
A linhagem dos répteis surgiu junto com as linhagens dos mamíferos, de um amniota ancestral comum. Por exemplo, o ancestral dos lagartos squamata data 230 milhões de anos, entre o Permiano e Triassico.
A diferenciação entre lagartos e serpentes se deu no Mesozóico, separando iguanas e camaleões dos outros lagartos serpentes e anfisbenas (Scleroglossa). Os Scleroglossa capturam suas presas utilizando a mandibula e a quimirecepção com o uso da língua bífida e o órgão de Jacobson, enquanto os camaleões e iguanas usam as longas línguas e a incrível capacidade de calculo de precisão.
O surgimento das serpentes não é claro, devido a ausência de fósseis conforme vimos na reportagem, mas existem hipóteses. Uma delas diz que seus ancestrais eram mosasaurideos aquáticos, (lagartos varanideos) e através do ambiente que colonizaram, aqueles indivíduos que tinham um corpo hidrodinâmicamente vantajoso em comparação com outros conseguiriam caçar, se defender e se dar bem diante das pressões seletivas. É comum vermos estes tipos de adaptações, as baleias ganharam membros diferenciados ao ganhar o ambiente aquático, vários animais apresentam essas modificações. Mas isso não parece ter acontecido com as serpentes.
A outra hipótese e mais coerente é de que elas eram criptozóicas, caçavam animais que se escondiam em galerias do solo. Os ancestrais seriam comuns com varanídeos (Varanidae é uma família de grandes lagartos na sua maioria carnívoros, que contém apenas o género Varanus) e não aquáticos e anfisbenas. Embora pudessem ter olhos reduzidos pressões seletivas forçaram a preservação de olhos grandes quando adotaram um comportamento terrestre e não mais criptozóico. Seria como uma migração, primeiro os ancestrais viveriam na terra, então colonizaram o subsolo, depois que se transformaram totalmente acabaram voltando a antiga forma de caça, na terra novamente. O surgimento da serpentes é dado como 135 milhões de anos, no final do Jurássico. Veja sua classificação.
Reino Animalia, Filo Chordata, Classe Reptilia, Ordem:
SINAPSIDA: Mamíferos
TESTUDINES: Chelonia, Tartarugas.
ARCHOSAURIA: Aves, Crocodilos e dinossauros.
RHYNCHOCEPHALIA: Tuatara na Nova Zelândia
SQUAMATA: Anfisbenideos, Lagartos e serpentes.
Peço para os leigos que vejam as evidências, vejam a reportagem e como a nova tecnologia nos ajuda a ver não o que queremos mais sim as evidências de que serpentes tiveram membros como os seus parentes lagartos. Basta olhar.
Em alguns casos raros alguns grupos de serpentes até hoje surgem com membros posteriores vestigiais, o que suporta a proposta de que sim a evolução ocorre, e ocorre igualmente para todas as formas de vida, da mais simples bactérias a mais complexa sucuri. Porque Deus criaria cobras com pernas, as retiraria, e deixaria a mostra no registro fóssil e porque ele permitiria que atualmente algumas espécies de cobras apresentassem membros vestígiais? Será que ele esta dando uma segunda chance ao demônio da serpente do Éden?
Você que esta agora conhecendo a evolução tem a liberdade e a oportunidade de conhecer a evolução, o criacionista já tem um pensamento incrustado na cabeça de que as cobras são representações do demônio. Cabe a quem esta de fora da briga entre criação e evolução julgar o que lhe parece mais coerente.
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