O MÚSCULO POR TRÁS DOS DENTES
Se você acha que um leão ou um tigre já metem medo hoje, imagine voltar no tempo alguns milhões de anos e dar de cara com o dono desse crânio aí de cima: um tigre-dente-de-sabre (Smilodon fatalis).
Ele tinha mais ou menos o tamanho de um tigre (o maior dos felinos atuais), podendo passar dos 3 metros de comprimento e dos 300 quilos de peso. Um predador pra presa nenhuma botar defeito. Imagine só!
O que mais impressiona nesse bicho, claro, são os dentes. Em especial, os gigantescos caninos superiores, que desciam do maxilar como duas adagas mortais, usadas para perfurar e rasgar o couro e a carne das presas. Mas não era só de dentes que se fazia esse “monstro” … Um estudo publicado esses dias na revista PLoS One revela que o dente-de-sabre tinha também “braços” (membros dianteiros) extremamente fortes, comparados aos dos felinos atuais (que já são bastante fortes para começo de conversa). Os cientistas deduziram isso comparando a anatomia dos ossos fossilizados do Smilodon com os de 28 espécies vivas de felinos.
Os resultados comprovam a tese de que o dente-de-sabre precisava derrubar suas presas e prendê-las ao chão antes de dar a mordida fatal. Isso porque seus caninos, por serem tão grandes e terem uma estrutura ovalada, podiam quebrar com mais facilidade do que os dentes menores e mais cilíndricos de outros gatos. Então não dava para sair mordendo qualquer bisão em movimento por aí, no meio de uma corrida….
Aliás, um estudo publicado em 2007 na revista PNAS revelou que a mordida de um dente-de-sabre tinha apenas 1/3 da força da mordida de um leão. Como os dentes eram muito grandes, o Smilodon tinha que abrir a boca até 120 graus para conseguir morder alguma coisa, e isso enfraquecia sua mordida. Por isso é provável que, além de ter de derrubar a presa primeiro, a mordida fosse sempre dada no pescoço, onde havia menos risco de chocar “sabres” com osso.
Então os dentões impressionavam, mas tinham também os seus pontos fracos.
O Smilodon viveu de 2,5 milhões até 10 mil anos atrás.
Foi extinto, infelizmente, como tantos outros animais magníficos do Pleistoceno — muitos deles, suas presas. Felizmente temos os fósseis e os paleontólogos para nos contar um pouco da sua história.
Abraços a todos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.