Darwin e a Mata Atlântica
Imaginar as sensações do jovem Darwin ao
desembarcar no Brasil em fevereiro de 1832 não é tarefa fácil. Em seu
diário a bordo do HMS Beagle, o naturalista se mostra maravilhado ao
vivenciar a exuberância da fauna e flora de uma então quase intacta Mata
Atlântica.
Ao chegar a Salvador, ele definiu um passeio pela Mata Atlântica como delicioso para logo depois emendar: “ Delicioso em si, entretanto, é um termo fraco para expressar os sentimentos de um naturalista, que pela primeira vez, passeou sozinho em uma floresta brasileira. A elegância da coberta do solo, a novidade das plantas parasitas, a beleza das flores, o verde brilhante da folhagem, mas, sobretudo, a vegetação luxuriante me encheram de admiração. (...) Para uma pessoa que aprecia história natural, um dia como este gera um profundo prazer que não se pode ter esperança de vivenciar outra vez.”
Mas foi no Rio de Janeiro, onde passou três meses, que Darwin teve a sua maior vivência com a natureza brasileira. Hospedado na então baía de Botafogo, o naturalista se encantou com a paisagem do Rio. Pão de Açúcar, Corcovado, o recém-criado Jardim Botânico e a até então distante Pedra da Gávea foram as trilhas perfeitas para a observação das mais variadas espécies da Mata Atlântica.
Em uma curta viagem até Cabo Frio, ao norte do estado, Darwin passou pelo o que é hoje o Parque Estadual Serra da Tiririca, uma unidade de conservação fluminense entre Niterói e Maricá. Com 2.260 hectares, o parque protege áreas de Mata Atlântica, costões rochosos, restinga, mangue e banhados, e oferece a trilha Caminho Darwin.
No entanto Darwin ficaria chocado com a situação da Mata Atlântica atual, comparada com seu estado no século XIX. Recordista mundial em biodiversidade, a floresta também é uma das regiões mais ameaçadas do planeta. Da sua cobertura original, restam apenas 7,9% resultado de uma exploração não sustentável na região mais desenvolvida e ocupada do Brasil.
Confira alguns trechos do diário de bordo de Charles Darwin durante a sua passagem pelo Rio de Janeiro:
8 de Abril de 1832
“(...) quando passamos pelos bosques, tudo parecia imóvel, exceto as grandes e brilhantes borboletas, que batiam as asas preguiçosamente”.
14 de Abril de 1832
“A floresta é abundante em belezas; entre elas, samambaias que, embora não muito grandes, eram pela verde e brilhante folhagem e elegante curvatura de suas folhas, muito dignas de admiração”.
18 de Abril de 1832
“É fácil especificar os objetos de admiração nesses cenários grandiosos, mas não é possível oferecer uma ideia adequada das emoções que sentimos, entre maravilhados, surpresos e com sublime devoção, capazes de elevar a mente.”
As citações de Darwin reproduzidas nesse texto foram retiradas de:
Entendendo Darwin – A viagem a Bordo do HMS Beagle pela América do Sul
Apresentação Marcelo Gleiser / Editora Planeta, São Paulo, 2009-08-24
Ao chegar a Salvador, ele definiu um passeio pela Mata Atlântica como delicioso para logo depois emendar: “ Delicioso em si, entretanto, é um termo fraco para expressar os sentimentos de um naturalista, que pela primeira vez, passeou sozinho em uma floresta brasileira. A elegância da coberta do solo, a novidade das plantas parasitas, a beleza das flores, o verde brilhante da folhagem, mas, sobretudo, a vegetação luxuriante me encheram de admiração. (...) Para uma pessoa que aprecia história natural, um dia como este gera um profundo prazer que não se pode ter esperança de vivenciar outra vez.”
Mas foi no Rio de Janeiro, onde passou três meses, que Darwin teve a sua maior vivência com a natureza brasileira. Hospedado na então baía de Botafogo, o naturalista se encantou com a paisagem do Rio. Pão de Açúcar, Corcovado, o recém-criado Jardim Botânico e a até então distante Pedra da Gávea foram as trilhas perfeitas para a observação das mais variadas espécies da Mata Atlântica.
Em uma curta viagem até Cabo Frio, ao norte do estado, Darwin passou pelo o que é hoje o Parque Estadual Serra da Tiririca, uma unidade de conservação fluminense entre Niterói e Maricá. Com 2.260 hectares, o parque protege áreas de Mata Atlântica, costões rochosos, restinga, mangue e banhados, e oferece a trilha Caminho Darwin.
No entanto Darwin ficaria chocado com a situação da Mata Atlântica atual, comparada com seu estado no século XIX. Recordista mundial em biodiversidade, a floresta também é uma das regiões mais ameaçadas do planeta. Da sua cobertura original, restam apenas 7,9% resultado de uma exploração não sustentável na região mais desenvolvida e ocupada do Brasil.
Confira alguns trechos do diário de bordo de Charles Darwin durante a sua passagem pelo Rio de Janeiro:
8 de Abril de 1832
“(...) quando passamos pelos bosques, tudo parecia imóvel, exceto as grandes e brilhantes borboletas, que batiam as asas preguiçosamente”.
14 de Abril de 1832
“A floresta é abundante em belezas; entre elas, samambaias que, embora não muito grandes, eram pela verde e brilhante folhagem e elegante curvatura de suas folhas, muito dignas de admiração”.
18 de Abril de 1832
“É fácil especificar os objetos de admiração nesses cenários grandiosos, mas não é possível oferecer uma ideia adequada das emoções que sentimos, entre maravilhados, surpresos e com sublime devoção, capazes de elevar a mente.”
As citações de Darwin reproduzidas nesse texto foram retiradas de:
Entendendo Darwin – A viagem a Bordo do HMS Beagle pela América do Sul
Apresentação Marcelo Gleiser / Editora Planeta, São Paulo, 2009-08-24
Links relacionados:
WWF-Brasil em ação
O WWF-Brasil atua na Mata Atlântica com a missão de aliar o bem-estar humano à conservação da biodiversidade, qualidade e integridade do solo e dos recursos hídricos. Saiba mais
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