Efeitos bioquímicos e estrogênicos do diuron em tilápias do Nilo
Pesquisa foi realizada na Unesp de Rio Preto
Assessoria de Comunicação e Imprensa
22/02/2017
Andréia Arantes Felício defendeu a Tese de
Doutorado intitulada “Efeitos bioquímicos e estrogênicos do
N-(3,4-diclorofenil)-N,N-dimetilureia (diuron) e seus metabólitos,
isoladamente ou em associação com alquilfenóis em tilápias do Nilo (
Oreochromis niloticus)”. A pesquisa foi desenvolvida no Programa de
Pós-Graduação em Biologia Animal do Instituto de Biociências, Letras e
Ciências Exatas (Ibilce), Câmpus da Unesp em São José do Rio Preto.
Resumo
Resumo
O Brasil é o principal produtor de
cana-de-açúcar do mundo e, para que esta demanda seja suprida, muitos
compostos químicos são aplicados nas culturas, visando controlar o
surgimento e proliferação de pragas. Assim, faz-se o uso dos
praguicidas, dentre eles, o diuron
(N-(3,4-diclorofenil)-N,N-dimetiluréia), que é aplicado em plantações ao
redor do mundo.
O diuron pode ser biodegradado em outros três principais compostos o 3,4-dicloroanilina (DCA), 3,4-diclorofenilureia (DCPMU) e 2,4-diclorofenil-N-metilureia (DCPMU). Normalmente, o diuron é aplicado nas plantações juntamente com os alquilfenóis etoxilatos (APE), como o nonilfenol etoxilato (NPE) e o octilfenol etoxilato (OPE), compostos que facilitam a dispersão do diuron.
Alguns estudos têm demonstrado que tanto o
diuron quanto os alquilfenóis podem causar alterações enzimáticas e/ou
estrogênicas em diversos organismos. Dentre as enzimas que podem ser
alteradas, estão as enzimas de biotransformação, tanto de fase I
(7-etoxirresorufina-O-deetilase – EROD,
7-pentóxiresorufinaO-desalquilase – PROD,
7-benzilóxiresorufina-O-desalquilase – BROD e a P450 aromatase), quanto
as de fase II (glutationa-S-transferase – GST) e as proteínas de fase
III (resistência a multixenobioticos – MXR).
Outros parâmetros que podem sofrer
alterações são os antioxidantes (superóxido dismutase – SOD, catalase –
CAT, glutationa peroxidase – GPx, glutationa redutase – GR,
glutationa-6-fosfato desidrogenase – G6PDH, aldeído desidrogenase – ALDH
e peroxidação lipídica), que são os responsáveis pelo controle entre a
produção e o combate às espécies reativas de oxigênio (ERO). Dentre os
parâmetros endócrinos que podem ser alterados, e então utilizados como
biomarcadores, estão as enzimas CYP3A e a 17β-hidroxiesteróide
desidrogenase (17β-HSD) e ainda a proteína vitelogenina (Vtg).
Assim o objetivo deste trabalho foi
avaliar, em tilápias do Nilo (Oreochromis nilotucus) (1) quais os
efeitos do diuron e seus metabólitos, em associação ou não, em
diferentes concentrações e (2) quais os efeitos do diuron, seus
metabólitos e os alquilfenois, em associação ou não em diferentes
concentrações no fígado e nas brânquias de peixes expostos por 7 dias,
utilizando os seguintes parametros, EROD, BROD, PROD, GST, MXR, SOD,
CAT, GPx, G6PDH e peroxidação lipídica (MDA).
Em uma terceira etapa, o objetivo do trabalho foi (3) avaliar parâmetros endócrinos em tilápias mozambique (Oreochromis mossambicus) expostas ao diuron, seus metabólitos e alquilfenóis, em associação ou não, em diferentes concentrações, expostas por 7 dias, em fígado e cérebro dos peixes expostos, analisando os seguintes parâmetros: 17β-HSD, P450 aromatase, CYP3A, vitelogenina e a biotransformação do xenobiótico (in vitro).
Em uma terceira etapa, o objetivo do trabalho foi (3) avaliar parâmetros endócrinos em tilápias mozambique (Oreochromis mossambicus) expostas ao diuron, seus metabólitos e alquilfenóis, em associação ou não, em diferentes concentrações, expostas por 7 dias, em fígado e cérebro dos peixes expostos, analisando os seguintes parâmetros: 17β-HSD, P450 aromatase, CYP3A, vitelogenina e a biotransformação do xenobiótico (in vitro).
Os resultados demonstraram que, em
tilápias do Nilo expostas a esses contaminantes nas concentrações e no
tempo de exposição utilizados, todos os biomarcadores analisados
sofreram alguma alteração após a exposição, alguns mais expressivos como
a EROD, MDA, GPx e G6PDH e outros menos. Os resultados obtidos após a
exposição de tilápias mozambique aos contaminantes também nos mostraram
alterações, confirmando que esses compostos podem ser considerados
desreguladores endócrinos, já que todos os parâmetros endócrinos
analisados foram alterados.
Assim, os resultados obtidos nos mostraram
que realmente o diuron, seus metabólitos e os alquilfenóis podem causar
alterações bioquímicas em tilápias do Nilo e mozambique, expostos à
concentrações ambientalmente relevantes por sete dias, sendo os
metabólitos e os APs os principais compostos a causar alterações nos
parâmetros analisados.
Comissão Examinadora
Comissão Examinadora
Prof.(a). Dr.(a). Eduardo Alves De Almeida (Orientador) - Universidade Regional De Blumenau
Prof.(a). Dr.(a). Claudia Bueno Dos Reis Martinez - Universidade Estadual De Londrina
Prof.(a). Dr.(a). Gisela De Aragão Umbuzeiro - Universidade Estadual De Campinas
Prof.(a). Dr.(a). Larissa Paola Rodrigues Venancio - Universidade Federal Do Oeste Da Bahia
Prof.(a). Dr.(a). Igor Dias Medeiros - Universidade Federal De São Paulo
Prof.(a). Dr.(a). Claudia Bueno Dos Reis Martinez - Universidade Estadual De Londrina
Prof.(a). Dr.(a). Gisela De Aragão Umbuzeiro - Universidade Estadual De Campinas
Prof.(a). Dr.(a). Larissa Paola Rodrigues Venancio - Universidade Federal Do Oeste Da Bahia
Prof.(a). Dr.(a). Igor Dias Medeiros - Universidade Federal De São Paulo
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