EXTINÇÃO DO TAMANADUÁ...TRISTE NOTÍCIA
Perda do habitat causa extinção do Tamanduá-bandeira
Pesquisa foi desenvolvida por aluna da Unesp Rio Preto
Assessoria de Comunicação e Imprensa
09/06/2017
Gisele Lamberti Zanirato defendeu a
Dissertação de mestrado intitulada "O impacto da perda e fragmentação do
habitat sobre a ocupação e o padrão de atividade do tamanduá-bandeira
(Myrmecophaga tridactyla)". A pesquisa foi desenvolvida no Programa de
Pós-Graduação em Biologia Animal do Instituto de Biociências, Letras e
Ciências Exatas (Ibilce), Câmpus da Unesp em São José do Rio Preto.
Resumo
A expansão das áreas urbanas e das
atividades agrícolas tem reduzido o domínio do Cerrado no estado de São
Paulo resultando em paisagens altamente fragmentadas constituídas em
grande parte por fragmentos pequenos. A perda e a fragmentação do
habitat tem sido um dos principais fatores responsáveis pelo declínio
populacional e pela extinção local de espécies com baixa densidade
populacional, baixa taxa de reprodução, alta demanda por espaço e
especialista alimentar como o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga
tridactyla).
É conhecido que algumas espécies de
mamíferos modificam seus padrões de atividade frente às perturbações
antrópicas e até em relação aos efeitos da perda de habitat.
Considerando o status de conservação da biodiversidade no estado de São
Paulo e a classificação do tamanduá-bandeira como vulnerável à extinção,
estudos em um dos poucos remanescentes de Cerrado no nordeste do estado
tornam-se prioritários à conservação da espécie.
Esse trabalho é constituído por dois
capítulos, no primeiro capítulo foi feita uma revisão bibliográfica
sobre os efeitos da perda e fragmentação do habitat na ocorrência de
mamíferos realçando os efeitos sobre as espécies de grande porte e/ou
com dieta especializada, além de abordar mudanças no padrão de atividade
de mamíferos frente aos efeitos da perda do habitat. No segundo
capítulo, os objetivos do presente estudo foram apresentados sendo que o
primeiro consistiu em avaliar se a área do fragmento, o isolamento e as
porcentagens de água e vegetação nativa na paisagem são importantes
para explicar a ocupação dos fragmentos de vegetação nativa pelo
tamanduá-bandeira. O segundo objetivo consistiu em verificar se há
diferenças no padrão de atividade entre as populações de tamanduás que
ocupam os fragmentos menores (< 2.015 ha) e a população que ocupa o
fragmento maior (10.285 ha).
Os dados de presença e ausência dos
tamanduás-bandeira em cada um dos vinte fragmentos de vegetação nativa
localizados no nordeste do estado de São Paulo foram coletados através
de armadilhas fotográficas. A influência da temperatura e da
pluviosidade na probabilidade de detecção dos tamanduás e a importância
das covariáveis de fragmento e de paisagem na probabilidade de ocupação
dos fragmentos pela espécie foram avaliadas através de modelos de
ocupação de estação única (Single-season Occupancy Models). O
Critério
de Informação de Akaike corrigido (AICc) foi utilizado para a seleção
dos melhores modelos e o teste de Mardia Watson Wheeler foi usado para
verificar possíveis diferenças no padrão de atividade entre as
populações que ocupam os fragmentos menores e a população presente no
fragmento maior. A probabilidade de ocupação dos fragmentos pelos
tamanduás-bandeira foi maior nos fragmentos com áreas maiores e em
fragmentos com maior porcentagem de vegetação nativa ao redor. No
entanto, o padrão de atividade dos tamanduás não foi influenciado pela
área do fragmento. Apesar da área do fragmento não influenciar o padrão
de atividade dos tamanduás, a conservação de fragmentos maiores e com
maior porcentagem de vegetação nativa ao redor é de grande importância
para a sobrevivência de tamanduás-bandeira no nordeste do estado de São
Paulo.
Comissão Examinadora
Prof.(a). Dr.(a). Rita de Cassia Bianchi (Orientadora) – Unesp / Câmpus de Jaboticabal
Prof.(a). Dr.(a). Natália Mundim Torres – Universidade Federal de Uberlândia
Prof.(a). Dr.(a). Guilherme De Miranda Mourão – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA)
Prof.(a). Dr.(a). Rita de Cassia Bianchi (Orientadora) – Unesp / Câmpus de Jaboticabal
Prof.(a). Dr.(a). Natália Mundim Torres – Universidade Federal de Uberlândia
Prof.(a). Dr.(a). Guilherme De Miranda Mourão – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA)
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