Planta aquática atrapalha pesca e geração de energia
Professor da Unesp é entrevistado pelo G1
Por G1 Rio Preto e Araçatuba
06/06/2017
Uma
espécie de planta aquática nos rios Paraná e Tietê tem atrapalhado
pescadores e até a geração de energia em hidrelétricas de Ilha Solteira
(SP) e Castilho (SP). As plantas crescem de forma desenfreada nesses
locais, às margens e no meio dos rios.
As
plantas são chamadas de macrófitas ou elódeas e são encontradas,
geralmente, em rios de água transparente. Elas precisam de luz,
nitrogênio e fósforo para se desenvolverem. Essas condições são
encontradas no rio Tietê, que recebe matéria orgânica de uma grande
região do Estado, mas as plantas passaram a serem encontradas com
frequência no rio Paraná, perto da usina de Ilha Solteira.
Aparecido
dos Santos é pescador há quase 30 anos e diz que a infestação da
planta nas águas chama a atenção e atrapalha quem precisa viver da
pesca. “De motor ninguém consegue atravessar o rio, as plantas sempre
enroscam. Conforme o lugar, é preciso levantar o motor e esperar passar a
alga”, comenta.
Na
usina hidrelétrica Jupiá, em Castilho, o problema é antigo. Na época
em que a hidrelétrica era administrada pela Companhia Energética de São
Paulo (Cesp), antes de ser privatizada, as plantas aquáticas já
existiam e a empresa precisou investir dinheiro para tentar controlar e
evitar que elas atrapalhassem o funcionamento das turbinas.
O
professor de agronomia da Unesp de Ilha Solteira, Fernando Tadeu,
especialista em plantas aquáticas há 17 anos, diz que o aumento dessas
espécies pode causar impactos graves nos rios. “Essas plantas prejudicam
o fluxo de água, a água chega com uma força menor para gerar energia
elétrica. Isso é um prejuízo muito grande para a produção de energia nas
usinas”.
Em
nota, a CTG Brasil, empresa que assumiu a operação das usinas de Jupiá
e Ilha Solteira, afirmou que não tem responsabilidade de fazer o
controle dessas plantas nos reservatórios. A empresa disse ainda que
para evitar que as espécies prejudiquem a operação das usinas, monitora e
recolhe essas plantas aquáticas nas barragens com o auxílio de grades.
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