domingo, 29 de abril de 2018

Cobras primordiais

ED. 228 | FEVEREIRO 2015

© JULIUS CSOTONYI
Reconstituição da Portugalophis lignites: cobras surgiram 70 milhões de anos antes do estimado
Reconstituição da Portugalophis lignites: cobras surgiram 70 milhões de anos antes do estimado
Fósseis atribuídos inicialmente a formas extintas de lagartos foram reclassificados e alçados ao status de as cobras mais antigas de que se tem registro. Resultado: as quatro novas espécies de serpentes descritas acrescentaram 70 milhões de anos à história evolutiva dessa forma de réptil. Até hoje, os herpetólogos dispunham de evidências de que as cobras tinham surgido cerca de 100 milhões de anos atrás, mas as novas espécies indicam que sua origem é mais remota. Os fósseis agora apresentados por uma equipe internacional de paleontólogos sinalizam que essas serpentes viveram entre 167 milhões e 143 milhões de anos atrás em diferentes hábitats (pântanos, poças, sistemas ribeirinhos e marinhos) durante o Jurássico Médio. A maior delas, a Portugalophis lignites, com cerca de 1 metro de comprimento, foi encontrada em Portugal. Outra, a Diablophis gilmorei, foi resgatada no estado americano do Colorado. Os vestígios da Parviraptor estesi e da Eophis underwoodi, a mais velha de todas, foram achados em distintas localidades da Inglaterra (Nature Communications, 27 de janeiro). “O estudo explora a ideia de que a evolução dentro do grupo que chamamos de “cobras” é muito mais complexa do que se pensava anteriormente”, diz Michael Caldwell, da Universidade de Alberta (Canadá), principal autor do trabalho.

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