quarta-feira, 23 de março de 2011


PALEOZOICO

Do grego: paleo = antiga + zóico = vida. Durou de 570 à 248,2 Ma.

A Era Paleozóica é limitada por dois importantes eventos da história da Terra: o seu início, há 545 milhões de anos, marca o começo da expansão da vida, e seu final, há 248 milhões de anos, marca a maior extinção em massa que já ocorreu no nosso planeta.
Até bem pouco tempo se acreditava que a vida na Terra tinha começado no início dessa era. Hoje se sabe que a vida já existia desde o Arqueano, há 3.465 bilhões de anos (Apex chert, na Australia - Schopf, 1993).
 
O início da Era Paleozóica marca, na verdade, o aparecimento de animais com partes mineralizadas (conchas ou carapaças), que nos forneceram os primeiros fósseis propriamente ditos, já que até então os registros eram apenas impressões em rochas sedimentares geradas por animais de corpo mole.
As rochas que marcam a base da Era Paleozóica foram alvo de discussões por mais de 20 anos, até que em 1987 os membros da Subcommission on Cambrian Stratigraphy definiram a localidade-tipo desse limite: Fortune Head na Península de Burin, Newfoundland, Canadá, com idade em torno de 545 milhões de anos (Brasier, et al. 1994).
A expansão da vida foi tão intensa, que praticamente todos os filos animais apareceram em apenas alguns milhões de anos.
 
Em oposição à essa riqueza de vida, o final do Paleozóico marca a maior extinção em massa já ocorrida no nosso planeta, já que aproximadamente 90% de todas as espécies marinhas não sobreviveu. A causa dessa extinção é desconhecida e é alvo de controvérsias.
 

Reconstrução da provável posição das massas continentais no início do Paleozóico.
Modificado de http://www.scotese.com

Ao longo do paleozóico as placas litosféricas sofreram intenso retrabalhamento, mas podemos considerar basicamente quatro grandes massas continentais: Laurentia (atual América do Norte), Báltica (atual Europa), Sibéria e Gondwana.
Esses continentes se movimentaram bastante ao longo dos quase 300 milhões de anos da Era Paleozóica sendo que a África já esteve no polo sul e a Antártica no Equador e o nível do mar subiu e desceu várias vezes.
A movimentação desses continentes, que frequentemente colidiam uns com os outros, fez com que no final dessa era as quatro grandes massas continentais e vários blocos menores colidiram estivessem aglutinados em um grande continente chamado Pangea (do grego pan = toda + gea = terra). Esse continente tinha uma disposição alongada, se estendendo do pólo norte ao pólo sul. O restante da superfície da Terra era coberto por um grande oceano chamado Panthalassa (do grego pan = todo + thalassa = oceano), com exceção de um pequeno mar à leste de Pangea, chamado Tethys (que hoje é representado pelo Mar Mediterrâneo).
 
Durante a Era Paleozóica nos blocos  Laurentia, Báltica e Sibéria ocorreram diversas orogenias: Apalachiana (480-460 milhões de anos), Taconiana (460-440 Ma), Caledoniana (450-430 Ma), Acadiana (410-380 Ma), Uraliana (380 - 300), Herciniana (350-245 Ma) e Alegueniana (320-220 Ma) (Pan Terra Inc., 1998).
No bloco Gondwana, chega ao fim o Ciclo Orogênico (ou Evento Termo-tectônico)  Brasiliano - Panafricano. (830 - 480 milhões de anos). A partir de então, grande parte desse continente passava por um período de calmaria tectônica, representado no Brasil pelas extensas bacias sedimentares do Amazonas, Paraná e Parnaíba.
Essas bacias se iniciam com uma fase de sedimentação marinha (Ordoviciano - Devoniano), passando para uma sedimentação mista (Carbonífero) e depois continental (Permiano ao Jurássico) (Schobbenhaus et al. 1984).
Já a margem oeste do Gondwana, não experimentava as mesmas condições de calmaria, e a acreção de vários blocos crustais resultou nas orogenias Oclóica (480-440 Ma), Eo-Hercínica e Chânica (350 - 280 Ma) (Brito Neves, 1999).
 
A Era Paleozóica se divide em seis períodos: Cambriano, Ordoviciano, Siluriano, Devoniano, Carbonífero e Permiano
 

Bibliografia:
BRASIER, M.; COWIE, J. , TAYLOR, M. Decisions on the Precambrian-Cambrian boundary stratotype. Episodes,  Ottawa, v. 17, p. 3-8. 1994.
 
BRITO NEVES, B.B. América do Sul: quatro fusões, quatro fissões e o processo acrescionário Andino. Rev. Bras. Geociências, São Paulo. v. 29, n. 3, p. 379-392. 1999.
 
CORRELATED History of Earth. 2. ed. Hill City :  Pan Terra Inc., 1998.
 
SCHOPF, J.W. Microfossils of the early Archaean Apex chert; new evidence of the antiquity of life. Science, Washington, DC, v. 260, p. 640-646. 1993.

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