Pedologia: Como descrever um solo?
Segundo Igo Lepsch em seu livro 19 lições de Pedologia, primeiro, observe a aparência da paisagem em que o solo se situa, veja figura abaixo:
- Trata-se de uma baixada, colina, morrote, morro ou montanha?
- A superfície do terreno é plana, ligeiramente inclinada ou muito inclinada?
- A vegetação sobre o solo é de mata, pastagem ou uma lavoura?
- Existem pedras e/ou matacões à superfície?
- Em seguida, questione-se acerca dos seus aspectos internos, ou seja, o perfil do solo que está sendo examinado. Escolha um pequeno local que achar ser mais representativ desse solo para nele amostrar um pedon e descrever o perfil, e anote a respectiva posição topográfica; por exemplo: se está na parte inferior, mediana ou superior de uma encosta, anotando também algumas feições desta – inclinação, forma (côncava, convexa, linear etc.). Na a seguir você pode observar o início de um exame do perfil de um solo.]
Depois, escave uma trincheira ou, se
existir, escolha um lugar onde todo o solum esteja exposto (p.ex.,
barranco de estrada). Se escolher um barranco, primeiro é necessário
limpá-lo adequadamente, raspando cerca de 30 cm até expor uma face
vertical. Fazendo isso, você já estará começando a notar vários
atributos dessa pequena unidade tridimensional que escolheu para
representar um corpo de solo: se duro ou macio, com pedras ou sem pedras
etc. Após “dissecar” seu pedon, empunhe uma faca, canivete ou martelo e
comece a “futucá-lo”.
Logo irá expor o perfil do solo e, à
medida que os examina de cima para baixo, note seus diferentes
horizontes, de diferentes cores e consistências. Feito isso, demarque os
horizontes com a ponta de sua faca, por exemplo. Se você estiver diante
de um solo que tem um horizonte B de iluviação de argila e sob
vegetação de floresta, poderá encontrar a seguinte sequência vertical:
- uma camada mais superficial, orgânica, constituída de folhas, mais ou menos decompostas, com apenas alguns centímetros de espessura: o horizonte O;
- logo abaixo, outra que não é orgânica, mas com algum húmus, na maior parte das vezes variando de 20 a 40 cm de espessura: o horizonte A;
- abaixo desta, outra camada, também com alguns centímetros, com cores mais claras do que as que lhe estão acima e abaixo: o horizonte E;
- continuando, e descendo, uma porção mais avermelhada ou amarelada, mais
consistente: o horizonte B;
- abaixo desta, se você escavou suficientemente fundo (até 2 m ou mais), encontrará outra camada, que lembra uma rocha, porém não tão endurecida: o horizonte C;
- se você conseguiu cavar – ou limpar o barranco – mais fundo ainda, verá também, abaixo do horizonte C, a rocha da qual, presumivelmente, o solo se desenvolveu.
Várias características podem ser
observadas e anotadas no exame e na descrição das feições de um perfil e
na amostragem do volume de seus horizontes. No Brasil, as normas para
essas descrições estão padronizadas em manuais, como o da Embrapa e o do
IBGE, que se baseiam no Manual de Levantamentos de Solos (Soil Survey
Manual), publicado nos Estados Unidos (1993).
Tudo a ver
Para
entender mais sobre as principais feições morfológicas, análise da
fração sólida do solo, Processos e fatores de formação do solo entre
outras, adquira o livro 19 lições de Pedologia.
O livro aborda desde rochas e minerais que dão origem aos solos, passa
pelos processos de intemperismo, fundamenta e apresenta o Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos.
Didática, a obra é organizada em 19
lições e conta com exercícios resolvidos a cada capítulo. Explica as
funções que estão refletidas nos atributos mineralógicos, biológicos,
físicos e químicos – principalmente as relacionadas com o crescimento
das plantas. O autor ensina ainda como examinar a aparência dos solos e a
analisar e interpretar seus atributos.
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