Rã virtual
Pesquisador da Unicamp cria programa de computador que simula experimentos com animais vivos nas aulas de fisiologia. A ferramenta evita a morte de rãs e ainda reforça o ensino de forma interativa.
Por: Sofia Moutinho Publicado em 20/04/2011 | Atualizado em 04/05/2011
O Fisioprat reproduz todos os passos de uma aula prática de fisiologia sobre reflexos medulares. (imagem: divulgação)
Em abril de 1987, uma estudante de 15 anos dos Estados Unidos, Jennifer Graham, se recusou a dissecar uma rã durante uma aula de biologia. A aluna propôs substituir a tarefa por algum trabalho que não envolvesse a morte de um animal, mas sua sugestão foi recusada pela escola. O caso extrapolou os limites da sala de aula, virou bandeira de ativistas defensores de animais e ganhou destaque internacional.
Desde então, o uso de rãs em aulas de anatomia e fisiologia vem diminuindo. Uma iniciativa que contribui com essa tendência acaba de ser desenvolvida no Brasil. Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) criaram um programa de computador que simula virtualmente um experimento comum em aulas de fisiologia para verificar os reflexos de uma rã.
Batizado de Fisioprat, o programa reproduz todos os passos de uma aula prática da disciplina. Nos experimentos tradicionais, é aplicado ácido acético, em diferentes concentrações, sobre a pele de uma rã viva, que reage contraindo seus músculos. Em um segundo momento, a medula do animal é destruída e ele para de reagir ao ácido, o que demonstra que esse órgão é o responsável pelos reflexos.
Com o Fisioprat, a morte do animal não é necessária. O simulador mostra o comportamento da rã por meio de animações gráficas e ainda complementa a aula prática com conteúdo teórico sobre cada passo do procedimento e exercícios que reforçam as explicações.
“O nosso objetivo com esse programa foi justamente criar uma alternativa ao uso de animais que, além de não prejudicar o ensino, agregasse mais”, afirma o biólogo Francisco Cubo Neto, idealizador do Fisioprat. Ele destaca que uma das grandes vantagens do programa é a possibilidade de os alunos repetirem o experimento quantas vezes forem necessárias.
“Na aula prática tradicional, se o aluno perder a explicação ou não visualizar o procedimento realizado, é necessário repetir o experimento com outro animal, o que é inviável”, diz. “Além disso, nas aulas tradicionais é usado, em média, um animal para cada dez alunos. Com o programa a autonomia é maior, uma vez que cada aluno pode ter o seu computador.”
Ao final do procedimento os alunos responderam a um questionário sobre as metodologias usadas e foram submetidos a uma avaliação sobre o conteúdo apresentado.
As maiores notas foram obtidas pelos estudantes que usaram o Fisioprat. “As duas metodologias foram bem avaliadas, comprovando a importância da aula prática, mas o desempenho do grupo que usou nosso programa foi melhor”, conta Cubo.
O programa está em processo de patenteamento e já foi escolhido para substituir o uso dos animais nas aulas do Departamento de Anatomia, Biologia Celular, Fisiologia e Biofísica do Instituto de Biologia da Unicamp.
As outras universidades, no entanto, terão que esperar até que Cubo decida se vai comercializar o produto ou distribuí-lo de forma gratuita.
Sofia MoutinhoCiência Hoje On-line
Desde então, o uso de rãs em aulas de anatomia e fisiologia vem diminuindo. Uma iniciativa que contribui com essa tendência acaba de ser desenvolvida no Brasil. Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) criaram um programa de computador que simula virtualmente um experimento comum em aulas de fisiologia para verificar os reflexos de uma rã.
Batizado de Fisioprat, o programa reproduz todos os passos de uma aula prática da disciplina. Nos experimentos tradicionais, é aplicado ácido acético, em diferentes concentrações, sobre a pele de uma rã viva, que reage contraindo seus músculos. Em um segundo momento, a medula do animal é destruída e ele para de reagir ao ácido, o que demonstra que esse órgão é o responsável pelos reflexos.
Confira um trecho do programa em funcionamento:
“O nosso objetivo com esse programa foi justamente criar uma alternativa ao uso de animais que, além de não prejudicar o ensino, agregasse mais”, afirma o biólogo Francisco Cubo Neto, idealizador do Fisioprat. Ele destaca que uma das grandes vantagens do programa é a possibilidade de os alunos repetirem o experimento quantas vezes forem necessárias.
“Na aula prática tradicional, se o aluno perder a explicação ou não visualizar o procedimento realizado, é necessário repetir o experimento com outro animal, o que é inviável”, diz. “Além disso, nas aulas tradicionais é usado, em média, um animal para cada dez alunos. Com o programa a autonomia é maior, uma vez que cada aluno pode ter o seu computador.”
Testado e aprovado
O Fisioprat foi testado nas aulas de fisiologia de quatro cursos da Unicamp: bacharelado e licenciatura em Ciências Biológicas, Medicina e Enfermagem. Os alunos tiveram a aula teórica de praxe e depois foram divididos em dois grupos. Metade dos estudantes assistiu à aula tradicional com a rã viva e a outra metade usou o programa.Ao final do procedimento os alunos responderam a um questionário sobre as metodologias usadas e foram submetidos a uma avaliação sobre o conteúdo apresentado.
As maiores notas foram obtidas pelos estudantes que usaram o Fisioprat. “As duas metodologias foram bem avaliadas, comprovando a importância da aula prática, mas o desempenho do grupo que usou nosso programa foi melhor”, conta Cubo.
O programa está em processo de patenteamento e já foi escolhido para substituir o uso dos animais nas aulas do Departamento de Anatomia, Biologia Celular, Fisiologia e Biofísica do Instituto de Biologia da Unicamp.
As outras universidades, no entanto, terão que esperar até que Cubo decida se vai comercializar o produto ou distribuí-lo de forma gratuita.
Sofia MoutinhoCiência Hoje On-line
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