Fotos e fatos do mundo animal
Mapeamento fotográfico de mamíferos em áreas preservadas de três continentes reúne 52 mil imagens de 105 espécies. O estudo evidencia que a degradação de florestas está ligada à diminuição das populações de animais.
Publicado em 31/08/2011 | Atualizado em 31/08/2011
Tamanduá-bandeira, mamífero da América do Sul ameaçado de extinção, flagrado em área protegida de Manaus (Amazonas). (foto: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia/ Conservação Internacional)
A coleta de dados que deu origem ao estudo, publicado no periódico Philosophical Transactions B, foi feita entre 2008 e 2010 com a ajuda de 420 câmeras e 60 armadilhas fotográficas – que disparam fotos por meio de sensores de presença.
Os equipamentos foram instalados em florestas de Costa Rica, Indonésia, Laos, Suriname, Tanzânia, Uganda e Brasil. A etapa desenvolvida em território brasileiro aconteceu em uma área protegida de Manaus, no Amazonas.
- Técnico do projeto instala uma armadilha fotográfica na floresta em Volcan Barva, na Costa Rica. (foto: Johanna Hurtado)
Dentre as áreas que fizeram parte do estudo, a Reserva Natural do Suriname Central foi a que apresentou maior diversidade, com 28 diferentes espécies fotografadas. Já na Área Protegida Nacional de Nam Kading, no Laos, foi registrado o menor número: somente 13 espécies.
Áreas maiores, mais diversidade
Segundo o estudo, quanto maior a extensão contínua de floresta protegida, maior a diversidade de espécies encontradas.O declínio das populações de mamíferos pôde ser percebido também porque a variedade de tamanhos e hábitos alimentares dos animais em locais onde há caça excessiva ou maior degradação (com áreas fragmentadas de floresta por fatores como conversão de terra e mudanças climáticas) diminuiu em comparação com os registros de florestas tropicais mais preservadas.
O estudo concluiu, por exemplo, que mamíferos comedores de insetos tendem a desaparecer primeiro em consequência da perda de hábitat, possivelmente por serem altamente especializados em sua dieta.
“Os resultados confirmam o que suspeitávamos: a destruição de hábitat está, aos poucos, minando a diversidade de mamíferos no nosso planeta”, afirma Ahumada.
- A macaca nemestrina, mais conhecida como macaco-rabo-de-porco, é uma espécie vulnerável encontrada nas florestas da Indonésia. (foto: Associação Conservação da Vida Silvestre/ Conservação Internacional)
“Precisamos garantir que os dados cheguem às pessoas que tomam decisões, ou estaremos apenas registrando a extinção desses animais, sem realmente salvá-los”, alerta Ahumada.
O projeto é uma parceria do Programa de Ecologia, Avaliação e Monitoramento de Florestas Tropicais da CI com o Jardim Botânico do Missouri (Estados Unidos), o Instituto Smithsonian e a Associação Conservação da Vida Silvestre.
Clique aqui para ver mais fotos do estudo
Juliana TinocoEspecial para Ciência Hoje On-line/ SP
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