Resíduos Sólidos
Glossário
Abaixo, estão relacionados
conceitos fundamentais sobre tema de ‘resíduos’, extraídos da Política
Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/10), do Estudo “Indicadores de
Desenvolvimento Sustentável” do Instituto Brasileiro de Pesquisa
Geográfica e Estatística (IBGE) e de outros documentos referenciais no tema.
3 Rs: expressão utilizada para designar forma de pensar e tratar os resíduos sólidos. Refere-se a: reduzir
resíduos sólidos, ou seja, deixar de produzí-los por meio de atitudes
simples em nosso dia a dia com base, principalmente, no consumo
consciente; a reutilizar materiais antes de
descartá-los de tal forma que seja possível manter tal material em sua
forma original o maior tempo possível no ciclo de consumo; e reciclar
os resíduos gerados que, por sua vez, consitui-se em produzir um novo
produto para consumo a partir de um resíduo sólido que será exposto a
diversos processos (físicos, químicos, térmicos, entre outros).
Acordo setorial: ato de
natureza contratual firmado entre o poder público e fabricantes,
importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a
implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do
produto.
Área contaminada: local onde há contaminação causada pela disposição, regular ou irregular, de quaisquer substâncias ou resíduos.
Área órfã contaminada: área contaminada cujos responsáveis pela disposição não sejam identificáveis ou individualizáveis.
Aterro controlado:
local utilizado para despejo do lixo coletado, em bruto, com o cuidado
de, após a jornada de trabalho, cobrir esses resíduos com uma camada de
terra diariamente, sem causar danos ou riscos à saúde pública e à
segurança, minimizando os impactos ambientais.
Aterro Sanitário: local
utilizado para disposição final do lixo, onde são aplicados critérios
de engenharia e normas operacionais específicas para confinar os
resíduos com segurança, do ponto de vista do controle da poluição
ambiental e proteção à saúde pública.
Autodepuração: Processo
natural decorrente da oxigenação que ocorre num corpo d’água, que
permite absorver poluentes e restabelecer o equilíbrio do meio aquático.
A autodepuração depende do volume e características do poluente e da
capacidade de regeneração do corpo receptor.
Aquecimento Global: é o
resultado da intensificação do efeito estufa natural, ocasionado, pelo
significativo aumento da concentração de gases do efeito estufa (GEE) na
atmosfera, ou seja, gases que absorvem parte do calor que deveria ser
dissipado, provocando aumento da temperatura média do planeta. As mudanças climáticas
são consequência do aquecimento global, pois com a elevação da
temperatura média ocorre maior derretimento de geleiras em regiões
polares e de grande altitude, ocasionando a dilatação dos oceanos,
mudanças nos ciclos hidro-geológicos e fenômenos atmosféricos diversos.
Chorume: líquido de cor
escura, gerado a partir da decomposição da matéria orgânica existente
no lixo, que apresenta alto potencial poluidor da água e do solo.
Ciclo de vida do produto:
série de etapas que envolvem o desenvolvimento do produto, a obtenção
de matérias-primas e insumos, o processo produtivo, o consumo e a
disposição final.
Coleta de esgoto sanitário: (Pesquisa
Nacional de Saneamento Básico) classificação dos tipos de coletores para
transporte de esgoto sanitário em: rede unitária ou mista – rede
pública para coleta de águas de chuva ou galerias pluviais; rede
separadora – rede pública para coleta e transporte, separadamente, de
águas de chuva e esgoto sanitário; rede condominial – rede interna que
traz todas as contribuições do prédio até o andar térreo e liga-se à
rede da rua em um único ponto.
Coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição ou composição.
Coliformes fecais:
subgrupo de bactérias do grupo dos coliformes totais que normalmente
habitam o trato digestivo de animais de sangue quente, incluindo o
homem, outros mamíferos e as aves. Cada pessoa excreta cerca de dois
bilhões dessas bactérias por dia. Por isso, esse grupo é utilizado como
indicador da contaminação fecal da água e dos alimentos, revelando o
potencial destes de disseminar doenças. A população de coliformes fecais
é constituída na sua maior parte pela bactéria patogênica Escherichia
coli, que tem como habitat exclusivo o trato intestinal do homem e de
outros animais. A determinação da concentração dos coliformes assume
importância como parâmetro indicador da possibilidade da existência de
microrganismos patogênicos, responsáveis pela transmissão de doenças de
veiculação hídrica, tais como febre tifóide, febre paratifóide,
desinteria e cólera.
Controle social:
conjunto de mecanismos e procedimentos que garantam à sociedade
informações e participação nos processos de formulação, implementação e
avaliação das políticas públicas relacionadas aos resíduos sólidos.
Corpo d’água: qualquer
coleção de águas interiores. Denominação mais utilizada para águas doces
abrangendo rios, igarapés, lagos, lagoas, represas, açudes, etc.
Destinação final ambientalmente adequada:
destinação de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a
compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras
destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do
Suasa, entre elas a disposição final, observando normas operacionais
específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à
segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos.
Disposição final ambientalmente adequada:
distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas
operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde
pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adverso.
Efeito Estufa: fenômeno
natural pelo qual parte da radiação solar que chega à superfície da
Terra é retida nas camadas baixas da atmosfera, proporcionando a
manutenção de temperaturas numa faixa adequada para permitir a vida de
milhares de espécies no planeta. Entretanto, devido ao aumento da
concentração de gases causadores do efeito estufa (GEE) na atmosfera,
tem ocorrido uma maior retenção dessa radiação na forma de calor, e
consequentemente, a temperatura média no planeta está aumentando,
provocando o aquecimento global e significativas mudanças climáticas.
Esgotamento Sanitário: escoadouro
do banheiro ou sanitário de uso dos moradores do domicílio particular
permanente, classificado quanto ao tipo em: rede geral de esgoto ou
pluvial – quando a canalização das águas servidas e dos dejetos
provenientes do banheiro ou sanitário. Está ligada a um sistema de
coleta que os conduz a uma desaguadouro geral da área, região ou
município, mesmo que o sistema não disponha de estação de tratamento da
matéria esgotada; fossa séptica – quando a canalização do banheiro ou
sanitário está ligada a uma fossa séptica, ou seja, a matéria é esgotada
para uma fossa próxima, onde passa por um processo de tratamento ou
decantação sendo, ou não, a parte líquida conduzida em seguida para um
desaguadouro geral da área, região ou município; fossa rudimentar –
quando o banheiro ou sanitário está ligado a uma fossa rústica (fossa
negra, poço, buraco etc.); vala – quando o banheiro ou sanitário está
ligado diretamente a uma vala a céu aberto; rio, lago ou mar – quando o
banheiro ou sanitário está ligado diretamente a um rio, lago ou mar;
outro – qualquer outra situação.
Fossa séptica e sumidouro:
dispositivo tipo câmara, enterrado, destinado a receber o esgoto
sanitário para separação e sedimentação do material orgânico e mineral,
transformando-o em material inerte.
Gases do Efeito Estufa (GEE): ou
Greenhouse Gases (GHG) são os gases listados no Anexo A do Protocolo de
Kyoto, sejam: dióxido de carbono (CO2); metano (CH4); óxido nitroso
(N2O); hexafluoreto de enxofre (SF6); gases da família dos
hidrofluorcarbonos (HFCs) e perfluorcarbonos (PFCs). Conforme
especificação do Protocolo, as partes também devem informar a emissão
dos seguintes GEE indiretos: monóxidos de carbono (CO); óxido de
nitrogênio (NOx); compostos orgânicos voláteis sem metano (NMVOCs) e
óxido de enxofre (SOx). As emissões de GEEs são provenientes de
processos artificiais, causados pelo homem, como desmatamentos, queima
de combustíveis fósseis, emissões de gases e poluentes de indústrias e
também podem ter origem natural, como emissão de metano por meio dos
rebanhos, por exemplo.
Geradores de resíduos sólidos:
pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, que geram
resíduos sólidos por meio de suas atividades, nelas incluído o consumo.
Gerenciamento de resíduos sólidos:
conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de
coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final
ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de
gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de
resíduos sólidos.
Gestão integrada de resíduos sólidos:
conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos
sólidos, de forma a considerar as dimensões política, econômica,
ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do
desenvolvimento sustentável.
Incineração: (Pesquisa Nacional de Saneamento Básico)
Processo de queima do lixo, através de incinerador ou queima a céu
aberto. O incinerador é uma instalação especializada onde se processa a
combustão controlada do lixo, entre 800 ºC e 1200 ºC, com a finalidade de
transformá-lo em matéria estável e inofensiva à saúde pública,
reduzindo seu peso e volume. Na queima a céu aberto há a combustão do
lixo sem nenhum tipo de equipamento, o que resulta em produção de fumaça
e gases tóxicos.
Lixiviação: processo
pelo qual a matéria orgânica e os sais minerais são removidos do solo,
de forma dissolvida, pela percolação da água da chuva.
Logística reversa: instrumento
de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de
ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a
restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para
reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra
destinação final ambientalmente adequada.
Padrões sustentáveis de produção e consumo: produção
e consumo de bens e serviços de forma a atender as necessidades das
atuais gerações e permitir melhores condições de vida, sem comprometer a
qualidade ambiental e o atendimento das necessidades das gerações
futuras.
Percolação: Processo de penetração da água no subsolo, dando origem ao lençol freático.
Reciclagem: processo de
transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de suas
propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à
transformação em insumos ou novos produtos.
Rejeitos: resíduos
sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e
recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente
viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final
ambientalmente adequada.
Resíduos sólidos:
material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades
humanas em sociedade, cuja destinação final se procede, se propõe
proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou
semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de
esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou
economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível.
Responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos:
conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes,
importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos
titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos
resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos
gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à
qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos.
Reutilização: processo de aproveitamento dos resíduos sólidos sem sua transformação biológica, física ou físico-química.
Saneamento Ambiental:
(Fundação Nacional de Saúde) conjunto de ações socioeconômicas que têm
por objetivo alcançar níveis de salubridade ambiental, por meio de
abastecimento de água potável, coleta e disposição sanitária de resíduos
sólidos, líquidos e gasosos, promoção da disciplina sanitária de uso do
solo, drenagem urbana, controle de doenças transmissíveis e demais
serviços e obras especializadas, com a finalidade de proteger e melhorar
as condições de vida urbana e rural.
Serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades previstas no art. 7º da Lei de Saneamento Básico (Lei 11.445/2007).
Tratamento complementar do esgoto sanitário:
(Pesquisa Nacional de Saneamento Básico) classificação dos tipos de
tratamento complementar do esgoto sanitário em: desinfecção – processo
destinado a destruir vírus e bactérias que podem provocar contaminação,
como cloração e aplicação de raios ultravioleta ou ozônio; remoção de
nutrientes – processo destinado a retirar os nutrientes, fósforo,
nitrogênio e potássio da parcela líquida do esgoto sanitário tratado.
Tratamento do esgoto sanitário:
(Pesquisa Nacional de Saneamento Básico) combinação de processos
físicos, químicos e biológicos com o objetivo de reduzir a carga
orgânica existente no esgoto sanitário antes de seu lançamento em corpos
d’água, como: filtro biológico; lodo ativado; reator anaeróbio; valo de
oxidação; lagoa anaeróbia; lagoa aeróbia; lagoa aerada; lagoa
facultativa; lagoa mista; lagoa de maturação; fossa séptica de sistema
condominial.
Bibliografia Glossário
1) BRASIL. Lei nº 12.305, de 02 de agosto de
2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº
9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Diário
Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, n. 147, p. 3, 03
de agosto de 2010. Seção 1.
2) IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Indicadores de Desenvolvimento Sustentável: Brasil, 2010. Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/recursosnaturais/ids/ids2010.pdf
3) SANTOS, A.S.F.; AGNELLI, J.A.M; MANRICH,S. Tendências e Desafios da Reciclagem de Embalagens Plásticas. Polímeros: Ciência e Tecnologia, vol.14, nº 5, p.307-312, 2004.
4) CONSÓRCIO PCJ – Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Glossário de Termos Técnicos em Gestão dos Recursos Hídricos. s/l, 2009.
5) ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade. Manual para aproveitamento de Biogás: Volume 1 – Aterros Sanitários. São Paulo, 2010. 80 p.
6) ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade. Manual para Aproveitamento de Biogás: Volume 2 – Efluentes Urbanos. São Paulo, 2010. 77 p.
7) IPCC – Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima. Mudanças Climáticas 2007: a base científica física. Divulgado em Paris, 2007. Disponível em: http://www.ecolatina.com.br/pdf/IPCC-COMPLETO.pdf
2) IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Indicadores de Desenvolvimento Sustentável: Brasil, 2010. Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/recursosnaturais/ids/ids2010.pdf
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7) IPCC – Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima. Mudanças Climáticas 2007: a base científica física. Divulgado em Paris, 2007. Disponível em: http://www.ecolatina.com.br/pdf/IPCC-COMPLETO.pdf
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