quarta-feira, 27 de julho de 2011

Leão Ariel morre em São Paulo

O leão Ariel, conhecido nas redes sociais pela luta contra uma doença degenerativa, não resistiu a tratamento e morreu na tarde desta quarta-feira (27), em São Paulo. O animal vivia em um sítio, na cidade de Maringá (PR), e era cuidado por um casal.

Leão Ariel era carismático
Leão Ariel era carismático

Ariel tinha três anos de idade e estava em São Paulo na tentativa de recuperar os movimentos das patas. Ele estava sendo submetido a um tratamento nunca feito em animais, conhecido como plasmaférese (remoção das células sanguíneas que causam a degeneração dos movimentos e na doação de plasma sanguíneo de outros leões).
Fonte: yahoo.com.br

terça-feira, 26 de julho de 2011

Biblioteca do IB ganha prédio à altura do seu acervo

Edição das imagens: 
Everaldo Silva
[22/7/2011] Fundada em 1969 num espaço de 523m2, que se tornou totalmente inadequado para os alunos, a Biblioteca do Instituto de Biologia (IB) – a primeira da Unicamp e que deu origem à Biblioteca Central Cesar Lattes – ganhou um moderníssimo prédio de dois pavimentos e 1.068m2, inaugurado oficialmente nesta sexta-feira (22) pelo reitor Fernando Costa. Com áreas para estudo individual e em grupo, auditório, videoteca, centro de memória, estantes deslizantes e rede de internet sem fio, além de um belo mobiliário, o novo prédio está à altura de um acervo de 22 mil volumes, considerado um dos maiores e melhores do país na área de ciências biológicas e biomédicas.

ib_shirlei_290x240_.jpgEm seu discurso na cerimônia de inauguração, a professora Shirley Maria Recco Pimentel, diretora do IB, fez um histórico dos 10 anos transcorridos desde a idealização da Biblioteca em 2001, dentro do Plano Diretor proposto na gestão de Maria Luiza Mello. “Este prédio é um marco para o Instituto de Biologia, o sonho realizado da nossa comunidade de docentes, alunos e funcionários”.

A nova Biblioteca do IB foi incluída no Planejamento Estratégico Institucional da Unicamp e construída com recursos do Plano de Expansão de Vagas da Graduação. O prédio ficou pronto em agosto do ano passado, mas ainda carecendo de toda a infraestrutura interna, que foi concretizada com verbas da Reserva Técnica Institucional da Fapesp. Os alunos, na verdade, estão se beneficiando desta infraestrutura desde abril último, quando os livros foram transferidos para o novo prédio a fim de viabilizar a reforma do espaço antigo, onde permaneceram apenas os periódicos.

ib_reitor_290x240_.jpgO reitor Fernando Costa observou que o investimento em bibliotecas, salas de aula e laboratórios é sempre prioritário porque resulta em progressos relevantes para a Universidade. “Como o tempo vai passando, o modo de utilização muda bastante. Mesmo que não seja para apanhar um livro ou periódico, o aluno pode vir à Biblioteca para uso dos computadores, estudos e discussões – é o futuro de um espaço como este. Muda o tipo de utilização, mas não a sua importância”.
A diretora técnica Ana Rabetti afirma que a Biblioteca do IB segue as novas tendências, implementando serviços eletrônicos de acesso às informações e disponibilizando documentos tanto via base de dados quanto via internet. “As teses estão todas digitalizadas e os sistemas de acesso a pesquisas e de empréstimos e devoluções de documentos também são informatizados. Em 2010, registramos 62 mil empréstimos e consultas a livros, periódicos e CDs, e 743 mil acessos às teses com 147 mil downloads. E os funcionários também passaram a trabalhar num espaço bem mais adequado”.
ib_selma_290x240_.jpgA professora Selma Giorgio, coordenadora da Biblioteca, viu o movimento quadruplicar de abril para cá, devido ao encanto que o novo prédio causa nos alunos, que não são apenas dos cursos tradicionais das ciências biológicas. “Os professores do IB dão aulas para a medicina, enfermagem, farmácia, educação física e algumas engenharias. O fluxo de alunos é muito grande, tanto que antes abríamos às sete horas. Agora que seguimos o padrão das demais bibliotecas da Unicamp, abrindo às nove, os alunos querem que voltemos ao horário antigo para aproveitar o espaço. Merecíamos este prédio porque o nosso acervo é lindo”.

Instituto de Biologia da Unicamp ganha nova biblioteca

26/07/2011
Agência FAPESP – A nova biblioteca do Instituto de Biologia (IB) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) foi inaugurada em 22 de julho.
Em um moderno prédio de dois pavimentos e 1.068 m2, com áreas para estudo individual e em grupo, auditório, videoteca, centro de memória, estantes deslizantes e rede de internet sem fio, a nova biblioteca abrigará um acervo composto por 22 mil volumes, que é considerado um dos maiores e melhores do país na área de ciências biológicas e biomédicas.

Segundo a Unicamp, a nova Biblioteca do IB foi incluída no Planejamento Estratégico Institucional da universidade e construída com recursos do Plano de Expansão de Vagas da Graduação. O prédio ficou pronto em agosto do ano passado, mas ainda carecendo da infraestrutura interna, que foi concretizada com verbas da Reserva Técnica Institucional da FAPESP.
Os alunos estão se beneficiando da nova infraestrutura desde abril, quando os livros foram transferidos para o novo prédio a fim de viabilizar a reforma do espaço antigo, onde permaneceram apenas os periódicos.
De acordo com a diretora técnica do IB, Ana Rabetti, a nova biblioteca segue as novas tendências, dispondo de serviços eletrônicos de acesso às informações e disponibilizando documentos tanto via base de dados como pela internet.

“As teses estão todas digitalizadas e os sistemas de acesso a pesquisas e de empréstimos e devoluções de documentos também são informatizados. Em 2010, registramos 62 mil empréstimos e consultas a livros, periódicos e CDs, e 743 mil acessos às teses com 147 mil downloads”, disse Rabetti.
Mais informações: www.unicamp.br/unicamp/divulgacao/2011/07/22/biblioteca-do-ib-inaugura-predio-a-altura-do-seu-acervo

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Dinâmica do exoesqueleto

21/07/2011
Por Fábio de Castro
Agência FAPESP – Formado pela epiderme e pelo exoesqueleto, o tegumento dos insetos é um dos principais responsáveis pelo sucesso evolutivo e pela megadiversidade desse grupo de organismos.
Um estudo realizado com abelhas por um grupo de cientistas da Universidade de São Paulo (USP) ampliou o conhecimento a respeito da influência exercida sobre os genes cuticulares pelos dos hormônios ecdisteróides – que controlam a ecdise, o processo de mudança do exoesqueleto ao longo do desenvolvimento do inseto.
O trabalho, publicado na revista PLoS One, foi realizado no âmbito do Projeto Temático Genômica funcional de Apis mellifera: busca de novos genes e redes funcionais no contexto do desenvolvimento, da diferenciação de castas e da reprodução , financiado pela FAPESP e coordenado pela professora Zilá Simões, do Laboratório de Biologia do Desenvolvimento de Abelhas (LBDA) da USP em Ribeirão Preto (SP).
Há cerca de 10 anos, uma linha de pesquisas do LBDA, coordenada pela professora Márcia Bitondi, busca compreender o cenário ontogenético da formação e diferenciação do exoesqueleto dos insetos, utilizando a abelha Apis mellifera como modelo biológico.
Bitondi coordena o projeto Genética molecular e regulação hormonal da diferenciação do exoesqueleto no inseto-modelo Apis mellifera , apoiado pela FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular.
Além de Bitondi e Simões, participaram do artigo Michelle Soares e Fernanda Silva-Torres, como primeiras autoras, e Moysés Elias-Neto e Francis Nunes, como colaboradores. Elias-Neto e Nunes têm bolsas da FAPESP de doutorado e pós-doutorado, respectivamente.


Estudo realizado com abelhas por grupo da USP amplia conhecimento sobre relação entre genes e hormônios que controlam processo de mudança do exoesqueleto dos insetos. Trabalho foi publicado na PLoS One (Foto: National Biological Information Infrastructure)


No artigo, o grupo investigou a influência dos hormônios ecdisteróides na regulação da expressão de genes cuticulares. “A reconstrução cíclica da cutícula durante o crescimento e a metamorfose dos insetos envolve uma complexa rede entre a ação de enzimas e a síntese de proteínas estruturais. Todo o processo está sob o controle de ecdisteróides, que atuam como verdadeiros regentes do desenvolvimento”, disse Bitondi à Agência FAPESP.
De acordo com a pesquisadora, no trabalho, o estudo de genes cuticulares codificadores das proteínas estruturais Tweedle e da enzima Peroxidase confirmou a relação entre níveis hormonais, expressão gênica e maturação da cutícula durante o ciclo de muda do exoesqueleto.
“Foi realizada a análise tanto de transcritos de RNA mensageiro como de proteínas em diferentes fases do desenvolvimento e em distintas regiões do corpo da abelha, o que permitiu uma visão geral dos padrões temporal e espacial de expressão gênica”, afirmou.
Segundo Elias-Neto, a equipe do laboratório já havia levantado em trabalhos anteriores outras proteínas estruturais e outras enzimas que participavam do processo de diferenciação do tegumento.
Ao identificar a participação do gene que codifica as proteínas estruturais da cutícula e o que codifica a enzima Peroxidase, o grupo, que tem foco em biologia do desenvolvimento, dá mais um passo para compreender como se dá a formação do exoesqueleto dos insetos.
“Após incluir os novos personagens moleculares ao conjunto de componentes cuticulares já investigados anteriormente pelo grupo, nosso próximo desafio será relacionar a dinâmica da ontogênese do exoesqueleto às complexas particularidades da vida social das abelhas”, disse Elias-Neto.

Segundo ele, ao longo do desenvolvimento das abelhas, a oscilação das taxas hormonais é que coordena os padrões de expressão dos genes. O diferencial do trabalho, segundo ele, é o fato de relacionar todo o contexto do desenvolvimento do exoesqueleto às especificidades de um inseto social.
De acordo com Nunes, a grande contribuição dessa linha de pesquisa no cenário científico internacional consiste justamente em desvendar semelhanças e diferenças da formação do exoesqueleto entre insetos sociais e não-sociais.

“Isso abre uma grande margem para novos estudos. As perguntas agora passam a se dirigir para as diferenças entre os tegumentos do insetos sociais e os dos que não são sociais”, disse.
O artigo Ecdysteroid-dependent expression of the tweedle and peroxidase genes during adult cuticle formation in the honey bee, Apis mellifera pode ser lido gratuitamente em PLoS One

quarta-feira, 20 de julho de 2011

A falta dos grandes predadores

19/07/2011
Agência FAPESP – O acentuado declínio nas populações dos grandes predadores não é apenas uma notícia triste para quem admira animais como leões, tigres, lobos e tubarões. De acordo com estudo publicado na revista Science, a perda de espécies no topo da cadeia alimentar pode representar um dos maiores impactos da ação humana nos ecossistemas terrestres.
Segundo James Estes, do Departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária da Universidade da Califórnia, e colegas, a diminuição é muito maior do que se estimava e afeta muitos outros processos ecológicos em um efeito que os cientistas chamam de cascata trófica, no qual a perda no topo da cadeia alimentar impacta enormemente muitas outras espécies de animais e de plantas.
Os autores do estudo afirmam que o resultado desse declínio é tão intenso que tem afetado os mais variados aspectos do ecossistema global, como o clima, a perda de hábitats, poluição, sequestro de carbono, espécies invasoras e até mesmo a propagação de doenças.


Diminuição de animais no topo da cadeia alimentar, por conta da ação humana, tem efeitos ecológicos drásticos, indica estudo internacional publicado na Science


O estudo aponta que a perda desses grandes animais é a força motriz por trás da sexta extinção em massa na história do planeta. “Temos agora evidências extensivas de que os grandes predadores são altamente importantes na função da natureza, dos oceanos mais profundos às montanhas mais altas, dos trópicos ao Ártico”, disse William Ripple, da Universidade Estadual do Oregon, autor do estudo.
“De modo geral, o colapso dos ecossistemas atingiu um ponto em que isso não afeta apenas animais como lobos, o desflorestamento, o solo e a água. Esses predadores, em última análise, protegem os homens. Isso não é apenas algo sobre eles, mas sobre nós”, disse.

Entre os dados expostos no artigo está o efeito do declínio de lobos no Parque Nacional Yellowstone, nos Estados Unidos. Quando esses animais foram sendo removidos, a população de alces se alterou imediatamente. Mas também mudou o comportamento desse cervídeo, que passou a se alimentar de plantas em locais em que antes não ia porque podia ser atacado por um lobo.
Sem os lobos, pequenas árvores da família Salicaceae e gramíneas passaram a crescer menos, o que resultou na queda de alimentos para os castores, com resultante diminuição na população desses últimos. O resultado foi a cascata trófica. Com a reintrodução de lobos no parque, passou a ocorrer a recuperação do ecossistema, com as plantas voltando a crescer mais, assim como as populações de outros animais.
Outro destaque do estudo é a redução na população de grandes felinos no Utah, que levou ao aumento na população de cervídeos, à perda na vegetação, à alteração no fluxo de canais de água e ao declínio da biodiversidade.

Por muito tempo os grandes predadores foram vistos no topo da pirâmide trófica e sem terem grande influência nas espécies e na estrutura abaixo. Isso, segundo os autores do estudo, é uma compreensão fundamentalmente equivocada da ecologia.
Participaram do estudo pesquisadores de 22 instituições de seis países.

O artigo Trophic Downgrading of Planet Earth (doi:10.1126/science.1205106), de James Estes e outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.

domingo, 17 de julho de 2011

O maior dinossauro carnívoro do Brasil

Por MiriamL
Do UOL
Museu Nacional anuncia descoberta do maior dinossauro carnívoro do Brasil
Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
No Rio de Janeiro
Rio de Janeiro - O Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) anunciou hoje (16) a descoberta do maior dinossauro carnívoro do Brasil. Batizada deOxalaia quilombensis, a espécie faz parte do grupo de espinossaurídeos, dinossauros com crânio alongado e espinhos que formam uma espécie de vela nas costas.

Acredita-se que o animal, que media entre 12 e 14 metros (do crânio à ponta da cauda) e pesava entre 5 e 7 toneladas, viveu há cerca de 95 milhões de anos, no litoral do Maranhão. Antes da descoberta do Oxalaia quilombensis, o maior dinossauro carnívoro brasileiro era o Pycnonemosaurus, que media 9 metros.
Segundo a pesquisadora Elaine Machado, do Museu Nacional, a espécie foi identificada a partir de um conjunto de fósseis, com partes do maxilar e dentes do dinossauro, encontrado em 1999 na Ilha do Cajual, no Maranhão. A identificação da espécie e a divulgação da descoberta, no entanto, demoraram 12 anos. “Ele era o réptil dominante da Ilha do Cajual. E esse é um grupo de dinossauros que desperta grande interesse não só aqui no Brasil quanto lá fora, porque tem características diferentes de outros dinossauros carnívoros. E, por ter sido uma das estrelas do filmeJurassic Park, ele chama muita atenção”, disse.
O dinossauro brasileiro também é considerado o segundo maior espinossaurídeo do mundo, ficando atrás apenas do Spinosaurus aegyptiacus, identificado em 1915, no Egito. Duas espécies de espinossaurídeos já haviam sido descobertas no Brasil, na Bacia do Araripe: Irritator challengeri e Angaturama limai. O nome Oxalaia é uma homenagem à divindade africana Oxalá e quilombensis remete ao fato de que a Ilha do Cajual já foi um quilombo, onde viveram descendentes de escravos.

Também foram anunciadas hoje, na Academia Brasileira de Ciências, mais três descobertas paleontológicas brasileiras. Entre elas está uma nova espécie de crocodiloformo (antepassado dos crocodilos) de 80 milhões de anos, chamado de Pepesuchus deisae. O crânio do réptil foi encontrado na Bacia Bauru, em São Paulo.
Outra descoberta foi o fóssil, de 7 milímetros, de um maxilar com sete dentes de um lagarto pré-histórico, ocorrida em Presidente Prudente, em São Paulo. A espécie batizada de Brasiliguana prudentis, que media de 15 a 20 centímetros, viveu entre 70 milhões e 80 milhões de anos atrás.
Também foi anunciada a descoberta de penas fósseis de dinossauros de 115 milhões de anos, na Bacia do Araripe.

Conheça alguns dinos famosos

Conheça alguns dos mais famosos dinossauros já estudados



Tiranossauro rex

Nome Científico: Tyrannosaurus rex
Período: Cretáceo
Peso: 5 ton
Tamanho: 13 m de comprimento
Descoberta: 1905, no Oeste dos EUA
Características: Poderia comer até 120 kg de carne em uma refeição. Especialistas o apontam como necrófago (alimenta-se de cadáveres).



Iguanodonte

Nome Científico: Iguanodon bernissartensis
Período: Cretáceo
Peso: 5 ton
Tamanho: 9 m de comprimento
Descoberta: 1825, Inglaterra
Características: Era herbívoro e possuía um polegar em forma de garra, utilizado na defesa contra predadores.



Raptor

Nome Científico: Velociraptor mongoliensis
Período: Cretáceo
Peso: 25 kg
Tamanho: 2 m de comprimento
Descoberta: 1924, Mongólia
Características: Vivia em bandos de 5 a 20 animais e segundo estimativas alcançava a incrível marca 50km/h de velocidade na corrida.



Brontossauro ou Apatossauro

Nome Científico: Apatosaurus ajax
Período: Jurássico
Peso: 35 ton
Tamanho: 25 m de comprimento
Descoberta: 1877, EUA
Características: Vivia em bandos em que os adultos protegiam os mais jovens com suas caudas longas em formato de chicote.



Angaturama (ou Irritator)

Nome Científico: Angaturama limai
Período: Cretáceo
Peso: 1 ton
Tamanho: 8 m de comprimento
Descoberta: 1996, Nordeste do Brasil
Características: Um dos maiores dinossauros carnívoros brasileiros. Seu focinho longo e estreito indica que fosse um grande pescador.



Estauricossauro

Nome Científico: Staurikosaurus pricei
Período: Triássico
Peso: 20 kg
Tamanho: 2 m de comprimento
Descoberta: 1970, sul do Brasil
Características: Este carnívoro foi o primeiro dinossauro brasileiro encontrado e descrito formalmente.



Picnonemossauro

Nome Científico: Pycnonemosaurus nevesi
Período: Cretáceo
Peso: 2 ton
Tamanho: 8 m de comprimento
Descoberta: 2002, Centro-Oeste do Brasil
Características: Carnívoro brasileiro descoberto no Estado do Mato Grosso. Seu parente mais próximo foi o Carnotaurus da Argentina.
Dinossauros


http://www.flickr.com/photos/fingicalma/5231583320/lightbox/
Dinossauros do Brasil


http://www.estadao.com.br/especiais/tapuiassauro-o-novo-dinossauro-do-brasil,118436.htm

Colisão de asteróides selou destino de dinossauros

Objeto que causou extinção em massa teria sido gerado por choque ocorrido há 160 milhões de anos
Por: Bernardo Esteves
Publicado em 05/09/2007 | Atualizado em 05/10/2009
Representação artística da colisão de dois asteróides há 160 milhões de anos. O maior tinha 170 km de diâmetro, e o menor, 60 km (arte: Don Davis / Southwest Research Institute).
O destino dos dinossauros foi selado há cerca de 160 milhões de anos, antes mesmo do surgimento de muitas das espécies que reinaram sobre o planeta. O choque entre dois grandes asteróides ocorrido nessa época é a provável origem do objeto que caiu na Terra cem milhões de anos depois, motivando o episódio de extinção em massa que dizimou inúmeras espécies de plantas e animais. A descoberta foi feita por geólogos que usaram simulações de computador para reconstituir a origem de uma família de asteróides do Sistema Solar.

O estudo ajuda a entender o chamado episódio de extinção K/T, ocorrido entre o final do período Cretáceo e o início do Terciário, por volta de 65 milhões de anos atrás. A teoria mais aceita para explicar esse evento defende que ele foi causado pelo impacto de um grande asteróide com a Terra, que teria levantado uma imensa nuvem de poeira, bloqueando a luz do Sol e afetando profundamente o equilíbrio ecológico do planeta. A cratera de Chicxulub, no México, com 180 km de diâmetro, é apontada como o local mais provável da queda desse asteróide.

A equipe do geólogo William Bottke, do Instituto de Pesquisa do Sudoeste, em Boulder (EUA), afirma ter mais de 90% de certeza de que esse objeto se originou em uma colisão ocorrida há 160 milhões de anos no cinturão de asteróides, situado entre as órbitas de Marte e Júpiter. A conclusão foi tirada após o grupo usar um modelo computacional para rastrear a origem dos asteróides da chamada família Baptistina, formada por objetos de órbita e composição similares. O trabalho foi publicado esta semana na Nature .

O grupo analisou a órbita desses asteróides e pôde retraçar sua trajetória desde o evento que levou à sua formação. Os cálculos da equipe mostraram que a família Baptistina surgiu provavelmente da colisão de dois asteróides, um com 170 km de diâmetro e outro com 60 km. O choque teria acontecido a uma velocidade aproximada de 11 mil km/h, gerando algumas centenas de corpos com mais de 10 km de diâmetro e milhares de fragmentos com mais de 1 km cada.
Fragmentos gerados pelo choque de asteróides descrito pelos geólogos seriam responsáveis pela formação das crateras Tycho, na Lua, e Chicxulub, no México (arte: Don Davis / Southwest Research Institute).
A simulação da trajetória dos fragmentos mostrou ainda que alguns deles tiveram sua órbita desviada do cinturão de asteróides, entrando em rota de colisão com a Terra e a Lua. O grupo afirma que é muito provável que um desses fragmentos tenha sido responsável pela formação, há 109 milhões de anos, da cratera Tycho, na Lua, com 85 km de diâmetro.

Composição incomum
O mais forte indício de que um desses fragmentos foi o responsável pela formação da cratera de Chicxulub, no México, é a composição incomum dos asteróides da família Baptistina: eles têm um teor de água e compostos orgânicos acima da média, configurando o que os geólogos chamam de condritos carbonáceos. E o tipo de asteróide que, acredita-se, gerou o impacto K/T é justamente um condrito carbonáceo com 10 km de diâmetro.

Para que se tenha mais certeza sobre a origem desse asteróide, Bottke afirma que é preciso investigar mais crateras formadas por volta de 100 milhões de anos atrás, no auge da chuva de asteróides causada pela colisão descrita por sua equipe. "Esperamos que a composição dos asteróides que fizeram essas crateras seja similar à do objeto que gerou o impacto K/T", disse ele à CH On-line . "Caso contrário, nossa hipótese pode não estar correta."

O trabalho de Bottke é importante ao mostrar como colisões ocorridas há dezenas de milhões de anos no cinturão de asteróides podem afetar de forma prolongada o sistema Terra-Lua. "Se estivermos certos, cerca de 20% dos objetos nas proximidades da Terra vieram dessa colisão particular", afirma o geólogo. "E isso nos diz algo importante sobre sua composição." 


Bernardo Esteves

Ciência Hoje On-line
05/09/2007

Um momento de crise no planeta

Rochas e fósseis brasileiros ajudam a entender o evento de extinção em massa que dizimou os dinossauros no limite Cretáceo-Paleógeno
Por: Alexander Kellner
Publicado em 05/01/2007 | Atualizado em 04/01/2010
 
Poucos assuntos na paleontologia são tão polêmicos como o limite K/Pg, que demarca a passagem do Cretáceo (K) para o Paleógeno (Pg), há cerca de 65 milhões de anos. Essa transição é importante porque ocorreu naquele momento um evento de extinção em massa que dizimou grande parte dos animais e plantas que viviam na Terra até então, inclusive algumas das formas de vida mais instigantes que já existiram no planeta: os dinossauros.

A duração desse episódio foi de algumas dezenas ou centenas de anos – um piscar de olhos quando se leva em conta a idade da Terra (4,6 bilhões de anos). Até pouco tempo, o limite K/Pg era conhecido como a passagem Cretáceo-Terciário ou K/T, mas mudou de nome após a revogação do termo Terciário em prol da denominação Paleógeno.

A história é mais ou menos assim: um corpo extraterrestre (um grande meteoro, asteróide ou cometa) teria atingido o planeta há aproximadamente 65 milhões de anos, causando grandes mudanças ambientais e a conseqüente destruição dos ecossistemas de então.

Essa idéia surgiu da pesquisa coordenada pelo norte-americano Luis Alvarez (1911-1988), ganhador do prêmio Nobel de física em 1968. Em 1980, sua equipe descobriu a existência de uma grande concentração de irídio nas rochas datadas no limite K/Pg. Como esse elemento – um metal semelhante à platina – é bem raro na Terra, mas encontrado em grandes concentrações em meteoritos, a explicação mais plausível apontava para o impacto de um grande corpo vindo do espaço. Outras hipóteses que procuraram explicar esse evento de extinção foram mudanças do nível dos oceanos ou um vulcanismo intenso.

A hipótese do impacto, no entanto, é a que predomina no meio científico diante de uma série de outras evidências que a sustentam. Entre elas, estão os depósitos de tsunamitos, gerados por ondas gigantes (tsunamis) originadas logo após a caída do corpo extraterrestre, e a presença nas camadas relativas ao limite K/Pg de alguns minerais (grãos de quartzo fraturados, microdiamantes) formados devido a um aumento de pressão que poderiam ter sido resultantes de um choque. Até mesmo a possível cratera resultante desse impacto, denominada de Chicxulub, foi encontrada no Golfo do México.

O limite K/Pg no Brasil
Há pouco mais de 10 anos, pesquisadores da Petrobras encontraram uma região onde o limite K/Pg pode ser observado. Trata-se da mina Poty, situada 30 km ao norte de Recife, em Pernambuco. Nessa mina, explorada para obtenção de cimento, existe uma seqüência de rochas calcíferas cujas camadas foram datadas com base em microfósseis e mostraram claramente a passagem do Cretáceo ao Paleoceno (a época mais basal do Paleógeno). Do ponto de vista geológico, esses depósitos correspondem às formações Gramame e Maria Farinha e o limite K/Pg se situa basicamente no contato entre elas.

Alguns fósseis encontrados nessa região também corroboram a idéia de um evento de extinção em massa. Na Formação Gramame, a mais antiga, são encontrados restos (sobretudo dentes) de lagartos marinhos conhecidos como mosassauros. Após o limite K/Pg, não se tem mais nenhum registro desses animais.

Outros fósseis, no entanto, mostram que alguns grupos foram pouco afetados. Entre estes, estão os restos de tubarões, também representados por dentes isolados, encontrados tanto na Formação Gramame quanto na Formação Maria Farinha. Apesar de existir alguma variação das espécies encontradas nos dois depósitos, parece que, pelo menos nesta parte do planeta, o impacto não afetou em demasia esse grupo de peixes.

Entre outros fósseis muito comuns na região da Mina Poty, encontrados predominantemente nos depósitos da Formação Maria Farinha, há restos de invertebrados, com uma grande quantidade de espécies com conchas (bivalves, gastrópodes). Há ainda resquícios de artrópodes e icnofósseis produzidos por eles – galerias onde esses animais se enterravam no fundo lodoso que existia ali há milhões de anos. Também foram encontrados vértebras e outros restos de crocodilomorfos marinhos do grupo Dyrosauridae, um dos poucos grupos que sobreviveram.

Uma pesquisa recente do limite K/Pg na região da mina Poty indica que houve um segundo impacto, ocorrido pouco depois do choque que originou a cratera de Chicxulub. Caso confirmado, esse impacto registrado em terreno brasileiro corroboraria a idéia apresentada por alguns pesquisadores segundo a qual o limite entre o Cretáceo e o Paleógeno foi marcado por uma sucessão de choques de corpos extraterrestres durante algumas centenas de anos – um curto intervalo do ponto de vista geológico.

De qualquer forma, a mina Poty é um dos principais locais no Brasil onde pode ser estudada a passagem do limite K/Pg, e pesquisas em andamento poderão ajudar ainda mais a entender este que foi um dos maiores períodos de crise na vida do nosso planeta. 


Alexander Kellner
Museu Nacional / UFRJ
Academia Brasileira de Ciências
05/01/2007
Aquecimento: guia para os perplexos

Mesmo que o clima da Terra tenha oscilado em seu passado, o aquecimento dos últimos cem anos está ligado aos gases poluentes Discussões sobre o aquecimento global geram posições bastante polarizadas. Uma das causas, fora a manipulação da opinião pública por grupos de interesse, é uma certa confusão com relação a fatos básicos sobre a ciência do clima.
Por isso, apresento um breve resumo do que sabemos e do que não sabemos a respeito. Claro, o espaço aqui permite apenas que toque em alguns dos pontos mais importantes. Mas espero que ajude.
1)A Terra é um sistema finito, que recebe a maior parte de sua energia do Sol. Outra fração vem do decaimento de isótopos radioativos e da liberação de calor do núcleo.
2)O Sol emite radiação principalmente no espectro visível, correspondendo à cor amarela. Parte da radiação é refletida ao espaço e parte é absorvida e refletida perto da superfície. Um carro, estacionado sob o Sol com as janelas fechadas, fica bem mais quente.
3)A retenção do calor se dá devido a certos gases, responsáveis pelo efeito estufa: vapor d'água, dióxido de carbono, metano e ozônio. Sem a ação deles, a Terra seria 33 graus Celsius mais fria.
4)Nos últimos cem anos, a temperatura global aumentou em 0,74 grau Celsius. O nível do mar aumentou uns 20 cm.
5)Esses dados não estão em disputa. O que é controverso é a causa dos aumentos: natural ou antropogênica, ou seja, causada pela atividade humana.
6)A Terra passou por muitos períodos de aquecimento no passado. Evidências extraídas de amostras de gelo na estação russa Vostok, na Antártica, permitiram que se estabelecesse uma relação direta entre o aumento da concentração de gás carbônico na atmosfera e a temperatura nos últimos 400 mil anos. As temperaturas máximas correspondem a uma concentração do gás de 280 partes por milhão (ppm).
7)Esse número deve ser comparado com a concentração medida nos últimos 50 anos, que mostra um crescimento linear de 310 ppm (1958) a 385 ppm (2008), bem acima do máximo nos períodos de aquecimento no passado. Esse aumento está diretamente relacionado com o aumento da população mundial e do consumo de combustíveis fósseis, fontes do gás.
8)A Terra passou por recentes flutuações regionais de temperatura; um ligeiro aquecimento na Idade Média (entre os anos de 905 e 1250) e um ligeiro resfriamento (Pequena Idade do Gelo) que afetaram a região do Atlântico Norte. A variação de temperatura foi de 0,2 grau.
9)O Sol tem um ciclo natural de 11 anos em que sua irradiação oscila periodicamente. Quando o Sol está mais ativo, é de esperar que a Terra aqueça. Contudo, não existe uma correlação direta entre o ciclo solar e o clima terrestre. Os resultados parecem contradizer a expectativa: mesmo que a última década tenha sido a mais quente nos últimos cem anos, o Sol tem ficado bem calmo, estando com seu ciclo atrasado.
Mesmo que a Terra tenha passado por períodos de aquecimento e resfriamento em seu passado, o aquecimento dos últimos cem anos está relacionado com uma maior concentração de gases poluentes na atmosfera e uma maior taxa de deflorestamento. Essa é a conclusão da maioria dos cientistas e das academias de ciência em todo o globo.

MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro "Criação Imperfeita"

terça-feira, 12 de julho de 2011

Oceanos afetados pelo clima

11/07/2011
Agência FAPESP – Os oceanos têm papel fundamental no cenário global de mudanças climáticas. São responsáveis por consumir cerca de um terço de todas as emissões de carbono promovidas pela ação humana, reduzindo o dióxido de carbono atmosférico que está associado ao aquecimento do planeta.
Mas por quanto tempo os oceanos continuarão a sequestrar o carbono antrópico nos níveis atuais é uma grande incógnita. Estudos feitos chegaram a resultados conflitantes sobre em que níveis as alterações no clima afetam esse sequestro.


Aquecimento promovido pelas mudanças climáticas reduz a quantidade de carbono absorvida pelos oceanos, aponta estudo publicado na Nature Geoscience (reprodução)

Uma nova pesquisa, cujos resultados foram publicados neste domingo na revista Nature Geoscience, fornece evidências observacionais para concluir que as mudanças climáticas estão afetando negativamente a absorção de carbono pelos oceanos.
“A conclusão é que os oceanos estão consumindo menos carbono justamente por causa do aquecimento promovido pelo próprio carbono na atmosfera”, disse Galen McKinley, da Universidade de Wisconsin-Madison, um dos autores do artigo.

O novo estudo difere de anteriores pela extensão de dados tanto em relação ao espaço como ao tempo. Os pesquisadores não se limitaram a determinadas áreas e extrapolaram os resultados para regiões maiores, mas utilizaram dados da maior parte do Atlântico Norte e do período de 1981 a 2009.

Com a grande amostragem, os cientistas identificaram um elevado grau de variações naturais que frequentemente mascara padrões de mudanças a longo prazo, o que pode explicar por que estudos anteriores apresentaram resultados antagônicos.
“Como os oceanos variam muito, precisamos de dados de pelo menos 25 anos para realmente identificar os efeitos do acúmulo de carbono na atmosfera. Essa é uma questão muito importante: o que é variação natural e o que é mudança climática”, disse McKinley.

Nas últimas três décadas, o aumento no dióxido de carbono atmosférico tem sido largamente equilibrado pelo aumento correspondente no dióxido de carbono dissolvido na água do mar.
Mas o novo estudo mostra que as temperaturas mais elevadas estão diminuindo a absorção de carbono em uma grande área no Atlântico Norte subtropical. A água mais quente não é capaz de manter tanto dióxido de carbono como a mais fria.

Os pesquisadores destacam a importância de se ampliar os dados para utilização em novos estudos e a expansão da análise para outros oceanos.

O artigo Convergence of atmospheric and North Atlantic carbon dioxide trends on multidecadal timescales (doi: 10.1038/ngeo1193), de Galen McKinley e outros, pode ser lido por assinantes da Nature Geoscience em www.nature.com/ngeo.

Taxonomia em barras

11/07/2011
Por Fábio de Castro
Agência FAPESP – Em 250 anos de prática taxonômica os cientistas descreveram cerca de 1,7 milhão de espécies de seres vivos. Mas estima-se que cerca de 87% das espécies existentes ainda são completamente desconhecidas, de acordo com o professor Cláudio Oliveira, do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu.



Utilizando técnica de DNA barcoding, cientistas pretendem catalogar 10% das espécies biológicas do Brasil em quatro anos (Foto: CBOL)

Segundo ele, o Brasil está contribuindo para diminuir essa imensa lacuna do conhecimento com o uso da técnica de DNA barcoding – ou código de barras de DNA – que vem se estabelecendo como um padrão global para a identificação de espécies biológicas.
Durante o 7º Simpósio do Programa BIOTA-FAPESP, realizado na semana passada em São Carlos (SP), Oliveira afirmou que, utilizando a técnica de DNA barcoding, a Rede de Pesquisa de Identificação Molecular da Biodiversidade Brasileira (BR-BoL) deverá catalogar 120 mil exemplares de 24 mil espécies em quatro anos.
A rede, coordenada por Oliveira, tem financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e integra o projeto internacional Barcode of Life (“Código de Barras da Vida, ou iBOL, na sigla em inglês), iniciado em 2004. Os dados coletados são inseridos na base de dados Barcode of Life Data Systems (Bold, na sigla em inglês).

“O objetivo é que, em quatro anos, sejam catalogados 120 mil exemplares na base Bold. Nossa estimativa é que isso corresponda a cerca de 10% da biodiversidade brasileira”, disse Oliveira.
Segundo ele, atualmente são conhecidas – isto é, possuem nome científico – cerca de 50 mil espécies de vertebrados, 800 mil espécies de insetos, 200 mil espécies de plantas com flores. Mas os números das espécies desconhecidas são muito mais impressionantes.
“Estima-se que o número de espécies ignoradas seja da ordem de 10 vezes o número das espécies identificadas taxonomicamente. Os vertebrados são até bem conhecidos: calcula-se que a taxa de desconhecimento seja de apenas 7%. Mas essa taxa é de 15% para as plantas, 65% para moluscos, 80% para protozoários, 90% para insetos e 99% para bactérias, por exemplo. Por isso é fundamental ter um método simples e eficaz de identificação, como o DNA barcoding”, afirmou.
A base Bold tem catalogadas, atualmente, mais de 106 mil espécies descritas em mais de 1,2 milhão de registros de código de barras. O processo é rápido, já que começou há apenas cinco anos. Mas a principal característica é a confiabilidade: com a técnica, os cientistas têm mais de 90% de chance de identificar com precisão as espécies.
“A base Bold preza muito pela qualidade dos dados. Para cada indivíduo há duas páginas de informação e não se trata de informação estática. Se identificamos uma sequência idêntica à que está na base, mas verificamos que o organismo é outro, podemos fazer reparos nos dados. Assim, o crescimento da base de dados apura sua qualidade progressivamente”, disse Oliveira
Erro histórico corrigido
Durante o evento, que foi realizado em conjunto com a 7ª Reunião de Avaliação do Programa BIOTA-FAPESP e a Reunião de Avaliação do BIOprospecTA, Oliveira apresentou uma conferência sobre a aplicação do DNA Barcoding no estudo comparativo de faunas.
Ele descreveu um estudo realizado por seu grupo que, graças à técnica do DNA barcoding, foi capaz de revelar e corrigir um erro taxonômico histórico. Em artigo publicado na revista Zootaxa, os cientistas revelaram que existiam dois nomes para uma única espécie de tainha.
O projeto “Filogeografia das espécies de tainha Mugil liza e Mugil platanus, tem apoio da FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular.
“A espécie Mugil liza foi identificada em 1836 em Maracaibo, na Venezuela. Em 1880 foi identificada a suposta espécie Mugil platanus, em Buenos Aires, na Argentina. Mas no DNA barcoding, as espécies diferentes de tainha apresentam uma distância genética de quase 20%. Entre a liza e a platanus havia uma distância genética de apenas 0,2%”, explicou o pesquisador.
Antes do estudo, considerava-se que a tainha encontrada entre a Venezuela e Cabo Frio (RJ) era Mugil liza e, dali até a Argentina, o Mugil platanus. Ambas apresentavam, de fato, algumas diferenças morfológicas.
“A análise genética mostrou que as diferenças eram um polimorfismo ocasionado pela variação da temperatura da água. Essa diferença não tem validade do ponto de vista taxonômico. Trata-se de uma única espécie distribuída no Oceano Atlântico em toda a América do Sul. Em 2010, descrevemos a espécie com seu verdadeiro nome: Mugil liza”, disse Oliveira.
O cientista também coordena o Projeto Temático “Biodiversidade e relações filogenéticas dos gêneros Astyanax, Hemigrammus, Hyphessobrycon e Moenkhausia”, financiado pela FAPESP.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Espécies desconhecidas estão em hotspots

06/07/2011
Agência FAPESP – A maioria das espécies ainda não descobertas vive em hotspots conhecidos – regiões que foram identificadas pelos cientistas como prioritárias para conservação da biodiversidade. A conclusão é de um estudo que será publicado em breve na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.


Maioria das espécies ainda não descobertas vive em regiões consideradas prioritárias para a conservação da biodiversidade, indica pesquisa publicada na PNAS


De acordo com os autores da pesquisa, os resultados reforçam que os esforços recentes de conservação têm sido bem direcionados e deverão ajudar a diminuir as incertezas a respeito das prioridades na área. Outra conclusão do trabalho é que o risco de extinção para muitas das espécies ainda não conhecidas é maior do que se estimava até então.
“O estudo mostra que a maioria das espécies desconhecidas se esconde em algumas das paisagens mais ameaçadas no mundo. Isso aumenta significativamente o número de espécies ameaçadas ou em risco de extinção”, disse Stuart Pimm, professor da Nicholas School of the Environment na Universidade Duke e um dos autores.

Com recursos limitados e ameaças crescentes à natureza, pesquisadores que atuam no estudo da biodiversidade há tempos decidiram identificar áreas nas quais as ações de conservação pudessem salvar o maior número de espécies.
Essas áreas consideradas prioritárias são chamadas de hotspots da biodiversidade: locais com número incomum de espécies endêmicas e nos quais as taxas de perda de hábitat são extremas. O problema é que o conhecimento das espécies é seriamente incompleto, com um número muito elevado de espécies desconhecidas.
“Sabemos que temos um catálogo da vida incompleto. Se não conhecemos quantas espécies existem, ou onde elas vivem, como poderemos estabelecer locais prioritários para conservação? E se as áreas que ignoramos forem as que têm mais espécies desconhecidas”, disse outro autor do estudo, Lucas Joppa, da Microsoft Research em Cambridge, Reino Unido.

Para lidar com esse dilema, Joppa e colegas criaram um modelo computacional que integra efeitos taxonômicos durante o transcorrer do tempo de modo a estimar quantas espécies de plantas com flores – que formam a base do conceito de hotspot de biodiversidade – ainda existem para serem descobertas.
Em seguida, o conjunto de dados foi comparado com os dados existentes de regiões atualmente identificadas como prioritárias para a conservação. Os dois conjuntos de dados bateram.
O modelo estimou que seis regiões identificadas como hotspots – do México ao Panamá; Colômbia; do Equador ao Peru; do Paraguai ao sul do Chile; o sul da África; e Austrália – contêm 70% de todas as espécies desconhecidas.

“É um grande alívio saber que os locais em que mais investimos recursos são os mesmos que abrigam a maioria das espécies ainda não descobertas”, disse David Roberts, da Durrell Institute of Conservation and Ecology na Universidade de Kent, Reino Unido, outro autor da pesquisa.
“Os resultados do estudo realmente validam todo o tempo e esforço que temos colocado na luta pela preservação da biodiversidade global. Agora, podemos continuar a tentar salvar esses locais únicos e ameaçados”, disse Norman Myers, da Universidade Oxford, que lançou o conceito de hotspot em 1998.
O artigo Biodiversity hotspots house most undiscovered plant species (doi/10.1073/pnas.1109389108), de Lucas Joppa e outros, poderá ser lido em breve por assinantes da PNAS em www.pnas.org/cgi/doi/10.1073/pnas.1109389108.