O que são embalagens compostáveis e como elas podem ajudar no reaproveitamento de resíduos?
Pratos, copos, caixas,
talheres descartáveis: basta dar uma volta na praça de alimentação de um
shopping para se deparar com uma grande quantidade desse tipo de
material, tão prático e comum no dia a dia.
O que muita gente não sabe,
no entanto, é que parte daqueles itens já vem sendo fabricada a partir
de materiais naturais como a mandioca e a cana. Como esse tipo de
produção acarreta em objetos biodegradáveis, seu descarte culmina na
degradação dos resíduos por bactérias e posterior transformação em
composto orgânico. A promissora ideia para reduzir a quantidade de lixo nos aterros sanitários já
tem nome: trata-se da chamada embalagem compostável. Gigantes da
indústria, como a Coca-Cola e a Dell, já apostam na vertente ecológica,
indo de encontro à proposta de sustentabilidade vinculada ao meio corporativo e à tendência dos consumidores verdes.
A primeira empresa investiu na criação de um copo de papel, enquanto a
segunda já disponibiliza uma embalagem feita do material para guardar
seus laptops.
Embalagens compostáveis: processo verde de fabricação
A este ponto, é
importante notar que o próprio processo de fabricação de uma embalagem
compostável é mais limpo do que o dos plásticos feitos à base de
petróleo: no caso da produção das embalagens sustentáveis, há menos
geração de gases de efeito estufa, uma vez que o bioplástico não contém
uma substância química perigosa denominada besfanol (BPA). Compostos por
substâncias não poluentes, os bioplásticos englobam três tipos de
materiais: os polímeros feitos completa ou parcialmente de fontes
renováveis, os biodegradáveis de fonte fóssil ou os polímeros de fonte
renovável e biodegradável. A maioria dos bioplásticos/biopolímeros
produzidos no mundo atualmente são originários de matérias-primas
renováveis e certificados compostáveis. Tais materiais não precisam de
carbono fóssil para sua produção, e cabe ressaltar que algumas etapas do
processo vêm utilizando energias renováveis no lugar de combustíveis
fósseis.
A necessidade do descarte adequado
Apesar de já
representarem um produto ecológico fabricado por um processo que visa a
sustentabilidade, as embalagens compostáveis demandam um descarte
adequado e consciente. Caso contrário, esses produtos contam com o risco
de serem depositados nos lixões, onde não há nenhum tipo de separação
de materiais. O descarte correto dos itens pode ser feito por
degradabilidade, oxidegradação (através de sais metálicos),
hidro-degradação (por meio de hidrólise), foto-degradação (com o uso de
luz) ou mesmo de forma biodegradável, através da ação natural de
microrganismos.
Vale acrescentar que a
deposição em aterros sanitários não é reconhecida como forma de
reciclagem orgânica. O descarte irresponsável de uma embalagem
compostável pode comprometer sua qualidade de reciclagem ou
biodegradação, tornando-a tão nociva quanto as embalagens não
biodegradáveis. Por esse motivo, é obrigatória a adoção de rotulagem
ambiental tipo II (autodeclarações) como determina a ISO 14021, de forma
que esteja sempre claramente indicada a melhor maneira de lidar com a
embalagem após sua utilização.
Impacto ambiental positivo: a questão do reaproveitamento de resíduos e outras vantagens
O uso de embalagens
compostáveis é uma alternativa complementar à reciclagem e possibilita,
além dos ganhos ecológicos, a continuidade de atividades produtivas de
trabalhadores que vivem dessa função, que não causa transtornos às
comunidades do entorno. A utilização de tais produtos, entretanto,
encontra-se ainda no início, apesar de existir atualmente uma grande
demanda pelas embalagens de curto ciclo de vida (como as citadas no
começo do artigo e comumente encontradas nas praças de alimentação dos
shopping centers e em grandes eventos).
É importante notar que
os sistemas de compostagem dessas embalagens são, ainda, bem mais
baratos do que os conhecidos sistemas de incineração. O composto gerado
no processo também pode ser utilizado para aumentar o teor de carbono no
solo e manter sua fertilidade para o cultivo.
Além de promoverem a
reutilização de resíduos orgânicos e auxiliarem na redução do volume de
rejeitos nos aterros sanitários, as embalagens compostáveis ainda
apresentam excelente qualidade e resistência à absorção de água, e atuam
contra o aquecimento global e o efeito estufa. Comparado ao de outros
materiais similares, de fato, seu processo de fabricação promove uma
redução dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera.
Você
já havia ouvido falar das embalagens compostáveis e seu impacto
positivo no meio ambiente? Diante de tantas vantagens, as Olimpíadas a
serem sediadas no Rio, em 2016, contarão com fornecedores homologados
desse tipo de material com o intuito de criar um evento verde.
Não deixe de comentar e nos contar sua opinião sobre essa produção sustentável!
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