sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Maior inventário sobre mamíferos terrestres da Mata Atlântica
Material foi produzido com armadilhas fotográficas
 
Assessoria de Comunicação e Imprensa
 
06/10/2017
 
As fotos capturadas por meio de câmeras escondidas na floresta muitas vezes rendem cenas interessantes como o aparecimento de um animal raro ou ainda nascimento de uma espécie nunca antes registrado, situações que dificilmente seriam capturadas com a presença de um ser humano na cena. Consideradas um grande avanço no monitoramento de mamíferos terrestres em ecossistemas ricos em biodiversidade, as armadilhas fotográficas (camera trap) surgiram para facilitar os estudos científicos em áreas florestais mais fechadas, ajudando pesquisadores na compreensão sobre o comportamento da fauna e no levantamento sobre a presença de espécies em determinadas áreas. Por essa razão, têm sido largamente utilizadas por vários projetos de pesquisa para conservação.

Inspirados na capacidade das câmeras em revelar dados importantes para a ciência, um grupo de pesquisadores decidiu organizar as informações resultantes de 170 pesquisas com mamíferos terrestres de médio a grande porte. O resultado: o maior inventário de mamíferos terrestres da Mata Atlântica com base em cameras trap. O estudo foi publicado dia 31 de agosto no formato de datapaper artigo na renomada revista Ecology, com a participação de 56 autores, entre eles, o pesquisador do IPÊ e doutorando do Departamento de Ecologia da Unesp – Rio Claro Fernando Lima, que liderou o levantamento.

"Esse estudo é um compilado dos esforços de pesquisa de dezenas de profissionais que se dedicam à conservação desses mamíferos na Mata Atlântica. Não fazia sentido informações tão ricas e de tanta qualidade ficarem espalhadas e desorganizadas. Em conjunto, elas podem representar informações mais robustas, que darão suporte a estratégias de conservação de diversas espécies", afirma Fernando. 

O trabalho é parte de uma grande iniciativa elaborada pelo Prof. Dr. Mauro Galetti (LABIC-Unesp) e Prof. Dr. Milton Ribeiro (LEEC-Unesp): o ATLANTIC-DATASETS. Esta iniciativa visa sistematizar e disponibilizar grandes bancos de dados sobre a biodiversidade na Floresta Atlântica para que possam ser utilizados pela comunidade acadêmica, políticas públicas e esforços conservacionistas.

Para o levantamento, foram utilizadas informações de armadilhas fotográficas espalhadas por 144 áreas, abrangendo seis tipos de vegetação de Mata Atlântica (Brasil e Argentina) e sobre a composição e riqueza das espécies. O conjunto de dados completo compreende 53.438 registros independentes de 83 espécies de mamíferos, e também inclui 10 espécies de marsupiais, 15 de roedores, 20 de carnívoros, 8 de ungulados e 6 de tatus. De acordo com o levantamento, apenas seis espécies ocorreram em mais de 50% das áreas: o cão doméstico (Canis familiaris), o cachorro do mato (Cerdocyon thous), a irara (Eira barbara), o quati (Nasua nasua), o mão-pelada (Procyon cancrivorus) e o tatu-galinha (Dasypus novemcinctus). A informação contida neste conjunto de dados pode ser usada para entender padrões macroecológicos da biodiversidade, comunidade e estrutura populacional, mas também para avaliar as consequências ecológicas da fragmentação, defaunação e interações tróficas.

Assista aqui ao video de divulgação do trabalho.

Clique aqui e veja um mapa interativo com registros de câmeras trap no interior de São Paulo.

Clique aqui e entenda a história e como funcionam as armadilhas fotográficas



Contato do pesquisador
Fernando Lima
pardalismitis@gmail.com(19) 97121-8907

(19) 3557-5350

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