Tauana Marin
DIário do Grande ABC
DIário do Grande ABC
16/10/2017 | 07:00
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Os caranguejos andam, principalmente, de lado, porque é desta forma que conseguem se movimentar mais rápido, gastando menos energia. No entanto, o que muitos não sabem é que eles também podem se deslocar para frente e para trás, caso seja necessário.
Eles possuem dez patas, duas delas com finalidade de
agarrar o alimento e, as demais, utilizadas para locomoção. Cada uma
possui sete partes menores (artículos), que se conectam entre si por
articulações. A que une corpo-coxa é mais complexa, permitindo um
deslocamento lateral, mas também para a frente e para trás. No entanto,
as outras seis articulações se movem em única direção, que é a lateral.
Esses crustáceos pertencem ao filo Arthropoda, a
exemplo do que ocorre com os insetos, lacraias, aranhas e escorpiões. A
característica de todos é apresentar esqueleto externo (exoesqueleto)
que recobre seu corpo, sendo duro pela presença de substância chamada
quitina. Detalhe para o fato de que necessitam trocar essa espécie de
armadura durante alguns momentos da vida. Quando deixa o exoesqueleto, o
animal – ainda com corpo ‘mole’ – consegue ingerir água (se for
aquático) ou ar (se terrestre) para aumentar de tamanho, seguindo-se ao
enrijecimento da nova cutícula.
Atualmente existem 6.600 espécies de caranguejos em
todo o mundo, exceto nos desertos. Eles precisam da água para viver e é
nela onde se hidratam, reproduzem e respiram. Os que conseguem ficar
mais tempo na terra, como o caranguejo guaiamú, podem viver mais longe
das fontes de água pelo fato de possuírem câmaras branquiais bem amplas
nas laterais de sua carapaça, permitindo que ‘guardem’ ar na parte
superior.
O tipo de alimentação desses animais também varia
conforme a espécie. Alguns são herbívoros (se alimentando dos brotos e
folhas verdes de algumas árvores de manguezal) e outros são carnívoros
(comem mexilhões, caramujos e até mesmo peixes). Há também os onívoros
(comem de tudo um pouco, como animais, vegetais e organismos mortos) e
as espécies comensais (que se nutrem de restos de alimento de outras
espécies).
O tempo de vida dos caranguejos também varia, podendo
ser de dois anos. No caso de alguns siris, a exemplo do caranguejo-uçá,
chegam a viver até dez anos.
MULTIPLICAÇÃO - Os caranguejos nascem de ovos, que
desenvolvem por cerca de 15 dias em temperatura de 25°C e que se abrem,
gerando descendentes, que podem emergir como larvas. Os machos têm dois
pênis localizados nas coxas do último par de patas, servindo para a
transferência de espermatozoides para o interior dos dois poros genitais
que as fêmeas possuem. Após o desenvolvimento dos ovários das fêmeas,
seus óvulos passam por pequenos sacos internos, onde os espermatozoides
são guardados e, como ovos, deixam o corpo da fêmea. Dependendo da
família de caranguejo a que pertence, a espécie pode ter de dois a até
oito estágios larvais. Já os caranguejos de água doce não possuem fase
larval, saindo dos ovos como jovens.
O maior caranguejo do mundo é o japonês. Ele
vive a 600 metros de profundidades no Oceano Pacífico e pode chegar a 20
quilos. Se suas pinças forem distanciadas uma da outra, podem medir
cerca de quatro metros
Consultoria de Marcelo Antonio Amaro Pinheiro,
biólogo marinho e professor doutor do Instituto de Biociências da Unesp –
Campus do Litoral paulista.
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