Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit Árvore-do-conflito, deserto verde.
Família: Fabaceae (Leguminosae) Subfamília-Mimosoideae.
Nome científico: Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit
Nomes populares: árvore-do-conflito, deserto-verde, leucena. devido se alastrar como uma espécie daninha.
DESCRIÇÃO DA ESPÉCIE
Árvore perene originária do México e America Central. Sua altura atinge até 20 m.
Nas áreas desapropriadas para preservação ambiental do projeto ITAIPU (margem brasileira), constituídas pela Faixa de Proteção (FP– 28.000 ha) e Refúgios biológicos (RB 3.200ha), está
sendo desenvolvido um programa de reflorestamento desde 1979. Nessas
áreas, entre outras espécies arbóreas, foi plantada a leucena. Pela
facilidade na obtenção de mudas e sementes. Foram plantadas com mudas
partes da cortina florestal e 20 talhões de 2,00 ha no Refúgio
Biológico de Santa Helena, e com sementes na Faixa de Proteção pelos
agricultores vizinhos que utilizaram o “método taungya”. Devido a
o alto grau de adaptação a região, essa espécie passou a constituir um
problema, pela sua abundante regeneração natural em áreas sem
reflorestamento e de agricultura, e pelo comprometimento na estrutura e
qualidade desta floresta no futuro.
Para reduzir este avanço e minimizar os
efeitos negativos que uma espécie exótica pode causar estão sendo
testadas 39 espécies arbóreas através do “sistema de enriquecimento em
linhas em faixas”, nos sentidos norte/sul e leste/oeste, para selecionar
aquelas que melhor se desenvolvem nestas condições. Os resultados
obtidos após 4 e 5 anos, apontam que 10 espécies testadas ( Grevilea-
Grevillea robusta, jambolão -Syzyjium cumini; Passegueiro bravo- Prunus
selowii. Uva do Japão- Hovenia dulcis; Figueira- Ficus enormis; Timburi-
Enterolobium contortisiliquum; Canafistula- Peltophorum dubium;
Paineira- Chorisia speciosa; Barbatimão- Anadenanthera falcata;
Gurucaia-Parapiptadenia rigida), apresentam potencial para competir com a
leucena. Para sua confirmação serão aplicados testes comprobatórios com
essas espécies em maior escala.
INVENTÁRIO FLORESTAL
Em 1999 a 2000 foi realizado o Inventário
Florestal, do qual participei como identificador das espécies arbóreas,
da Faixa de Proteção (FP– 28.000 há) e Refúgios Biológicos (RB-3.200 ha), Parque Nacional do Iguaçu 185.000 ha, em convenio com a UEM Universidade Estadual de Maringá (MARTINS.S.S. 1999-2000).
AGRESSIVIDADE DA LEUCENA
A espécie apresentou um alto grau de
adaptação à região, passando a constituir um sério problema, pela sua
abundante regeneração natural em áreas sem reflorestamento e de
agricultura, e pelo comprometimento na estrutura e qualidade desta floresta no futuro.Tanto na Faixa de Proteção (FP-28.000 ha), Refúgios Biológicos (RB-3200 ha), a leucena desenvolveu-se
com muita rapidez, avançando sobre áreas desocupadas, o que tem causado
à preocupação da estrutura dessas florestas no futuro, já que até o
momento não foi constatado seu uso como habitat, ou alimento de animais
silvestres.Também à agricultura a leucena tem causado
alguns inconvenientes, uma vez que nos plantios da Cortina Florestal,
que fazem divisa com áreas agrícolas, a espécie tem avançado sobre estas
áreas através da disseminação feita, em parte, pelos próprios
produtores, que passam com maquinários próximos a Cortina Florestal e
transitam pela lavoura, levando consigo as sementes nas rodas.Com estes
indícios de adaptação associados a sua ampla distribuição nas áreas da
Itaipu Binacional, é considerada definitiva sua permanecia, como
povoamentos puros ou mistos (Avaliação Preliminar da Competição de crescimento entre 39 espécies Arbóreas em Área Sombreada com Leucena ( Zelazowski V. H. e Lopes G.L. 1993).
ANÁLISE DO BANCO DE SEMENTES Universidade estadual de maringá.
Nãoforam constatadas diferenças
significativas referentes ao número de espécies florestais germinadas
nas parcelas do plantio misto e puro, ambas apresentaram a Leucena como espécie principal. A alta incidência de Leucena foi
verificado devido a chuva de sementes deposição ocorrer durante o ano
todo, o que caracteriza como uma espécie agressiva e de alta
disseminação.Outro fator que contribui para os altos índices de
germinação da Leucena diz respeito a alta longevidade
das sementes das sementes no solo, assegurados pela rigidez do seu
tegumento o que ocasiona dormência parcial podendo ser quebrada tão logo
condições favoráveis de temperatura e luminosidade sejam observados.
Durante o tempo que essas sementes permanecem dormentes no solo,
formando um banco, mais sementes são incorporadas mantendo esse banco
sempre ativo à espera de abertura de clareira, processo facilmente
comprovado na matas ciliares da ITAIPU BINACIONAL, marcado pela constante deposição de sementes de Leucena ao
longo de toda faixa vegetada.Sabe-se também que a localização de
sementes em profundidade maiores e portanto sujeitas a menores
oscilações térmicas condiciona a dormência e a formação de bancos de
sementes persistentes, após a dispersão, as sementes podem permanecer
viáveis na natureza por alguns dias ou até muitos anos, esperando
condições favoráveis para germinarem abertura de clareiras.
ANÁLISE DO BANCO DE SEMENTES SANTA HELENA.
Durante o Inventário Florestal realizado
pela ITAIPU BINACIONAL E UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ, foram
coletadas amostras de solos e levados a UEM e as amostras foram semeadas
em canteiros e foram identificadas e as plântulas que nasciam eram
identificadas e contadas para determinação do Banco de Sementes, a Leucena teve domínio em todas as camadas de solos amostrados.
Serrapilheira: Camada superficial da floresta. A leucena domina com 58% das emergências das sementes.Densidade de sementes por m².
(Plantio Misto– 2903 sementes por m²).
(Plantio Puro– 4237 sementes por m²)
Profundidade de 0-5 cm a leucena domina com 37,40%
Densidade de sementes por m².
Plantio Misto– 2628 sementes por m²
Plantio Puro– 1147 sementes por m²
Profundidade de 5 cm -10 cm. A leucena domina com 4,4%
Densidade de sementes por m².
Plantio Misto– 309 sementes por m²
Plantio Puro– 134 sementes por m²
Com estes indícios de adaptação
associados a sua ampla distribuição nas áreas da Itaipu Binacional, é
considerada definitiva sua permanecia, como povoamentos puros ou mistos (Avaliação Preliminar da Competição de crescimento entre 39 espécies Arbóreas em Área Sombreada com Leucena ( Zelazowski V. H. e Lopes G.L. 1993).
Bibliografia Consultada
ZELAZOWSKI, V.H. LOPES, G.L.. AVALIÇÃO PRELIMINAR DA DA COMPETIÇÃO DECRESCIMENTO ENTRE 39 ESPÉCIES ARBÓREAS, EM ÁREA SOMBREADA COM LEUCENA (Leucaena leucocephala). Itaipu
Binacional Santa Helena- PR. Trabalho publicado no (I CONGRESSO
FLORESTAL PARANAMERICANO E VII CONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO CURITIBA
PARANÁ-1993. ANAIS DO EVENTO).
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁCentro de Ciências Agrárias– CCA
Departamento de Agronomia– DAG
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