quarta-feira, 4 de março de 2020

Dinossauro de 75 milhões de anos ainda tem DNA preservado

Um artigo sensacional recém publicado na revista National Science Review sugere que o DNA pode persistir por dezenas de milhões de anos em determinados tipos de tecidos. Cientistas descobriram que um dinossauro de 75 milhões de anos ainda têm DNA preservado.

Estudos anteriores nos deram a entender que o DNA só pode permanecer estável por cerca de um milhão de anos. No entanto, este último estudo parece explodir essa teoria, anunciando a descoberta de DNA em um dinossauro chamado hipacrosauro


Os Hypacrossauros também chamados de “Lagartos de crista baixa”) viveram durante o período Cretáceo nas regiões de Alberta (Canadá) e Montana (EUA), eles podiam medir até 9 metros de comprimento e chegavam a pesar 4 toneladas. Acredita-se que estes répteis deveriam andar em enormes manadas, pastando em campos e florestas.
Cientistas descobriram que dinossauro de 75 milhões de anos ainda têm DNA preservado. O fóssil de um hypacrosauro  revelou a presença de algumas células notavelmente preservadas dentro de uma seção de tecido cartilaginoso fossilizado. (Ilustração:  Vlad Konstantinov)
Cientistas descobriram que dinossauro de 75 milhões de anos ainda têm DNA preservado. O fóssil de um hypacrosauro revelou a presença de algumas células notavelmente preservadas dentro de uma seção de tecido cartilaginoso fossilizado. (Ilustração: Vlad Konstantinov)
Essa descoberta fantástica certamente desencadeará um enorme debate na comunidade científica, pois contradiz todas as evidências anteriores sobre a longevidade do material genético. Se for verdade, porém, poderia abrir novas possibilidades para o estudo da biologia de organismos pré-históricos. Mas certamente não devemos esperar algo como o que é visto no filme Jurassic Park

O espécime que está alojado no Museu das Montanhas Rochosas revelou a presença de algumas células notavelmente preservadas dentro de uma seção de tecido cartilaginoso fossilizado após algumas analises detalhadas.


Após isolar as células, os pesquisadores aplicaram duas manchas de DNA, que se ligam a fragmentos de DNA, a fim de mostrar todas as áreas em que o material genético está presente. Ambas as manchas interagiram com o tecido hipacrosauro em um padrão consistente com as células modernas, indicando que parte do DNA do dinossauro está de fato preservado na amostra.
Fotografias de células da cartilagem do crânio de filhotes de Hypacrosaurus. À esquerda, são vistas duas células no final da divisão celular, com material consistente com núcleos condensados. No centro, uma imagem de maior ampliação de outra célula mostra cromossomos. À direita, há uma célula isolada de cartilagem de dinossauro que reage com a mancha de DNA iodeto de propídio (ponto vermelho, dentro da célula). Essa mancha sugere que ainda há DNA endógeno de dinossauro nesta célula de cartilagem de 75 milhões de anos. Crédito da foto: Alida Bailleul e Wenxia Zheng Crédito: © Science China Press
Fotografias de células da cartilagem do crânio de filhotes de Hypacrosaurus. À esquerda, são vistas duas células no final da divisão celular, com material consistente com núcleos condensados. No centro, uma imagem de maior ampliação de outra célula mostra cromossomos. À direita, há uma célula isolada de cartilagem de dinossauro que reage com a mancha de DNA iodeto de propídio (ponto vermelho, dentro da célula). Essa mancha sugere que ainda há DNA endógeno de dinossauro nesta célula de cartilagem de 75 milhões de anos. Crédito da foto: Alida Bailleul e Wenxia Zheng Crédito: © Science China Press
Embora essa descoberta indique com certeza a possibilidade de o DNA sobreviver por períodos extremamente longos, os autores do estudo também explicam que é provável que isso ocorra apenas sob certas condições. Por exemplo, o fato de todos os ossos dessa amostra terem se desconectado sugere que esse organismo não foi enterrado por algum tempo após a morte, o que, segundo os pesquisadores, provavelmente ajudou na preservação de seu DNA.

Além disso, eles relatam que esse material genético antigo provavelmente só é encontrado em células da cartilagem bem preservadas, mas não nos ossos. Isso ocorre porque a cartilagem é menos porosa que o osso e, portanto, deixa entrar menos água e micróbios que podem causar biodegradação.


Embora não possamos esperar que dinossauros que viveram há milhares de anos sejam trazidos de volta á vida, esta descoberta certamente reabre a discussão sobre por quanto tempo o material genético pode persistir.

O estudo foi publicado na revista National Science Review, clique aqui para acessá-lo.

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