domingo, 11 de setembro de 2011

Crânios 'tortos' de baleias podem ter surgido mais cedo, diz estudo

Até então, formato era interpretado como adaptação para ecolocalização.
Pesquisa diz que assimetria já era presente nos ancestrais dos mamíferos.

Do G1, em São Paulo
Crânio de um archaeceto, com a inclinação para a esquerda indicada pelas curvas roxas. (Foto: Julia M. Fahlke) 
Crânio de um archaeceto, com a inclinação para a
esquerda indicada pelas curvas roxas.
(Crédito: Julia M. Fahlke)
 
Cientistas da Universidade de Michigan afirmam que os ancentrais das baleias podem ter vivivo com um formato de crânio "torto" e adaptado para permitir a detecção da direção dos sons na água. Até então, acreditava-se que os crânios assimétricos eram uma característica dos cetáceos modernos e que haviam surgidos como uma adaptação deste grupo de animais a um ambiente onde a localização é possível por sonares.
A pesquisa será divulgada no site da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) nesta semana.
Crânios "tortos" estão presentes em um grupo de cetáceos modernos com dentes conhecido como odontocetos - são os golfinhos, o cachalote, o narval, a orca e baleias como a beluga.
Esses mamíferos têm uma estrutura nasal modificada e conseguem produzir sons em alta frequência que servem para o animal se localizar e achar comida no oceano. Outros tipos de baleia como os misticetos possuem um crânio simétrico e não emitem sonares.
Até então, os cientistas acreditavam que o esse formato dos ossos da cabeça das baleias foi uma adaptação acumulada pela espécie no decorrer dos anos. Agora, a equipe liderada por Julia Fahlke mostra que a assimetria pode ter se surgido no crânio das baleias muito antes. A função do formato irregular nesses ancentrais seria a de detectar a direção dos sons na água.

s baleias modernas não mastigam o alimento e os cetáceos que possuem dentes apenas destrincham a comida e engolem. Já os archeocetos, segundo os pesquisadores, podem ter usados os dentes para processar os alimentos.
O grupo se baseou no estudo do crânio do Basilossauro, uma baleia com formato de serpente que viveu há 37 milhões de anos. No começo, eles julgaram que o formato assimétrico era apenas uma consequência da deformação do fóssil com a pressão dos sedimentos.

Mas ao comparar o crânio "torto" com um modelo teoricamente correto, Fahlke descobriu que os maxilares dos animais simplesmente não combinavam, o que a levou a pensar sobre a possibilidade dos archeocetos simplesmente terem um crânio com formato irregular.
Ao consultar o acervo do Museu de Paleontologia da Universidade de Michigan, a cientista comparou uma série de crânios de archeocetos e identificou que todos possuíam uma inclinação para a esquerda, quando observados de cima para baixo. Ao todo foram usados seis crânios.

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