terça-feira, 20 de dezembro de 2016

A lua e a fome dos morcegos

ED. 250 | DEZEMBRO 2016
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© RUESTZ/WIKIMEDIA COMMONS
Intensidade do luar não modificou a busca por insetos em quatro de cinco espécies de morcego estudadas
Intensidade do luar não modificou a busca por insetos em quatro de cinco espécies de morcego estudadas.


Em noites de luar nos trópicos, os morcegos insetívoros reduziriam sua procura por comida, segundo uma hipótese bastante difundida. A diminuição na busca por alimento seria uma resposta à menor presença de insetos em noites claras e também ao risco aumentado de os morcegos se tornarem alvos fáceis de seus predadores em um ambiente mais iluminado. Um estudo, no entanto, colocou à prova essa associação de comportamento desses mamíferos voadores com a intensidade do brilho da Lua. Por um período de 53 dias, biólogos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) acompanharam os hábitos alimentares de cinco diferentes espécies de morcego dentro da Reserva Florestal Adolpho Ducke, no norte de Manaus (Mammalian Biology – Zeitschrift für Säugetierkunde, 11 de novembro).


Apenas uma delas, a Myotis riparius, reduziu sua procura por insetos em função do luar. Duas, a Cormura brevirostris e a Saccopteryx bilineata, não alteraram seu ritmo de busca por insetos. As outras duas, Pteronotus parnellii e Saccopteryx leptura, até intensificaram sua atividade alimentar nas noites menos escuras. Com o emprego de gravadores de som, os pesquisadores registraram as atividades dos morcegos em 10 pontos distintos da reserva entre janeiro e maio de 2013, durante a estação chuvosa. No total, foram monitoradas 636 horas de atividade dos morcegos, sempre das 18 às 6 horas. Em cada ponto escolhido, os movimentos dos animais foram acompanhados por entre quatro e seis noites seguidas.

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